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[Música] [Aplausos] [Música] bem-vindos a mais uma conversa sobre os ensaios e Retratos da fundação Francisco Manuel dos Santos hoje para conhecermos o ensaio desertificação em Portugal mostramos aqui o desertificação em Portugal estão connosco A autora Maria José roxo Obrigada bem-vinda o engenheiro florestal Lúcio do Rosário bem-vindo e o engenheiro agrónomo João
Madeira bem-vindo começaria por perguntar à Maria José na sua opinião Qual é a perceção que o cidadão comum português tem hoje sobre o tema da desertificação muito obrigada muito obrigada por estarem presentes eh antes de responderem muito rapidamente eh eu não posso deixar de agradecer à à à
Fundação eh na pessoa do do d António Araújo e da Susana Norton que realmente me convidaram para fazer este textinho sobre a questão da desertificação em Portugal e e e um e também um agradecimento muito muito especial a ao Dr Vasco mundir rosa que foi eh o a
Pessoa que tive que rever o meu texto e com o qual eu aprendi imenso porque descobri que escrevia muitas palavras PRF não faziam falta e foi uma aprendizagem muito importante e por último só a aos meus colegas eh o Carlos Machado e ao Henrique Serqueira que com
Quem eu discuti todas estas questões eh eu tenho aqui ao meu lado uma das pessoas que me influenciou na questão da desertificação o o engenheiro Lúcio do Rosário mas também o engenheiro Vítor louro e por último mesmo a minha família que eu passava o tempo a dizer tenho que
Escrever o livro não posso fazer isto ou aquilo e e portanto tive tive sempre essa questão respondendo à sua pergunta e eu acho que as pessoas começam a ter agora uma apreciação diferente do que é desertificação contudo a comunicação social ainda continua a falar em como sendro despovoamento E então agora
Utilizam uma nova expressão que é desertificação dos solos quando na realidade nós estamos a falar apenas de um fenómeno e eu espero que este livrinho seja um pequeno contributo para esse esclarecimento para podermos no fundo e colocar em prática implementar ações de verdadeiro combate à desertificação precisamos de ter uma
Linguagem comum precisamos saber do que é que estamos a falar para depois sermos efetivo naquilo que podemos realizar bom não é só comunicação social porque por aquilo que el di no seu livro Os políticos decisores falam em desertificação humana desertificação física desertificação dos solos Isto é muita informação nãoé portanto a
Comunicação acaba por vir um bocadinho destorcida cima Então o que é que é preciso fazer é preciso e entender o que é o fenómeno e o fenómeno é muito simples é um estado elevadíssimo de degradação de todos os recursos naturais numa determinada área que eh faz com que
Não haja produtividade eu escrevi acho que é um uma frase muito feliz de um de um antigo Professor meu eh que dizia quando o sol morre nascem as pedras e no fundo o que acontece é quando eu tenho um desequilíbrio no ecossistema então eu não tenho produtividade não tenho
Biodiversidade não tenho facilidade em captar água os solos estão degradados e portanto tem todo o sistema desequilibrado e eh é fundamental perceber-se que há eh três elementos cruciais e que jogam entre eles que é a vegetação os solos e a água e que e tudo este este triângulo que eu costumo
Chamar o triângulo Dourado está envolto está no fundo eh conectado pelo clima e se eu começo a desequilibrar porque utilizo mal os solos ou porque utilizo mal a água ou porque acabo com a biod sociedade então a coisa complica-se e desequilíbrio e desequilíbrio e este desequilíbrio é depois muito mais
Difícil de recompor eh estragamos rapidamente mas recuperamos leva muito mais tempo por isso é muito mais importante salvaguardar do que depois recuperar e lhe pedir só que dissessem poucas palavras e para ficar aqui a formação o que é que é então a desertificação desertificação é a degradação de ecossistemas em climas
Áridos mi áridos e subúmidos secos por atividades antrópicas pelação do homem e também com a ajuda do clima e aquilo que nós sabemos neste momento é que a mudança climática alimenta a desertificação com as secas e com o aumento da aridez Mas também quando eu deixo de ter um coberto vegetal e deixo
De ter os soles protegidos e deixo os soles degradados de ter capacidade de armazenar dióxido de carbono e portanto o carbono e este não armazenar também ajuda a mudança climática e liberta também eh carbono para a atmosfera portanto tenho aqui dois fenómenos complexos que se alimentam retroalimentam um ao outro e portanto se
Estamos a combater desertificação Podemos ao mesmo dia metar ajudar a mitigar a a a mudança climática aqui no seu livro também diz que de desertificação é um dos mais graves fenómenos ambientais globais também Verifiquei que desde 2006 cof anan já anda a falar nisto estamos em 2023 eh
