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[Música]
Este é o som do domínio da guerra da
rádio observadores nos próximos minutos
olhamos para os conflitos na Ucrânia e
Médio Oriente sempre com a análise do
Major General farno morira bem-vindo
General Olá muito bom dia a todos e um
bom ano igualmente Muito obrigado
igualmente nesta última semana e
coincidido com as festividades que
marcam este período de passagem de ano
assistimos a um aumento dramático da
violência entre a Rússia e a Ucrânia com
cidades a ser bombardeadas de um lado e
do outro General O que é que se está a
passar nesta guerra esta esta este este
pico este surto de de violência apanhou
noos um bocadinho de Surpresa porque
e vem sobretudo lembrar-nos que as
Guerras não têm ao longo do seu
desenvolvimento trajetórias de natureza
linear elas são muito muitas vezes e
afetadas durante o seu decurso por estes
surtos de uma violência
extrema contra alvos que aparentemente
não estavam na lista inicial dos alvos a
atingir e este é um é um fenómeno que
foi foi estudado este este
desenvolvimento foi estudado sobretudo h
a partir do século X com aquilo que foi
e sobre tudo a experiência da da da da
das invasões napoleónicas alguns autores
Claus vitz foi foi um deles procuraram
explicar este fenómeno destes picos de
de de violência e encontraram-se
basicamente duas razões para
isto a primeira razão é a razão da
legitimação da utilização pelo facto de
alguém a ter utilizado antes Isto é se
eu como uma das partes de um conflito a
certa altura introduzo uma nova forma de
fazer a guerra uhum uma nova tecnologia
para fazer a guerra um outro tipo de
alvo que não estava previsto no conflito
e que tinha sido até poupado até esse
momento o que eu estou a fazer é de
alguma maneira
legitimar o adversário a poder utilizar
exatamente os mesmos métodos as mesmas
armas os mesmos objetivos portanto um
dos um dos um dos fenómenos que explica
e estes crescendos que acontecem por
vezes na guerra tem a ver com o fenómeno
da legitimação pela utilização do
adversário deste conjunto de métodos mas
depois há uma outra há um outro aspecto
e Claus viid foi muito foi foi foi
bastante Sagaz a ver isto é que a guerra
é conduzida por humanos e ao ser
conduzida por
humanos hum nós não temos apenas o lado
racional que deveria imperar em todas as
nossas decisões temos também um lado
emocional e o lado emocional perturba a
forma como nós deveríamos conduzir
cientificamente a guerra e portanto
todas Aquelas nossas emoções muito
ligadas por um lado à nossa capacidade
de memória nós não esquecemos o que nos
fizeram podem passar muitos anos até às
vezes mas nós não esquecemos o que nos
Fizeram por um lado esta memória e
depois aquela necessidade de Vingança
muitas vezes apesar de dizer que a
vingança serve-se fria do ponto de vista
político também ela por vezes tem que
ter respostas imediatas para poder
satisfazer aquilo que é que são as
expectativas criadas junto da opinião
pública e portanto este este fenómeno é
um fenómeno estudado resulta portanto da
legitimação da utilização pela primeira
vez de um novo método e por outro lado
pelo facto de nós deixarmos que as
nossas emoções perturbem os nossos
critérios de aplicação da força bom para
quem seguir tem tem seguido este este
este conflito com atenção verificou que
houve uma alteração na no padrão da
atualização dos vetores Aéreos de ataque
da Federação russa sobretudo ali a
partir do Outono houve na realidade uma
diminuição daquilo que era a quantidade
de vetores Z de ataque que a Federação
russa estava a utilizar e isto
naturalmente que constituiu um indício
um indício um indício técnico de que ela
estava a poupar Isto é ela estava a a
não utilizar Todas aquelas aqueles
mísseis de Cruzeiro e mísseis balísticos
mísseis hipersónicos estava a poupá-los
para uma ocasião que iria escolher e
essa oportunidade como Nós já tínhamos a
experiência do ano passado era sobretudo
que atacasse os setores críticos
ucranianos agora no inverno e portanto
digamos esta era a leitura normal
simplesmente aquilo que foi o ataque
conduzido pela pela pela federação russa
ali no antes do final do ano por volta
do dia 29 de Dezembro excedeu largamente
aquilo que eram as nossas expectativas
relativamente ao volume das forças em
num único ataque a Federação russa no
dia 29 de Dezembro lançou
158 mísseis e drones sobre a
Ucrânia tentativa por um lado de
sobrecarregar as defesas aéreas Mas por
outro lado no sentido de poder produzir
