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[Música] [Aplausos] [Música] estamos de facto aqui para mais um h lançamento de um retrato neste caso de um retrato publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos o meu treinador da jo Bertolo que é uma ex-atleta de natação e de teatro de triá e eh que vai conversar conversar
Connosco sobre essa experiência e eh temos connosco também para conversar sobre o que é que significa ser atleta de alta competição o Eh ciprian Lucas que é assessor de comunicação da Federação Portuguesa de Natação coautor do livro 30 anos de triatlo Não não é fácil dizer isto 30 anos de
Triá ainda mais o resto 30 anos de triá publicado pela federação de triatlo de Portugal isto é uma uma aventura H A primeira questão que eu me coloco relativa e creio que provavelmente toda a gente que não fez desporto de alta competição out Porto de alto rendimento
É eh como é que se dialoga com o corpo e eu começo por aí Joana Ah como é que numa idade Quando se é ainda criança Quem começa a na alta competição começa muito cedo e é quase uma antítese começar em alto rendimento quando ainda se é criança não é portanto quando o
Corpo ainda não se conhecem os limites há uma coisa uma vez que um um Pediatra me disse relativamente a um dos meus filhos eh quando ele caía muito ele dizia como é que como é que pode não cair se todos os dias os limites do
Corpo eh se ele não sabe quais são os limites do corpo portanto é normal que ele caia os braços estão sempre a aumentar os as os pés estão sempre num sítio diferente portanto se isso acontece aos adolescentes e às crianças essas alterações constantes do corpo como é que
E se coaduna isso com o desempenho de alta competição muito bem eh Boa tarde eu primeiro de tudo antes de responder obrigado pela pergunta Filipa queria só agradecer H esta sala tão bem composta ao Corte Inglês por nos eh receber à família e aos amigos que estão aqui e
Que me enchem de alegria porque pronto estou estou nervosa é um livro importante para mim Eh e não queria deixar de agradecer a vossa presença neste momento importante e também ao António Araújo que não vejo e à Fundação Francisco António que tá ali e à Fundação Francisco Manuel dos Santos por
Este voto de confiança realmente isto começou por ser umas memórias e depois eu tive ambição de tornar num retrato Hum e foi uma aventura que embarcamos eh juntos também quero agradecer ao Cipriano por partilhar este momento aqui comigo mas não só porque ele teve sempre
A par ou boa parte do processo a par e a ajudar-me a fazer sentido de algumas coisas que apesar de ter sido atleta nos anos 90 hoje em dia já não já não me faziam muito sentido portanto foi assim um aliado eh muito valioso no processo de escrever este livro e eu agradeço
Muito à Filipa por estar aqui também connosco e claro às pessoas às pessoas que fazem parte do livro que também podem eh ver nos agradecimentos finais as pessoas do Observatório Nacional contra a violência contra atletas julino barruncho Maria ariosa depois acho que no decorrer da conversa vamos chegar a
Nomeá-los não quero também H numa introdução H tornar isto muito fastidioso mas é um livro assim numa metáfora já sobre o que é um atleta de alta competição é um livro que eu assino mas que é feito mesmo de muas por muitas pessoas de muitos testemunhos eh e não podia não
Começar por agradecer em relação às idades H precoces Nos quais estes estes livros e estes percursos têm lugar sim há É verdade que há essa contradição porque a ma é um um impeditivo ou uma exigência biológica dos corpos porque a maioria do as modalidades e muda muito de modalidade para modalidade tem Piques
De Performance em idades eh adolescentes ou jovens ou há atletas que depois dos 20 anos já estão em declínio de carreira ou dependendo lá tá da modalidade o triatlo por sorte é uma por ser uma modalidade Endurance é uma modalidade que pode ser praticada até mais tarde
Que tem atletas com 4050 anos que ainda estão em topo de forma mas eu diria que isso é uma relativa Raridade porque na natação eh o Cipriano tá tá aqui a corrigir-me se eu disser H algo errado o pico de forma é muito anterior portanto
Um atleta aos 15 16 17 já sabe que pode estar a viver os seus melhores anos e depois Em algum momento vai chegar ao pico que também uma pessoa nunca sabe onde é E vai começar a a descer e também isso acontece isso no caso das raparigas também é muito flagrante Claro
H nas antes dos 10 não é que o corpo tá sempre a mudar h pode haver que H lembro-me disso na na natação havia Miúdos que eram os melhores um ano e depois outro de repente e pronto desenvolvia-se e no ano seguinte já era aquilo havia uma uma era muito intercambiável porque
Tinha mesmo a ver com com o o desenvolvimento de cada um e depois as raparigas quando chegam à aquela idade que é um bocadinho assustador porque idade da puberdade em que o corpo vai realmente mudar e a parte hormonal condiciona bastante a performance física é um grande medo e uma grande incógnita
De que porque pode ser potenciador da da performance e pode não ser então é é no fundo é mais um fator de angústia que é uma coisa que eu sei que vamos falar aqui hum no fundo um atleta muito jovem está a tentar burilar um instrumento à sua
Máxima performance e o instrumento todos os dias muda não é isso é por definição eh algo pronto uma tarefa difícil digamos assim sipri da da da sua experiência H como jornalista também como como assessor na na Federação e a natação é um desporto há há uma coisa curiosa vou
