“Houve um claro desinvestimento” no combate às drogas, avisa João Goulão | vídeo

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Viva está com o hora da verdade o nosso convidado é João golão é Presidente do Instituto para os comportamentos aditivos e dependências bem-vindo agradecemos ter aceitado tão prontamente o convite para aqui estar eu sou Susana Madureira Martins e comigo está a jornalista do público Helena Pereira bem-vindo de novo esta semana os

Presidentes de duas juntas de Freguesia de Lisboa Alcântara e Campo de Ourique escreveram uma carta aberta dirigida entre outr eh a si eh por causa eh a pedir medidas urgentes por causa do aumento do consumo e tráfico de droga no Vale de Alcântara precisamente em Lisboa ficou surpreendido com o relato que lhe

Foi feito não de todo antes de maisis Obrigado também pelo pelo convite para estar aqui eh não fiquei de todo surpreendido porque é alguma coisa que temos vindo a assistir de forma crescente aliás tive a oportunidade e há pouco fiz uma uma pequena pesquisa encontrei uma entrevista minha e vou toma a liberdade

De me citar mas em julho do ano passado eu dizia se não fizermos nada urgentemente vamos ter aqui de novo um casal ventoso portanto as coisas não são de hoje nem de ontem eh aliás em julho já e a situação Era bastante problemática e ninguém o ouviu Não

Repare eh ouviu de alguma forma fui ouvido e interagi com outros com pessoas responsáveis por outras instituições nomeadamente com a Câmara Municipal de Lisboa com quem temos trabalhado com nomeadamente com a vereadora do plor da ação social vereadora Sofia Ataí mas também com o presidente celebramos recentemente com a

Com a Câmara Municipal de Lisboa um protocolo que pretende ser um chapéu para intervenções em desenvolvimento ou a desenvolver na na cidade de Lisboa mas de facto em termos efetivos algum mas alguns aspectos que vimos sentindo como condicionantes da intervenção naquele naquele território não tiveram grandes evoluções nomeadamente ofer é fundamental portanto

Nós temos ali uma um equipamento que foi no seu período experimental foi suportado financeiramente pela câmara municipal e agora está a ser financiado pelo ccad bar icado e atualmente icado Já que é o espaço de consumo vigiado mas essa não pode ser tida como uma resposta mágica que vai resolver todos todos os

Problemas aquilo que que pretende ser é um espaço serviço de apoio integrado tem várias oferta de várias valências entre as quais o espaço para consumo vigiado mas há outras nomeadamente apoio social encaminhamento para outras respostas de saúde que não necessariamente as relacionadas com o tratamento das dependências mas S doenças acompanhantes

Digamos assim ou co existentes e serviços que têm a ver com a busca de respostas habitacionais e e outras alimentação e por aí fora agora este é um ponto cujo Grande a grande virtualidade do meu ponto de vista é servir como um polo de atração para uma população porventura mais

Desorganizada de utilizadores de drogas e através da interação numa base diária haver um ganho de confiança nos Profissionais de Saúde e a capacidade de os captar para outro tipo de respostas porventura mais diferenciadas e que tenham um real impacto na mudança do seu estilo de vida e o que é que não tem

Funcionado esta parte tem funcionado mas há um certo acumular à porta até pela capacidade reduzida que o próprio que que esta própria resposta tem mas sobretudo porque não há uma capacidade de drenagem depois e Desculpem a a expressão Há ali um efeito funil porque não se consegue encaminhar

As pessoas nem mesmo Todas aquelas que o desejam para estruturas de tratamento de uma forma ágil e e Expedita sem listas de espera sem constrangimentos iso tem não tem sido possível fazer aquilo que se espera com esta mudança organizacional e com a recriação de um serviço vertical único

Com a capacidade de pensar de pensar as políticas e de as executar diretamente no terreno é de facto uma maior agilidade e uma capacidade de de atração também de novos profissionais porque tem havido um deparamento brutal nas equipas nas equipas do de tratamento que operam na cidade de

Lisboa e e há uma grande dificuldade em responder a todos aqueles que pretendem tratar-se portanto esta é do meu ponto de vista é uma das questões cruciais mas não podemos também não pode ser a saúde sozinha a lidar com isto porque Há outras Vertentes da problemática que exigem desenvolvimento é preciso o