resultados Isto é a Federação russa
ficou convencida que se lançasse
continuasse a lançar poucos sistemas de
armas em simultâneo muitos A grande
maioria deles seriam destruídos e não
obteria Resultados isto leva-nos a
pensar que a Federação russa queria
marcar efetivamente aqui uma posição
isto ela queria ter a certeza garantir a
certeza absoluta de queria ter
resultados e por isso este ataque foi um
ataque com características diferentes
ele não se fez apenas sobre uma cidade
mas fez sobre as grandes cidades
ucranianas em todo o território anano
isto tem que ser lido isto tem que ter
uma leitura a leitura é esta é é é uma
demonstração de poder uma demonstração
de capacidade de que a Federação russa
continua a ter a capacidade os meios
tecnológicos e sobretudo a vontade de o
fazer de conseguir atacar qualquer alvo
ucraniano em qualquer ponto do seu
território e que não obstante à ajuda
ocident em fornecer uma capacidade
antiaérea à Ucrânia ainda assim a
Federação russa consegue atingir este
conjunto de alvos bom o que se passou na
sequência deste deste deste ataque de de
29 de Dezembro foi uma uma resposta por
parte da Ucrânia e a Federação russa não
estaria À Espera da intensidade da
resposta est tal esta tal escalada que
nós que nós vimos e esta e e a questão
também da legitimação da utilização da
do do das Armas porque não é normal que
a Ucrânia vá bombardear uma cidade como
belgorod e mas sentiu-se legitimada para
o fazer em função daquilo que tinha sido
o ataque anterior conduzido pela
federação russa eh o o kremlin recebeu
com com com tremenda irritação esta
capacidade ucraniana de de de fazer o
seu ataque sobre belgorod e reagiu logo
no dia seguinte com um novo ataque
também com quantidades não iguais às de
29 de dezembro mas com uma quantidade
significativa também de mísseis sobre
Kev e sobre Car kif Bom entretanto as a
a situação acalmou relativamente a isto
e acalmou por uma lei que é a lei mais
importante da guerra é a lei da
logística a certa altura não há armas
que cheguem para continuar neste patamar
de violência e naturalmente depois tem
que reduzir outra vez aos patamares
normais da utilização destes
equipamentos mas portanto isto vem-nos
alertar Talvez para duas coisas primeiro
que de vez em quando por estes Tais
motivos que eu anunciei a guerra conhece
desenvolvimentos inesperados e de uma
violência dramática por um lado e por
outro lado que o assunto da Ucrânia é um
assunto que tem que continuar a merecer
a nossa atenção em face daquilo que é a
capacidade da Federação russa em
projetar vetores sobre a Ucrânia nós não
podemos deixar cair à alimentação dos
sistemas antiaéreos da Ucrânia porque
senão poderemos estar perante aqui eh
números muito dramáticos de vítimas
junto da população civil ucraniana
entretanto no médio Oriente o
vice-presidente do amas foi morto num
ataque cirúrgico nos arredores de Beirut
quando se encontrava com alguns
operacionais do amas General arn morira
o ataque atribuído mas não reivindicado
por Israel tem potencial para incendiar
a região tem tem tem tem todo o
potencial e já começou a ser utilizado
naquilo que são os discursos de ódio eh
Portanto ele veio dar substância também
a estes discursos e esta retórica e a l
aruri não era um elemento não era um um
um elemento normal ele era uma pessoa
com uma verdadeira importância naquilo
que era a estrutura e o pensamento
armado da do hamas na Sis Jordânia A Sis
Jordânia merece uma enorme preocupação
neste momento por parte de Israel porque
não é como nós sabemos e Israel tem
consciência disso não é evidente fazer
uma uma uma operação na faixa de gasa e
manter a Cis Jordânia e sem que um
conjunto manter aana numa completa num
completo isolamento do ponto de vista
securitário portanto era natural que a
invasão da faixa de gasa trouxesse
também repercussões naquilo que era a si
jordánia pois o o o o o o salal aruri
era um homem que para além de ser
vice-presidente do do amas era o
responsável pela parte Militar da do
amas na Jordânia não vivia na Sis
Jordânia naturalmente porque Israel tem
um controle securitário muito apertado
portanto não havia condições para ele
viver na S Jordânia mas ele vivia no
vivia no Líbano e era a partir do Líbano
que eram comandadas as operações
militares que o hamas desenvolvia também
a partir da s Jordânia bom Portanto o
risco foi certamente avaliado Isto é o
risco da da da do atentado e nós aqui
enfim podemos dizer que foi Israel quer
