Vídeo: 🎙️ Spes Libertatis, com Miguel Leichsenring-Franco

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[Música] Olá Miguel Franco obrigado por ter aceitado o meu convite Olá Ricardo obrigado eu pelo convite também ó Miguel o tu és português vives em Portugal trabalhas em Portugal tens uma forte atividade H associativa em Portugal em várias associações mas tens também uma característica que eu gostaria de destacar um bocadinho que é assim tens descendência alã trabalhas numa empresa alã em Portugal e tens de uma relação muito forte com a comunidade alemã pelo que eu seio e a minha questão é porque tenho muita curiosidade sobre isso ou seja porque é uma comunidade muito forte quer em termos industriais quer em termos mesmo eu penso de de de importância Comunitária para o país eu gostava um bocadinho de perceber o que é que o que é que isso O que é que ou seja como é que foi esse teu percurso é só porque exencial que isso aconteceu aconteceu por acaso como é que foi bom isto naturalmente não foi nada é por acaso e tudo é por acaso h o meu avô o meu bisavô veio em 1905 eh ponto da o o o o o avô da minha da minha mãe veio para Portugal em 1905 e portanto veio representar máquinas veio representar máquinas texis e depois mais tarde H eh trabalhou a representar a Pelican em Portugal e o meu avô continuou juntamente com o primo dele esse esse negócio cá cá em Portugal e portanto cresceram E viveram também sempre cá cá em Portugal e portanto aqui na zona do do do aqui no Norte na zona do Porto e e portanto por cá ficaram e e e e no fundo estiveram sempre Inter portanto ligados à à comunidade à comunidade local h e portanto o facto de termos um colégio alão aqui na na região portanto aqui no porto o facto de eh ter bem vindo ao longo dos anos várias empresas alemãs para para esta região nomeadamente e nos anos 80 mais fortemente indústria do Calçado e também dos testas mas mas muitas outras enfim empresas de grande grande relevância como umas imans que estão cá já há mais de 100 anos uma voos também já há muitos anos aqui em Braga H mas não só também estão em Aveiro ovate também Lisboa eh mas muitas outras que entretanto foram foram foram vindo eh leva a que a comunidade de facto tenha aqui um um peso um peso grande e as relações que nós fomos e eu tive de facto no colégio alemão as relações que fomos construindo foi nesta comunidade foi nesta comunidade Luso alemã Ok isso levou-me sempre enfim a ter o melhor dos dois mundos eh a capacidade de planeamento dos alemães e a capacidade desen Rasco dos Portugueses e portanto juntar e viver nesses dois mundos sempre foi Foi algo Foi algo interessante é evidente que depois isto leva que todas as escolhas que eu tenha feito a seguir passassem por exemplo por um pelo curso P um curso técnico de gestão na na Dual que foi que foi a ou que é a escola profissional da Câmara de Comércio e Indústria lz alemã num sistema eh Dual e portanto ainda como como ainda hoje funciona H os os jovens aprendizes passam eh quatro dias por semana numa empresa e tem um dia por semana aulas e de contabilidade de matemática financeira de Economia etc e isso deu-me naturalmente aqui o contacto com a empresa alemã onde estou onde estou hoje eh e portanto mantive-me Sempre ligado à à comunidade alemã desta forma e portanto foi por acaso e foi resultado de quer dizer portanto foi Coincidências mas também um bocadinho uma uma uma consequência de Ok e o facto naturalmente de uma pessoa dominar a língua acaba sempre por ser também uma acaba por ser também uma vantagem H em determinados momentos de de decisão por por diferentes opções CL ó ó Miguel falaste aí da questão da da do curso na Dual e também do colégio alemão e e e a questão da educação é uma questão que a mim me preocupa bastante e me interessa e me preocupa em Portugal e e não só também sei que a ti também é uma questão que me interessa bastante porque tu tens esses dois mundos ou seja Porque estás em Portugal e e e vê o que é que é o o sistema normal português e também Veres o que é que é o sistema alemão O que é que achas que são no fundo as aprendizagens que se pode ter no lado para o outro o que é que o que é