Envolvimento da Segurança Social da Santa Casa da Misericórdia de dos serviços que têm a ver com com com as migrações com e com o atendimento a migrantes sim há uma série de organismos do estado e não só que têm que estar envolvidas neste esforço tem que ser um esforço consertado E porque é

Que ainda não estão envolvidas estão envolvidas elas estão envolvidas mas também temos tido uma uma uma conjuntura um tanto problemática isto não não há dúvida que quando se estava a consumar por exemplo a criação do IDT e a passagem dos profissionais de terreno para perdão para para o iCad e aquilo

Que aconteceu foi crise política mais uma um delay de 3 meses e tal e esta passagem só vai consumar-se no final de Março portanto neste momento o iCad funciona com os 80 profissionais que tinha o sicado e os mil tal que é suposto virem das ARS ainda não chegaram

Portanto nós não temos meios para atuar no terreno e provavelmente só vão chegar depois das eleições depois expectativa é que seja em mar mas depois há de haver também aqui enfim tudo depende também do desfecho das eleições e de orientações políticas que porventura sejam dadas mas

Aquilo que é expectável é que a partir de março as coisas entrem em em em modo Cruzeiro mas até lá o icado por exemplo não tem orçamento ainda então no fundo está paralisado nós estamos a funcionar e os problemas vão-se acumular o sicado o o sicad de financiar

E o icado continua a fazer intervenções de entidades terceiras nadamente organizações não governamentais mediante concurso são são financiadas para desenvolver determinadas atividades e estou a pensar mais uma vez no tal sai no no serviço de apoio integrado mas também nas carrinhas da metadona nas equipas de rua enfim H

Uma série de centro de centro de acolhimento mas tudo isto está em não está com a pujança que deveria ter para enfrentar de uma forma eficaz os problemas que est que que responderá aos dois autarcas que escreveram aa semana razão que tem razão não posso responder outra coisa e que não não pode

Haver ninguém mais interessado do que nós próprios em em contribuir para a resolução dos problemas insisto na ideia é um esforço e não só multi disciplinar mas multidepartamental digamos assim que é necessário desenvolver porque há há componentes variadíssimas nesta nesta crise e neste avolumar de uma população muito desorganizada muito fragilizada do ponto

De vista social e também de saúde que exige respostas rápidas ainda na ressaca da pandemia da crise económica e social exatamente também na ressaca da da da pandemia e e dos enormes impactos que a pandemia teve na saúde mental da da população Mas também de uma crise de habitação a pressão demográfica pressão

Digamos migratória de pessoas muito fragilizadas também elas e que e carentes de de respostas ao nível Habitacional e de enfim de alguma agilidade para as absorver de uma forma eficaz na sociedade portuguesa Enfim tudo isto acaba por ter uma expressão naquele naquele território e noutros não não é exclusivo daquele território exato

O problema não é só em Lisboa a situação repete-se por exemplo em diversos bairros do bairros do porto também nas ilhas há um problema grave de e uso de drogas na nos Açores por exemplo sim e na madeira e existe Isto é um facto que temos

Uma eu diria que em em terminado momento nós tivemos tivemos um sucesso que eu penso que toda a gente reconheço e mais uma vez um esforço interdepartamental para lidar com uma situação verdadeiramente cataclísmica que vivemos nos anos 80 e 90 relacionado com a epidemia da heroína e fomos eficazes tivemos a

Encontramos inclusive políticas inovadoras que passaram também por abandonar a ideia da da da da guerra ou digamos assim a guerra à droga deixou de ser uma uma guerra aos utilizadores de droga e isso fez toda a diferença foram adotadas máximas como é preferível tratar do que punir é preferível

Prevenir do que tratar E porque é que agora não está a funcionar está tudo isto funcionou Uhum em terminada a em 97 os problemas da droga e da toxicodependência eram a primeira preocupação dos portugueses identificados em eurobarómetro coisas coisas desse estilo por 2010 por aí tinha caído para 13º ou 14º

No ranking das preocupações as pessoas deixaram de percecionar como um problema e o poder político foi atrás poder político foi atrás houve um Claro desinvestimento e o desinvestimento Eu tenho algumas Nós Somos muitas vezes ainda ainda continuamos a ser muito visitados por delegações estrangeiras

Que vêm ver como é que é o famoso modelo português eu tenho algumas alguma dificuldade em explicar que o desines político não se traduziu diretamente num corte orçamental abrupto brutal não aquilo que houve foi deixou de falar do assunto deixou de se encontrar soluções para que os Serv por

