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[Música] [Aplausos] [Música] muito boa tarde a todos muito bem-vindos a mais um debate da fundação Francisco Manuel dos Santos da apresentação e de conversa em torno dos ensaios e retratos recém publicados hoje estamos aqui para falar sobre o lixo um tema que não é absolutamente Óbvio mas é mais do que
Obvia a sua importância ou não fosse o lixo uma marca evidente da nossa intimidade maior crença que cada português produz entre 350 a 500 quilos de lixo por ano vamos conversar com a autora Andréia Barbosa e com Ana Cristina com a mola da agência portuguesa do ambiente sobre como é que
O lixo tem sido tratado ao longo do tempo e como é que eu podemos tratar melhor que significa também Andreia a tratar melhor um ambiente obviamente no livro onde tu dás um testemunho pessoal começa precisamente por apontar como é que era o tratamento do lixo ou
Convívio com o lixo na altura da tua mãe que era bastante diferente da experiência Urbana e contemporânea sim efetivamente na verdade no momento da escrita do livro eu já tinha mergulhada em muitos documentos e começava a fazer entrevistas mas para começar realmente aquilo que me deu o empurrão foi de
Facto uma conversa com a qual livro com a minha mãe que tem que chegar Isto mais para cima Ah que nasceu em 47 e nasceu e viveu na sua infância e juventude não contei isto rural na no Concelho pena fiel efetivamente O que foi interessante foi constatar que em uma única geração a
Experiência dela e a minha se a compararmos em termos da daquilo que era a produção de lixo e a relação com o lixo é profundamente frente e portanto quando a minha mãe era criança não havia lixo nem ou se houvesse ele podia se calhar ser queimada havia uma quantidade
Mínima de coisas mas tudo se aproveitava e a forma de consumir nomeadamente para comer era muito diferente portanto ainda se há venda onde as coisas se vendiam a granel se levavam as garrafas as cestas de casa para encher com os produtos que se comprassem havia obviamente muito a
Produção própria na horta da minha avó e e tudo isso criava um contexto de uma maneira de viver que efetivamente não não levava a proteção do lixo e havia esta no fundo assim energia entre aquilo que poderiam ser os dejetos da vida de todos os dias nesse contexto por exemplo
A casa de banho saneamento também não havia casa de banho era uma reta de madeira os dejetos caiam em cima de umas camas de todos e tudo isso era depois incorporado era era como estar e corporado na horta portanto havia ali aquela circularidade que agora eh tanto
Se fala e para a qual temos injunçãos permanentes mas que acontecia muito naturalmente Nessa altura e e portanto foi assim um bocado o empurrão eh para começar essa reflexão pronto que depois resultou no livro finalmente nessa nessa altura o lixo era uma questão individual depois tornou-se uma questão Urbana e
Cada vez mais coletiva Ana Cristina o seu trabalho até que ponto é que a comunidade em geral está alerta para esta questão do lixo e da dificuldade de gerir o lixo que produzimos Boa tarde a todos portanto é um gostar aqui obrigada eu li este livro da Andreia com muitíssimo gosto é uma
Maneira muito fácil de comunicar o que nós estamos a fazer e o que foi feito ao longo dos tempos eh no nosso país em termos em termos do lixo e e e e fazendo eh referência à parte eh onde começa com a sua mãe portanto a minha mãe também é
De 47 eu tenho mais ou menos a mesma experiência e e claramente que haveria o que nós chamamos hoje em dia uma economia circular muito mais a funcionar havia muito menos desperdício havia muito mais o nosso lixo era muito mais orgânico agora se repararem bem a maior
Parte do vosso lixo a embalagens é papel cartão é tudo mais tanta parte do orgânico passou a ser de Ah muito pouco relativamente Poucos Anos de 70% do nosso cachotil lixo para 38 40%, portanto aqui a questão das Embalagens ah adquiriu uma dimensão tão grande e lá
Está com a dificuldade de fazemos a tal economia circular que faríamos com os orgânicos a nossa própria casa Onde fazemos compostagens onde onde tentavamos encaminhar o lixo de outra maneira com as embalagens se torna-se mais difícil e seja como for o trabalho que fazemos na agência portuguesa do