Então Eh o que é que se tem passado não é ainda ninguém fez nada não já se fala muito mais eh muito desde a conferência do Rio que se falava em desertificação mesmo em Portugal se falou em desertificação nos anos 50 e e falava-se nessa questão mas
Eh é complexo quando os fenómenos têm diferentes componentes e o facto de eu ter esta componente de atividade antrópica e da maneira como se usam os recursos naturais eh sabemos que a nível Mundial áreas específicas com climas específicos onde essa ação é muito mais preponderante como são os climas Semar dos ários Periferia
Saela Norte África o mediterrâneo sul do mediterrâneo portanto e o próprio clima ajuda e aquilo que nós fazemos aos recursos naturais também portanto é um problema que afeta grande parte do Globo eu diria que afeta todas as áreas do Globo onde a degradação dos ecossistemas é grave e então é um fenómeno
Preocupante porque se degrade solos não tem produtividade tem migrações não tem segurança alimentar e essa é a relação que se faz também com os movimentos migratórios e com a falta de produtividade das terras vi vi também aqui que mais de 75% da superfície terrestre já se encontra
Degradada e que pode aumentar até 90% em 2050 perguntava aqui agora ao painel se ainda temos solução H antes de mais nada agradecer à Maria roxo o ternos convidado e ter trazido esta sala de todas as pessoas que estão aqui à minha frente para uma sexta-feira à tarde não deixa de ser um
Espanto depois para falarmos do do assunto que não é um assunto trivial as pessoas habitualmente não discutem vai-se lendo nos jornais H alguns por habitualmente de uma vez por ano pelo menos no Dia Mundial artificação referem-se ao fenómeno está aqui na sala também a senhora ponto focal eh da
Convenção em Portugal desta vez uma mulher também pados o tempo todo que viemos até aqui do ponto de vista de trabalho em Portugal sobre este esta questão sobre esta este fenómeno que é um fenómeno quase silencioso que não se vê ninguém ninguém dará nada por ele P passamos por
Ele no campo muitas vezes nem o cheiramos nem quando a chuva vem e e há um outro há um outro acontecimento que também que é hábito que já agora não posso deixar de referir é que quando fazemos reuniões sobre desertificação habitualmente chove por antecipação é só verificarem os factos
Quando há reuniões onde quer que sejam em Portugal sobre esta matéria há chuva com certeza mesmo que a gente esteja à espera de chuva Ah não sei quanto tempo o o que é que se tem feito em Portugal se calhar a pergunta era melhor eu deixi por questões do tempo e da idade
Deixei as minhas atividades práticas ligadas a isto já já lá vam 3 meses 3 anos e 5 meses está aqui a ponto focal podíamos lhe perguntar a ele o que é que o que é que o que é que continuamos a fazer o programa da ação Nacional tem
E é uma instituição que é criada é partilhada discutida e que elenca as questões e da atuação da convenção em Portugal esta convenção por mais que tenho que pareça mas isso tem a ver com a própria história da da Dita eh que foi criada no contexto daquilo
Que foi também a criação daquilo que foi a criação da da convenção n alterações climáticas e da biodivers e sendo certo que se fala sempre muito mais em em biodiversidade e muito mais em alterações climáticas e a convenção dos Pobres também foi nesse contexto dessa dessa forma que ela foi chamada inicialmente dos
Grupos de de pessoas que mais trabalharam até Paris e a primeira convenção em Paris e no princípio dos anos 90 e ela é chamada exatamente dos Pobres porque foi quase criada como um prémio eh aos países pobres e a convenção chama-se combate à desertificação nas áreas afetadas por seca ou desertificação principalmente em
África no nos esquecemos sempre de dizer o resto das coisas a verdade é que hoje em dia a convenção é aplicada em todo em todo o mundo e tem eh quatro focos essenciais na última no último programa da ação Nacional tem quatro focos essenciais um que tem a ver com as populações que
Vivam por mais que esta tónica do dpov momento Apareça aqui e seja importante dar-lhe nota e mas no no nos trabalhos que é preciso fazer para combater desertificação em Portugal e para escolha em Portugal a questão da da vida das populações é uma questão e primeira
E essencial a segunda tem a ver com os ecossistemas e com e aqueles com que vive mais diretamente estamos a falar para pro para o lado bom e para o lado mau as notícias são sempre assim e nós temos em Portugal de montados e florestas e matagais e outras formações
Ecológicas que são claramente benéficas para o combate à certificação devem ser estimadas para isso e depois temos agricultura florestas pastoras e outras coisas como o livro também sintetiza aliás eu pergunto-me como é que a professora Maria José rosos conseguiu meter tudo aquilo que meteu em 100 e tal
