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senhor presidente da
república Senhor primeiro-ministro e
demais membros do
governo Senhor e senhores presidentes
dos tribunais
superiores senhores presidentes António
ramales e anível Cavaco
Silva autoridades civis militares e
religiosas Senhor e senhores presidentes
João Bosco matam Maral Jaime Gama ação
Esteves Eduardo ferro Rodrigues Senor
senhores embaixadores ilustres
convidadas e convidados senhoras e
senhores deputados caras e caros
cidadãos uma primeira palavra para os
capites de
Abril uma palavra que partilho com todas
as mulheres e homens que saíram à Rua
naquele dia temos o protocolo e o ritual
do 25 de Abril discutimos M as causas as
consequências a teoria a ideologia e a
política do 25 de Abril alimentamos
debates e guerras culturais sobre abril
e esquecemo-nos do mais simples do mais
elementar se o 25 de Abril tivesse
falhado o regime teria sobrevivido
pior mas teria sobrevivido os
portugueses teriam sobrevivido
pior muito pior
este ter amanhã pior certamente pior se
o 25 de Abril tivesse falhado os únicos
que não teriam amanhã seriam estes hom e
sab todos o sabam e mesmo assim fizeram
e parte
não sair à Rua ter um pretexto ou
inventar uma desculpa era mais fácil
optar pela neutralidade ou permanecer a
meio do
caminho nenhum deles seria julgado por
ficar todos seriam julgados por
fazer esta é a definição de coragem e
coragem física concreta real porque os
discursos como este fazem-se de palavras
e simpáticas intenções mas a história
faz-se de coragem e de
ações Este é o princípio que me leva à
segunda palavra desta minha
intervenção um dos grandes mitos do 25
de Abril é o slogan tantas vezes
repetido de um dia sem
sangue senhoras e senhores deputados há
pelo menos quatro famílias que discordam
desta ideia naquele dia houve gente que
estava no sítio errado à hora errada
gente que saiu de casa para apoiar a
revolução gente que já não voltou a casa
foram as últimas vítimas da polícia
política do regime e tempo de dizer os
seus nomes nesta sala Fernando
Gesteira
Fernando Fernando Barreiros dos
Reis João
Arruda e José
barneto e não basta dizer os seu nomes é
preciso expressar a nossa gratidão esta
semana Tomei a iniciativa de convidar as
famílias para pela primeira vez estarem
nesta sessão solene o convite foi para
que vissem com os próprios olhos o que o
sacrif sacrifício dos seus conquistou a
ver-nos e a ouvir-nos e aqui está a
família de Fernando Barreiros dos Reis
peço por isso
ia pedir mas não foi preciso que a
assembleia em uníssono batesse Palmas e
por isso não é necessário eu dizer esta
parte que tinha aqui da minha
intervenção senhoras e senhores
deputados liberdade de expressão
liberdade de imprensa
liberdade de asso democracia saúde
educação Justiça habitação separação de
poderes
desenvolvimento repetindo o lugar comum
conquistas de
Abril princípios consagrados como
direitos concretos direitos até
constitucionais mas há outros princípios
que abil nos trou e que raramente
valoriz também ser considerados como
direitos e que o poder político até tem
dificuldade em gerir o direito e o dever
de exigir mais de quem nos governa o
direito e o dever de concretizarmos os
nossos sonhos
individuais nada disso existia no dia
24 Alguns podem dizer que abril Está por
cumprir direi que C depois Abril mudou
só podia mudar o país quer mais exige
Mais Mais Saúde Mais Educação mais
Justiça mais habitação mais
desenvolvimento e o país tem
razão continuamos a querer concretizar
os nossos sonhos temos é mais sonhos e
temos sonhos maiores
de só há veradeira Liberdade com
autonomia e independência financeira
enquanto país e enquanto
indivíduos esta exigência permanente
evolutiva mutável dos portugueses é a
pesada herança que os capitães de Abril
deixaram a esta Câmara mais
concretamente a todos nós a polí
ees herança que explica tantos e tantos
portugueses desiludidos tantos e tantos
portugueses zangados tanta e tanta
polarização tanta radicalização e tanto
populismo devemos culpar os portugueses
por isso devemos culpá-los pelas suas
escolhas das urnas tenho genuínas
dúvidas que a resposta a isto seja mais
ideologia mais guerras culturais mais
partidarização
mais tática política ou mais jogos
parlamentares a desilusão de uns
resolve-se com boa governação a
polarização de outros resolve-se com
soluções com ações concretas e não com
palavras e discursos mais ou menos
inflamados e notem a expressão que
propositadamente usei resolver não disse
combater
é um fechado em meso protegido atrás de
Gres que por conforto ou segurança
simbolicamente fomos deixando ficar a
casa da Democracia não pode servir para
defender o regime e ser outra Aita
assembleia nacional e muito menos a casa
da
democracia democ
todos os com mais políticas que política
com mais coragem que jogos ou
preocupações com a popularidade a
diferença entre defender e construir é a
diferença entre 2 e 25 de
Abril
sen
Sen mesmo terá sido Mário
Soares Soares essa personalidade quase
tão polémica quanto marcante foi a
personificação maior de um espírito de
bom senso e sabedoria que hoje em
política chamamos de
moderação o homem que combateu o Partido
Comunista português nas ruas foi o mesmo
que não permitiu a sua
ilegal o homem que amesti a Telo foi o
mesmo que trouxe Espinola para junto de
si o que alguns podem chamar de
contradições ideológicas e políticas ele
chamaria
reconciliação de
respeito de respeito pela diferença de
pensamento pela diversidade das ideias
não por uma casta noção de tolerância
Mas pela certeza de que o país só cresce
e só se desenvolve com a diferença e
pela diferença com a certeza de que a
diferença exige mais nós muito mais de
nós que a diferença soma e acrescenta
isso é sabedoria isso é bom senso como
português cidadão e eleitor
posso esperar o mesmo para esta casa o
respeito pela diferença de que a
composição desta Assembleia é hoje
exemplo fruto da afirmação livre da
vontade
Popular diferença que todas as semanas
exercitamos com a exigência de elevação
que distingue o ser
Democrata sim senhoras e senhores
deputados eu ainda sou do tempo em que
tínhamos parlamentares aparentemente
muito educados formalmente muito
respeitadores da dignidade das
instituições que pensavam todos da mesma
forma que concordavam uns com os outros
e que diziam as mesmas coisas esta
Assembleia já teve isso mesmo
e depois fez o 25 de Abril Tenho dito