Ambiente é É esse mesmo portanto nós nós queriam aqui uma dimensão muito grande na a maior parte dos cidadãos esquece o lixo é para colocar num lado e logo coloca no contentor esquece que ele existe portanto não faz a mínima ideia para onde é que vai quer ver esse livro
Dele não tive a própria definição de de resíduo É essa mesmo portanto é aquele é aquele produto é aquele material que o cidadão que as pessoas querem descartar se querem ver livres de e a partir daí pouco mais querem saber o que é que aconteceu Ana Cristina de tal forma que
Existe muito o hábito em Portugal de por um lixar a porta nos prédios não é nós é difícil nos vários andares como se ele desaparecesse na vista não é mas houve de facto uma há em termos de consciência ambiental ou estamos na mesma algumas décadas algumas diferenças de consciencialização Coletiva sobre o
Lixo eu diria que há portanto hoje em dia temos eh os cidadãos e as pessoas muito preocupadas com as alterações climáticas eh temos é que ver que eh o contributo para estas alterações climáticas não é só a transição energética não é só a poupança de água a gestão de resíduos é absolutamente
Importante porque nós temos aqui um contributo muito importante por exemplo da do das matérias primas primárias e que das matérias primas críticas que estão a desaparecer e que ah estas tradição de de recursos tudo isto cria uma pressão muito grande e contribui imenso quase 40 a 45%, para as
Alterações climáticas e Há uma possibilidade de nós ao recuperarmos todos aqueles materiais podemos recuperar no âmbito do nosso lixo nos nossos resíduos de reduzir imensamente esta extração de materiais e há aqui um grande contributo destas deste deste novo recurso que são os resíduos para que possamos diminuir a pressão sobre a
Extração de materiais e contribuir grandemente para eh limitar aqui a pressão das alterações climáticas André no século 16 recuperou-se uma joia da arquitetura romana que eram os esgotos eh gostava que tu falasse um bocadinho da história do saneamento ao longo do tempo dos esgotos daquilo que depois foi
A época dos aterros e daquilo que vivemos hoje como realidade contacto com os resíduos Okay fazer assim Um percurso histórico Ah também eu faço nos Capítulos introdutórios do livro foi foi uma parte engraçada da pesquisa das leituras que fiz descobrir assim com algum detalhe aquilo que eram aquilo que eram os lixos mas
Aglomerações medievais europeias portanto começa a ser um problema desde que há muita gente concentrada portanto no fundo o lixo em mulheres como um problema Urbano porque quando há de expressão Habitacional quando há a agricultura que é ao pé de casa e que absorve os dejetos não se coloca o
Problema de lixo o lixo e Mexe com problema nas cidades porque aí aquilo que são os dejetos humanos aquilo que são também os dejetos dos animais que conviviam connosco para a alimentação para transporte nas cidades os cavalos os porcos os cães ah aquilo que são os restos da preparação de alimentos ou das
Pequenas atividades económicas isso de facto Hum acumula-se cria massa e começa a ser um problema e efetivamente não havendo nas cidades medievais processos muito desenvolvidos para lidar com esse material todo a verdade é que podemos imaginar cidades bem naldes e abundas com muitos problemas de celebridade em certos sítios pelo menos com a
Acumulação as águas estagnadas porque também não havia maneira de eles fazer fluir de pronto Sanear realmente essas cidades e Os relatos são muito exuberantes É nos até muito difícil imaginar isso ah não podemos dizer que é muito curioso quando as pessoas dizem Ah eu gostava imenso de viajar na história
E viajar no passado mas com aquilo que Estás a dizer só com muita penicilina não é depois que também não havia mas mas sim ah acho que isso também nos ajuda a perceber e a valorizar aquilo que são os as infraestruturas e os processos que hoje temos à nossa
Disposição e que permitem realmente vivermos com com Muito conforto com a higiene Ah ainda que depois é é o lado mal desses processos todos é que de facto ocultam ah os impactos as consequências dessa dessa grande desse uso Ah muito verás de materiais Porque como eles de fato vão pelo Cano
