🗣️ Transcrição automática de voz para texto.
Está em causa setir ao no governo dos Açores não é sim porque basicamente há três hipóteses portanto primeiro que tudo como tudo disseste o programa tem que ser votado isso está no Estatuto dos Açores portanto no Estatuto dos Açores diz o programa tem que ser votado eh
Aqui não é assim portanto um um governo pode passar sem nenhuma votação se ninguém apresentar nem Moção de confiança nem Moção de rejeição ao programa e depois eh digamos o único momento em que há crises digamos assim ou tensão nas negociações do orçamento oramento mas as negociações do orçamento
T aquela característica de permitir geometrias várias não são tão formais já lá vamos falar Recordar algumas no caso dos assessores a coisa é diferente e portanto há há logo uma barreira à entrada um obstáculo Ora bem eh Quais são as três hipóteses é enfim não se espera que ninguém além do PSD e
Do enfim dos partidos da Ad votem a favor portanto sobram os partidos os outros partidos que são o chega em liberal e o partido socialista em Liberal não chega não basta tem só um deputado e portanto não é suficiente para haver para haver maioria Portanto o a chave do problema
Tá nas mãos do chega e do partido socialista ou Algum deles se abstém ou se votarem todos contra o governo cai aa ser a primeira hipótese tudo Vota contra cai o governo problema ficamos sem governo sem orçamento e temos que esperar pelo menos 6 meses porque só
Daqui a se meses é que se pode solver a assembleia e e depois é preciso escolher novamente um ver o que é que resulta das novas eleições portanto é um período longo de sem governo portanto eh as outras duas hipóteses é ou se abstém o partido socialista ou se abstém o chega
Vamos saber o que é que diz o partido socialista o próprio chega não é claro o que ven a dizer portanto já se percebeu que José Manuel bolero não está conversar com ninguém não está a conversar nem com o André Ventura nem com o José Pacheco ao contrário do que
Disse André Ventura no debate num dos debates que estão a acontecer conversações conversações mas o José bor vai dizer muito claro quem conversa sou eu e eu não estou a conversar pronto quer dizer que alguém se encontre num café numa ilha pequena em Ilhas pequenas provavelmente não
Estava a ver conversa alguma foi uma forma dele ali criar um facto Consumado CL pronto eh o chega disse já várias vezes que sem acordo eh não há não há voto a favor o próprio André Ventura Disse até invocou até invocou Paulo Portas para dizer que a primeira C quem
Quer à segunda a primeira qualquer cai à segunda só SA quem Só que quem quer portanto no sentido de dizer não vamos voltar a dar uma carta branca ou que que queiram ao governo Regional e portanto e esta é a posição do Xa o chega não tem
Portanto tá a tentar esticar a corda Até porque aqui há o outro problema que é um problema geral nós temos aqui duas questões que são questões importantes uma que é mais digamos estrutural e outra que é mais conjuntural a estrutural é saber se em Portugal no neste tempo político só podemos ter
Governos de maioria e de maioria barra portanto bloco esquerda bloco direita Isso é a única hipótese Essa é estal a questão conjuntural é que temos eleições daqui a um mês e portanto os partidos estão a esticar a corda a olhar para as eleições mas antes de ir aí deixa só
Recapitular um pouco o que é que tem acontecido nas enfim Já não são anos são décadas de experiências minoritárias ou maiorias relativas nos Açores ou no país no país vale a pena acho que vale a pena recordar tudo no país já houve primeiro que tudo nos Açores já houve dois governos sem maioria
Absoluta o governo de Carlos César o primeiro governo de Carlos César em 1996 e o primeiro governo de Jé Manuel bolieiro em 2020 o que aconteceu no primeiro governo de Carlos César portanto na altura havia uma situação muito diferente da atual em termos políticos em termos regionais que era
Uma havia um partido que estava no poder eh nos Açores há 20 anos praticamente ão há mais de 20 anos portanto Mota Amaral uhum Teve teve governou governou governou governou portanto e a no no continente tínhamos acabado de sair de 10 anos de Cavaco Silva portanto havia uma uma arrumação digamos política
E psicológica completamente diferente da atual porque havia um partido hegemónico na região e quer dizer tinha havido um partido hegemónico na região e no país O o PSD e estava-se a chegar ao fim desse ciclo e por isso aconteceu um acordo que que hoje em dia seria muito estranho que