que funciona bem o que é que não funciona tão bem aquilo que podia ser melhorado olha Eh desde logo esta questão da do do ensino Dual H é é extremamente importante para da para a sociedade e para as empresas H porque prepara ou ajudam a preparar jovens que no final desse curso tem uma profissão e portanto podem ser uma profissão podem ganhar o seu o seu rendimento a numa profissão que é importante e muito útil para a indústria e portanto estes cursos são H preparados e programados e com a intervenção das empresas Ou das organizações e que os ajudam a desenhar portanto é uma cocriação no fundo destes destes cursos isto leva a que as pessoas e os jovens que são preparados repito são preparados em função das necessidades que as empresas também têm por um lado por outro lado como eu disse a pessoa sai com uma profissão Ok serralheiro mecatrónico eletrônico eletricista mecânico automóvel por exemplo ou chefe de cozinha e por aí fora portanto Dual tem uma data de de cursos ou no meu caso como técnico de gestão portant no fundo são quadros ou permitem permitem e criar quadros intermédios para para as empresas Ok Isto é muito muito relevante e e por isso foi muito desenvolvido e muito apoiado a na Alemanha e e é no fundo uma uma das bases do Sucesso eh das das empresas industriais mas não só h e que aqui em Portugal está a ter também uma grande uma grande aceitação Ok eh nós temos neste momento na Dual quase 1000 1000 lunos todos os anos e a taxa de colocação anda Ronda os 93 a 95% normalmente os jovens desculpa interrompe mas quando dizes quando dizes estáem cerca 2000 são são e 1000 1000 são são alemães ou descendentes de alemães ou ou portugueses que não têm qualquer portugueses são portugueses que não têm qualquer relação são portugueses que não tê qualquer relação h e e e que escolhem esta via profissionalizante que não os impede Se quiserem mais tarde de estudar porque depois têm equivalências também ao 12º ano mas que repito lhes permite ter uma profissão e no fundo uma colocação já numa empresa porque eles fazem um estágio naquela empresa e na grande maioria dos casos ficam nessa empresa a empresa prepara-os permite-lhes no fundo fazer um um estágio alargado durante dois anos ou 3 anos e isso dá-lhes naturalmente ali uma ligação entre entre o jovem e e a empresa isso para o jovem é extremamente importante porque no final repito tem uma profissão claro que há o estigma que aqui em Portugal é é é grande eh de e pá se eu não tenho ou se o meu filho não tirou um curso superior não é ninguém eh e este estigma é que deveria ser combatido e deveríamos enquanto sociedade e transformar e levar a que as pessoas pto nem todos podem nem todos querem estudar mas fazendo um bom curso profissional tem uma profissão e pode e na maior parte das vezes isso acontece ganhar até mais do que alguém licenciado pronto e quando as pessoas se apercebem disso O mundo muda um bocadinho agora falta-nos enquanto sociedade trabalhar este trabalhar este este enfim esta solução eh criando eh nas famílias eh a ideia de que quem tem uma profissão pá um mecatrónico um eletricista é uma pessoa digna e relevante é uma pessoa que tem e que merece no fundo o o o apoio e e e e o respeito da da sociedade e há um bocadinho esta ainda esta Enfim este estigma de pá não estudou e pá não é ninguém e eu acho que isso é algo que deveríamos e e que temos que todos H travar mas sem eu concordo em absoluto e é engraçado que eu acho eu tenho eu eu tenho a mania que sou uma pessoa informada e por exemplo eu não tinha ideia de que o que a formação doal que existia em Portugal integrada no sistema português não é e sempre sempre pensei que fosse algo só só ou na Alemanha ou então que estivesse relacionado e e não é mas é é é algo desconhecido não é é um bocado desconhecido sim embora enfim tenha havido e e há um esforço grande que a que a doal faz de se dar a conhecer porque isto é tudo é tudo uma questão também de das pessoas estarem a conhecer e mostrarem os modelos eh que tem e e no fundo eh apresentarem-se quer dizer as pessoas tê que tem que tem que se apresentar tem que estar nos meios tem que estar junto os jovens e explicar isto aos