Ou vão no camião do lixo para longe da vista é quase como se deixassem de existir e de facto na nossa experiência de cidadão comum de todos os dias eles deixam de ser um um problema só aparecem nas estatísticas e numa espécie de ideia de que não de fazer tanto lixo mas não
Estão presentes no nosso dia a dia portanto por um lado é bom que assim seja Porque vivemos com outro outro conforto ou três higiene mas eh no fundo é quase como se esta esta forma que encontramos de eh tirar o problema de da daquilo que é a nossa vida de todos os
Dias ele fosse ressurgir de outra forma noutras latitudes nomeadamente e também esta ideia de que por exemplo algo colocarmos tanto lixo em aterro que é um problema grave aqui no no caso de Portugal especificamente porque temos maus números na no desempenho a esse nível quando colocamos resíduos em até
Portanto num grande buraco eles ficam ali a sofrer um processo de de composição que é poluente e que no fundo estamos ali assim a pôr do lado porque alguém Resolva no futuro porque hum Apesar de considerarmos que sobretudo após um encerramento de Um aterro por exemplo Ok pronto pode
Descobrir fazer um parque por cima que é o que se tem feito e é bom mais uma vez mas mas a verdade é que o problema continua a estar lá com potenciais e infiltrações nas nas águas subterrâneas de libertação de metano por exemplo e portanto esta forma que encontramos de
Tirar o problema do centro das cidades Foi criar outros problemas perniciosos noutro sítio ou seja arranjar uma maneira nova de tapar aquilo que é evidente que é o efeito do lixo na na poluição um Urbana e do ambiente Ana Cristina na verdade os resíduos domésticos são apenas um menos de um
Terço da totalidade dos resíduos produzidos em Portugal provavelmente é uma informação que nem toda a gente tem não é Ou seja por mais que o cidadão queira reciclar fazer tudo isso ele é apenas uma pequena peça nem engrenagem Quais são as outras peças importantes para mudarmos a nossa gestão do lixo é
Verdade portanto os juiz urbanos mesmo assim apesar de serem serem um problema e de serem este problema que eh normalmente se perde de vista logo que se põe o saco Ah o nosso saco do lixo no no contentor portanto há aqui um conjunto de outros resíduos sejam resíduos industriais produzidos pelas
Indústrias ah resíduos hospitalares resíduos agrícolas portanto tudo eles tudo isso constitui um grande Universo de resíduos que tem que ser tratados seja como for relativamente a estes resíduos Há outras formas que normalmente não chegam ao cidadão ou seja ah enquanto que os nossos resíduos são as câmaras municipais que resolvem o
Problema portanto chegam à nossa porta retiram os resíduos e leva-nos nos dedos industriais normalmente o industrial tem que pagar pelo volume de resíduos que que produz e portanto o facto ter que pagar reduz logo ali ou Queria alguns comportamentos diferentes ou seja quanto menos resíduos produzir ou quanto mais ah resíduos indiferenciados conseguir
Separar nas várias fileiras eu pago menos do seu encaminhamento e daí o fato de o maior problema efetivamente para além dos resíduos perigosos porque também temos resíduos perigosos ah da produção normalmente industrial e hospitalar para além desses resíduos o grande problema que temos em termos de tratamento
Qualquer forma para como é que se poderia mudar a Andreia esta Ecologia a uma outra ecologia do Lixo ao ligar Ecologia ou liso uma das possibilidades era Ana Cristina dizia bem os industriais pagam aquilo que produzem uma das novidades ou daquilo que pode ser no futuro uma nova abordagem do lixo
É um sistema chamado pai azitrol eu acho que o público não vai gostar muito de saber isto não é não sei podes explicar o que é a lógica por trás disto que é muito apelativa podes explicar portanto aquilo que deita fora sim ah eu na verdade até há alguns anos atrás
Ignorava que ah pagava pelo serviço de gestão de resíduos que me É tem que aproximar pronto que pagava pelo serviço da gestão de resíduos que é oferecido pelo meu Município se calhar muitas pessoas ignoram até que que estão a pagar essa taxa porque ela vem ali muito disfarçada na conta da