dizer não não não não não não restam não
não não parece que nos restam dú o risco
rest foi certamente avaliado e ele
coincide E isto é interessante também
verificar ele coincide com uma certa
retórica
assertiva sobre a capacidade Militar de
Israel na fronteira com o Líbano se nós
notarmos nos últimos dias tem havido um
conjunto de visitas de caráter político
Mas também de caráter militar ao Norte
do Líbano no sentido de reafirmar a
capacidade de Israel de fazer frente a
qualquer problema mais sério que ocorra
com o es bolá na fronteira com o Líbano
e portanto isto esta retórica coincide
também com o ataque com o atentado e a
laru O que significa que Israel também
está a mandar mensagens quer dizer fez
coincidir o atentado com conjunto
mensagens a dizer eu fiz este tentado
mas atenção que eu estou preparado para
uma eventual resposta que o hezbolá
venha a conduzir na fronteira Norte de
Israel bom esta foi uma operação típica
de Israel
eh aquela questão de tentar ligar agora
os atentados no irão e da das homenagens
a suleiman e a Israel não cola porque e
não cola porquê Porque Israel não vai
matar cidadãos iranianos indiscriminada
os serviços de intelligence da da da de
Israel estão sobretudo focados em
lideranças em lideranças e portanto isto
corresponde exatamente ao padrão típico
daquilo que é a inteligence e a
capacidade Militar de Israel é
identificar lideranças identificar a sua
localização identificar os seus
movimentos e depois sinalizar em tempo
porque isto é que é importante o tipo de
ataque que é feito exige que uns minutos
antes uma hora antes haja uma
confirmação para junto da estrutura
militar que vai Executar a operação a
confirmação de que efetivamente o alvo
se encontra naquele local naquelas
coordenadas reunido nestas condições O
que significa que não não se trata de
uma informação antiga trata-se de uma
informação que é acompanhada
provavelmente ao minuto através de um
conjunto de operacionais no terreno que
vão certificar que a operação pode ser
lançada neste momento porque ele se
encontra
a se encontra efetivamente nesta
localização bom três aspectos que são
aqui importantes nós nunca devemos
esperar que Israel reivindica tentados
no estrangeiro não o faz por natureza
isso é absolutamente compreensível
depois a capacidade de Israel de
materializar aquilo que já tinha sido
dito e ameaçado o conjunto de lideranças
do amas que independentemente do local
onde procurem onde se encontrem e onde
procurem Refúgio nada disso os vai
proteger eternamente contra o braço de
Israel e depois é para mim talvez esta
seja a sinalização mais
importante eu acho que Israel também
quis mandar aqui uma mensagem a a na lá
ao líder do hezbolá eh e sinalizar que E
a continuação dos ataques do hezbolá aos
às aldeias e às Vilas do Norte de Israel
pode merecer por parte de Israel
certamente também uma atenção especial
em relação ao seu líder e portanto
também pode ter havido aqui uma
sinalização ao hezbolá de que existe
aqui um uma linha vermelha de violência
a partir da qual também naz rá entrará
nesta lista de alvos a abater no
estrangeiro e e já que fala nele muito
se aguardou pelo discurso do líder do
movimento es bolá sobretudo para
percebermos a reação a estes últimos
desenvolvimentos na guerra entre Israel
e o hamas o que é que devemos reter
deste discurso em particular é nas rá
tem feito tem feito poucas intervenções
que esta é a terceira intervenção desde
o início desde o início do do do do
conflito
ele anda desaparecido porque ele
provavelmente sabe que já está incluído
na tal lista que nós nós falamos
bocadinho ele anda um bocadinho
desaparecido e portanto é faz faz faz
faz poucas intervenções eu julo que e e
a intervenção dele é feita numa
circunstância muito particular desta vez
não é porque tinha havido o atentado
contra al aruri e tinha havido também a
explosão do
junto da da da campa de de suleiman E
durante as homenagens a este líder da da
da da Guarda
revolucionária iraniana e portanto havia
do ponto de vista internacional uma
grande expectativa sobre aquilo que
poderia resultar deste deste discurso
Bom há duas linhas principais neste
discurso que eu gostava de salientar Ele
fez muitas ameaças mas isso enfim é é é
é bastante é bastante normal ele o o que
fez aqui foi de alguma maneira
eh dar Com estes dois atentados um
melhor
enquadramento daquilo que é o
incitamento ao ódio contra estas duas
estes dois atores internacionais que o
hezbolá elegeu como sendo os seus