Aqui mudar um bocadinho há uma coisa curiosa que a Joana diz a determinada altura que é o melhor atleta qualquer coisa como o melhor atleta é aquele atleta que aprende a competir consigo mesmo não é e na natação eu pratiquei natação eu não de alta competição mas de competição Zinho
Na natação é curioso quando não conseguimos olhar para o que está na pista do lado e portanto estamos de facto a competir connosco mesmos h quando o que é que pensa nesta questão como é que se treina um atleta como é que se na sua perspectiva qual é o papel
De um treinador eh neste caminho que é um caminho Solitário do Atleta eh também a fazer um um duelo a travar um duelo com o seu próprio corpo e com incógnitas B Isso é uma uma Obrigado por pelo convite para estar aqui eh Isso é uma pergunta extremamente difícil de
Responder porque esse é que é o mistério do do do treino sendo uma ciência também muito de arte Professor miní Pereira que foi uma uma grande figura do treino em Portugal falava precisamente nessa questão onde é que começa a ciência e onde é que começa a arte evidentemente
Que o treinador tem um papel fundamental em todo o processo eu eu eu próprio defendo que ele deve continuar a ser o centro de toda a organização do treino porque Hoje o treino é multidisciplinar não é hoje hoje para se treinar a alto nível tem que ter equipas
Multidisciplinares mas eu entendo que o treinador deve ser deve ser esse centro quando falava na individualização é é curioso porque eh Um dos fatores que hoje a natação e penso que a natação tem vindo a melhorar eh os seus resultados não sei se T andado por isso na comunicação social
Mas e a natação tem vindo a melhorar eh temos um um jovem que tem vindo a fazer resultados grande nível Diogo Ribeiro que eles falam precisamente nessa questão da individualização do treino mas ao mesmo tempo ser um um trabalho coletivo com os próprios colegas ou seja uma competição individual Porque eles
Estão ali numa pista têm só a pista para eles eh mas ao mesmo tempo eles eh procuram encontrar eh aspectos que os ajudem a nível do treino e que os levem a superar-se e isso é um fator que eles que os próprios atletas os próprios nadores atribuem a esta melhoria nós eh
Na Federação de natação contra tramos um treinador brasileiro Alberto Silva que é tem um currículo muito bom e ele também foi capaz de introduzir esses elementos do coletivo no treino sendo um desporto individual e não me vou não me vou alongar mais senão não Me Calo não não
Não fa não é é é que os desportes individuais ao contrário do que se possa pensar tem muito coletivo e a Joana no no seu livro fala muito nisso em todas as motivações que ela encontrava desde desde os colegas e as todos os momentos antes e durante e depois o treino para
Para poder a no fundo lidar com aquilo que é a a sua própria superação individual uhum depois há a questão dos limites até onde é que vão os recordes até onde é que vão os recordes até onde é que se pode ir tu falas no início do livro no ideal da paideia que
É o ideal da antiguidade grega não é corpão ção em mã é muito mais do que isso não é o ideal da paideia é formar-se e conjugar a cultura conseguir lugar no fundo a matemática tu falas nisso a matemática com o desporto H mas na verdade deve haver limites
Físicos até onde é que até onde é que se vai põe também essa pergunta ou não mas o fascinante o livro começa comigo a ver os jogos não os jogos de Tóquio o fascinante e o que prende e o que me prende assust teres a respiração sim mas
O que me prende a cada olimpi olimpíada é essa sensação de hã de limar de ainda vamos bater mais records isto torna-se cada vez mais inacreditável eis ainda por cima quando é um desporto que uma pessoa entende qualquer coisa quer dizer hoje eu vejo os tempos da natação Hum e
Parece-me inumano uhum porque na altura ou seja na altura que eu seguia os recordes tinham mais dois ou três seg Ou seja já cenada 1500 a uma velicidade que eu não acharia possível nos anos 90 e todos os anos e ela de ou seja porque porque E porque é que ela desce porque
É dos corpos é da ciência do treino é da ciência nutricional é das piscinas é de mas continuamos a a conseguir levar esse Limiar do que é que um corpo pode um bocadinho mais além A negociar isso à décima de segundo Eu acho que isso mantém para mim pronto que gosto de
Desporto isso mantém as pessoas pregadas ao ecrã agora Quais são as características de base para um para ser um atleta do ou ou ou para desejar qualquer um pode desejar não é mas não tenham um corpo para isso Mas quais são as características de base para se ser
Um atleta de alta competição de alto rendimento eu não di Ou seja eu não sei não diria pessoalmente aqui é é interessante se calhar ver se sim também um Cipriano porque eu não diria eu não eu acho Ou seja eu à partida eh conto a história de uma pessoa que
Não demonstra grande talento para nenhuma modalidade mas que em si Ou seja eu não eu nunca fui sobretudo enquanto nadadora eh uma ATL Leita promissora sim é verdade que geneticamente e isso fez com que o convite inicial para ir para a competição na natação tem a ver com como
Se vê ou ser alta ter as mãos muito grandes ter os pés muito grandes e são características que um treinador identifica como geneticamente propícias a a a nadar h h mas mas depois eu não tinha os os resultados correspondentes portanto não sei se se em termos de perfil físico Eh
Claro em princípio uma pessoa muito baixinha não vai para a Seleção Nacional de Bas queet podemos ter essas essa essa mas mas depois há o fator psicológico há a força anímica que depois baralha muito as regras do jogo não é e e temos um Messi ou uma pessoas que não são