É o governo de Carlos César passou com os votos do CDs que tinha na altura três deputados na na região foi um casamento de conveniência que não durou a legislatura toda a meio da legislatura houve ainda a tentação por parte do do CDs e do PSD de se coligar eh para
Substituir o partido socialista atenção nessa altura quer a lei eleitoral era ligeiramente diferente não havia praticamente pequenos partidos havia um deputado do PCP e eh nós tínhamos ainda o o outra outra particularidade que era PSD e PS tinha o mesmo número de Deputados o PS tinha tido mais votos mas por causa do
Sistema eleitoral tinha o mesmo número de Deputados 24 ambos tinham 24 deputados mas desculpa interromper não hoje Pode parecer insólito mas Nós já tínhamos tido um governo Nacional já Vamos aos governos nacionais calma aos na com a mesma arit nacionais eh depois tínhamos o o houve ali uma tentação
Tentação ainda à meio do CDs trocar de de carro digamos assim passar a apoiar passar a ir para o carro do PSD até porque a nível Nacional havia o acordo entre Paulo portas e e Marcelo Rabelo de Sousa e Aquela aliança que depois acabou mal não é portanto não era uma era uma
Alternativa democrática acho que assim que se chamava também era uma AD mas uma AD com outras características acabou nem chegou às eleições mas na altura o Presidente da República Jorge sampai não deixou Apesar dele ter pouco poder na região porque há o representante da República arranjou forma de dizer não
Por aí não vão acab esqueçam essa ideia panto e o governo carlosa chegou ao fim e com o beliro sabemos at essa situação atual o que aconteceu foi que tínhamos uma situação ao contrário um longo ciclo de poder do partido socialista portanto vínhamos desde 96 até 2 24 anos Carlos
César e depois Carlos celas e depois Vasco Cordeiro e também tínhamos o partido socialista no poder no continente e portanto o que resultou das últimas eleições em 2020 foi uma maioria à direita do partido socialista ostil ao partido socialista mas com o ps sem ser o primeiro partido mas mesmo assim esta
Maioria que incluía a indici liberal e o chega tinha mais elegeu mais deputados e tinha claramente mais votos que o partido socialista e portanto formaram não formaram um governo o governo foi do PSD mas houve acordos separados com a inicitiva liberal e com e e com o chega
Para permitir que José Manuel bilheiro governasse portanto Isto é Açores continente uhum portanto estás a ver que aqui houve uma evolução grande não é uma evolução grande e eh na altura bolier também precisou do do CDs que tinha tinha tinha deputados mas esse foi para o governo sem problemas um continente eu
Vou só só falar não vou tão atrás Como o governo ps ps CDs não vou tão atrás que existiu existiu foi um tempo curto mas na altura a constitução era diferente em alguns aspectos eh e o Presidente da República tinha muito mais poder do que tem do que tem hoje isso depois foi
Sucedido por governo J presidencial portanto é um quadro de facto politicamente diferente a partir daí o que é que nós tivemos de governos governos de maioria relativa basicamente tivemos governos do partido socialista porque quando eh porque porque o Único Governo de maioria relativa que tivemos
À direita foi o governo de V silv sim 85 e por uma situação muito particular que lhe permitiu aguentar dois anos depois também caiu que foi existir um partido novo que era o prd que era um partido que tinha umas características anti PS digamos assim e criado a partir da Presa
Da República de Ramalho Enes era um partido que tinha uma base que era um partido curioso porque tinha muitos quadros que vinham da área dos socialistas mas depois tinha muita gente também que se se tinha mais simpatia a à direita portanto Era assim uma coisa um bocadinho portanto era um um objeto mal
Identificado que acabou rapidamente não é portanto eh depois disso tivemos dois governos de minoria de maioria relativa de António Guterres e um de José Sócrates a direita ou melhor os partidos à direita só governaram quando tiveram maioria absoluta portanto é bom ter isto bem presente porque às vezes
Isto não foi igual de um lado e do outro atenção não foi igual de um lado e do outro portanto como é que aconteceu com os governos de namente António Guterres com os governos António Guterres o primeiro aqui é conta o segundo é um governo muito particular é o governo dos
115 115 dos orçamentos limianos e por aí Diante O que aconteceu foi que estávamos novamente num período em que tínhamos vindo da maioria de Cavaco Silva 10 anos ou melhor dois anos dois grandes maioria e dois e um em minoria 10 anos de Cavaco Silva e a clivagem era quase
