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[Música]
ao comemorar os 50 anos do 25 de Abril é
importante olhar para trás e perceber
aquilo que aconteceu um dos momentos
mais marcantes da história Portuguesa
que deixou marcas em quem viveu aquela
época hoje trazemos-lhe três histórias
diferentes que recordam os dias antes da
Revolução nem tudo foram cravos é
reportagem especial desta semana atenção
agora senhores
espectadores a palavra do Senor presente
[Música]
voltamos atrás 50 anos para uns um tempo
quase impossível de imaginar para outros
é o avivar de Memórias de Uma Vida
deformada pelo medo nenum
ou
ag de quem quer que seja homem ou povo
pode tarnos nesta hora a mente absorta
nas nossas próprias decisões Por isso me
abstenho de
ap Só uma palavra me
acode só uma realidade existe ao nível
destato de comunhão patriótica e essa
[Música]
Portugal Fátima Amaral tinha 23 anos no
dia em que Portugal despertou para uma
nova realidade mais de 20 anos a viver
sob uma ditadura em que a censura era a
palavra de muito curioso eh as memórias
que eu tenho antes do 25 de Abril era um
país onde havia muita pobreza
eh a maior parte portanto das mulheres
não tinham direitos absolutamente
nenhuns portanto as mulheres eram
completamente eh subjugadas em relação
portanto ao ao poder patriarcal como
agora se se diz mas não era só o poder
patriarcal era o regime o regime
fascista eh que a doutrina era as
mulheres confinadas a casa e à família
portanto tinham que ser boas mães boas
esposas boas donas de
casa frases retiradas de revistas
femininas da década de 50 e 60 São
explícitas a mulher deve fazer o marido
descansar nas horas vagas nada de
incomodá-lo com serviços domésticos é
frase presente no jornal das moças em
1959 Ou o lugar da mulher é no lar o
trabalho fora de casa masculin são
retratos que deixam marcas e a antiga
bancária recorda um episódio com a mãe
tinha os meus 10 12 anos quando comecei
a olhar mais para as coisas e em que a
minha mãe ia ao café
sozinha e eh essa situação era logo eh
falada pelo facto de uma mulher ir
sozinha ao café as mulheres não iam
sozinhas ao café a própria forma de
vestir tinha que ser muito sóbria não
podia dar nas vistas não podiam eh ter
um vestido sem mangas não podiam ter um
um decote não podiam usar portanto as
saias acima do joelho tudo para baixo do
joelho são as
mães as esposas as irmã
Ash
doses que com o calor do seu afeto e a
Fortaleza do seuo nos amparam na
[Música]
luta mesmo na escola a separação era
Evidente entre rapazes e raparigas
Francisco Martins agora com 67 anosa
como viu a
infância e saíam por um lado e era
perigas entravam e saíam por outro e lá
dentro não os contactos eram proibidos
dentro da escola de certa forma era um
clima repressivo e um pouco já fora de
na época já era fora da época
havia atitudes um bocado autoritários da
parte de quem dirigia à escolas depois
do almoço as camionetas e os comboios
começaram a encher o vale de jamor com
esta multidão Poços entre os 7 e os 11
anos constituída na sua maior parte pela
população escolar primária da capital a
violência física havia de facto era no
primeiro ciclo à época com as famosas
réguas de madeira bem
pesadas abusavam um pouco os professores
abusavam e e de volta mes ar reguadas
sim aliás os professores na época pass
serem professores tinham que assinar uma
declaração
anticomunista era através dos estudos
que os jovens rapazes tentavam empurrar
a sombra que representava a guerra
colonial
pois vivimos num país um bocado Sombrio
tínhamos uma grande preocupação os
jovens e com 17 anos que era trauma da
Guerra Colonial portanto aproximava a
saída
para entrada de serviço milit
obrigatório e e eventualidade que era
quase Certeira de ir parar Angola a
Moçambique ou
Gu para a minhaa havia um PES que er AD
del da Guerra Colonial eh todos nós que
estávamos a estudar na faculdade e que
éramos rapazes eh tínhamos de solicitar
um adiamento da incorporação militar
Imagine que algum estudante estava
envolvido em atividades políticas eh
proibidas não é e que era preso ou que
era por algum motivo eh suspenso então
aí a pessoa não podia continuar os seus
estudos o adiamento deixava de existir e
a pessoa era incorporada no no exército
aliment exclusivamente preocupações da
Guerra umas baseadas na gravidade real