Categoricamente os corpos ideais para uma certa performance e sabemos que são excelentes naquilo que fazem porque tem outros fatores tu começaste por ter um treinador que tu dizias que era um um bom que era eh muito simpático uma uma uma figura eh muito amistosa eh e depois
Tiveste os russos não é se pode dizer os russos um casal eh que te aconselhou a deixares e a a natação foi mais do que um conselho mas eu queria ser simpática e não dizer que te puseram fora da competição da da natação e depois tiveste o teu treinador
Não entretanto ainda houve um ou seja o O livro é um retrato de quatro treinadores diferentes que foram os quatro H dois da natação e e dois do triatlo Hum E também é uma forma de falar sobre o que é isto ser treinador porque são quatro culturas eu acabei por
Viver quatro culturas de treino muito diferentes eh se acredito que se tivesse tido mais treinadores mais culturas de treino conheceria e tem a ver com pronto com aquela variável de o primeiro que se interessava muito por nós além da piscina ou seja como é que vai a vida na
Escola como é que vai entre vocês que era muito lúdico o aquecimento era um jogo Era divertido ir treinar também estamos a falar de idades de Formação em que é conveniente que assim seja depois um choque incrível para uma cultura de treino que quando vieram os russos de
Pronto em que não existe propriamente o atleta além da sua performance interessa eles diz nadador não pensa nadador nada exato foi que eu foi que eu ouvi num momento num momento de angústia em que estava sentir que não conseguia acompanhar a o nível mais alto de competitividade da equipa e fui pronto
Fui instintivamente à pessoa que eu tinha como guia como timoneiro e comecei a frase a dizer anda a pensar muito em e ele cortou-me logo como o nadador não pensa o nadador nada e pronto indicou-me a piscina portanto é logo acho que é logo assim sintomático de uma certa
Cultura de treino depois passei para o triá e também aí o contraste entre o terceiro e o quarto é gritante Mas deixo para a leitura sipri vou vou pedir que junte as duas coisas as características do o que é necessário Quais são as características necessárias ao atleta Quais são as características necessárias
Para o treinador e o mais difícil que é qual é a conjugação de ouro Pois é não não haverá com certeza uma fórmula vencedora só uma não mas é assim e procurando partir do livro Eu acho que eu acho que teve um bocadinho de azar também porque é preciso ter sorte no
Meio disto tudo ou seja tem que se encontrar o ambiente certo tem que se encontrar o treinador certo eh evidentemente que geneticamente temos que ter as Tais condições o chamado talento que é uma grande discussão que se tem no desporto que é o talento o que
É que é um talento o que é que é o que é que é um um jovem com talento para uma determinada modalidade portanto há aqui um conjunto vasto de fatores que depois vão para para o para o nível ao nível psicológico ou seja muito M poucos
Conseguem chegar lá lá lá ao nível das medalhas não é Ou seja há estudos que apontam para até 50% de abandono de jovens até aos 17 anos que é precisamente a fase que a Joana viveu portanto H é esse esse vasto vasto conjunto de fatores e são muito difíceis
De encontrar e e depois teres a sorte também de estares num país que reúna as Tais condições e e e teres e teres o meio certo para que tudo isso conjugado que é tão difícil ser atleta de alta competição é extraordinariamente difícil será tão difícil como se calhar ser um
Grande pianista ou ser um um grande bailarino mas no caso do desporto ainda por cima num país como em Portugal Como Portugal é um milagre conseguir-se uma medalha Eu costumo dizer que uma medalha deouro em Portugal tem muito mais valor que uma medalha dor nos Estados Unidos
Como devem imaginar ter um atleta como o Nelson Nara a treinar em Portugal com um treinador português no no é na no num Espaço português no triplo saldo que é pr não é propriamente uma coisa a fácil é é um autêntico milagre portanto as nossas medalhas são milagres que acontecem e é extraordinariamente
Difícil não fugindo à sua questão que é a questão do que é que é preciso para ser um grande atleta é é preciso reunir um conjunto vasto de características e que nós nem conseguimos contabilizar porque H ao nível psicológico por exemplo e a Joana fala livro e e porque o livro
Da Joana é é muito interessante porque ela conseguiu reunir tudo numa síntese de todos os fatores de uma carreira Mas falando naqueles que onde eu incluo que são aqueles que ficam pelo caminho que não conseguem chegar lá em cima mas que se esforçaram imenso que no fundo Somos
Todos nós todos nós terminar passar por tudo não é a Joana passou por tudo passar por tudo que que que é dar o seu máximo esforçar-se ao máximo e nunca conseguir porque achar que podia ter ido mais longe mesmo eu tenho amigos atletas olímpicos que foram olímpicos e que são
Frustrados também porque ficaram na primeira eliminatória portanto há sempre esta insatisfação e a competição é qualquer coisa que faz parte do nosso nosso ADN nós muitas vezes achamos que a competição é é qualquer coisa no desporto às vezes é é é um conceito exagerado mas a verdade é que a
Superação está em nós nós estamos permanentemente a tentar nos superar agora se encontramos um treinador com a tal formação a necessária que é extraordinariamente difícil porque tu apanhaste vários níveis de treinadores vários perfis de treinadores o treinador autoritário o treinador Lec Ferro o treinador amigo o treinador porque há
