António Pinto Quartin | Vamos Todos Morrer | Antena 3 | vídeo

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[Música] boca não era boca é boca doce não é Dalhe não não boca Dalhe que horror que horror era um homem muito mal criado bocal ó bocad alho vai vai-te lavar os espanhis são mais quintos diz um bocadilho bocadilho bocadilho estou com bocadilho sim tá ótimo vamos vamos por

Favor nos leva para onde é que vamos nest em 1970 e 1970 eh morria em Lisboa e Lisboa deve ser uma coisa esperta deve por acaso é um homem bem bem fascinante aos 83 anos bem Rijo bem Rijo o sim tava ótimo fixe já não fazia porque tenha

Anos e Respeito mas sim senhor falamos do anarquista português António Pinto Quartim António nasceu em 1887 no Rio de Janeiro de pai português e mãe brasileira e descendente de italianos onde lhe vem ser pito cortinha uma respeitada família tanto em Portugal Como como no Brasil e era uma família

Bastante acomodada vá com ligações ao mundo dos negócios e também ao mundo da política at até um Visconde de de Quartim e tudo nasceram bem agora já sabemos vai correr mal é sempre assim se eu dissesse tal e clar Se eu disser os pais eram muito pobres vamos ter aqui um

Minn casac rei da China começa bem quando é ai os pais eram chiquim já sabemos lá já sabe como é que são os Miúdos e o nosso António vai ser um dos grandes ativistas e divulgadores do anarquismo em Portugal Uhum E nós vamos aproveitar e fazer uma viagem por esses por esses

Caminhos fascinante mesmo H que é por exemplo como é que ele desde miúdo era assim e em vez de mandar A Criada lhe fazer qualquer coisa ele ficava à espera A Criada se quiser vá sim sim sim sim ainda não foi ele lançava algumas perguntas não foi cxa quexa bem vamos lá

A história ou pelo menos a semente do anarquismo em Portugal começa ainda nos finais do século 18 18 nós sabemos que lá sim sim sim contemporânea Quase também a nascer esta própria e ideia quer dizer com o anarquismo como nós o conhecemos hoje que é no fundo esta

Ideia de não haver uma uma estrutura autoritária de de de governo nós sabemos o então reino de Portugal era uma monarquia absoluta certo o poder do rei Era ilimitado não era quando dizemos aqui limitado significa que não era sancionado porque nenhuma outra instituição portanto Isso é que é uma

Monarquia absoluta não é o rei dizer pode vai é não há nada que sone o poder do rei nem uma constituição nem um Parlamento eh um tribunal constitucional por exemplo não H tudo para baixo são fantes exatamente Trial constitucional sem uma constituição também não era fácil

Exatamente é um sítio um lugar para dar emprego aos amigos servia só para isso exatamente e até mesmo representa o o o Rei representa a lei natural não é portanto a lei Se quisermos que rege o seu reino e também a lei Divina o Beneplácito da Igreja Católica

Que depositava no Rei até se acreditava que o rei Era escolhido e por Deus por Deus era uma das bases da da da da da Herdade até do dos Reis clar e com selo de confiança da própria instituição prre sim exatamente agora mesmo cá nesta pontinha da Europa as pessoas não eram

Imunes às novas ideias que vinham de Fora Claro e vinham de onde de Inglaterra que já era uma monarquia parlamentar não é e onde também começavam a nascer os movimentos de contestação social nós aqui às vezes falamos da Revolução Industrial como um período de enorme prosperidade

Tecnológica E é verdade que o foi Claro vivemos nesse mundo que começa na Revolução Industrial com Maravilhas incríveis mas também nasce ali uma classe de ricos Claro nas uma classe enorme de ricos não é e uma enorme Concentração da riqueza nas pessoas vivemos nesse mundo num estamos aqui a

Falar nada sim sim sim mas também uma nova miséria uma nova pobreza a pobreza Urbana miséria Urbana Que nós sabemos desses bairros do Operários nasce também nesta nesta altura uma nova classe de pobres Se quiserem foi isso que que criou também a revolução eh industrial e portanto nasce também esse começa a

Aparecer h o descontentamento social com até as próprias novas regras de não quer dizer que a vida do campo não fosse dura quando as pessoas viviam só da Agricultura mas era uma vida com um ritmos completamente diferentes não é Claro porque as pessoas viviam parece que mais naturalmente no sentido