jovens e esse trabalho está a ser está a ser feito ao longo destes últimos anos h de uma forma de uma forma muito mais profissional também o que tem permitido o que tem permitido que tanta gente tenha recorrido ou esteja a recorrer estes a este tipo de cursos excelente olha Miguel agora passando para outro mundo que Tu conheces muito bem também que é o facto de gerir em Portugal uma empresa alemã e portanto em que eu em que eu penso que maioritariamente são portugueses que trabalham aqui na unidade Portuguesa ou nas unidades portuguesas mas também tens a relação muito próxima e permanente com a empresa mãe alemã e e quanto ou seja Quais são as as principais características que tu vês nos portugueses versus os alemães ambos num numa organização alemã um bocadinho aquilo que eu dizia há bocado juntam-se aqui Dois Mundos e o mundo enfim tipicamente mais planeado mais organizado H alemão com a capacidade de desenrasca capacidade de improviso no bom sentido da palavra eh do português eh e isso ficou muito patente por por exemplo aqui na na na pandemia enfim os alemães ficaram um bocadinho às aranhas com toda esta mudança tão repentina algo que que apareceu nós aqui fomos muito rápidos a adaptar-nos à Nova à Nova à Nova à Nova situação mas também quando há e problemas de fornecimentos por exemplo e tivemos decorrente também da pandemia várias quebras na nas cadeias de abastecimento a capacidade que nós tivemos aqui em Portugal de nos adaptarmos e reinventarmos inclusivamente alguns processos foi foi absolutamente notável Ou seja a junção destes Dois Mundos é é algo eh extremamente interessante e que resulta muito bem isto não é só dito por mim aliás todas as as empresas alemãs que operam aqui em Portugal beneficiam exatamente desta desta dualidade eh da programação do planeamento enfim do trabalho mais rigoroso com H enfim a capacidade a grande capacidade de eh improv de desenrasca também uma pessoa disciplinada e organizada quando o enquadramento eh existe e está bem está bem estruturado e portanto o português isso é algo que nós vemos e somos muito apreciados dentro do grupo exatamente por isso porque somos pessoas que cumprimos portanto no final do dia as coisas aparecem feitas Ok e normalmente e e isto agora é geral e muitas ve das outras empresas multinacionais que trabalham cá e que T eh operações em outras áreas em outras regiões não só na Alemanha mas também normalmente as as operações portuguesas são das mais rentáveis e das mais bem organizadas p m eu era aí eu era aí mases me queria chegar ou seja porque agora indo a fazendo ao contrário Isto é porque é que nós enquanto país temos tanta dificuldade porque assim eu não tenho dúvidas nenhumas nenhumas mesmo ao longo da vida já havia muitas empresas que os portugueses são altamente cumpridores são Trabalhadores são esforçados entregam tê essa capacidade de essa criatividade e capacidade de improvisar mas sempre que eu vi portugueses em ambientes bem estruturados eles quase sempre são excelentes trabalhadores porque é que nós não conseguimos enquanto país trazer essa esse bocadinho desse planeamento ou se já não digo não digo nós não temos ser alemães não faz sentido cada povo tem a sua cultura e cada Mas porque é que porque é que temos tanta dificuldade em ao longo ao fim de tantos anos n é não seros mais organizados enquanto país agora já já vamos para aquela parte mais especulativa iso tem a ver e Mas é verdade isso tem a ver um bocadinho enfim se fosse se tivéssemos a falar de uma organização como uma empresa nós dizíamos que a capacidade do gestor é baixa ou seja temos fracos gestores muitas vezes à frente de determinadas Organizações e à frente do país temos muitas vezes fracos gestores pronto e e h que não t a capacidade Porque repar isto é de facto um país relativamente Pequeno São 10 milhões de habitantes eh ou aproximadamente e pronto seria relativamente simples deir querendo agora essa pergunta que tu fazes é uma pergunta de facto difícil de responder Isto é há anos que é assim como tu dizes Mas provavelmente é uma coisa histórica Como já os romanos diziam não é um povo que não que não não se quer deixar gerir quer dizer é uma