Vários tipos de treinadores para chegar a um objetivo podemos podemos ter vários vários caminhos para chegar agora essa conjugação entre o treinador e o atleta por iso é que é extraordinariamente difícil h e muitas vezes o que acontece é que um treinador funciona muito bem com o atleta mas depois já não consegue
Funcionar com aquele mesmo modelo que ele tem não consegue funcionar com outra atleta e isto acontece muitas vez uma espécie de casamento ideal é quase É é quase uma relação não quero dizer que não não há e há e há quem defina o grande treinador aquele que consegue
Replicar resultados de grande nível não é aqui o treinador H quem Se considere como o treinador bom não é aquele que faz um atleta é aquele que consegue replicar pela sua experiência a sua capacidade o seu conhecimento replicar um conjunto portanto o treinador bom não
É aquele que faz o atleta como é que dizia há há quem diga que até ao contrário o atleta é que faz o treinador Hum que é nós costumamos no desporto dizer o bom atleta é que faz o o treinador agora evidentemente que o treinador H tem que ter uma uma vasta
Também eh Conjunto de características pessoais humanas até porque nós falamos muito em sacrifício Mas vamos lá ver uma coisa eh o sacrifício e eu eu eu quando pratiquei atletismo e nós nunca falamos em sacrifício nós gostávamos daquilo aquilo era era qualquer coisa que nos dava imenso prazer e a Joana fala nisso
Também no livro é qualquer coisa de o o quando as pessoas vêm falar em sacrifício mas o que é isso sacrifício vamos ver uma coisa as pessoas estão num sentido de superação que tiram prazer daqueles limites que estão a procurar evidentemente se nós a partir de uma determinada altura começamos a sentir
Que não somos capazes porque a nossa ambição é maior que as nossas capacidades físicas e a Joana pega muito bem nesse tema dando-lhe um toque muito positivo que é nós mesmo com as más experiências podemos passar para aspectos positivos na nossa vida não é e ela e ela deu-se se passou da natação
Para o triatlo eu acho que no triatlo podias ter podias ter e podias ter eu acho que na altura eu acho que estavas a começar era ali mas depois met isto que é que é que nós em Portugal temos este problema não é como é que se concilia a
Carreira de um atleta de alta competição com os estudos como é que se concilia a atleta de a carreira de atleta de alta com eu quando falo com falei aqui há pouco tempo com uma bailarina E ela diz não eu era bailarina queria ser Bailarina e só Fazia era era bailado não
Fazia mais nada não estava a pensar que ia estudar para ser engenheira ou arquiteta ou Isto ou Aquilo e nós este temos este problema no desporto é extraordinariamente difícil e que ele abandona aos 17 anos conhecide precisamente no momento em que as meninas e e e e em geral têm que fazer
Opções na vida TM que pensar o que é que eu faço e e é e é por aqui que se calhar nós temos que mudar este paradigma daquilo que é o atleta da alta competição nós queremos queremos ter atleta de alta competição nós o país eh revê nesses atletas nós queremos apostar nessas
Carreiras Como como apostamos no no no no noutras áreas culturais e não só portanto e é aqui que é extremamente difícil e há muitos abandonos precoco precisamente por causa disso tu já vamos falar nisso o que é que teremos que falar qual é a cultura Portuguesa de
Competição não não só isso se calhar é muitas outras coisas mas ainda sobre os treinadores a Joana eh a certa altura fala de um de um estudo português e e traça um retrato um estudo feito em 2000 que revela que revela enfim que indica que os treinadores em Portugal são
Maioritariamente do sexo masculino 90% dos os 10% que serão do sexo feminino a maior porcentagem não está no ativo h a generalidade dos treinadores tem a média de idades é de 37 anos têm uma formação específica exercem atividade como como profissão principal 30% afirmam que não são remunerados o que é uma
Surpresa enfim neste estudo dizia 30% afirmavam não serem e remunerados portanto há esta há estes dados para refletir Mas o que eu pergunto ciprian é existe uma cultura existe de treino portuguesa quando se fala dos russos disse o os russos vieram os russos estes que dizem
Não Pens n o que é que o qual seria o que é que resume o treinador português há uma característica H bem eu só eu vou falar da minha experiência que é virada mais para o atletismo Apesar de eu ser assessor de comunicação de natação eu posso falar da minha experiência e que
Foi o grande a mudança a tal mudança de paradigma O que é que fez por exemplo os nossos atletas no atletismo terem resultados de alto nível o que é que qual é que foi a a alteração foi precisamente essa mudança de Cultura O
Que é que o que é que a partir de um determinado momento e ISO levou décadas a chegar aqui foi pensar o que é que nós em Portugal podemos fazer para ser tão bons ouou melhor que os outros o que é que nos falta para nós conseguirmos atingir esse
Objetivo e isso foi conseguido ao fim de muitas décadas e por tentativa e erro de forma empírica E chegamos a ter e tivemos e temos recordistas da Europa e do mundo que durante décadas competiram ao mais alto nível e conquistaram medalhas as características que que nós tivemos é
Sermos capazes de eh Superar as os nossos complexos de inferioridade para me ponto que ainda existem muitas modalidades Há muitas modalidades que TM nós temos sempre esse esse complexo de inferioridade ou seja tem como por exemplo que modalidades Cipriano para teros ideia se calhar não seria bom