das situações outras filhas apenas do
desviro de fantasias sobre citadas ou
malévolas contra as quais é preciso
reagir José António Gomes tinha 18 anos
quando se deu a revolução de Abril mas
foi desde cedo que ganhou consciência
política envolveu em atividades
antifascistas quando eu entrei na
faculdade eh eu que no liceu Já tinha
recebido documentos clandestinos
panfletos políticos
imediatamente entrei no movimento
estudantil de contestação à ditadura
reuníamos noos
eh juntamente com outros jovens
antifascistas estudantes eh nas
instalações de então do teatro
universitário do porto na verdade
tinham-se convertido num num espaço de
de militância política antifascista dos
Estudantes não é e ali se escreviam
comunicados ali
eh portanto clandestinamente se faziam
cópias desses mesmos comunicados para
distribuição aos estudantes ao mesmo
tempo Aí havia por exemplo e Projeção de
filmes que estavam proibidos pela
censura não é eu lembro-me perfeitamente
que foi aí que eu vi por exemplo pela
primeira vez um filme que estava
proibido que era o coraç de potemkin do
Sergei aisenstein
e portanto percebia também que a luta
pela Liberdade e pela
democracia e contra a ditadura passava
também por esses domínios da arte e e da
Cultura
parecem pessoas comuns mas as memórias
que trazem tornam-nos um pulço de
histórias vivas de quem cresceu como
heróis improvisados aos 18 anos fui
trabalhar e portanto fui trabalhar
primeiro até num num estrenado
particular Mas isso foi uma experiência
rápida porque eu saí rapidamente porque
se batia vi uma uma cena uma empregada
que estava ali no no refeitório porque o
miúdo não comia deu-lhe um morro na
cabeça eu cheguei a casa já nem recebi
salário nem nada não voltei era a
angústia de querer lutar e não poder era
a angústia de saber que até o pensamento
era censurado tive medo tive medo porque
estive fechada numa casa de banho com
mais quatro colegas
porque nas Tais lutas que os bancários
fizeram em
1973 houve uma manifestação de bancários
paraa Rua do Ouro e veio a polícia com
tanques e com cães polícia e portanto
começaram noos a atacar os cães de
polícia nas transversais os carros de
água vieram para por trás começamos a
fugir para as para as transversais
Porque nas transversais eram as
traseiras dos bancos onde nós entrávamos
os trabalhadores alguns foram presos não
conseguiram fugir e alguns caíram
naquela corrida e e eu mais vários
mulheres e homens conseguimos entrar
eh no banco e eh eh eh os polícias
entraram no banco porque o porteiro que
se dizia que era um um bufo quando os
polícias entraram nós quatro mulheres
entramos na casa de banho no piso no
caso do meu piso na casa de banho das
das mulheres e quando eles empurraram a
porta que era fumada metemos mes mesmo
no sítio da mesmo do do WC
e E aí tivemos medo eu tinha estava eu e
outra colega ela estava grávida e o
polícia deu um pontapé na porta e
arrebentou co aquo e ela estava atrás da
porta eu meti-lhe o braço para para a
proteger que Ela apanhou com a porta
partiu o braço e depois mandaram-nos
todos reunir e o diretor da segurança
apareceu e disse ao chefe da polícia
daqui ninguém sai mas nesse dia eu tive
medo foi mesmo Talvez o dia em que eu
tive eh mais mais receio de ser agredida
e ser e ser
presa guardo eh
algumas coisas Guardo essa memória
portanto dos meus companheiros serem
presos tenho tenho uma uma lembrança
também da preocupação da minha mãe a
minha mãe sobretudo a minha mãe tinha
muito medo que eu me metesse na política
eu acho que ela desconfiava que eu já
andava metido na política e ela tinha
muito medo que me acontecesse alguma
coisa portanto quando ela me falava
desse assunto eu ficava muito muito
perturbado porque evidentemente que não
queria I
falar sobre o assunto com ela nem
queria preocupá-la mais do que
ela se sentia preocupada e e portanto
isso para mim era assim uma memória um
bocado dolorosa não é depois na rua nas
ruas houve duas ou três iniciativas
nadamente
junto ao café que é conhecido como café
piolho e portanto ali houve algumas
tentativas de manifestação dos
Estudantes que foram reprimidas pela
polícia não é e que foram reprimidas com
alguma violência não é com com com com
bonas com empurrões com também me lembro
de ter apanhado umaas e de ter visto
portanto essa essa essas cenas
terra