Exemplo os serviços de saúde dedicados a Esta área fossem atrativos para os profissionais de saúde fossem prestigiados deixamos passamos a abrir concurso e ninguém ninguém concorria é evidente nós temos temos estamos cientes de que há carência de recursos humanos na área da saúde em outras áreas porventura mais a

Mais com um reconhecimento mais imediato mas durante a tal epidemia da da heroína era fácil recortar profissionais fazê-los inclusive acumular atividade em vários em vários pontos eh em outras áreas do serviço Nacional de saúde por exemplo eu próprio sou médico de família durante muitos anos trabalhei no meu centro de saúde e

Fazia uma parte do meu horário dedicada à toic nós neste momento estamos em pré-campanha eleitoral e não há nenhum Líder política falar deste problema ainda não ouvi ainda não ouvi ninguém falar acha que é por Tabu ou por realmente não ligar eu acho que é impossível não ligar as coisas estão a

Ganhar uma dimensão que não é possível não ligar e por isso eu eu gostava de manifestar a minha solidariedade também aos presidentes das juntas de Freguesia e aos subscritores de organizações não governamentais que assinaram a tal carta porque eu embora responsável e um dos destinatários estaria pronto a assinar

Por baixo eh Não direi que todas e indiscriminadamente todas as recomendações que são feitas mas são alertas que são muito pertinentes e acho que vale a pena olhar para isto com muita atenção e no momento atual no momento político particular que estamos a viver era importante que realmente os

Partidos políticos também olhassem para isto e inscrevessem algumas pelo menos alguns destes objetivos nos seus seus programas eleitorais faria sentido era isso que i perguntar se acha que que os programas devem ter uma estratégia de luta contra as drogas e as dependências Ou acha que os programas políticos estão cada vez mais

Liberais estão estão muito liberais de qualquer forma nós temos em execução um plano eh para a redução dos comportamentos aditivos e dependências que é um plano que foi aprovado eh sob a forma de resolução do conselho de ministros subscrito por enfim quase pelo governo pelo governo todo porque fazem

Parte das estruturas de coordenação nacional com e ministros das mais variadas áreas governativas temos atenta tendência a pensar apenas E na saúde ou na justiça ou na administração interna mas temos e a a participação das Finanças da da economia porque temos também um mandato que tem a

Ver com com substâncias lícitas como o álcool que tem peso no no tecido no tecido produtivo nacional é preciso fazer eu não preciso de chamar sequer os representantes da indústria de bebidas alcoólicas para derim e determinadas medidas porque no seio do governo há quem e faça à defesa enfim do

Desta fileira económica portanto como é que explica isso que acha que é porque porque é assim portanto temos a agricultura por exemplo é Lob temos o peso há um lobbing que tem eh compreensivelmente tem representação também nos interesses da da economia e e do no desenvolvimento de uma uma fileira

Económica no tecido Empresarial português e que colocam ent trves repar uma coisa aqui há uns anos atrás nós fizemos a proposta porque havia de facto um consumo de á col perfeitamente desbragado na entre a população juvenil e fizemos a proposta de subir a idade para a partir da Qual era permitida a

Venda de bebidas alcoólicas dos 16 para os 18 anos num primeiro momento só conseguimos que isso acontecesse para as bebidas destiladas as fermentadas o vinho a cerveja etc ficaram nos 16 anos durante um Durante algum tempo Houve essa distinção era possível a um jovem de 17

Anos eh aliás de 16 anos comprar comprar vinho ou cerveja só não podia aceder ao whisky aou vodka enfim essas coisas passado pouco tempo passado dois anos e pico conseguimos fazer passar a subida generalizada para todas as bebidas alcoólicas para os 18 anos é como está agora mas na primeira investida nem

Sequer nem sequer foi o Lobby do vinho ou da cerveja opor-se à subida foram entidades do do Ministério da economia portanto isto envolve tensões tal como há tensões por exemplo naquilo que tem a ver com o pensar no mercado regulado para o uso não medicinal de cannabis uhum há

Atenções entre os valores da saúde e os valores da economia acenos também com a enfim com mundos e fundos com uma fileira económica com um potencial brutal snos com milhões eu penso que não pode ser por aí ou tem que haver politicamente uma escolha muito clara