Páginas e tá cheio tá pesado quando chegamos ao fim nós temos que dar a a volta a isto tudo está muito completo não o Liv está muito bom entas duas questões que me falta só para rematar do ponto de vista das referências globais para Portugal daquilo que tem a ver com
O comato à desertificação uma tem a ver com as sinergias e com o trabalho com as outras Convenções também com os programas nacionais e desengano desordenamento do território mas principalmente continua a ser tão difícil hoje imagino fazer convencer os pessoal das alterações climáticas e da biodiversidade a trabalhar Neste
Contexto aqui que estamos aqui a falar hoje e finalmente um uma quarta frente que também tão criticamente mas tão eh bem assinalada é feita que tem a ver com governação da convenção como é que a governação se faz em Portugal quer no estado nos serviços de estado que é
Pelas organizações da sociedade civil sejam elas Agricultores seja ela de organizações não governamentais de ambiente e eh também aquilo que tem a ver com a ciência e com as Universidades o último programa faz um grande apelo e faz um grande esforço no sentido de trazer para o funcionamento
Do programa de ação Nacional exatamente as organizações de ciência e de saber em Portugal Obrigado Engenheiro João Madeira sua área mais aqui ligada à atividade agrícola a quais são para si os aspectos mais importantes da desertificação na atividade agrícola ora Boa tarde eh eu queria só também dar
Os parabéns à professora Maria José roxo porque nos brindou aqui com uma obra de muito valor porque tem muita informação muito condensada e que tem uma característica que termina com um guião para uma estratégia de combate à desertificação em Portugal e portanto na verdade ela deu-nos uma ferramenta e e
Cabe-nos a nós agora usá-la eu eu antes de responder à sua pergunta gostava só de de reforçar um aspecto sobre a questão da da ambiguidade do conceito e e no livro são Dados alguns exemplos que foi um prisma pelo qual eu de facto nunca tinha pensado sobre o
Assunto que é aquela aquela imagem que se vê que é uma duna a avançar sobre um Vale Verde muito fértil ex e isso adormece torna adormente a nossa perceção sobre o processo que há um desfasamento entre os ciclos da nossa vida da duração de uma vida humana e os
Ciclos a que este processo avança e essa é uma das grandes razões pela qual ele avança tão insidiosamente e ninguém o para toda a gente o vê eh quando olhamos para ele mas ninguém o para porque a grande parte das pessoas não tê consciência do que do que se está de
Facto a passar e agora entrava no que me perguntou o e e espero nem vizar isto sou um bocadinho deformado em termos de formação Deão mas H questão aqui a agricultura joga aqui um papel muito importante na enfim como destrutor Mas também como reconstrutor de território principalmente de solo não e
Portanto respondendo à pergunta que tinha feito há bocadinho nós Ainda temos salvação eu penso que sim mas não nos podemos limitar a parar a degradação ou seja temos que dar um passo em frente e entrar numa numa estratégia de reabil daquilo que já está degradado e usava
Aqui depois também e também com isto é preciso ter algum cuidado porque o termo da moda agora é Regeneração e agarrado ou debaixo do chapéu da Regeneração e da agricultura regenerativa temos todo o mundo enfim bastante pontuado também por bastante charlatanice né e portanto temos que saber um bocadinho separar as
Águas e olhar para o que de facto a professora Maria J também no livro diz que que a sensorização dos satélites dos drones a nossa tecnologia de recolha de informação já nos permite trabalhar de forma muito objetiva e baseado e basear noos numa estratégia e em resultados que
Queremos nós sabemos Quais são os resultados que queremos e temos criatividade suficiente e ferramentas tecnológicas para isso eh assim o nosso e agora vou para a parte menos simpática da questão assim um o nosso estado enfim enquanto abstrata da qual todos somos parte deixe de dar de envasar decisões aos
Principais atores sobre o o recurso mais relevante neste processo que é o sol e portanto não querendo particularizar porque como a professora mar Ross disse isto é um processo complexo mas que do ponto de vista da nossa capacidade de ação pelo menos em Portugal eu situava essencialmente ao nível do solo e quem
Usa o grande utilizador de solo em Portugal é a agricultura e floresta nãoé e e portanto são dois setores que estão bastante regulados e bastante e são são objeto de programas de de fomento mas muitas vezes esse financiamento é é é indutor de comportamentos errados e E aí nós temos
Que ter também criatividade e de alguma forma coragem para e parar aí sim parar esse processo mas mas a mas a agricultura tem tem um peso muito importante como como Falou então qual é que acha que que deve ser o caminho para evitar a desertificação que é que acha que pode