Falar mas eu penso que está a ultrapassar muitas barreiras está-se a ultrapassar muitas barreiras pode ser muito rápido assim assim não eu acho eu acho que eu acho que já se ultrapassou Essas barreiras da canoagem já se ultrapassou Essas barreiras no triatlo já se ultrapassou Essas barreiras eu eu vou falar pel
Positiva no atletismo já há muito tempo se ultrapassou eu penso que o atletismo teve aqui uma um papel de charneira a nível de de porque foi a primeira modalidade que disse e pá não nós nós est treinarmos tivermos as mesmas condições uma modalidade guia não é guia
E que e que serviu até para o triá e eu falo com muito com as pessoas do triato precisamente por ter escrito esse livro dos dos 30 anos eh as pessoas do triado seguiram o modelo do atletismo e e porque também são são é uma modalidade de esforços de
Longa duração e o atletismo através do um efund e fundo teve essa essa essa esse percurso de grandes resultados agora temos a ter resultados ao nível dos saltos curiosamente e provavelmente podemos ter a nível dos lançamentos estamos a ter também bons resultados isto para dizer o quê primeiro desbloqueio psicológico e acreditar que
É possível A natação tá a fazer isso agora mas a natação durante anos e anos nós íamos aos Jogos Olímpicos para ficar na primeira el ória porque era Fantástico ir aos Jogos Olímpicos a partir de um determinado momento pensa-se que ir aos jogos já não chega
Nós temos que ir lá fazer melhor temos que lá ir bater os nossos recordes pessoais temos que lá ir bater os recordes pessoais já é bom porque se batemos neste momento se batemos os nossos recordes pessoais eu digo os nossos nadadores Eles já conseguem passar a uma meia final e se
Possível nós termos uma um nadador numa final que vai ser o grande objetivo destes Jogos Olímpicos é ter uma um nadador numa final que é uma coisa que nós em Portugal eh só tivemos uma vez portanto isto para dizer o quê desbloqueio psicológico a nível de
Treino eu penso que já não há muito já não há não há grandes mistérios ou seja o o a ciência do treino tá muito desenvolvida e é acessível agora há que encontrar o tal modelo que se encaixe no perfil do Atleta e muitas vezes a dificuldade é essa é o modelo existe os
Princípios do treino por exemplo eu não tenho dúvida nenhuma que os nossos treinadores são têm conhecimentos científicos nível dos melhores do mundo o problema não tá depois nos conhecimentos científicos está depois como é que se aplica isso no terreno Ou seja no terreno nos atletas porque ter o conhecimento científico ter os
Princípios do treino eh eh e nós temos gente muito muito competente a esse nível falta-nos depois é ser capazes de aplicar esses conhecimentos no terreno portanto Já estou aqui a dar dois fatores de superação psicológica acreditamos que somos capazes eu penso que o ténis também temos já Alguns
Alguns tenistas que já mostram que somos capazes portanto há aqui um um bloqueio pronto esse desbloqueio tá a acontecer já acontece há algum tempo depois a nível do treino É treinar muito e bem porque o que acontecia até aqui é que nós não treinávamos nem muito nem bem
Treinávamos pouco e por várias razões e por por por por a Joana fala NSS aspectos interessantes que é a recuperação como é que se está preocupada em treinar muito mas depois não recupera Uhum eu costumo dizer a brincar eu quando conheço um jovem atleta eu pergunto não lhe pergunto se
Ele treina muito eu perguntei tudo dormos a cesta se descansa bem se ele não dorme a sesta como é que ele vai conseguir assimilar o treino e a Joana fala nesse problema a partir de uma terminada altura havia alguma dificuldade em não eras j b Mas eu tive
Um treinador que me ensinou a parar não é porque eu não eu vinha de uma conceção de treino em que quanto mais melhor era ou seja era a o entendimento que eu tinha era quanto mais quilómetros nadasse quanto mais e descansar era quase um pudor h e a questão da alimentação também não
É que tu tiveste esse problema tive que pronto tive que graças a esse treinador tive tiveram que me incutir H pronto a importância de regenerar não é porque estamos a atacar o o o organismo estamos a dar cargas de treino para o organismo reagir cada vez mais adequadamente não poes esticar o músculo
Até ao limite não não tem que haver o o o o o momento certo não é sim mas ainda só aqui complementando ainda que o que o livro privilegie muito esta relação que obviamente me fascina entre sobretudo uma atleta e a seu treinador Hum também os os os resultados das modalidades em Portugal
H também se explicam por toda uma série de fatores familiares estruturais o apoio nas escolas ou seja a alimentação a cultura do descanso claro ou seja há uma panóplia de coisas à volta da vida de um atleta que explicam depois também a ausência ou ou abundância de resultados h de um país
Ou por exemplo há há um há uma uma questão que é que está sempre a ser colocada e que eu tento Contrariar que é costuma-se dizer os jovens hoje não têm espírito de sacrifício os jovens hoje são muito sedentários eu eu na minha prática diária vejo o contrário eu vejo
Os jovens a quererem fazer coisas eles querem eles eles dedicam-se e nós nós é que estamos diz e pá não vê lá não faças vê lá olha Tens que ter cuidado porque se depois és atleta depois tu vê lá tens que pensar no teu futuro ou seja eh nós