Entre Qual é eh o o valor predominante ou qual é o valor que predominantemente se se pretende proteger sobre a canabis disse há pouco tempo que não tinha ainda uma posição fechada já tem não tenho não não tenho não tenho exatamente por isto e porque e nós continuamos a ter relatos e

Relatórios contraditórios relativamente à bondade ou aos outcomes das experiências regulatórias e quer na Europa quer noutros países do mundo eh Há relatórios que nos dão conta de uma um aumento de perturbações ao nível da saúde mental dos jovens um uso mais precoce um impacto na violência um impacto na sinistralidade rodoviá

E outros que dizem que é o maior das maravilhas é maior das Maravilhas isto acontece porque há um viés ideológico também à partida na produção destes relatórios todos eles são muito inquinados é muito difícil encontrar alguma coisa verdadeiramente objetiva E que nos diga pronto esta é uma experiência bem sucedida e todos os

Indicadores relacionados com eventuais problemas relacionados com o uso de cannabis estão em queda não não não encontro não e temos eh enfim temos por exemplo o Observatório europeu da droga e da toxicodependência h a tentar ser o mais exento possível na análise desses relatórios mas ainda hoje não conseguem

Dizer-nos com clareza sim eh faz sentido ir por aí ou não faz sentido ir por aí e e e recentemente foi e eh houve mexidas na na lei das das drogas e e a última mexida que faz uma nova distinção entre o tráfico e o consumo diria que foi um

Erro esta alteração nesta altura em que estamos já francamente Eu não duvido muito do de um real Impacto e nos grandes números de uma de uma situação como Aquela que estamos a viver e que motivou esta conversa portanto haverá episodicamente algumas situações menos Claras haverá a necessidade de fazer

Para prova de que eh um determinado um determinado cidadão eh se encontrava na posse de uma quantidade maior de substância proibida do que aquela que era que seria permitida e será necessário fazer prova de que há uma intenção de tráfico nessa posse mas eu penso que o impacto não é muito

Verdadeiramente muito significativo nem determina e a evolução do fenómeno de uma forma de uma forma eh Clara e não é não é por aí eh não me pareceu que fosse um passo muito acertado mas Mas concordo com o princípio que aquilo que que pretendia que que subjaz à iniciativa Legislativa

Que foi tomada é verdadeiramente descriminalizar o consumo e na verdade estava a haver pessoas condenadas por posse embora fossem meros consumidores Ok tem contas feitas sobre quanto é que eh eh o orçamento do Estado devia reservar para o combate às dependências já nem falo só de de drogas mas as

Dependências em geral o ideal de um orçamento para este tipo de de combate Olhe Eh vamos dizer assim E como sabe fui fui presidente do IDT que era um instituto tinha estas umas características muito próximas do que eh do do atual icade portanto tínhamos uns serviços centrais e a capacidade de desenhar as

Políticas etc e depois tínhamos unidades de terreno e nomeadamente ao nível do tratamento mas de outras áreas de prevenção redução de risco e minimização de danos reinserção social etc no pico de financiamento do IDT tivemos cerca de 75 milhões de Euros por ano Ok eu diria que

Sempre gostaria sempre de ter mais mais disponibilidades financeiras para para poder suportar outro tipo de intervenções poder apoiar organizações não governamentais em áreas inovadoras mas com os tais 75 milhões tivemos bastante eh eh confortáveis diria eu depois houve a criação do cicad e a passagem do das

Unidades de terreno para ar RS houve um split houve um um fragmentar deste orçamento eh em seis partes uma picado uma e uma para cada uma das cinco ARS todas somadas nunca chegaram nem perto dos 75 milhões OK agora que estamos a reconstituir e a juntar outra vez estas peças todas ainda

Não sei qual é o orçamento que vamos ter porque ainda não foi determinado uma vez que houve uma derrapagem na na Constituição efetiva do aquilo que ficou foi uma um terç do orçamento dedicado a esta a Esta área pelas ARS ficou ainda nas ARS e que virá para

O iCad a partir de março esperamos serão e serão TR 3/4 de desse desse orçamento mas não tenho a expectativa de que chegue nem perto dos 75 milhões e seria bom que tivesse seria uma decisão também para o próximo governo sim seria seria importante que houvesse aqui também um sinal