coisa difícil pronto é uma gente boa mas difícil de em conjunto arranjarem formas de se gerirem as santas tê a ver com isso mas prov provavelmente eu diria é a fraca qualidade da gestão que leva a que isto seja assim portono os dirigentes Se quisermos Ok e e isso é e era por aí que nós deveríamos tentar depois há uma outra questão também um bocadinho cultural que é e num âmbito um bocadinho diferente a nossa incapacidade também de sabermos vender aquilo que fazemos bem lá fora portanto isto avançando um bocadinho para este lado H somos muito bons a fazer as coisas e se tivermos dentro de uma estrutura muito bem disciplinada muito bem organizada damos nas vistas e tanto é assim que depois até somos recrutados para empresas e para gerir empresas lá fora e há inúmeros há inúmeros casos de portugueses a liderar grandes empresas multinacionais E grandes estruturas lá fora mas eh quando temos que vender com a nossa organização com o nosso trabalho algo lá fora é extremamente difícil e portanto somos muito pouco sistematizados eh e muito pouco rigorosos e também pouco ambiciosos às vezes nisso e temos alguma não sei alguma Vergonha em mostrarnos aquilo que fazemos bem e a pedirmos algo como contrapartida por aquilo que fazemos uma terceira nota que pode estar relacionado com estas duas coisas é também não termos a capacidade de trabalharmos em rede portanto há aqui muita inveja às vezes muito receio e portanto este pouco cuidado ou pouco investimento que fazemos em trabalhar em rede e portanto em conjug armos com o vizinho do lado com o concorrente com eh um com outros parceiros construirmos no fundo soluções para melhorarmos o todo o nosso todo o nosso ecossistema eu diria que são assim três pontos três pontos Vão bater todos um bocadinho na mesma questão que é uma questão cultural Claro de base uma incapacidade de nos deixarmos gerir mas também uma incapacidade de saber gerir em muitos casos eu eu eu concordo eu concordo muito contigo eu já já várias vezes acho que até já escrevi isto já falei assim eu acho que o nosso grande problema é aquilo que nós designamos por elites no sentido lato de temos acho que temos elites fracas fracas e que têm de si própria maior parte das vezes uma opinião muito muito positiva e na verdade entregam muito pouco ou seja têm pouco resultado mas são élites não pelo mérito a maior parte das vezes ou por famílias ou por relações ou partidárias ou por ou por históricas ou seja o que for e e e também disseste aí uma coisa muito interessante que é a incapacidade de vendermos eu lembro de uma vez alguém me contou que foi um e um concurso com um parceiro internacional americano Se não me engano e portanto o português era parceiro do americano iam fazer uma proposta e o português apresentou uma proposta se não me engano até era algo que era o valor do serviço dele 50.000 € o americano disse tu és Tu és parbo assim eu nem eu nem eu nem te levo nesta proposta porque ninguém te vai ninguém te vai considerar portanto tens no mínimo que quadriplicar esse preço esse valor quer dizer e aquilo e ele fê-lo e ganharam a proposta ele diz assim aquilo foi completamente para mim absurdo porque eu quadriplice uma coisa que eu achava que estava a ganhar dinheiro com com quatro vezes menos e e e eu eu tenho uma opinião sobre isso que acho que isso vai ser ultrapassado um dia que é acho tem a ver com duas coisas que é nós temos sido um país pequeno e muito fechado durante muito tempo e da maior parte os negócios em Portugal nasceram da produção para o mercado ou seja foi gente que foi aprendendo a fazer muitas vezes saiu das fábricas e fez a sua fábrica pessoas com mérito incrível eu conheço muitas dessas pessoas que são fantásticas mas que sempre valorizaram mais o produto ou seja e tinham muita perceção de quanto é que custava fazer o produto do custo do do fazer e portanto então metiam uma margem em cima do valor que eles do valor intrínseco aquilo para eles era o valor intrínseco Então se é o valor intrínseco os mais ambiciosos metiam duas vezes o preço ou três ou o que fosse mas era sempre assim e quando com o tempo e com a nossa abertura e com a nossa e com a globalização eu acho