Ser feito qual é qual é a solução não nós temos neste neste a solução eu não sei mas alumas dicas mas o caminho pass Mas falou na área tecnológica e a nossa agricultura a nível tecnológico somos dos países com maior inovação por exemplo a nível da água nós conseguimos
Temos duas temos temos há uma coisa que é a nossa agricultura é um termo que devemos sempre evitar eh peço desculpa sim sim mas pronto porque o Portugal é um país extremamente diverso do ponto de vista agrícula e temos um uma temos temos um setor da agricultura intensiva muitíssimo tecnológico e e com
Gente a trabalhar muito bem sim e depois temos todo um todo um um vastíssimo uns vastíssimo 85% do nosso território agrícola que está fora desse desse desse enfim dessa capacidade de de gerar resultados económicos muito significativos que é a agricultura de sequeiro né dita que é outro termo também ele muito perigosamente abastarda
Extensiva o grande problema é que muita dessa agricultura não é extensiva extensiva é globalmente entendido como a agricultura que usa essencialmente recursos endógenos Ou seja que importa pouco do do exterior seja eh fatores de produção já acabados seja seja Combustíveis e fertilizantes Eh Ou seja fatores de produção já acabado des
Entendo a serração para os animais seja as os fatores de produção mais primários para produzir essas coisas dentro da exploração mas eh eh uma uma grande uma uma grande fatia do território hã que tem agricultura de sequeiro está no limite do extensivo e muitas vezes está já no intensivo é é é
Uma atividade intensiva a seu aberto ar Liv e há aqui uma grande potencial de confusão entre estes dois conceitos e mas a mim parece-me que é aqui o ponto o ponto onde pode estar a nossa o início do caminho para a solução que é sempre
Que nós induzimos a saí do um sistema de agricultura para fora do do uso dos seus recursos endógenos estamos a Gerar estamos a aumentar a entropia e portanto a instabilidade dentro do próprio sistema e estamos a artificializado não é e essa artificialização fragilizam fragilizam relativamente às alterações climáticas porque fragiliza
Todos os recursos que que ela usa a começar pelo sol que está em sobrecarga nãoé e portanto como vê isto é uma é um círculo vicioso que tem vários intervenientes o setor é um deles o estado será outro a academia é outro e Portanto não teremos uma só solução como
Também é dito no livro O fenómeno é muito diverso e uma solução que funciona Num caso concreto pode ser completamente desajustado para para todos os outros e mas temos essencialmente é que começar um percurso Um percurso que e que depois também não pode deixar de Fora as
Pessoas que estão no campo porque há uma coisa que nós não nos podemos esquecer nunca é que as pessoas que estão no campo o dito mundo Rural que é outro termo horrível peço desculpa porque nós somos do mesmo mundo eu além da agr Sou agricultor e vivo da Agricultura eu não
Vivo n outro mundo eu vivo no vosso mundo e portanto não quero não quero ser considerado aqui aqui o mundo Rural para mim é um termo quase que me desprestigia Não é porque eu lembro-me sempre quando era mi vinh ao Lisboa E íamos aos jarin lógico ver aia dos Macacos
Quer dizer e sinto-me um bocadinho um um um habitante da Aldeia dos Macacos uma uma espécie de última bem serragem de de do quê De nada somos iguaizinhos as sociedades rurais neste momento estão completamente urbanizadas os jovens são iguais aos jovens de Lisboa e os adultos também e portanto temos que incluir
Essas pessoas que vivem da agricultura e que no fim de contas querem precisamente a mesma coisa que querem os habitantes do espaço urbano querem ter dinheiro para poder viver dig ente e nunca podemos perder isto de vista e isto tem que ser integrado em qualquer uma estratégia qualquer que ela seja que
Venha a ser gisada mas olhe que no futuro no futuro a agricultura vai ser fundamental porque vai haver falta de alimentos e portanto tem aí vai deixar de sentir isso e vai passar a sentir que vale ouro a sua a sua Perão H Quais são as áreas em Portugal mais problemáticas
Em termos de desertificação as regiões eh bem as regiões mais problemáticas até porque nós temos que pensar que a desertificação tem também muito a ver com a própria Constituição da das rochas em termos do país da litologia que é assim que nós falamos cada cada
Tipo de rochas dá um tipo de sol dê um tipo de sol isso faz com que o país no fundo não tenha solos Grande de qualidade agrícola ah pelo contrário os melhores solos do país eram aqui na região de Lisboa porque eram resultado do resultado do da alteração dos
Basaltos tem manchas de bons soles no na Beja os chamados Barros de Beja tenho as os solos bons no na bacia do tej e do sado depois tenho algumas manchas no país de solos bons mas e começando logo por dizer que os nossos solos não são de grande capacidade agrícola não são muito