De de reforço no sentido de termos a capacidade de recrutar mais profissionais porque é a grande carência que temos formalmente como eu dizia há bocado não houve assim uns cortes abruptos e muito muito esmagadores digamos assim o que deixou de haver foi os os os mecanismos de recrutamento a capacidade

De captar pessoas Dias Dias deixar eh acumular funções em em vários organismos do próprio Estado nem sequer se passa se trata aqui de acumular público privado ou seja o que for é trabalhar no estado mas em vários sítios eh para além do horário eventualmente com hora extraordinária e isso é possível é

Possível quer dizer e com o iCad sendo um instituto público totado de autonomia administrativa e financeira a mobilidade a capacidade de de de inventar modalidades é muito maior do que enquanto na administração direta do estado com o estatuto de direção geral como era o ccada portanto há aqui algum

Ganho nessa nessa flexibilidade digamos assim acha que há algum risco de de esta fusão com depois das novas eleições depois das eleições legislativas e de haver um novo governo e se esse governo for de direita haver algum e marcha atrás porque essa essa esse desmembramento aconteceu com com passos

Coelho foi foi com passos coelho e foi no foi na na altura da intervenção da troica portanto na altura os institutos públicos eram vistos como gastadores por natureza pronto e vá de vá de mais ou menos cegamente abater institutos públicos e retirá-los da da equação eu francamente não não não não creio que

Algum dos partidos em presença neste momento a menos que se demita totalmente de responsabilidades no enfrentamento desta destas questões eh não arriscaria que algum deles o fizesse mesmo sei lá iniciativa Liberal deixar as pessoas um um pouco à sua sorte à sua sorte eh mas não quero querer que

Tivesse tomasse uma iniciativa deste tipo reverter esta decisão de criação do Instituto também não me parece possível desde o momento em que a decisão foi tomada em 2012 que tem havido uma insistente e enfim e tentativa de de recriar o Instituto desde logo logo para aí menos de um ano

Depois houve um abaixo assinado subscrito mais de 600 profissionais desta área a pedir voltem a juntar isto Tudo somos muito mais efetivos e muito mais capazes de dar resposta aos Desafios que temos pela frente se estivermos todos juntos do que assim e depois Houve várias coisas que perderam

Também por exemplo a massa crítica resultante de uma interação muito linear e muito Direta com as pessoas estão na primeira linha que interagem diretamente com consumidores de droga que têm a perceção quase de de de semana a semana do que é que muda o que é que Quais são

As tendências quais são as substâncias que aparecem quais os contextos em que são em que são usadas porquê como e tudo isso faz parte depois a faz falta para a decisão e e para a definição de políticas e nós perdemos essa Agilidade de comunicação voltando aqui à situação

De Lisboa e do Porto a acha que deveriam ser abertas e mais rapidamente mais saldas de consumo assistido porventura e eu colocaria a prioridade assim primeiro que tudo é é é preciso oferecer tratamento atempado sem constrangimentos sem lista de espera a todos aqueles que o queiram porque senão nós podemos abrir

20 salas de consumo vigiado mas se se elas não tiverem saída as pessoas acumulam-se lá eternizam no nos seus consumos nós temos que oferecer alternativa Ok e portanto mais importante do que abrir mais espaços de consumo vigiado ou a par da abertura de outros espaços de consumo vigiado eu

Penso que a prioridade tem que ser reforçar a capacidade de tratamento tratamento em comunidades terapêuticas em ambulatório o que for nas várias modalidades e felizmente temos um um leque bastante alargado de modalidades terapêuticas depois Há outras respostas que nós precisamos também de instalar e de ter de forma mais

Eficaz uma delas é o conhecimento sobre as os produtos que efetivamente circulam reforçar o pel testing reforçar a capacidade de saber o que é que as pessoas andam a consumir até porque há aí riscos muitíssimos significa nomeadamente quer ocasionados pelas novas substâncias psicoativas quer pelos

Opioides de síntese que que estão aí a a aparecer e felizmente ainda não no nosso mercado ilícito onde circulam as as heroínas os craques E por aí fora e mas ainda Ontem foi noticiada uma apreensão significativa de um novo opioide sintético por parte da polícia judiciária e que eh Pelos vistos ou

Segunda a informação colhida se destinaria ao mercado europeu não ao mercado interno Mas qualquer dia começa a ficar por cá e começa a circular e começa a ser usado como produto a Adicionar à heroína ou a outras outros produtos que as pessoas consomem e envolver riscos muito significativos é