que inclusive com os jovens que vivem no mundo global eles começam a olhar é para o valor de mercado e o valor de mercado não tem nada a ver com o valor do curo sab do custo produção estamos de acordo e não é fácil mudar isso acho que demora tempo e acho que apesar de tudo vem vai mudando não é eu acho que está a acontecer isso que tu estás a dizer primeiro por por uma questão de mudança de geração também mas também por uma questão de necessidade e no fundo eh com a com a crise financeira de 2008 2010 eh que assolou brutalmente Portugal eh levou a que naturalmente muita gente tivesse que ir procurar novos mercados e tivessem que pá começar a exportar a alterar o seu modelo de negócio e quando o fizeram muitos deles aperceberam-se Exatamente isso do que tu do que estavas a dizer ou seja que os mercados valorizam os produtos e as soluções que eles têm de uma forma muitíssimo diferente do que aquilo que eles achavam que valorizaram em função do custo de produção Ok e e eu acho que essa transformação está está felizmente a acontecer E isso vê-se também nas feiras internacionais onde Portugal está presente seja no calçado enfim agora com uma com um valor com um valor de de de PED portanto por par muitíssimo mais elevado do que tinham anos atrás mas também nas máquinas por exemplo todo o setor de máquinas e maquinaria e subcontratação tem evoluído num sentido muito interessante portanto maior valor acrescentado e de conseguirem no fundo mostrar nos mercados internacionais que conseguem acrescentar valor Ok com fiabilidade e com qualidade isso é faz a diferença nos mercados nos mercados mundiais e acho que Portugal tem posicionado muito bem Portugal tem-se posicionado muito bem e fruto dessa necessidade também mas também por haver aqui algumas mudanças de mentalidade mas isto é uma aprendizagem que se vai fazendo e portanto eu quando disse aquilo que disse há bocadinho eu não queria também aqui ser mal interpretado nem nem nem nem e era o que faltava pôr em questão a qualidade da da muitas muitos dos empresários e mas globalmente a imagem que fica é aquela que eu referi há bocado ó Miguel agora passando P outra o a Alemanha que é um um um motor económico não é e para nós muito importante para Portugal neste momento Pelo menos é aquilo que é a percepção que eu tenho do que alendra é que está a sofrer uma pressão enorme até na própria indústria Alemã com a competitividade até chinese e que tá a passar algumas dificuldades Ou seja que tu tens tu tens essa relação muito mais próxima Até porque fazes no fundo estás englobado na na na também na indústria alemã não aí portuguesa como é que vês como é que vês não só o presente como o futuro da indústria alemã porque ela não é só importante para Alemanha importante para a Alemanha é importante para a Europa comund todo é importantíssima para nós bom Como Tu disseste e bem portanto a globalização permitiu e Alemanha é um dos grandes o terceiro maior exportador do mundo ou segundo maior exportador do mundo H agora mais recentemente e portanto tem uma economia dependente no fundo da produção e exportação de bens eh e serviços e eh com com as alterações que que fomos sentindo enfim a desglobalização por um lado com o aumento de eh da competitividade como tu dizes de várias soluções chinesas eh mas também com erros feitos eh pela própria pela própria Alemanha nomeadamente a dependência do do gás do gás Russo que lhes permitiu ter uma competitividade ou um um benefício compravam Gá muito barato e isso alterou-se de um dia para o outro e portanto os custos energéticos na Alemanha explodiram eh nos últimos 2 TR anos isso levou a que muitas das empresas nomeadamente químicas perdessem perdessem alguns dos algumas das vantagens competitivas que tinham tudo isto aliado a esta desglobalização e portanto no fundo a uma maior regulação e Se quisermos a criação novamente de Barreiras por exemplo os Estados Unidos a determinados a determinados produtos e por outro lado como eu disse com a pressão eh da China eh está a conduzir a Alemanha para um ponto de e fragilidade acrescida H que não e não conseguiram e isso ficou muito patente na na questão da indústria automóvel