Desenvolvidos portanto temos logo esse essa questão perante atividades Como como o João e o Lúcio falaram eh é óbvio que esses solos se degradam rapidamente com a ação da erosão da chuva com a mobilização com o sub Pastoreio com a destruição dada pelos incêndios que é o
Outro do dos problemas a contamina s com agroquímicos portanto eu vou ter e há áreas mais fragilizadas já na sua génese não é e isso é toda a área do baixo lentz toda a parte da Serra algarvia mas também uma parte da região e das Beiras traz os montes portanto há aqui uma
Conotação também com a Geologia e com o tipo de solos também com o clima também com as políticas que foram implementadas no território e portanto Estas são as áreas a mais frágeis eu tive pena do mapa que coloquei no no livro não ser a cores mas tentamos demonstrar onde é que
São as áreas mais problemáticas ou seja aquelas que têm maior suscetibilidade a até evoluir no futuro para algo se não se fizer nada como O João falou e eh e isso é importante mas eu gostava de pegar aqui num ponto que eh que me parece fundamental quando nós trabalhamos a território e quando
Trabalhamos fenómenos que têm a ver com território a primeira coisa que um geógrafo e que as pessoas têm que pensar é o território não é todo igual o território tem eh geologia diferente relevo diferente solos diferentes aspectos climáticos diferentes e densidades populacionais também diferentes então para haver uma
Estratégia uma uma visão tão estratégico para um território Tem que haver ordenamento e tem que haver planeamento e este ordenamento do território tem que ser feito com base naquilo que são as as potencialidades do território Então vamos pensar as potencialidades do território são estas Quais são as atividades que podem estar em equilíbrio
Com estas potencialidades e não de repente eh Há uma política agrícola que dá um subsídio maior para terminada cultura e de repente eu tenho um uma evasão do território ou um subsídio para outra coisa Qualquer não tem só a ver com a agricultura tem também a ver com localização de infraestruturas as nossas
Reservas de melhores solos agrícolas estão a ser destruídas com a colocação também de infraestruturas e portanto toda esta esta questão faz com que é necessário pensar território Este é um chavão que devia estar eh em termos políticos muito bem interiorizado pensa a território o território tem potencialidades tem fragilidades então
Vamos aqui articular fazer então uma gestão desses recursos e é outro aspeto importante eu não posso gerir aquilo que desconheço e em muitos casos e e o Lúcio eh e e nós falávamos muito disso que é a carta de solos a atualização de carta de solos ou quanto qual é a água
Subterrânea que temos o que é que se está a gastar para gerir é preciso saber o que se tem e para gerir bem é preciso motorizar e saber portanto eu tenho áreas sucetíveis à desertificação tenho áreas que vão evoluir no sentido negativo e vão ficar mais degradadas tem
Outras que estão a recuperar porque eh Há pessoas e há agricultores e há decisores eh que pensam no futuro e pensam de que maneira é que podemos mitigar e e e solucionar mas há muitíssimo a fazer mas eu gostava que ficasse esta esta recomendação de uma geógrafa que é tem que se pensar
Território o território não se pode utilizar casuisticamente e é preciso que haja este sentido por isso é que uma solução pode ser magnífica num sítio e um desastre absoluto no outro porque as coisas não são iguais e isto não tem sido tido em conta eh tem-se feito um
Esforço enorme a um programa nacional de ordenamento do território evoluiu-se muito mas há muito a fazer e há que ter conhecimento de campo e as pessoas os decisores têm que ter conhecimento de Campo têm que saber têm que ver os políticos têm que ir para o campo tem
Que ver o que é que se está a passar no baixo alentejo tem que se passar o que é que tá no algado mas saiam dos gabinetes vão ver e mais até de um conselho vão e convidem pessoas como o o o João ou convidem cientistas para irem para o
Campo para ver porque determinadas medidas que colocam eu gostava que fossem ver comigo ao campo para ver Achou bem acha que isto foi a solução eh e eu sei que isto é um sonho tem alguns exemplos coisas tenham sido mal feitas na sua Sim muitas coisas mas acho que eh
Acho que acho e falávamos muito disso acho que já falamos demasiado naquilo que é mal feito e eu gosto muito de agora falar naquilo que é bem feito e naquilo que podemos implementaremos impar podemos implementar um exemplo concreto é o trabalho do João em termos de de pastagens pastor é holístico
Pastoreio melhoramento de pastagens eh aumento de matéria orgânica no solo hum aumenta a matéria orgânica do solo é ter mais água no solo é ter mais água subterrânea é ter biodiversidade portanto podemos fazer ensas coisas e há que H falar mais do bom e do que é bem feito