Água portanto nós pagamos uma taxa que é proporcional ao consumo eh de água que temos e todos os meses eh com esteamos assim esse serviço é dessa forma que o cidadão eh contribui para aquilo para este serviço público que é prestado pelos municípios da remoção dos seus
Resíduos agora o que ah de facto faria sentido até porque ah estamos aqui a falar numa estamos há muitos anos a pedir ao cidadão para separar para fazer corretamente disponibilizamos a informação fazemos esse apelomos ao seu sentido e qual as consequências ambientais do seu comportamento há importância que tem estes materiais que
São resíduos para entrar em novos processos produtivos fazemos isso tudo mas na verdade a pessoa quer separar quer não quer Produza muito ou pouco lixo vai pagar uma taxa que não tem nada a ver com isso com o seu com a sua forma de consumir e com a da separação que faz
Ou não faz e a verdade é que se considera que este tipo de incentivos ou penalizações económicas são bastante eficazes para moldar comportamentos noutras áreas e nos resíduos não é diferente então existem alguma algumas cidades e em Portugal também já há várias experimentar isto esta outra forma de calcular o conteúdo do cidadão
Para o que estiar o serviço de gestão de resíduos que passa Então por indexar a uma efetiva contabilização do lixo que produz isto não é muito fácil de fazer aliás se calhar Depende da forma como algumas cidades estão ou não em infraestruturadas em termos de ah contentores processos de recolha eu
Analisei alguns casos e acho que posso continuar a ser verdade que a meia no distrito do Porto é se calhar o caso mais emblemática com bons resultados Porque também tem pronto alguns as particulares da forma como fazem a recolha que possibilitam esta esta medição daquilo que é o a produção de
Lixo de cada família e eles na práticas de contar pode ser por peso por volume por frequência da recolha ali na Maia é frequência com que o contentor de indiferenciados é recolhido portanto Há Um percurso feito sempre pelo camião passa pelos prédios pelas moradias individuais há um contentor
Diferenciados que está ou não está colocado no exterior para a recolha e quando está há uma contabilização que é feita quando não está não é e portanto é a quantidade de vezes que esse contentor recolhido que é contabilizado isto significa que o sistema é capaz de identificar cada um deste contentores
Sabe quem é portanto isto passa por um chip tenho aqui alguma tecnologia o seu contentor é isso no caso dos das dos prédios multifamiliares eh o sistema nem sei se na verdade já está a ser alargado a a esta tipologia porque quando eu fiz a entrevista ainda eram só as moradias unifamiliares abrangidas
Pelo sistema aí vai ser digamos o comportamento coletivo de todos os habitantes do prédio que vai editar mas vai na mesma haver um contentor identificado pertença àquele prédio e a tarifa depois vai ser cobrada distribuída pelos moradores do prédio Isto significa que se uma pessoa só tem
Que pagar pelo diferenciado se separar e depois que tem que haver uma fiscalização para saber se aquilo que não devia estar no diferenciado não está aí pronto para a recolha seletiva há aqui alguns pormenores de sensibilização e fiscalização que tem que acompanhar este processo mas digamos o princípio é
Este muito simples de ir ao bolso da cidadão que é uma forma de dizer de efetivamente fazer coincidir um comportamento com um um custo e o comportamento não for o comportamento adequado Ana Cristina André explica no livro que nos anos 80 Portugal era um país de lixeiras de lixa céu aberto não é
Portanto e e e dá dados curiosos por exemplo o mal Face pode demorar mais duas décadas a de composto que é um dado estranho eh dos aterros até estas novas formas estas tentativas de alteração da relação de cada cidadão com o lixo que outras possibilidades ver no futuro
Portanto claramente nós tivemos aqui uma evolução muito positiva nos anos 90 conseguimos entre os anos 90 e os dois e dois mil conseguimos Fechar todas as nossas lixeiras estamos a falar de várias lixeiras municipais 300 e tal a nível Nacional hoje em dia temos aterros aterros sanitários controlados cerca de
32 a nível nacional e temos outras infraestruturas de tratamento temos a infraestruturas de tratamento que permitem recolher as embalagens de plástico de de metal é o papel cartão vidro e tudo isso é depois recuperado e reintroduzido na indústria para ser reciclado Ah e isso ah exigiu Portugal infraestruturasse em termos de ah