Importante sabermos O que é que está efetivamente na rua nós temos fontes de informação por exemplo temos o laboratório de polícia científica que Analisa as substâncias eh informa sobre o que aquilo que deteta mas isto acaba por ser ainda diferente do que é o indivíduo que vai consumir Se prepara

Para ir consumir vai ao espaço de consumo vigiado para consumir e cede uma um bocadinho da sua da dose que vai consumir para ser analisada e para que seja detetada o que é que lá o que é que lá está dentro Isto é de uma importância

Capital ISO deixou quase de se fazer é isso não não tem ainda a dimensão que gostaríamos que tivesse Isto foi foi sobretudo enfim post no terreno por uma organização governamental a Cosmic que tem tem uma enorme valia por isso e mas precisávamos de dar músculo também ou de

Apoiar a cosmique a ganhar músculo em desenvolver programas deste tipo noutros pontos do país e de uma forma mais consistente na própria cidade de Lisboa e do Porto e e noutras cidades mas isto depois também passa por uma por agilizar do ponto de vista legal alguns mecanismos que também T que ir a

Par por exemplo e não passa pela cabeça nem me parece que seja viável ter um laboratório com alguma Dimensão em cada capital distrito faz sentido que haja escala que haja um um um um ou dois Laboratórios com a capacidade de dar resposta há amostras oriundas de outros pontos do país mas

Depois há circulação de substâncias ilícitas como é que isto se faz através de portador e o portador como é que é autorizado a fazê-lo e se é intercetado pela polícia e acusado de e estar a traficar uma substância qualquer Portanto tem que haver aqui hum para além da antante cordial existente e

Atualmente com com com as autoridades que sabem como como existe em relação aos espaços de consumo vigiado não há propriamente uma determinação que diga que as as polícias não podem interferir naqueles espaços mas está entendido e há e há conversas e há entendimentos entre as forças policiais e as os responsáveis

Da saúde no sentido de dizer isto é o como como quando quando jogávamos às escondidas Isto é o coito aqui não não intervém portanto as pessoas aqui estão ao abrigo de intervenções mais intempestivas o que não não pode prejudicar também a eficácia no com comate a tráfico em

Zonas envolventes portanto penso que a nossa política sempre se pautou por um equilíbrio entre a redução da oferta e a redução da procura e é importante que isso continue a acontecer e em relação a outro tipo de dependências por exemplo sem substância e a adição à internet aos

Ecrãs o que é que pode ser feito e como é que se pode responder na prática a este tipo de dependências e se também está um monstro a ser criado se Bom eu acho que há há motivos para termos para seguirmos com muita atenção esses esses fenómenos

E diria que estamos também no no no Advento de uma determinada realidade e de uma mudança até geracional na utilização destas desta das tecnologias história das das tendências relacionadas com o jogo online com ainda também Ainda temos também de alguma forma o rescaldo dos próprios tempos de pandemia em que isto

Teve um impacto brutal as redes sociais nós temos temos feito estudos no sentido de avaliar também o impacto que isto tem na vida das pessoas e é um tanto assustador pensar que há muita muita gente e que gasta seis ou mais horas por dia e em atividades relacionadas com a

Internet e com redes sociais e com e com a exploração de de áreas que se calhar não têm nenhum interesse na sua vida prática exploração dos tiktoks e do e coisas desse géo e e é importante trabalhar trabalhar Isto mais uma vez através da literacia através da informação e de verdadeiramente

Um trabalho preventivo que vai para além da literacia mas um trabalho preventivo e algum controle que pode ser exercido pelas próprias operadoras de de de comunicações móveis é possível o controle não estou a dizer proibição mas por exemplo o surgimento de um pop-up que é o fim de determinado x tempo

Aparece no no telemóvel ou no computador quando as pessoas estão a passear por sites de duvidoso Inter mas para isso é preciso que tenham incentivo ou sejam obrigadas Exatamente exatamente isto passa portanto quando nós falamos da redução da oferta quando da área da oferta e da área da procura e quando

Falamos de substâncias ilícitas isto é branco ou preto acabou e quando entramos nestas áreas até mesmo na área do álcool até mesmo na área do tabaco quando quando estamos a tratar de com de substâncias ou de de atividades lícitas e a oferta é muito mais tem muito mais