Porque nós sabemos muito facilmente até com a nova tecnologia que temos com os drones com imagens de satélite podemos detentar rapidamente no território O que é que se está a passar agora mais importante é saber como é que eu posso reverter este processo ou como é que eu
Posso dizer a esta pessoa não faça assim porque o caminho é esta Mas faça assim porque vai ter muito mais possibilidade de ter bons resultados eh esta eu acho que é mais uma ciência positiva não é eh de encontrarmos aqui um caminho a mas este e eu gostava de deixar isso claro
Esta esta minha visão sobre as coisas é porque para além de andar no campo e custar muito e levar os meus alunos e acho que é assim que se faz Geografia mas é também muito convívio pelas pessoas que estão no território ou pelas pessoas que no sobre as questões ninguém
Sabe tudo há uma partilha constante eu tenho aprendido muito sempre cada momento que vou para o campo porque é dessa partilha e dessa disputa às vezes de eu dizer isto devia ser assim e um agricultor diz nem pense isso não é assim então vamos fazer isto então lá no
Centro experimental da irão de Val foso que é a parte final do livro Então vamos lá experimentar se vocês ganharem vocês mudam se eu perder vou ter que rever algo na ciência João quer contar um pouco da sua experiência não ISO não era bem o propósito a minha experiência e eu eu
Vou tentar torná-la um bocadinho abstrata para não não focar demasiado eu eu eu sou eu eu sou gestor em conjunto com o me irmã de uma exploração agrícola num num território em tenção que é o concelho de mert E H fomos constatando ao longo do tempo que e independentemente dos nossos
Esforços assim de uma de de uma linha mais ou menos clássica de da abordagem dos problemas hum íamos observando de forma muito eh lenta mas persistente eh uma degradação do não do nosso ambiente vá lá no nosso ambiente em termos de ecossistema e de solo mas da do nosso
Ambiente produtivo ou seja eh começamos a perceber que e de uma forma muito disfarçada não estávamos a ter o retorno que era suposto Teoricamente termos não é Porque estávamos a fazer a coisa de uma forma de uma forma mais ou menos e h Ortodoxa no sentido no bom sentido do
Termo como estávamos a cumprir a regra e tivemos que olhar para o problema de outra forma nós vivemos da pastagem portanto somos criadores de ovelhas essencialmente marginalmente bovinos h e o que estávamos a assistir é que não não malgrado todos os esforços a nossa pastagem do ponto de vista da composição estava-se a
Degradar e a pastagem é uma daquelas daqueles termos daqueles conceitos que as pessoas pensam que pastagem é erva e de facto é mas a pastagem é uma comunidade vestal ou seja um conjunto de populações de indivíduos de várias espécies que nós homens e mulheres temos que tentar
Dando uma pancadinha daqui outra dali em ar no sentido que nos é mais favorável e para isso temos várias ferramentas o conhecimento desde logo a fertilização e uma delas que até aí tem estava para nós completamente fora do foco que é a gestão a forma como gerimos os animais em pastoreiro
E porque o ensino clássico não aborda esta questão no ensino clássico a pastagem é tratada como uma uma espécie de um filho de um Deus menor não temos a erva jogamos palav aos animais eles desenrasca se e a coisa a coisa acontece acontece também que e h o
Melhoramento de pastagens é possível mas é extremamente oneroso e com a o grau com o o o acentuar da instabilidade climática muitas vezes o que fazíamos nós investível investimento todo embora e portanto eh eh refoc a nossa visão a nossa atenção na gestão dos Animais em Pastoreio e e
Através de Agora não vou pôr a descrever isso que seria fastidioso H eh mas e usando uma coisa um bocadinho contra sensual que é e planeando para o tempo de repouso em vez de planear para o tempo de uso sendo que um é função do outro né portanto acabamos isto acaba e
Com isso conseguimos eh conseguimos estamos a conseguir uns resultados promissores que já foram medidos embora oo tempo nós temos um percurso este percurso começou em 2018 e não começou tudo de uma vez né fomos as explorações agrícolas são entidades com alguma inércia portanto não se Param De repente
Nem aceleram de repente a gente tem que temos que ir acomodando as várias necessidades e que já foi medido e essa é a parte é a parte gratificante do da questão porque mesmo num intervalo de tempo curto já houve mexidas ao nível de uma coisa que a professa Maria G já
Falou que é o teor de matéria orgânica do solo que não só é o nosso repositório o nosso repositório de carbono mas também é o nosso é a nossa almofada e de da desidratação é a nossa almofada das variações de PH que depois interferem com todos os outros fatores da