por exemplo não conseguiram a alterar o seu paradigma Isto é por exemplo repetindo ou ou mantendo a a a base da da indústria da indústria automóvel não conseguiram eh transitar com a rapidez suficiente para a eletrificação dos dos veículos e portanto isto está a ser feito de uma forma muito penosa muito lenta eh também compreensível porque enfim a economia alemã Depende muito da da Indústria automó móvel e dos motores de combustão e portanto há aqui naturalmente também um período de transição que se tem que fazer só que é pá concorrentes que foram muito mais rápidos concorrentes chineses por exemplo estão a ser muito mais rápidos nessa nessa eletrificação e estão a lançar modelos no próprio mercado alemão com preços muitíssimo mais competitivos cumprindo todas as normas europeias inclusivamente tendo categorias de de de de de segurança e de e de qualidade equivalentes ou até superiores a muitos dos modelos eh dos carros alemães elétricos estão a que estão a ser comercializados neste momento ISO está a causar um problema Seríssimo e à indústria alemã a indústria alemã era também muito forte na e é muito forte na na na em maquinaria H isso está a ser anulado no fundo por competidores eh chineses que estão enfim que absorveram ao longo destas duas três décadas o nohow e que depois sobre esse nohau foram desenvolvendo no fundo soluções novas com eh Fundos quase ilimitados e de apoio um outro exemplo se quiseres toda a parte indústria solar e portanto os panéis Solares foram desenvolvidos e a tecnologia de base foi desenvolvida principalmente na Alemanha h e pá é um dos maiores mercados europeus também e 90% ou mais dos painéis Solares fotovoltaicos que são instalados na Alemanha são de origem chinesa Ok portanto isto acabou por destruir no fundo toda a indústria de painéis Solares fotovoltaicos que existia na Alemanha Ok só para dar assim meio d de exemplos e É ISO que está a acontecer e portanto é um país extremamente aberto é é um país que necessita da globalização que necessita de mercados e pá e que está neste momento a ser confrontado com soluções equivalentes a preços mais baixos portanto não está a conseguir corresponder segundo não Provavelmente determinados produtos ou soluções que estão que estão a oferecer não estão adequadas já à aquilo que o mercado quererá eh dentro em breve nomeadamente na questão da indústria automóvel E por aí fora e portanto para além de todos estes problemas energéticos geopolíticos que estão que estão a assar também a a Alemanha enfim Caiu um grande parceiro que era a Rússia havia ali relações também comerciais fortes e por aí fora por aí fora são vários são vários os fatores que se juntaram se juntaram todos ao mesmo tempo e o facto de se ter investido muito fortemente e portanto a indústria alemã eh investiu muito fortemente na China e portanto por exemplo uma Volkswagen Depende muito do Mercado Chinês mesmo para para os carros H queria hoje com as barreiras que estão a ser criadas e com a alteração dos paradigmas dos paradigmas de negócio uma uma uma dificuldade uma dificuldade grande e portanto Isto vai nos vai nos acompanhar Durante os próximos Durante os próximos anos não é algo que se vai mudar rapidamente e em Portugal até porque tu tens uma também uma das tuas Vertentes associativas deits no setor e na na no setor metal mecânica na associação como é que tu vês a o seor português como é que tá por gente está otimista tá a crescer tá o o setor está a crescer portanto temos vindo a bater a segundo os últimos dados da MAP temos vindo a bater record de exportação isso tem sido tem sido absolutamente Fantástico mais de 20 29.000 milhões de de euros de exportações h e portanto é é o setor mais exportador é o setor mais exportador em em em em Portugal fruto exatamente dessa necessidade não só mas também dessa necessidade de em 2010 terem que repensar ou termos que repensar os nossos os nossos no os nossos modelos de negócio e portanto é um é neste momento um setor pujante é evidente que há também neste setor vários fornecedores da indústria automóvel pronto e esses também estão a sofrer em parte se estiem demasiado ou quando estão demasiado dependentes