Equipamentos de de de tratamento destas frações portanto para a reação última material que nós chamamos portanto a fração embalagem de plástico e papel e vidro temos Portugal quase todo e infraestruturado portanto nós temos 23 temas de sistemas de gestão dos idos urbanos a nível nacional que eh juntam vários municípios e conseguem criar
Algumas escala no tratamento destes resíduos Portanto tem aqui eh tratamentos eh conjuntos eh a nível Regional e e portanto para o último material há uma infraestruturação já feita de alma década ou duas décadas para cá portanto relativamente a uma nova fração que nós temos que apostar
Muito nesta década que é a relação dos desalimentares dos Bio resíduos portanto temos Portugal começar a enfartar e infraestruturar-se para o efeito mas para isto há necessidade de andar um passo para trás e criar um novo fluxo de resíduos ou seja nós nas nossas casas vamos ter que começar a separar também
Os desalimentares para que chegue aos nossos temas de gestão de resíduos e possam ser transformados querem biogás que vai transformar energia e a a Andreia fala muito no livro dela portanto nesta nova neste fluxo que vamos ter que criar e na mais-valia que isto pode trazer quer
Seja ao nível do composto que pode vir aqui a melhorar grandemente os nossos solos que são pobres os nossos solos agrícolas e o próprio biogás que vem aqui criar uma nova oportunidade nesta transição energética que nós temos que criar a breve prazo e o Biel gás contribuirá para isso de qualquer modo
Como dizíamos há pouco é só um terço dos resíduos produzidos ah outro dado que é Andreia dá e que é interessante é que Portugal importa vidro e plástico para os consumo que é que isto quer dizer de deficiência desse sistema dessas infraestruturas exato isto quer dizer que nós não recuperamos plástico e vidro
Suficiente para que a nossa indústria não tenha que importar Ou seja a há aqui uma necessidade Clara de aumentarmos a recolher a separação fazemos as nossas casas quer em quantidade querem qualidade que possa ser posteriormente utilizada para a nossa indústria e que haja essa possibilidade deixarmos de importar
Andréia é um todo este sistema sofre como muitas coisas em Portugal de sulfinanciamento crónico a tua radiografia atual do nosso lixo é francamente positiva francamente negativa assim assim em que ponto é que estamos Bom eu acho que no Livro tento apreciar a evolução com alguns altos e baixos daquilo que é
A nossa relação com o lixo mas a verdade é que nós em Portugal [Música] eu ia dizer nunca produzimos tanto lixo como hoje mas não é bem bem verdade acho que até já tivemos uns anos acima agora se calhar com a introdução aqui da de algumas sensibilização ambiental
Algum Eco design algumas mudanças Ah mas no final em termos de números quase que posso dizer que de facto nunca produzimos tanto lixo como como agora na verdade também o PIB cresce o lixo cresce em função como o pedido efetivamente apreciado ao lado daquilo que é o crescimento económico que
Obviamente eh se calhar não devia ser a única medida não é para ah apreciarmos a nossa prosperidade e bem-estar Mas é uma que utilizamos muito e que efetivamente também Conta essa história e se hoje temos certos níveis de conforto temos abundância de consumo que nos permite Até Deitar coisas fora nomeadamente no
Caso dos bens alimentares Isso é um problema grave e difícil de mudar mas pronto podemos dizer que se fazemos muito lixo é porque também temos essa capacidade de consumir que é uma coisa boa que nos obviamente nos deixa tranquilos e numa situação de vida que
Não temos que estar a pensar se temos o suficiente para viver temos o suficiente temos mais que suficiente mas isso de facto traduz-se na produção de lixo e isto é o mesmo em todo lado é claro que eh as trajetórias de crescimento económico e produção de resíduos nos
Diferentes países são são diferentes e é interessante apreciar realmente aquilo que eh Portugal Tem conhecido que é mais ou menos uma uma curva as curvas de produção de resíduos e de crescimento económico vão mais ou menos lá do lado mas isso de facto não não tem que ser