Próprios é que estamos a inibir evidentemente nós Estamos preocupados com o futuro do dos jovens atletas e e há programas hoje chamado carreira Dual hoje fala-se muito na carreira Dual conciliar os estudos com com com a competição que eu acho extremamente difícil mas existe essa preocupação mas
A verdade é que eu vejo eu tenho uma um uma uma visão positiva dos jovens hoje eu eu à minha volta encontro imensos imensos jovens com capacidades fantásticas agora eles não não estão nem preparados psicologicamente nem envolvidos na naquilo que el os seus objetivos nem o meio em que eles em que
Eles estão é propício para o desenvolvimento porque eu vejo nas modalidades de espírito de sacrifício como é a canoagem Como como é as Como é o ciclismo eh e outras modalidades de esforços de longa duração eu vejo termos resultados uhum portanto é só uma questão de O que
É que nós queremos o que é que pretendemos e e e e e e interiorizarmos essa ambição eu penso que a ambição é o que não falta neste momento a j a Joana fala no livro das unidades de apoio ao alto rendimento na escola é um dos
Exemplos não sei se é outro Cipriano mas não esse esse é é o é o é é um programa muito interessante eh que permite as jovens com com características eh positivas vamos chamar talento ou com já que mostraram alguns resultados integrar um um sistema de apoios permite estar em escolas que
Têm horários especiais que têm professores suplementares que têm as ajudas a nível daquilo que é o apoio a às disciplinas com mais dificuldade que podem fazer exames à distância enfim é é é um processo que precisa de ser muito aperfeiçoado eh mas que que que é um sinal muito
Positivo que nós estamos a dar para que se possa conciliar que é um dos grandes problemas e na natação porque eles também começam muito mais cedo é comag ginástica não é começam muito mais cedo e e portanto eh chega-se ali a uma determinada idade em que tem que se
Tomar grandes decisões eh e nós nós na natação temos imensos jovens que estão em medicina e estão em cursos altamente exigentes e como é que se treina para alta competição estando num curso com medicina extremamente difícil não é uhum eh este este livro da Joana é é um livro
Autobiográfico e é um livro escrito por uma escritora h e a Joana nós estamos sempre a seguir-te e a seguir a tua vida e e com o teu talento de escritor aquilo que seguimos é a tua personagem também E H até de uma forma jocosa tu falas tanto
Do prazer de que também falas como da dor que tiveste eh ao longo deste eh deste percurso e é muito curioso a certa altura tu dizes por exemplo sempre fui a maior sempre me sentia mais frágil e dizes eh outra coisa cresci de molho em fato banho com um trafo permanente a
Cloro O que é curioso h e eu queria só ler aqui e enfim para quem ainda não leu o livro e para abrir o apetite e para ver como é interessante e e Rico o testemunho da Joana o tempo lembro-me do meu próprio corpo quando o seu propósito
Diário era essa luta o cronómetro dos Ponteiros o apito uma voz contundente a ditar tarefas a focalizar tempos de chegada lembro-me da roupa de treino sempre húmida nunca inteiramente seca antes do do treino seguinte da panóplia de cheiros cloro suor licra borracha Terra batida dos ladrilhos no fundo de
Tantas piscinas das rodas da bicicleta a deslizar sobre o alcatrão Numa manhã quente das distâncias marcadas ais no chão dos trajetos urbanos por onde corria sair da estrada e encher o peito do ar fresco e cheiro oente na mata depois da chuva lembro-me de treinos rabiscados em pedaços de papel grudados
Ao bloco da piscina quando tinha de treinar sozinha e dos Diários de treino preenchidos por números datas distâncias durações resultados batimentos cardíacos peso guardo o pânico que tantas vezes experienciei em cima da bicicleta O êxtase na natação a euforia na corrida o calafrio de ser a primeira pessoa a
Perturbar a superfície lisa da água gelada na piscina de 50 m quando o sol ainda nem nas eu lá fora saciar a sede num dia tórrido a pele que se rasga ao deslizar sobre a grevilha em mais uma queda da bicicleta lembro-me da dor e do cansaço os músculos como garras afiadas
Al lancinar os membros lembro-me da Cadência das várias cadências o Meu Respirar os pés no asfalto os braços a bater na água o vento nas rodas a pulsação pron musicais e repetitivas na variação intensiva dos mesmos gestos lembro-me de que essa iteração me lançava num trans num estado amplo e
Fora do tempo talvez as minhas memórias estejam fora do tempo este este livro tem vários tempos tem o teu tempo de agora que inclui este tempo e é um tempo que está também muito hábilmente circunscrito ao tempo em que tu estás a assistir às Olimpíadas não é e portanto
H assistir à aquilo que poderia eventualmente e que tu sonhas que podia ter sido o teu o teu o teu futuro não é que tu ide idealizadas te imaginas num pódio não é e isso é muito interessante porque não tendo tu chegado lá potencialmente poderia estar lá isso
Também é muito engraçado depois há um outro lado que está aqui e que é e que é o lado doloroso é o lado dos distúrbios alimentares eh e eu gostava que tu também falasse nisso e um lado que está na na na parte final do livro e que eh
Tu falaste na presença aqui de de de elementos do Observatório Nacional da violência contra os atletas Este é o o lado eh escuro não é o lado da Lua eh queria que falasse sobre sobre isso certamente então o Claro que o livro funciona como um panegírico com
Uma homenagem a a uma experiência muito formativa e muito forte que eu tive que foi ser atleta de alta competição e as muito muito boas memórias que eu guardo desses anos desses tempos dessas experiências algumas memórias que me parecem fora do do tempo por esse espécie de estado de alterado de
