Vídeo: Rádio Comercial | Entrevista à filha de Salgueiro Maia – Emissão especial 50 anos do 25 de abril!

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em direto do quartel do Carmo onde faz à
manhã 50 anos se deu eh um dos pontos
nevrálgicos da revolução que nos deu a
liberdade falamos muito do maior herói
desse dia que é salgar Maia que partiu
da escola prática de Cavalaria de
santaré com uma coluna militar em
direção a Lisboa na madrugada de 25 de
Abril para mudar como ele dizia eh o
estado das coisas ao telefone está a
filha de do Capitão Salgueiro Maia a
Catarina Salgueiro Maia Catarina bom dia
bom dia bom dia bom dia bom dia é um
gosto é um gosto estar a falar convosco
devo dizer que nós já fizemos eh temos
muitos anos desta vida da rádio já
fizemos muitas entrevistas mas acho que
falo por todos falar com a filha de
salger Maia é uma coisa muito particular
e muito especial deixe-me sem a conhecer
pessoalmente e tenho todo todo o gosto e
toda a vontade de de de estar um
bocadinho consigo agora nestas
comemorações dos 50 anos da da revolução
que o seu pai fez ou Ajudou a fazer eh
como é que o seu pai lhe contou esse dia
eh Inicial e limpo bem eu tinha 6 anos
quando meu pai faleceu eh portanto não
tenho não tenho muitas recordações dele
me falar do 25 de Abril eh nós sempre
ele e a minha mãe sempre foi muito
também assim o trabalho Fica no trabalho
por assim dizer e casa é casa mas mas eu
eu cresci rodeada de militares de abril
e portanto eu conheço as histórias
contadas pelas vozes dos militares que
estiveram lá naquele dia eh e e e são as
melhores recordações desde os momentos
de de incerteza até ao momento da da da
Vitória até ao momento do alívio de
saberem que iam conseguir libertar o
país sem mortos causados por eles porque
os mortes que houve não foram casados
pelos militares de Abril H eles contaram
isso da própria voz e e acho que não há
melhor testemunho do que aquele se
daqueles que estiveram lá daqueles que
viveram em amente aquele dia aqueles
dias toda a preparação para aquele dia
H contado pelo meu pai Tenho o que ele
escreveu tenho o relatório que ele fez
tenho os vídeos que ele gravou
Hum mas de nos sentarmos e conversarmos
sobre isso eu era muito pequenininha e
ele nunca o fez eh estava aqui a pensar
que e já já disse isso há bocadinho e
gostava de lhe dizer Aim de viva voz e
eu admiro muito as pessoas que tendo a
oportunidade de ter palco eh dão um
passo atrás e escondem-se do barulho das
luzes há uma há uma grandeza e uma
dignidade maiores eh em quem tem essa
capacidade de fazer quando é mais
difícil fazê-lo eh e acho que o seu pai
fez isso foi de uma de uma dignidade
Suprema até na maneira como e muito na
maneira como eh eh encarou então o poder
instituído na na pessoa de Marcelo
citano o presidente do conselho na
altura eh quando o presidente do
conselho diz e eu eu quero entregar o
poder a um oficial General e veio e
antonni Spinola porque sal algué meia
podia ter dito não não o é que estou
aqui à frente das das das forças é
comigo mas não ele teve a capacidade de
dar um passo atrás e e manter uma
dignidade sempre eh e não e ter recusado
cargos e ter voltado para o quartel e
ter tido essa essa dignidade maior acho
que isso é o melhor o maior exemplo eu
sei que era muito pequenina quando o seu
pai eh desapareceu mas fale-nos daquilo
que For Capaz porque acho que é um
testemunho importante que porque eh as
revoluções e as mudanças dos países são
feitas por pessoas e há uma dimensão
humana que eu gostava passar a quem nos
ouve como é que é meu Deus Catarina ser
filha de Salgueiro
Maia paraou começar eu eu eu confesso
que é um peso um bocadinho grande pronto
Não mas eh eu Eu normalmente Quando Me
apresento no dia a dia não Me apresento
como Catarina Salgueiro meia
apresento-me como Catarina Maia não
porque eu não que não queira que saibam
que sou filha de mas também não querem
que não quero que pensem que aquilo que
eu conquisto que aquilo que que eu que
eu consigo ter na minha vida
é derivado ao nome do meu pai nunca o
fiz e e e prezo muito por aquilo que
consigo com as minhas lutas
H mas é um orgulho imenso imenso saber
aquilo que o meu pai que não o fez
sozinho mas aquilo que os militares
conseguiram saber que o meu pai esteve
envolvido e saber que que que foi
independentemente de tudo o que se
esteja a passar neste momento no país
foi para melhor foi para muito melhor eh
e e e o facto de saber que ainda há
pessoas que o lembram ainda há pessoas
que que lutam por aquilo que ele lutou
que acreditam em tudo aquilo que ele
defendeu para mim é muito importante e
dá-me um orgulho imenso o meu pai n não
fez o 25 de Abril ou não participou no
25 de Abril para ter proveito do que
quer que seja ele próprio dizia e os
amigos próximos do meu pai sempre o
disseram ele fez o 25 de Abril porque
estava cansado de ver famílias a
perderem filhos a perderem maridos a
perder a irmãos numa guerra que não
tinha nada a ver que estava cansado de
ver eh pessoas a sofrer não haver uma
liberdade sequer de estar a conviver no
café com amigos como nós adoramos fazer
agora ir para uma Explanada e estar ali
numa Mena cavaqueira não podíamos fazer
nada disso coisas que nós agora achamos
que é tão banal naquela altura não se
podia e o meu pai quando o fez não foi
para tirar proveito de nada ele não
queria e agora é uma palavra que está
muito na moda ele não queria tachos
simplesmente ele queria ele simplesmente
queria que o país tomasse um rumo e que
vissem o país que está tão bem
localizado é um país tão lindo tão
maravilhoso ter uma palavra a dizer
também nós éramos um país à parte de
tudo não é nós estávamos não sei quantos
anos atrasados em relação ao restante da
Europa e quando quando eles fizeram o 25
de Abril foi para pôr o país no mapa não
foi para ter um cargo xpto não foi para
ter nada disso foi para pôr o país no
mapa
o país merece as pessoas
merecem merecemos todos e o 25 de Abril
não é de partidos o 25 de Abril é de
pessoas para pessoas é de toda a gente é
de toda a gente um beijinho muito grande
foi um grande privilégio e um grande
prazer falar consigo obrigado obrigada
obrigada a todos Obrigado obg um grand
beijinho viva a liberdade viva