Assim apesar de haver com relação nós vemos coisas diferentes a acontecer noutros países que Já conseguiram mudar alguns processos e por exemplo a Holanda é um país muito diferente também com uma estrutura da economia bastante diferente mas que em termos de evolução da produção de resíduos e de crescimento
Do PIB tem curvas a andar em sentidos opostos neste momento portanto continuando um crescimento económico bem superior àquele que é o português mas resíduos quantidade per capita anual de resíduos que é quase equivalente à nacional e isso porque eu o que é que fazem que nós fazemos bom eh quem se
Movimentam um pouco nesta neste universo da circulariedade está sempre a falar no Holanda como um grande Pioneiro eh efetivamente O que é que eles conseguiram hã eles conseguiram processos e se calhar ah em em alguns setores da economia isso é especialmente interessante até para nós porque estamos longe de de conseguir os mesmos
Desempenhos por exemplo no setor da construção eles Ah se calhar por também serem um país até muito pobre em termos de matérias primas ah sabemos que eles basicamente tiraram aquilo da água e tiveram que aproveitar tudo para para construir e portanto até por essas condições geográficas e por essa história de
Aproveitamento de recursos eles que tu conseguem ter taxas de circularidade ou seja de reaproveitamento de materiais na economia nomeadamente no setor da construção que são muito muito mais altas daquilo que é a média europeia e muitíssimo mais altas aquilo que são eh os números em Portugal sendo que o
Sector da construção é especialmente mal aqui no nosso caso eh mas quando se consegue de facto introduzir Ah bom começa efetivamente no cidadão alguns hábitos de separação processos infraestruturas muito eficazes Hum E E mais uma vez a Holanda até é surpreendentemente eficaz na utilização de tecnologia nomeadamente para coisas
Como a a separação de lixo em diferenciado eles de facto conseguem fazer melhor melhor que nós um processo do qual Nenhum de Nós é epologista porque o que interessa é separar na fonte Mas eles conseguem mesmo quando isso não não acontece introduzir processos muito sofisticados de recuperação de materiais portanto é uma
É uma mistura de comportamentos avançados eh tecnologia igualmente avançada e um histórico de relação com alguns setores económicos que que os eh posiciona dianteira a agência portuguesa do ambiente concilia com certeza aquilo que é a forma como temos seguidas directivas europeias e a legislação Nacional em termos europeus como é que nós
Seguimos arrisca aquilo que a União Europeia terminamos particularidades em termos de legislação o que é que falta fazer nessa área portanto Portugal é muito condicionado pela legislação Comunitária portanto nós temos até até que é as as directivas ah Portanto o universo dos resíduos era muito regulado por directivas e agora estamos
A notar ao nível da União Europeia uma passagem regulamentos e qual é a diferença na diretiva eh Portanto o o Portugal o estado dos membros podem e conseguem fazer adaptações à realidade Nacional nos regulamentos não portanto eles passam a ser aplicáveis tal qual eles são aprovados isto tira-nos de
Alguma flexibilidade a nível nacional no entanto temos sempre possibilidade de por exemplo ao nível de instrumentos económicos as taxas dos sacos plásticos ah por exemplo a taxa do take Away tudo isso há possibilidade de implementar instrumentos económicos a nível nacional que permitam aqui alinhar os objetivos Nacionais com a portanto com as linhas
Com as metas que queremos atingir e por exemplo há aqui os instrumentos económicos Como já falamos no país e o Trono são claramente muito importantes Ah mas mais importante que isso tudo é consciencialização do cidadão o cidadão está no centro de estudo enquanto consumidor porque pode evitar e ser
Exigente no que consome evitar a sua embalagem por exemplo porque eu eu vou comprar uma uma uma pasta de dentes porque é feito comprar a embalagem de cartão quando possam comprar a embalagem de plástico porque eu tenho que começar a exigir de quem coloca no mercado portanto soluções que