Não era bem direita esquerda era cavaquista e antic cavaquista digamos assim e portanto tínhamos uma enorme proximidade entre o partido socialista António Guterres e um PP que era Manuel Monteiro barra Paulo portas e portanto esse PP Manuel Monteiro Paulo Portas viabilizou no início no início o governo de António cter António Terres Digamos
Que era um partido também antic cavaquista na altura também era um partido antic cavaquista eh e do lado do PSD Só houve eh portanto quando foi a votação do primeiro orçamento e dessas coisas assim o líder ainda era não tinha sido substituído por Marcel Rabelo de Sousa ainda era Fernando Nogueira e
Fernando Nogueira votou contra pronto a seguir entramos no processo de aproximação à moeda única e o governo do partido socialista passa a contar basicamente com o apoio eh de digamos com o passa a negociar com o PSD de Marcelo Rabel de Sousa Marcelo e o go Terres tinham sido eram da mesma idade
Conheciam-se bem tinham andado juntos na juventude católica portanto tinham alguns padres em comum digamos assim literalmente eh não estou não estou a seminário da Luz os padres do dos franciscanos sim nomeadamente tinha o também tinha o padre cabra que era próximo dos dois p João cabra eh e portanto eh Eles
Foram conversando havia sempre um número político mais ou menos um número político sobre um imposto aqui um imposto aqu lá aqueles números típicos de negociação orçamental mas havia mas havia mais ou menos dramatizado por jogo político mas havia a convicção que aquilo ia passar porque havia a moeda única para entrar
Nós estávamos a caminho do Euro portanto Ninguém queria uma crise política nem à esquerda nem à direita portanto isso caminhou o segundo governo V seguiro Depois temos os governos Gover o governo curto de 2 anos de José Sócrates que passou portanto não foi necessário votar passou o primeiro orçamento Manel feira
Leite disse se eu perdi as eleições abstenho eh e a seguir houve uma negociação longa épica com Petro passes Coelho aquela negociação em que os protagonistas foram Eduard catroga Carlos moedas de um lado e Fernando e e taxeiro dos Santos do outro com fotografias com brindes com aquelas
Coisas todas quem quem viveu se lembra se recordará mas o orçamento passou na mesma Portanto o PSD foi aguentando e o governo acabou por se demitir por causa do PEC 4 isso é outra é outra outra história estamos no AJ da da já da a
Idade não é Ora bem o que é que isto indica indica indica eh algumas coisas primeiro que tudo e até se rocar mais atrás o primeiro mais podemos confirmar isso primeiro que tudo durante muitos muitos anos eh foi possível governar em minoria à esquerda porque havia mais ou a
Convicção de que havia ali uma linha vermelha que era o PCP o PCP apesar de ter feito muitas campanhas e muito ter uma linha política que era maioria de esquerda nunca fez vingar essa esse Esse princípio quer dizer o apesar do país estar cheio de cartazes a dizer maioria
De esquerda e ela existia no Parlamento mas havia uma linha vermelha entre o PS Mário Soares ao princípio e depois os outros pses e o Partido Comunista e portanto à direita ou em concreto umas vezes o CDs outras vezes o PSD outras vezes os dois em conjunto iam permitindo
Que que o partido socialista governasse Isso acabou em 2015 porque aí chegamos ao último governo aos governos mais recentes de minoria que são os governos do partido socialista que criam duas novidades a novidade de ser o segundo partido a governar uhum portanto um partido que tem menos votos
E menos deputados PS António Costa faça ao PSD Passos coelho e e os acordos com partidos que antes estavam para lá das Linhas vermelhas que era o PCP e o bloco portanto entretanto o sistema político evoluiu evoluiu para portanto isto aconteceu muito também dependente da existência de dois grandes partidos
Muito muito esmagadores em relação a todos os outros PSD PSD centro direita PS no centro esquerda portanto e este sistema era o que tínhamos e portanto E se o Ps nunca verdadeiramente permitiu ao PSD governar em minoria também a única possibilidade que tinha foi o primeiro governo de Cavaco Silva o o PSD
Vai as vezes permitiu ao PS governar em em minoria ou ou com maioria relativa nós estamos hoje numa situação que é alguns aspectos é é diferente tanto nos Açores como e no continente em que já não há quer dizer há há há mais partidos e com alguma representação a