grandes inimigos os Estados Unidos da
América que estão presentes também nos
nos nos discursos de incitamento de ódio
de naas galá por um lado e e e e
naturalmente sobre Israel Portanto o que
ele fez foi o prolong foi adensar agora
o seu discurso ao ódio aproveitando
estes incidentes que naturalmente eh eh
influíram
influenciaram e e deram também um
impulso às revoltas que se procuram de
alguma maneira alimentar através destes
discursos de incitamento ao ódio mas
depois onde nós esperávamos era
sobretudo tentar o que nós esperávamos
aqui era tentar perceber
descodificar de que forma é que estes
atentados constituiria uma espécie de
uma mola que que que que desse ao es
bolá uma intervenção diferente daquilo
que é o padrão dos bombardeamentos
constantes às às vilas e aldeias do
Norte de Israel ora E aí isto ficou
muito
vago não conseguimos perceber se na
realidade estes dois incidentes terão ou
não terão uma resposta por parte do es
bolá que ultrapassa aquilo que tem sido
o padrão normal da atividade do holá
desde que começou a invasão da Faixa de
Gaza porquê Porque ele refere o refere
aqui um aspeto que que que
que que que é importante nós
ressaltarmos que é o aspecto de que cada
um dos atores que faz parte deste
chamado eixo de resistência que irá
atuar de acordo com os seus interesses
isto para a ser assim As Palavras valem
O que vem a ser assim Isto é um descanso
para Israel significa que uma ação
coordenada de todos não encontrarar
porque aquilo que não poderia acontecer
a Israel era de de repente encontrar-se
perante várias frentes ativas
simultaneamente que Israel está a fazer
neste momento é sobretudo a a fazer
desescalar as operações em gasa para
libertar forças também para estar pronto
para qualquer incidente que possa
aparecer no no no norte na fronteira com
o
[Música]
Líbano AFM que a Rússia tinha a
capacidade de atingir qualquer praça em
Kev ou na Ucrânia mas que entendia que
apenas se deveriam atingir alvos
militares eh General arn Morá é
exatamente assim ou mais uma vez é Putin
a ser Putin e a esconder os propósitos
dos bombardeamentos atrás de uma cortina
de fumo é é é esta esta cortina de fumo
é importante sobretudo agora neste
período de de de campanha eleitoral e
aquele volume de que falamos
anteriormente Era exatamente para ele
não correr o risco de não obter
resultados B naturalmente que as
operações militares decorrem devagar
agora concentram-se sobretudo Na
tentativa de depois de marinca de de
conquistar a vía mas eh a campanha
eleitoral precisa de ser alimentada de
de de triunfos de triunfos e não havendo
capacidade de desfazer do ponto de vista
da progressão das operações terrestres
um bombardeamento aéreo é sempre
sobretudo nesta escala é sempre uma
demonstração de poder e e a demonstração
de poder na Federação russa continua a
valer apoios ao seu ao seu Líder é
interessante que ele eh que ele utilizou
uma expressão de de uma expressão eh eh
de de algum conforto e de solidariedade
com os civis dizendo eu estou a ferver
internamente com esta questão mas eu vou
recusar bombardear civis na Ucrânia isto
realmente é de um sin
absolutamente atroz e depois isto tem um
outro problema é que vê-se que existe na
opinião pública russa e isso é que é
preocupante um enorme uma enorme
recetividade às questões do emprego da
violência e do sofrimento do Povo
ucraniano e hoje colocamos o nosso ponto
mira no Líbano que tem vindo a protestar
sonoramente contra o ataque atribuído a
Israel que vitimou o vice-presidente do
AM que falamos há pouco Face Ao que se
passa General O que é realmente
importante sabermos sobre o Líbano bom o
Líbano é está muito dividido e porque há
30 eh cerca de 30% de sunitas 30% de
xiitas e e um pouco mais 34% de cristãos
O que significa que este é um país
praticamente ingovernável e mais as
fações sobretudo a fação chiita que está
sobretudo concentrada no no sul portanto
junto da Fronteira de Israel tem um
braço armado que é o hes bolá e portanto
o Líbano é um problema constante para
Israel porque é um problema que resulta
do facto de estar de as suas divisões
políticas terem-se constituído também
com milícias Armadas e portanto
e as forças armadas os governos
legítimos que possam aparecer no Líbano
não t influência nenhuma sobre aquilo
que se passa nas suas fronteiras e assim
chegamos ao fim de mais um domínio da
Guerra General S Moreira muito obrigada
um obgado
[Música]
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