Fertilidade do Sol essa mexeu mexeu outra outra aspecto que também muito relevante do ponto de vista da infiltração da água que é a densidade aparente do solo ou seja o solo é uma estrutura com arran tridimensional ou seja não é um material compacto é uma coisa que tem vida lá dentro e portanto
Tem intervalos tem drenagem tem ar tem e tem água e portanto eh H é e e e com uma grande vantagem é que este este percurso custa relativamente barato não direia que custa zero porque tem algum custo infraestrutural mas muito marginal mas é essencialmente Um percurso de gestão não
É de gestão e de e de e muito iterativo muito tentativa erro muito desbarrar com um problema e tentar dar a volta por outro mas o importante é de facto começar não é no nosso caso o caminho foi este eh eu não uso enfim é o termo
Que mais comummente usado e estamos aqui a falar muito aqui de de de semântica e o o o termo pastor é holístico eu não aplicaria aquilo que eu faço eu faço uma gestão adaptativa do Pastoreio enfim não não sego um protocolo tão rígido como como está completamente definido S muito
Mais liberal e mais aberto e e dá-me liberdade para para me desenrascar porque de facto nós esbarramos muitas vezes com as nossas insuficiências estruturais e temos que que contorná-las a poder de criatividade uma vez que o dinheiro não abunda não é só que acontece em Portugal a criatividade É a
Criatividade em Portugal há Muita criatividade exatamente bom estamos a quase já temos só 10 minutos queria perguntar aqui ao Engenheiro Lúcio Rosário Qual o impacto da desertificação na floresta assim de uma forma breve para depois terminarmos bom eu não vou revelar aquilo que está dentro do livro as pessoas
Têm as pessoas têm que fazer têm que fazer algo algum trabalho de pesquisa perante o mundo o multifacetado tá aqui e estava a ouvir a conversa do Jão e estava me lembrar que de facto há aqui questões que são de escalas diferentes e de mundos diferentes em simultâneo com
Esta aplicação completamente local eu ainda conheci o pai do juão que era um senhor que era veterinário conhecido sobretudo porque veterinário era advogado era advogado criava abelhas era apicultor quando eu nos anos no princípio dos anos 70 quando eu conheci o pai do João ele era conhecido como o o
Homem mais sabia de abelhas lá lá em baixo em merto o mundo evoluiu até ao tempo em que estamos hoje já como mério revolucionário já PS tempos atuais mas é simultâneo com esta escala local a gente tem que falar também das outras calas que são as
Calas Eu sei eu sei quer que eu fale objetivamente as florestas temos aqui 10 milhões de aais de florestas por ano têm sido destruídas Temos que falar da floresta fala-me lá da floresta não quero que ele fale dos os não coisa nenhuma quer que eu falo das florestas
Eu falo dos Eucaliptos e daquilo que a minha amiga tem que tratá-la assim com com alguma bonomia porque e a minha amiga também fala dos Pinheiros ela tem tem é um problema cultural como outro e eu sou de outra cultura que tenho uma visão diferente em relação a essa
Matéria em concreto mas quer uns quer outros são tratados exatamente como as espécies que são incluídas eucaliptos e e Pinheiros que são incluídas n algumas partes do país criando H situações que não são benéficas para os solos e são propiciadoras n algumas circunstâncias não é só os incêndios que
Provocam e que propiciam É porque também do ponto de vista da utilização dos solos se têm uma forma e da água tem uma forma de usar tão tão mais intenso seos Eucaliptos quanto os Pinheiros que determinam que muitas vezes as coisas não funcionam bem e há uma orientação e
Nós não nos podemos esquecer disso todos os dias agora somos martelados com a guerra em Israel e com o da Ucrânia mas ninguém nesta sala falou ainda hoje sobre os objetivos de desenvolvimento sustentável que são uma outra outra objetivo eh e outra linha de trabalho da
Das Nações Unidas e que no nos convida nos propicia que nós daqui até 2030 possamos fazer um balanço nem negativo nem positivo o balanço é zero do ponto de vista da utilização dos solos e dessa matéria é onde entram também entram depois as outras espécies agrícolas umas pastoras
Outras mas também as espécies florestais que inadvertidamente de uma forma pouco sábia às vezes mas também como é que nós podemos exigir isso no mundo Rural porque gosto não se goste em em tamanha mutação eu não sei se as pessoas hoje têm sequer noção da do fogo citante sobre o qual eh vivem
Eh não é ainda guerra mas é uma coisa que se aproxima disso e portanto utilizando as ferramentas é também com os subsídios e com os financiamentos que se faz a governação e que se faz a decisão sobre aquilo que é mais deve ser mais propício ou menos
Propício e há tantas coisas em discussão hoje em dia naquilo que tem a ver com a regionalização das matérias que tá o efeito de escola já não são as nações unidas já não é o país são a regiões como é que as regiões vão tratar estas