Não me criem resíduos nas minhas na na minha casa portanto eu tenho que ter este primeiro passo eu tenho que ser exigente enquanto consumidor e depois tem que passar dentro da minha casa a fazer a melhor separação possível e portanto para além dos instrumentos para além da Revelação eu digo que aqui o
Crucial é claramente o cidadão o consumidor que pode ser mais exigente e pode atuar melhor ter o melhor comportamento nesta âmbito ah justamente isto tudo temos os catadores do lixo a outra informação importante neste livro é de que a nível Mundial mais de 15 milhões de pessoas ganham a vida através
De trabalho informal no setor dos resíduos mas são catadores não é portanto há esta outra economia do lixo e do aproveitamento lixo O que é que podes dizer sobre isso em Portugal sim em Portugal na verdade eu não consegui encontrar informação relativa aos dias de hoje que fosse de
Alguma forma comparável aquilo que é o fenómeno dos catadores de lixo na América Latina Por exemplo agora bom considerarmos que roubar catalisadores automóveis é uma forma de captação Aí sim aliás temos bom se calhar para certo tipo de materiais até um bocado efeitos perversos do valor que tem do
Mercado como é o caso dos catalisadores de automóveis e de alguns metais que Dão origem a roubos ou digamos aproveitamentos de algumas estruturas obsoletas quando há metais para vender portanto aí podemos falar de alguma de alguma captação no fundo também é uma estratégia de sobrevivência Ou pelo menos de
A forma de fazer algum dinheiro a partir de materiais que estão abandonados podemos fazer essa comparação mas digamos às com fenómeno é é muito residual e muito específico em Portugal neste momento diz alguma coisa sobre o nível de vida que nós enquanto país já temos a situação é muito diferente em
Países como o Brasil com grande muita população e uma grande desigualdade social em que efetivamente a muitas pessoas centenas de milhares que vivem da Captação portanto são no fundo agentes de resíduos informais que em lixeiras nas cidades vão procurar materiais para vender fazem no várias
Horas por dia e portanto é como se fosse um um trabalho e efetivamente também por processos depois do coletivoização de reconhecimento por parte dos Municípios há quase uma formalização aquilo que que é um um trabalho espontâneo e fruto do de condições de vida duríssimas mas que em alguns casos
E em algumas cidades eh digamos esses processos foram até mais longe com cooperativas decatadores a serem formadas às vezes com a ajuda também de algumas organizações sociais da igreja e eu reconhecimento por parte das autarquias desse trabalho um e uma digamos quase que absorvem no fundo do trabalho desses desses catadores para
Proporcionar o serviço que eles próprios dificilmente proporcionam efetivamente a recolha seletiva que é muito normal e conhecida de todos aqui na Europa praticamente não existe não é praticamente não existe Ah munícipes que estão efetivamente adotados mas no ponto geral é mesmo uma percentagem pequena no entanto a nível
De recolha seletiva de alguns materiais nomeadamente o cartão e o metal das Latas há resultados muitíssimo bons mas que vem efetivamente dessa força de trabalho da Captação portanto é um sistema muito diferente e essas histórias decatação são por um lado não sei um bocado um reflexo de uma
De uma grande vitalidade que existe nas pessoas que quando têm que se virar vão e fazem e depois acabam por prestar um serviço fundamental a toda a sociedade mas estão associadas a condições de vida duríssimas e aquelas imagens que conhecemos de assentamentos humanos em cima de lixeiras ou ao lado do lixeiras
Exatamente porque ali está a fonte de rendimento de dezenas de milhares de pessoas e portanto Há cidades cuja lógica económica é essa é o de viver da grande lixeira que existe ao lado são são fenômenos como uma enormes pressão em termos de de pessoas envolvidas e e
De impactos mas que pronto podemos dizer felizmente não não temos aqui em Portugal o livro da Andréia foca também muito Lisboa e os lisboetas podem dizer em vários bairros há o problema dos catadores do lixo ou seja dos tombadores do lixo do portanto é um problema real não é eu
Creio que com a crise e com a pandemia e se acelerou pelo menos nas ruas é relativamente visível em algumas zonas ah como o lixo é deitado para o chão ou como a uma pobreza ao ponto das pessoas recorrerem ao lixo para catarem alguma coisa que faz que representa alguma