De acompanhavam a natureza Não trabalhas à noite nãoé trabalhas tiveras chover portanto tens essa a vida Claro podias passar fomes se as coisas corressem mal mas a vida acompanhava um ritmo normal o sono acompanha a luz e do sol e a noite tudo isso e nós com a Revolução

Industrial criamos um mundo fictício fictício onde se trabalha todo o ano descansar ali depois com a belesa dois dias junas pessoas num determinado espaço vivem por ali trabalham por ali gastam o seu dinheiro por ali artificial se quiseres estas cidades é o mundo artificial e portanto com condições e

Mas Incrível essa visão não estou a dizer que os claro que os outros eram maravilhosos Claro mas era uma coisa e diferente eram de facto condições H só diferentes não sem sem valoração mas cria-se aqui toda esta esta ideia e depois também de França Claro a revolução do final do século XVI mandou

O rei para o galheiro como nós sabemos até fundou uma república e todos estes ecos começavam a espalhar-se toda a Europa não é a dizer assim na Inglaterra os operários estão a fazer greves H em França mataram o rei e agora é uma república e eles têm um Parlamento e

Eles é que decidam uma assembleia no caso francês isso por Lula entre o pensamento e entre as vontades da rua não começa a ver E aí começa-se a tentar abafar a coisa estamos a falar em Portugal A Gazeta de Lisboa que era o principal jornal português da alto foram

Proibidos de dar notícias sobre a Revolução Francesa já começava aí clar já começava o governo de quem Pina Manique que nós já torcemos aqui esse esse esse tipo sim pessoal é o Intendente aquilo que chamam o Intendente qu T igal ele arregimentou A inquisição que se chava cá em Portugal e

Apertou muito na censura de livros de panfletos portanto controlar muito o que é que se falava para não dar ideias às às pessoas houve perseguições e muita gente presa que começava gente que discutia isto vamos lá ctir aqui também isto que se passou em em em França só

Que o balão já vinha a encher de trás encher encher encher não é claro até porque desde o século X que não superavam aqui em Portugal nem se ideias nem sequer vagamente modernas temos um caso isolado ou outro lá que vinha assim uma pessoa com umas ideias mais

Iluminadas mas era de facto um país que estava ainda muito assente na na Igreja Católica na importância da Igreja Católica uma economia que chega ao século XV muito estrangulada muito virada para o império não é esquecendo também aqui esta a prosperidade eh aqui cá era um país de agricultores onde as

Pessoas não tinham sequer terra não eram donos de nada portanto eraa um país que estava numa num mundo só dele tinha tudo para correr bem não é em 2024 Claro clar Portanto o império estava em expansão não é mas aqui nada não é E foi neste cenário que há dois rapazes vou falar

Aqui deles se calhar separadamente mas agora para a nossa história Francisco Solano Constâncio e Henrique Xavier Baeta já muito entusiasmados com a Revolução Francesa vão estudar medicina para para Inglaterra e por lá vão conhecer a obra de um casal que quem nos acompanha como uma novela já ouviu falar

William godwin que é um dos grandes e primeiros teóricos do anarquismo e a sua mulher Mary Wilson Craft que é uma das primeiras feministas ele e ela são os pais nada mais nada menos do que da Mary Shelly de quem nós falamos a semana passada e vão ser estes dois intelectuais portugueses chano

Constâncio e o Baeta que vão trazer para Portugal as ideias deste casal inglês a quem devemos quase o para além devemos a o nascimento destas destas ideias ideias de quê o cosmopolitismo e ou por oposição ao nacionalismo esta ideia do um deles dizia o Solano Constância como

O godwin dizia dizia eu não sou inglês eu sou um cidadão do mundo a ideia de que nenhum país é melhor do que o outro do que esta ideia do nós é que somos isto nós é que somos aquilo era acabar com essa ideia é uma ideia Universal que

Depois vai ser sabemos pegada pelo socialismo E o comunismo com esta ideia da revolução ser uma coisa internacional uhum já já também claro esta gente uma crítica enorme à escravatura dar importância à educação das massas é de uma inovação incrível sim é quando quando nasce de facto estes pensamentos eh muito anticoloniais no

Século XVII ainda estamos aqui a na viragem na viragem do do dos dos séculos também os direitos das mulheres Claro e muito inspirados pela pela wone Craft e o sonho de fazer por cá isto aqueles dois tipos portugueses aqueles dois médicos portugueses uma revolução com a Francesa que dese qual era o principal

Inimigo nesta altura eh a aristocracia eles viam-na como uma classe completamente decadente ociosa que não servia para rigorosamente nada mas que ao mesmo tempo controlava em si não só toda a riqueza como também todos os privilégios os cargos públicos parti o dinheiro inclusive tudo portanto aquilo eles pensavam isto não serve para nada