Nuances Ok e tem que ser negociada num contexto de legalidade portanto E assumir que há determinadas coisas que têm que ser feitas está convidar também a o poder legislativo a a agir a fazer essa e as próprias operadoras as próprias operadoras mas é como diz quer

Dizer não não vão não vão lá por boa vontade não é tal como por exemplo a questão a questão do álcool e de uma política fiscal em relação ao álcool nós temos de facto bebidas alcoólicas disparatadamente baratas em em Portugal e não é por acaso que nós vemos enfim os

Turistas quando aparecem aí ficam completamente alucinados com a história do imperial pronto coisas coisas desse mas também não é admissível que haja vinho nos supermercados aparece mais baixo do que uma garrafa de água porque esse é o vinho que dependentes ou pessoas mais vulneráveis ou jovens vão

Beber Ok era importante que houvesse uma política fiscal isso passa por exemplo pela existência pelo estabelecimento de um preço mínimo por unidade de álcool mas para isto é necessário vontade polític também e tal como mobilizar ou ter os os operadores envolvidos no esforço de minimização dos riscos envolvidos na utilização da internet

Exige que haja que concertação Mas a partir determinada altura que haja decisões e que haja um poder legislativo que impõe determinadas medidas e que medidas é que podiam ser essas est est estava a falar por exemplo na existência de há limitações por exemplo para a publicidade nós vios na altura de mais

Uma vez isto tá muito presente penso eu ainda na nossa memória coletiva também questão da pandemia nós imos durante a pandemia e os anúncios ao jogo online A passarem toda a hora e com uma insistência brutal e em horário nobre muitas vezes em horário e E durante o dia e durante a

Manhã a com uma insistência brutal a partir de determinada altura e isto onre seja feito o jogo os operadores de jogo legal regulado por um tanto por imitação com a a legislação relativa à publicidade às bebidas alcoólicas remeteram para o horário da noite pela noite de dentro a

Partir das 10:30 da noite e a passagem desses anúncios foi um movimento mais ou menos espontâneo não Não não houve nenhuma regulação que que lhes impusesse isto mas foi um ganho muito significativo a partir determinada altura deixamos de ter a publicidade omnipresente ao ao jogo online mas é

Possível nos próprios e aparelhos que usamos nos nos telemóveis etc quando estamos demasiado tempo numa determinada atividade aver um um pop-up desencadeado pela operadora e isto é é suficiente para a pessoa parar e refletir um pouco porque as pessoas vão eh enfim em determinadas práticas de uma forma perfeitamente inconsciente de esta este

É um exemplo Mas claro que isto também não é uma e eu diria as frentes de intervenção são tantas e variadas e que é importante também priorizar mas começamos por falar aqui de uma situação que é perfeitamente desastrosa ou que tende a tornar-se cada vez mais desastrosa temos que intervir aí Ok

Eh temos os desafios que nos são colocados por novas tecnologias temos que lá ir mas vamos com a mobilização de mais parceiros não não não não conseguimos ir a todas sozinhos ou sem sem que haja de facto um esforço concertado para atingir um trabalho consistente ao nível da prevenção e da diminuição destes

Comportamentos sobre o álcool deixa-me só perguntar qual é a sua opinião sobre a vais de música patrocinados por marcas de cerveja e h festas académicas também quero mesmo que eu a minha opinião eu penso que é capaz de inferir Qual é a minha opinião acerca disso

E mas aí mas para além isso é evidente que mas acha devia ser proibido Entendo sim que devia ser e sobretudo as manifestações desportivas os patrocínios manifestações desportivas mas depois também nós temos uma uma omnipresença das bebidas alcoólicas em tudo hoje não é possível passar publicidade a bidas alcoólicas antes das

10:30 da noite mas não há telenovela nenhuma não há programa nenhum não há nada na televisão Nacional em que nós não vejamos copos presentes em que não vejamos personagens a brindar a entrar em casa e na aquela de do relachar ao fim do dia de trabalho beber um um copo

De vinho ou de outra coisa Qualquer portanto há um um gatilhos Há gatilhos sim e há e há um um chamemos-lhe um um um acho que manding não é aqui o o nome adequado mas há uma forma subliminar de passar de estimular o consumo e outra coisa nos supermercados