Consciência que a prática física e e extenuante proporciona hum no entanto não o o retrato não me parecia completo eh nem do desporto nem de Portugal nem o retrato Portugal nem do desporto de alta competição nem o retrato daquilo que eu estava a ver a ver no início do livro
Que são os os jogos olímpicos de Tóquio de 2021 mas na realidade que eram 2020 portanto já há ali uma uma um absurdo temporal não é que que que justificado na altura pela pandemia portanto eu eu começo a escrever este livro na reta final da da pandemia em que é em que uma
Experiência que pronto que é coletiva essa essa todos atravessamos em que bem se lembram tivemos que cada um um redefinir noções temporais e corporais não é porque era uma doença que nos atacava diretamente o corpo houve um uma ameaça um vírus todos todos tapamos e isolamos protegemos tememos a morte
Vimos pessoas morrer e ao mesmo tempo o tempo nessa altura ganhou outra espessura e é dessa H dessa atmosfera carregada e um pouco eh como se diz até h cataclísmica Apocalíptica que também que eu me sento a ver os jogos olímpicos à procura dessa inspiração que o desporto
Me traz e e na realidade foi uma edição foi Edição em que Simon biles famosamente Desistiu foi uma uma edição bastante pertur perturbada e perturbadora e é dessas reflexões que eu acabo depois por fazer um jogo um exercício de de de ir atrás os lados sombrios têm de alguma alguma forma
Estão sempre ligados aos lados Solares mas são como se que o seu excesso ou seja da mesma forma que podemos dizer que que hum eu ou estes atletas de alta competição que eu entrevisto trouxemos para a nossa vida adulta capacidades de de seguir objetivos de ser disciplinados de ser
Peristase de sacrifício eh uma certa ética perante o outro perante a competição etc etc são tantas eu para mim são tantas as competências que eu ficava aqui h a elogiar a prática desportiva o resto da tarde mas lá está sem sem um sem um certo suporte psicológico e também se fala muito de
Questões de saúde mental no livro sem entender também a fragilidade e o nível de exigência em que colocamos estes atletas facilmente por exemplo esse perfecionismo e essa esse controlo esse Rigor esse detalhe eh desemboca numa numa perturbação do comportamento alimentar dos quais eu falo aí de uma anorexia da famosa Bolim da Vanessa
Fernandes e até mais prevalente no nos atletas de rapazes as dis forias musculares que são perturbações do comportamento alimentar extremamente comuns H entre a população de atletas mas também não atletas portanto pareceu um pertinente achei que não era preciso o leitor ou a leitora a ser atleta para se
Identificar com aquele apaziguamento e com aquela luta contra o corpo que é uma uma doença do comportamento alimentar h e falo da minha própria luta com uma anorexia bastante jovem com 11 12 anos e depois mais à frente falo da experiência com o terceiro treinador em que trago ao
Trago a aos temas do do ensaio as questões de abuso de poder Porque da mesma forma que esta relação atleta treinador é privilegiadíssima porque é das não pronto é de uma proximidade e de uma e de uma entrega e de uma de uma capacidade inspiradora bastante singular até de uma dependência de uma
Interdependência e até pronto ela também tem que ser considerada enquanto a relação entre uma uma jovem neste caso uma jovem informação e um adulto não é portanto há uma há uma há um desequilíbrio já à partida de de de poder e de conhecimento e depois temos que temos que conceber estes atletas
Como ou seja para uma at do que eu digo às tantas voltando também à experiência pessoal para não generalizar H er para mim um dia um dia em que eu visso o meu treinador satisfeito com a minha prestação era um dia ganho e se e se de
Alguma forma ele não não me desse uma palmadinha nas costas ou eu visse que ele ficasse ligeiramente contrariado com a minha com qualquer coisa que eu fiz no treino era completamente estabilizador portanto uma atleta projeta neste nesta pessoa neste caso neste homem Hum a sua identidade a sua experiência
Emocional a sua calma Então essa pessoa ganha um poder muito grande de influenciar ou seja esta esta jovem atleta e isso como qualquer coisa pode ser usado com de uma forma extremamente benéfica e e os resultados mostram mas também em em situações mais infelizes
Pode ser usado e e é ou seja também fui à procura não só da minha experiência pessoal mas falando por exemplo com a Cláudia Pinheiro do Observatório Nacional de contra a violên na contra a violência contra os atletas da violência contra os atletas peço desculpa não tenho dois contras
Hum que que realmente esse trabalho tá a começar em em Portugal de criar mecanismos de denúncia porque os pactos de silêncio abundam ou seja h o exemplo que se dá sempre é se um atleta vê de numa equipa que os os atletas mais velhos não denão estão perante H
Práticas abus atrias que podem ser de qualquer podem ser palavrões podem ser de qualquer natureza não é os abusos de poder tomam muitas formas Hum E se os mais velhos não denunciam os mais novos aprendem a não denunciar não é isso isso isso são as culturas de silêncio que
Imperam que imperam ainda em muitos dos nossos clubes federações e cuj o exemplo que eu trago Pronto paradigmático foi o que vimos o que vimos nos jogos de Tóquio voltando voltando lá ou seja percebemos que a Simon baes e aquelas de Topo todas tinham sido sujeitos a h perpetuados abusos de natureza sexual