Também não viam propriamente mal quer dizer haverá exceções não é e pronto também sabem comer a uma mesa e não sei quê também não Isto também conta Claro é verdade agora século XIX entre as invasões os franceses invadem Portugal quem vem expulsar são os os ingleses

Esta gente vem cá e isto deixa uma marca grande também eh a família real entanto muda-se para para o Brasil agora Aquilo é que nós podemos chamar verdadeiramente anarquismo é um fenómeno sobretudo já dos finais do século XIX Isto é a semente 100 anos depois começa a aparecer em várias Vertentes Vertentes

De quê De outras ideologias que vão nascendo portanto há o anarcocomunismo o anarcosindicalismo estes dois grandes movimentos de de contestação social Se quisermos H agora a primeira pessoa a declarar-se publicamente anarquista em Portugal foi o médico e escritor Eduardo Maia ainda nos anos de 1870 vivimos em monarquia ainda monarquia ainda ia durar

Mais quatro décadas inspirado por quê pela primeira internacional aquilo que nós falamos há pouco do Partido Comunista né onde sai essas coisas todas era o quê era uma organização de Operários e é a primeira a ultrapassar as fronteiras de vários países não é juntando ainda na primeira internacional

Junto a uma data decorrentes distas isto e aquilo bem é um é um sem número tu Olhas para aquilo tu tentas ler ler e perceber e e aquilo precisas de darnos para perceber é porque er havia tantas fações tantas fações diferentes hoje nós ouvimos falar daquelas que triunfaram né

Sobretudo o comunismo que vai acabar no início já do século XX derrubar a monarquia absoluta na na na Rússia e eles próprios o comunismo com uma ideia internacional não é internacional que era a revolução não é preciso ser feita não é aqui na Rússia é espalhar isto pelo mundo inteiro numa grande onda

Gigante de de operário aquela história Operários de todo o mundo juntos e essas coisas todas para is essa revolução na Carola não é não convidem para essa par só para o beber essa ideia acho B mas alguém que V lá a tratar que horror os anarquistas estiveram cá em Portugal ao lado dos

Republicanos na Revolução de 1910 foram crescendo crescendo criou-se a Confederação Geral do trabalho a cgt não tem a ver com a cgtp mais mas chamava-se assim e vão surgindo grupos um pouco por todo o país do Algarve ao do cabo de Santa Maria Melgaço é curioso porque foi a

Mesma fórmula também do que tinha acontecido muitos anos antes noutros lugares doal T qual e com outras sim sim sim sim sim e vão aparecendo mesmo pequenos núcleo zinhos os anarquistas chamavam-se assim esses grupos esses grupos agora o aus do movimento anarquista em Portugal são os

Anos de 1920 Isto é tudo tão fascinante esta esta este período e agora e vai ser nestes anos 20 um dos mais importantes grupos do movimento operário destas pessoas que se começavam a dizer então filhos e então e agora com as greves com as contestações com isto tudo então

Filhos então e agora então e agora então filhos então e agora era um cartaz então fil então e agora por acaso é onde é onde é uma boa t-shirt podem usar então filhos então e agora faz as manifestações todas que você di serve para tudo então fil filos ão e agora por

Acaso vamos mesmo fazer t-shirts com filhos ão e agora muito giro agora uma das grandes bases de atuação era o quê era os jornais era como eles vinculavam as suas as suas ideias criaram-se muitos com nomes muito e bem sugestivos o quê a revolução social a revolta a propaganda

O petardo anarquista o revoltado o agitador dá para ver a ideia a ideia destes É mesmo muito fascinante agora é aqui que entra o nosso Pinto Quartim que tinha vindo do do Brasil para estudar em Coimbra lá em Coimbra já se envolve numa data de de de agitações que estamos na

Primeira república vamos ter que passão porque senão ficamos aqui horas a falar dest até porque ela própria está sair pedaço temha Messa pena Durava ficamos 3 horas só a falar deste período que é tão tão tão fascinante agora foi aqui que ele apesar da sua origem completamente

Burguesa se vai entrar para os meios da esquerda mais radical da esquerda mais Operária se quiseres radicais mesmo gente queria destruir tudo para reconstruir o mundo eh que é uma ideia que a gente se calhar hoje no mundo da comodado que her damos destas pessoas dizes que horror mas isto era eraam