de fabricantes de automóveis com motores de combustão e se não tiverem conseguido mudar para outros fornecedores que forneçam carros elétricos pronto Esse é o problema a ou se estiverem demasiado dependentes só dessa indústria também há outros que fornecem essa indústria e outras indústrias e portanto conseguem no fundo avançar Depois descobriram também a parte da subcontratação portanto no fundo componentes de alto valor acrescentado que tem sido que tem sido e que tem levado no fundo um crescimento muito forte nestes últimos anos e Portugal posicionou-se muitíssimo bem e está a ser muito bem aceite e nos mercados internacionais pela qualidade e pela pela fiabilidade dos dos fornecimentos ó Miguel e agora estamos Isto é impressionante o tempo passa passa a voar Estamos quase a terminar o até porque o tema desta rubrica é esperança no futuro Esperança na Liberdade Eu também tenho uma outra esperança no futuro Esperança na Liberdade o como é que Vês vês com otimismo vz com o otimismo não estou a falar já nem da questão da indústria do país mas dos nossos jovens ou seja tu que também vais convivendo com muitos jovens achas que eles que eles não que eles estão preparados e e olham para o futuro com com esper com otimismo e com e com capacidade para trazer à à nossa indústria e ao nosso país eu eu vejo vejo isso assim eu tenho três filhos e e vejo essa e vejo esse otimismo h o que é bom porque quer dizer já Baião os problemas que temos é evidente que são tempos desafiantes duas guerras uma pandemia que ficou para trás mas se T repercussões ainda hoje uma inflação elevada Enfim uma quebra uma quebra económica acentuada em determinadas regiões mas vejo-os com com otimismo agora há aqui uma data de fatores que podem condicionar eh ou que podem condicionar a atividade deles nomeadamente todo este todos estes movimentos e quando falas em liberdade liberdade significa democracia significa podermos H podermos definir os nossos caminhos fazer as nossas escolhas h e temos que ter aqui naturalmente algum cuidado isso é da nossa responsabil idade também garantir que as estruturas que a sociedade e que as instituições na na na na nos nossos países nomeadamente europeus eu sou europeísmo para garantirmos esta esta Liberdade porque a questão enfim fala-se muito nisto na Imigração a saída de Portugal para outros países europeus mas eu eu acho que isto começa a ser um problema se nada fizermos poderá ser um problema pane europeu a e vai-se provavelmente ver um bocadinho mais isto que eu estou a dizer agora de algumas alterações e algumas perturbações à democracia com as eleições europeias e portanto com o crescimento determinados partidos antisistema e antieuropeia que podem eh no fundo causar aqui algumas alguma perturbação como otimista que sou eu espero que isso não aconteça e que não tenham sucesso nessa nessa nessa nessa missão eh e e espero também e acho que os nossos jovens estão de facto bem preparados e têm mundo e vão vendo também aquilo que se passa noutras regiões h e leem muito também e tem acesso a muita informação acho que estão bem preparados para para lidar com esta nova situação e acho que estão otimistas e acho que têm capacidade também para para movimentar e fazer alterar as coisas e portanto tem voz e também querem ter essa voz isso é o que eu sinto em casa enfim e com os amigos com os amigos à volta evidente vale o que vale mas eu acho que que é uma esperança Miguel muito obrigado eu também concordo contigo em absoluto eu acho que é assim nós vivemos um tempo muito difícil mas a humanidade já viu tantos tempos tão difíceis e cá está e eu acho e eu há uma coisa que eu não tenho dúvidas nenhumas esta geração é bem melhor é é melhor preparada e eu acho que até que é melhor enquanto enquanto forma como vê vem os outros como vem o mundo que vem o futuro do que era por exemplo a minha geração e portanto eu acho que se se nós lá lá umis eles vão fazer seguramente ainda bem melhor que nós eu tenho também esse muito obrigado que tudo continua a correr bem para ti para nós para todos e que e continuamos otimistas apesar das dificuldades Muito obrigado isso isso obrigado e até [Música] breve