Por um osteopata creio dizer bem e e e era consabido não é havia todo um sistema todo um clubes técnicos muita gente sabia e ninguém fez nada para proteger estas miúdas e é e inclusivamente quando elas e fizeram denúncias ao FBI H foi-lhes dito que a sua perceção não contava que fo foi
Desvalorizada a sua queixa e eu e o que eu o que eu sugiro é que isto não é um fenómeno estadunidense não é não é uma coisa do desporto topo dos Estados Unidos nem das séries nem dos filmes isto acontece no clube associação recreativa da Aldeia de
Lá do fundo Hum E que é uma coisa que acho que é benéfico estarmos atentos e e questionarmos esta pronto esta cultura do silêncio e da represália e do medo de H Hum e e criamos ambientes de treino mais saudáveis para os nossos jovens atletas treinarem este este livro é um é
Um testemunho pessoal fala mas fala de uma realidade coletiva e Universal h e ao longo do livro Joana Tu vais procurando também a raiz etimológica de palavras que t a ver com a competição e chegas à origem da palavra competir que é competer que quer dizer encontrar-se
No no mesmo sítio responder a concordar com curiosamente procurar junto ao mesmo tempo juntos ao mesmo tempo curiosamente não é portanto não é estar separado H tem tudo a ver com o que estamos a dizer ou seja competir implica uma comunidade eh que apoia o atleta Ou aquele que
Compete sozinho não não está sozinho cipriana eu eu perguntava ainda dentro deste tema não é daquilo que são os os desajustes os lados menos positivos da competição eh O que é que tem sido feito em Portugal para eh ter vigilância control nestas situações de de e hoje hoje já existem
Alguns mecanismos que eu penso que ainda são insuficientes no sentido de de de se poder de denunciar e se poder eh colocar isso eh nos Espaços próprios para que elas não se não se possam replicar não é como é dos exemplos dos Estados Unidos mas eu penso que que que
É um problema que que nós encontramos em vários em várias em várias situações em várias e mesmo em aqui e e temos assistido na comunicação social a a a um conjunto de situações que têm que ser combatidas e isto evidentemente que o desporto Isto não vale tudo quer dizer
Isto para se atingir o resultado isto não não e claro que depois estes estes estas estes desequilíbrios estas estes desvi de comportamentos e e estes abusos não é quer dizer acabam por por por surgir onde nós menos menos esperamos existem o Instituto Português do desporto e da Juventude tem já
Espaços onde se possem se podem fazer essas denúncias o próprio comité Olímpico Depois temos equipas equipas e equipas e ao nível psicológico ao nível de de acompanhamento de carreira e que que também permite também acompanhar ess essas situações mas eu estou convencido que elas vão continuar a surgir e hoje
Se calhar também temos mais aparece mais também porque também as pessoas também estão a denunciar mais porque não sei se saberá mais não tenho não tenho não tenho conhecimento de estudos mais PR memorizados sobre isso mas a verdade é que hoje também se procura que esses abusos E essas esses desvios de
Comportamentos que possam possam ser travados mas eu penso que é este nível que nós estamos mesmo nos clubes eu penso que há há uma preocupação de que e principalmente os clubes que têm mais meios e e que estão mais e focados no no na alta competição possam ter possam ter
Uma preocupação de de de controle porque isto é é mau para todos não é é ma é ma para para as vítimas mas também acaba por se desvirtuar completamente aquilo que é a essência do desporto naquilo que ele tem de bom Tendo também alguns aspectos negativos quando el quando se
Ultrapassam aqueles limites e a Joana focava aqui muito rapidamente as questões de onde é que tá o limite onde é que onde é que o treinador eh não vale tudo para chegar ao sucesso quer dizer e e e e penso que hoje hoje estamos estamos muito melhor a esse
Nível mas ainda ainda há um longo caminho a percorrer eh para para terminar eu pedi a Joana para ler precisamente no final hh no no no final do livro Há outras considerações sobre a ligação entre o desporto e a criatividade e a ligação entre o desporto e a e a escrita eu vou
Passar-se o meu exemplar porque está de onde te peço para ler até onde eh em invés do teu podes-me passar o teu mas não podes ficar com esse pedi-te só que terminasse por ler Daí até ao final por favor é daqui até aqui exatamente por favor pego num livro folheio na reta
Final da escrita deste este ensaio encontro uma última réstia de força no meu ult ultramaratonista Favorito no endurance da perspicácia e da ironia David Foster Wallace passo a citar A beleza não é o objetivo dos desportes de competição mas os desportes de alto nível são um local privilegiado para a
Expressão da beleza humana a relação é mais ou menos a da Coragem em relação à guerra o seu poder e apelo são universais não tem nada a ver com o sexo ou normas culturais o que parece ter a ver na realidade é com a reconciliação
Do ser humano com o facto de ter um corpo a genialidade destes atletas não é replicável a inspiração porém é contagiosa e multiforme e mesmo só poder ver de perto o poder e a agressão vulnerabilizar perante a beleza é sentir-se inspirado e de uma forma fugaz e mortal
Recon feix de citação no fundo a devoção desportiva continua a ser a minha forma de fé uma espécie de religião da qual apenas Deixei de ser praticante obrigada [Aplausos] [Música] obrigada [Música] oh
1 comentário
Livro encomendado, com muita vontade de o ler. Se tem estado um psicólogo do desporto nessa conversa, teria sido perfeito.