Gente que pensava isto está há 1000 anos assim estes sistemas feudais é preciso agitar com isto arrazar para voltar fazer de novo e sobretudo Claro o anarquismo que era a corrente dele ele ele teve muitos jornais fundava ele com o seu próprio dinheiro e era o diretor e

Escrevia aquilo tudo uns muito efémeros que duraram um número ou dois ou três mas passava a ideia passava o pensamento circulava artístico porque faziam aquelas desenhos se calhar nós temos ideia dos jornais anarquistas aquelas gárgolas aquelas figuras as mãos a oprimir oqu cena sim sim industriais negro tudo

Muito muito engraçado o mais importante deles todos o Jornal Terra livre que foi um grande era o órgão quase um dos mais importantes depois o próprio anarquismo foi dividindo em várias em várias correntes H Claro h e foi diretor de jornais anarquistas e também da corrente anarcosindicalista que foi sempre a mais

Importante aqui em em em em Portugal ele foii diretor de qual era esse o mais importante a batalha o jornal A Batalha fundado em 1919 que depois eh fecha em 27 e vai ser refundado em 2017 quem tiver curiosidade há um grupo de anarquistas que ainda o publica e pode

Ser visto e online tem tem uma página no Instagram e NOB ficada fui procurar agora não é é que eu tenho não tenho nada a ver com a históri comunicação mas é fascinante e a estética é a mesma a estética continua continua a mesma e por

Lá vão passar os os grandes nomes do anarquismo em Portugal gente muito perseguida Claro eles eram presos alguns morreram Muitos mandados são são anarquistas que vão inaugurar entre aspas o tarrafal o campo de concentração do tarrafal nesta nesta altura os primeiros a residentes desse lugar Tenebroso da nossa históri agora a

Propósito de uma bomba que rebentou 1913 durante as comemorações do 10 de junho 1913 ele vai ser expulso de Portugal falas de uma bomba efetiva não é uma bomba sim tch nas com estava a passar uma parada do coiso tinha um fasinho para a bomba Já percebi que pois tem

Pois tem aqui uma queda química vai entrar outra bomba importanto aqui na na história o pinto Quartim foi expulso de Portugal ele era brasileiro nunca se tinha naturalizado português portanto era estrangeiro não é e no Brasil vai continuar a escrever para jornais anarquistas Portanto ele foi super importante no movimento anarquista em

Portugal e também no no Brasil ele volta a Portugal já casado com Diolinda Lopes Vieira também já falamos aqui dela uma feminista e que fundou escolas anarquistas em em em em Lisboa lembras que disse sim é que se faz a coisa começar dos mais novos logo sim sim

Tiveram uma uma chamada Escola Moderna é um modelo da escola Moderna que vem portado de Espanha falamos a propósito do tipo que fundou Ferrer penso que é Francisco Ferrer não se é o primeiro nome dele é Francisco or passou-me mas ela vai fundar caia se modelo da escola

Moderna em Portugal este casal eh Claro 1926 há a ditadura e depois o estado novo o anarquismo vai sendo cada vez mais reprimido reprimido e em 1938 o canto do sismo do anarquista quando um grupo de anarquistas quase mata o Salazar com uma bomba também trouxemos

Aqui essa essa história eh do Salazar e à missa a casa de um amigo e tal eh foram pesos muito anarquistas foram envolvidos neste neste atentado e foram mandados todos para o degredo em África muitos deles para rafal Como eu disse o que teria sido da nossa história e meus

Amigos tivessem matado sim agora o anarquismo Mat acabaram com o anarquismo ali Eles foram presos tanta gente a coisa foi esmorecendo foram debandando e é aqui precisamente e por causa disto que o PC o Partido Comunista vai gan ganhar o seu lugar à frente da resistência ao ao estado novo quando

Desaparece o anarquismo eles não gostavam uns dos outros o pinto Quartim ainda andou por cá não é viveu em Angola publicou vários livros teve três filhos uma delas a atriz glicínia Quartim que também já morreu e depois ele morreu uns anos anos poucos como vimos 4 anos antes

Do 25 de abril e portanto não chegou a ver o Fim da Ditadura nem a saber que regime é que se ia seguir que é também curioso seguiu-se Qual o pior de todos os sistemas com exceção de todos os outros a democracia em que nós todos

Vivemos que é um fugido e o sonho que é o sonho da justiça para toda a gente um sonho que às vezes nos esquecemos e hoje vimos isso aqui é muito menos antigo do que parece e também muito mais frágil o António Pinto Quartim morreu faz hoje 54 anos