Coisas e como é que as vão tratar com os municípios nós estamos do ponto de vista político a mudar substancialmente a forma como nos relacionamos os com os outros e como nos relacion iamos com o território e portanto nós próprios precisamos de reanalisar quem é que são
Os enfoques da das pessoas com que nós trabalhamos porque não nos enganemos a história do certo festal em Portugal neste momento deve ter sido deve ser a maior densidade de coberto Florestal também deí os incêndios que houve nos últimos 2is TR séculos quatro séculos nós crescemos olhamos para a informação
Sobre a ocupação do solo em Portugal desde o princípio do século passado para a situação atual e nós com os financiamentos e com e alguma forma de estímulo às pessoas fomos crescendo crescendo crescendo crescendo do ponto de vista da ocupação Florestal e os números estão aí não nos podem deixar
Enganar olha para as cartas do final do século X olhe-se para Peri olhe-se depois para as cartas de meados de meados do do século passado dos anos 50 60 as cartas e forestais e olhe-se para as situações atuais e veja-se como é que as coisas progrediram e da forma como
Progrediram se calhar pensando estamos sempre a pensar porque estamos a fazer bem e portanto estávamos a pensar fazer bem quando instalável até fazíamos com umas curvas de nível às vezes mais passadas para poder meter umas pastagens nas entr lin ou para poder fazer os sobreiros no coberto no ensom momento dos Pinheiros
Quando eles se desenvolvessem por aí mas a verdade é que a natureza depois pera dos grandes partidas e depois do ponto de vista da Regeneração cá vem aquele termo que o João há bocado pegou é que quando pensamos agora refazer todas as nossas paisagens e há um programa específico por paisagens
Criados há grupos de gente neste momento que se dedicam exclusivamente à escala Regional para tratar disso há que fazer escolhas e há que fazer escolhas não é só das espécies das espécies e da forma como se instalam como se produzem para aí fora e a história da correção
Torrencial aquilo que tem a ver que ele tava a falar do da da das coisas emcv nível das estruturas e curva de nível e de des arborizações feitas com com com isso estava-me a trazer a cabeça aquilo que foi o trabalho ingente do ponto de vista da correção torrencial em tantas zonas do
País Inclusive a na margem esquerda Como como o livro bem refere há não sei quantas bacias hidrográficas da região de mértola que foram tratadas do ponto de vista de correção torrencial já foi nos princípios nos anos 50 anos 40 Anos 30 do século passado e Hoje quase já
Ninguém fala disso aliás eu diria que podíamos fazer fazer o um seminário bem alargado para voltar a trazer à discussão A professora Maria José roxos arranja sempre os os mestrandos e uns doutorandos que vão trazendo à presença coisas desse estilo pois a verdade é que temos das intervenções sobre as culturas
Sobre as as florestais mas também sobre as agrícolas há intervenções que é preciso fazer a nível local que podem Contrariar aquilo que é de lapida dos solos e a perda da Super produtividade e esse objetivo que vai dos objetivos do miléo o 13.5 para não esquecermos e
Sobre balanço zero até 2000 até 20 2030 em termos dos solos quer dizer que nós não podemos perder 1 milímetro do ponto de vista de balanço agora se ganhamos se perdemos num sítio temos que ganhar no outro e é preciso ver onde é que se faz
Esse esse pal muito obrigada B bom vamos chegar ao fim quer deixar alguma mensagem a a mensagem que eu quero deixar é a pensarmos sempre que h a natureza trabalha de uma forma sistémica ou seja se eu mexer numa parte eh de um de um de
Um fenómeno se eu mexer num processo eh eu estou a desequilibrar uma ser de outros e isto é no fundo aquilo que é visão sistémica precisamos sempre de ver todas as peças do Puzzle e pensar que se eu mecho nesta vou desequilibrar então se desequilibro como é que eu posso
Equilibrar noutro sítio porque é isso mesmo não se pode pegar n umaa peça no outra é um sistema e é esta é a forma de pensar é pensar que é um sistema e que temos que encontrar soluções e que essas soluções passam por analisarmos todos os pedacinhos e pensarmos
Como é que podemos trabalhar de forma equilibrada e não desequilibrar sucessivamente a natureza e esgotar os recursos temos que fazer aqui uma mudança da forma de pensar e está tá em todos nós a possibilidade de mudar alguma coisa e e isso passa por ter mais consciência do que se está a passar em
Termos de mudança climática do que se está a passar em termos de global no mundo em com todas as perturbações e pensar que regenerar solo regenerar ecossistemas é também salvaguardar a nossa segurança alimentar e o nosso futuro em termos de água em termos de solos e biodiversidade h a nossa
Conversa termina aqui espero que tenham gostado muito obrigada pela vossa [Música] presença [Música] C
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