Novidade dos últimos anos é o cheg ind C Liberal eh que durante muito tempo não não existiram portanto a novidade ao que esquerda é não sei se é o PCP ser o PCP e o bloco esse já tem mais alguns anos mas também é relevante enfim Ainda há o
Livro que ninguém sabe se poderá ter mais ambições do que aquelas que teve na última da última vez um deputado dois deputados não é muito representativo mas isto eh leva-nos para aquilo que é a discussão que eu diria mais estrutural e que uma tem a ver com a a tática E outra
Tem a ver com com aquilo portanto nós tivemos um sistema que no fundo não era quase maioritário apesar de ser proporcional com o a min dos dois partidos e nos últimos anos estamos a evoluir para um sistema que enfim houve ali uma um um sobressalto em 2022 com a
Maioria absoluta de António Costa mas que não não é muito não é muito repetível digamos assim mas estamos evol para um sistema onde Das duas uma ou quem se se esquerda tiver maioria governa à esquerda se a direita tiver maioria governa à direita ponto final parágrafo pronto e e desse ponto de
Vista para poder haver alternância é preciso não se pode deitar fora os votos do chega não pode haver isso e Mas como já não se deitam fora os votos do PCP e do bloco durante muito tempo não deitavam se fora era o chamado arco constitucional desapareceu portanto
Deitavam se fora e agora a questão é saber se se deitam fora ou não portanto é aquela solução Ou vamos para um outro sistema em que mesmo sem haver bloco bloco Central há e tolerância e digamos assim para haver governos à esquerda de centro esquerda ou centro direita sem
Terem que depender do do digamos do apoio dos extremos ou dos partidos mais hum mais radicais e isso é um bocadinho aquilo que está em causa neste momento também também nos Açores claramente a aposta de Pedro Nuno Santos é o primeiro destes sistemas portanto e tem eh tem
Dois argumentos um que é discutível e o outro que é falso o primeiro argumento que é discutível é se eh quando há este tipo de tolerância entre os dois blocos estamos ou não a favorecer os extremos que é esta coisa e pá mas isso isso é verdade com governos do bloco Central
Não é tão Óbvio com governos em que o o principal partido da oposição fica fora mas vai fazendo acordos pontuais orçamento orçamento para haver governabilidade o outro argumento que é falso que é um argumento que ele usou ontem é que ah o PSD agora quer é que
Nós quando quando perde ali só chega e faz governo quando ganha quer que se deos nós apoiá-lo porque não se quer aliar aou chega e portanto com esta lógica o PSC está sempre no governo bem o PSC só só estará sempre no governo se houver maioria direita Porque sem
Maioria direita Não isso não acontece é o PS vai para o governo portanto não há aqui porque e o aquilo que o PS quer é o contrário de alguma forma aquilo quer é a contrário é eh en quando o o o chega não faz parte
Do das contas sim e portanto a o PS quer poder nem sei bem o quê Porque no fundo quer quer dizer o quê que perde das eleições não há maioria de esquerda e e e ou mesmo que ganhe as eleições não há maioria de esquerda e governa sempre
Porque no limite governará sempre porque conseguir uma maioria de direita sem o chega nos próximos tempos não se sabe bem como não é portanto e e por isso no fundo o que o p está a dizer é assim se eu e o e o bloco e o
PCP tivermos votos o o PSD tem que tem e ficará sempre fora ficará sempre de fora e não é preciso que ter a maioria dos deputados não é preciso que ter a maioria dos deputados basta ter mais votos que somar mais que o PSD portanto
Eh Isto é um é é um tema um tema relevante porque no fundo aquilo que que vai estar em causa nos Açores é e dentro da discussão do partido socialista e portanto queros a saber por que lado é para que lado é que eles caíram é saber se
Eh o o PS quando diz que o chega tem que F é uma linha vermelha tem que ficar fora do sistema leva isso até às últimas consequências e portanto viabiliza um governo do PSD para evitar que que o que o chega faça parte da equação no fundo
Aquilo que SAC Carneiro fez com Mário Soares ou que e Marcelo fez com Terres ou mesmo que Passos Coelho começou por fazer com e com Sócrates mas com Sócrates a possibilidade de uma aliança com o Partido Comunista no quadro da ade era era impossível não é sim eh portanto
Mas num limite temos um quadro destes ou Isto É vantajoso neste quer dizer o PS precisa disto por causa dos argumentos para a campanha para a campanha Nacional Só que eu estou convencido que e p n Santos acredita também nisto não é apenas estático é mesmo estrutural