Melhoria da Sua má qualidade de vida ah o que ele perguntava é creio aquilo que o cidadão comum pergunta quando lhe pedem que separa o lixo que tem outro tipo de relação com os resíduos a quem é que o cidadão se pode dirigir quando tem caixas a esse nível Ou seja quando não
Tem o contentor precisa quando vive numa rua onde eh o lixo Se acumulando os passeios a quem é que se dirige e essa e saber se essa resposta é de facto eficaz muito bem assim portanto aqui os nossos isurbando os zitos nós produzimos os nossos domicílios são das exclusividade de recolha dos dos
Municípios portanto são as câmaras municipais que têm aqui a responsabilidade por gerir os resíduos que nós temos em nossas casas ah depois lá está como eu disse eu eles recolhem ah este resíduos e levam para o tal sistema de tratamento ah de resíduos urbanos onde ele é tratado mas a recolha
Normalmente é da exclusividade da Câmara Municipal e portanto é a câmara que os que os cidadãos dirigem deve ser à Câmara que se dirigem algum departamento específico normalmente é os os os departamentos das câmaras que tomam conta são os do organismo e higiene Urbana portanto quase todas as câmaras municipais têm um
Departamento específico para o urbanismo e higiene Urbano e portanto e é e claramente que o cidadão tem que se dirigir para reclamar para poder informações ou para qualquer outra questão relacionada com seus vizinhos e com uma resposta eficaz Esperamos que na maior parte das vezes sim portanto dadas dimensões das câmaras
Municipais também depende há há aqui há aqui que é umas municipais que dimensão muito reduzida outras que claramente tão muito mais importância a esta giene Urbana outras que não mas de uma maneira geral eh eu Julgo que esta consciência dos próprias termos municipais está a aumentar esta necessidade de manter as
Suas cidades limpas não só posso cidadão mas para o grande dimensão que tem adquirido aqui o turismo no nosso país portanto tudo isto tem levadas as camas municipais a dar mais atenção a este a este este processo é para terminarmos esta conversa sobre o lixo e abrir o apetite para este livro valer
Precisamente no final do livro uma referência que é feita a Holanda e a forma como nós podemos conviver melhor e até de uma forma criativa com os nossos monstros que é como dizer com o nosso André escreve o seguinte quem convive muito bem com o lixo Se as deixarmos são
As crianças em amster dá um existe desde 1971 um parque infantil que parece uma favela cheio de cabanas feitas de paletes e outras madeiras descartadas sendo que tudo foi sendo construído e destruído pelas próprias crianças autorizadas a manipular martelos e serrotes num espírito epide promoção da liberdade e da alta suficiência o
Estúdio de arquitetura britânico a sammbal fundou em 2014 um espaço com um espírito semelhante pneus bidões e madeiras em abundância servem de base para criar e recriar estruturas diversão e exploração tudo no meio da mais volume ou não fosse isto nas fogosa em Inglaterra na verdade escreve Andreia somos demasiado quando descendentes
Quando encolhemos os ombros estamos a contaminação dos BIOS resíduos fornecidos pelas restaurantes quando constatamos as estagnação nas taxas de recolha seletiva e subida na produção total de resíduos e respondemos com mais uma campanha de sensibilização estamos admitir-nos da nossa responsabilidade coletiva de cuidar dos recursos que prendemos
Conviver com o lixo é pois isto explorar estas formas de fazer mundo com o lixo mesmo sabendo que elas só podem absorver uma ínfima quantidade do material que desqualificamos esquecer a salvação do planeta ou Nossa e cuidar dos nossos Monstros essa a mensagem principal o lixo em Portugal de Andreia Barbosa
Editado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos muito obrigada obrigada a todos obrigado obrigada [Aplausos] [Música]
2 comentários
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Culpem a geração fast food, e os vegetarianos. Querem que nós trabalhamos para eles e ainda pagamos impostos de serviços. Nossa casa virou central transformadora para a máfia dos resíduos.