É deve haver uma zona reservada às bebidas alcoólicas todos sabemos há lá um cantinho onde estão as prateleiras do dos vinhos dos whiskys e para aí fora e é suposto que seja assim mas não não há Supermercado nenhum não entremos e logo ali nos nos primeiros passos dados da

Dentro do supermercado não haja uma ilha com as promoções com bebidas alcoólicas particularmente baratas ou a preços de preços saldo isto não não é suposto ser ser possível também não é possível lidar com a enorme complacência que existe por parte da nossa população relativa ao uso ao uso de bebidas

Alcoólicas É frequente ver eu já vi pessoalmente um miúdo 13 ou 14 anos a querer passar uma grade de cervejas na na caixa de supermercado a menina da Caixa diz ó mostra lá o bilhete idd o cartão de cidadão que não tens idade para comprar álcool e tal e a senhora de

Meia idade que estava a seguir na fila diz ó filho deixa isso que eu passo passo das cervejas portanto é uma complacência uma uma quase que um incentivar que pessoas de outras gerações também têm relativamente a a est uso felizmente parece haver menos pessoas a beber a má notícia de que aqueles que

Bebem entre os jovens uma má notícia é que aqueles que bebem bebem disparatadamente eh os indicadores que temos relativos ao Bing drinking portanto ao Beber Beber de forma intensiva numa determinada ocasião ou às bebedeiras tem aumentado em menos pessoas é mais mas é mais é mais concentrado um um uma um impacto da

Bebida de uma forma exacerbada numa população mais reduzida eh disse que tinha sido convidado a fazer a instalação do novo iCad eh vai continuar à frente deste organismo Durante quanto mais tempo não será necessariamente durante muito muito mais tempo fui fui convidado quando foi quando Foi publicada enfim o diploma que cria o

ICad fui convidado pela pelo pelo senhor ministro da saúde continuar e e a promover este este processo de fusão com as com os serviços orientes das ors foi saiu depois um despachos de nomeação do conselho diretivo do iCad que era fundamental para pudéssemos assegurar digamos o metabolismo basal do novo do novo

Organismo mas o que é facto é que eu estou a aproximar-me da idade da reforma e não ficarei muito mais tempo espero ter a possibilidade de concluir de concluir este processo de fusão mas entretanto vamos ter um novo governo vamos ter outras opções veremos eu devo dizer eu desde 97

Que tem responsabilidades nacionais nesta área tem sido uma felicidade um grande uma grande quantidade de desafios o desafio que hoje colocaram relativo enfim à situação no no Vale de Alcântara é mais um dos muitos que nesta carreira profissional já tão longa com com responsabilidades na matéria ten tenho enfrentado é mais

Um que abraço com gosto mas francamente tá na tá na altura de pensar em em que venham outros responsáveis de tomar conta da desta área se deixasse hoje as funções e comparado com o 97 Como é que está a situação no que diz respeito à droga está ligeiramente melhor igual não

Eu penso que está francamente melhor francamente melhor repar em 97 97 em 99 para aí quando foi aprovada a estratégia Nacional de luta contra a droga a primeira Grande estratégia estimativa Que nós tínhamos na altura e a estimativa não havia estudos tão eh rigorosos como aqueles que temos hoje eh

Seria de que havia pelo menos 100.000 utilizadores problemáticos de heroína heroína predominantemente injetável 1% da população Portuguesa hoje em dia mesmo com este recrudescimento e com esta grande visibilidade de pessoas muito desorganizadas muito expostas na na no no espaço público estima não chega nem se aproxima de metade desse número ok

Portanto 50.000 seria já um uma quantidade enorme eu não acredito que estejamos com 100.000 utilizadores problemáticos de droga ainda assim são demais tínhamos na altura 350 mortes para vardos por ano em média durante a década de 90 atualmente andamos nos 70 80 são muitas o ideal seria que não tivéssemos nenhuma estamos

Muito abaixo da Média europeia em termos de mortes para o verdoso mas pronto francamente Acho que valeu a pena todo este percurso e e que as respostas foram verdadeiramente eficazes agora temos que ser inventivos para este novo desafio que aí está está assim terminado este hora da verdade o nosso

Convidado foi João golão é presidente do IC do Instituto para os comportamentos aditivos e as dependências a quem agradeço de novo ter estado aqui no nosso programa que regressa na próxima semana este teve o apoio de Carlos Smith e também de Maria Lopes uma boa semana