da
Fraternidade mas chegou Abril estava ali
no caminho de tantos portugueses que
ansiavam por aquele momento nas ruas de
Lisboa o coração pulsante da revolução
apelava a mudança à medida que o sol
surgia Portugal mergulhava num turbilhão
de emoções mudanças há muito
[Música]
aguardadas no dia 25 de Abril fui
trabalhar não não ouvi rádio não ouvi
saí de casa entrei no Autocarro e
estranhei porque o Autocarro ia Quase
vazio a minha casa para ir para o Ban
passava no aeroporto dezenas de
militares deitados no chão com
metralhadoras observar era o ponto alto
que eles encontraram para observar todo
o perímetro à volta e os os passeios cá
em baixo tudo cheio de militares e não
sabia o que se estava a passar estranhei
mas que é que se passa aqui houve houve
algum eh golpe sem pensar o que é que
seria Cheguei ao
banco estavam já muito poucos
trabalhadores um tinha um rádio
estávamos a ouvir o o rádio e portanto
as notas do das do mfa e portanto apelar
para que as pessoas fossem fossem para
casa nessa de manhã nessa altura eraa O
apelo para que as pessoas fossem para
casa e apareceu um membro da direção
sindic a palavra de ordem do sindicato
era toda a gente ir para casa e disse
colegas O que é que estão aqui a fazer
não estão a ouvir que há um apelo para
irem para casa todos para casa vamos
mandar encerrar os bancos e assim foi
saímos eu fui para
casa para casa mas não dentro de casa as
mulheres todas na rua tudo a falar tudo
a acompanhar e portanto a situação sem
saber muito bem o que era à tarde já se
sabia que
era um um golpe para derrubar
e Marcel
citano no Norte no porto as vozes da
Liberdade ecoavam pelas vielas
misturavam-se com o som dos Passos
apressados de gentes que queriam sair à
rua para gritar pela Liberdade a
consciência do estava a acontecer no dia
25 de Abril foi para mim uma coisa muito
forte e muito marcante eu acordei de
manhã e nessa manhã o que o rádio estava
a dar eram marchas militares e volta e
meia e um comunicado eh e esse
comunicado era aquele famoso comunicado
do movimento das Forças Armadas do mfa
ainda de manhã se ouviu uma ou outra
canção do do do José afo e só certas
canções dele é que podiam passar na
rádio não
é havia canções canções como por exemplo
os vampiros Estavam estavam proibidas
não
éo do bairro negro estava proibido não é
creio que logo nesse dia se começou a
ouvir mais José
r
panto mantive-me de manhã em casa até à
hora do almoço mas logo ao princípio da
tarde encontrei-me com uma série de
amigos num café e ali nos
reunimos para discutir aquilo que estava
a acontecer e fomos para a baixa da
cidade fomos para o centro da cidade
começamos a a a perceber noos que que
havia movimentações militares porque
havia shites e havia carros militares
com com soldados que estavam eh às vezes
estacionados em determinados pontos
havia pessoas que tentavam chegar à
conversa com os militares e conseguiam
portanto eh não havia digamos assim uma
atitude eh repressiva ou eh pelo
contrário por outro
lado verificou-se
imediatamente que havia
eh forças políticas organizadas e que sa
à rua que começaram a sair com cartazes
e com panos e e com símbolos e eu posso
dizer que algumas dessas palavras de
ordem começaram logo no dia 25 em Silvas
foi despertar para uma nova realidade
Uma Alvorada de esperança depois estava
estava em aulas no dia 25 as notícias
começaram a aparecer não é não é através
da Rádio pois as operações militares
estavam a ser relatadas através da
comunicação social e E estávamos a a
acompanhar as notícias nada estava
decidido logo de manhã né havia
operações hav haviam situações que
tinham que ser ultrapassadas est um
bocado nervosos e mas mas já havia
manifestações de enorme contentamento
sim e de alegria sim no dia 26 as aulas
pararam e aqui em silvos Simos todos da
escola em direção aqui ao centro da
cidade centenas e centenas de alunos PR
dig da totalidade dos alunos da Escola
muitos alunos prepararam umas targas em
papel portanto com e e gritava-se ao
longo da rua depois b o
fascismo em poucas horas o regime
desmoronou nas semanas que se seguiram
Portugal testemunhou um franzin de
mudanças sociais e políticas censura
abolida presos políticos libertados e
uma transição para a
democracia agora 50 anos depois e em
liberdade o que estamos nós a fazer com
este direito nós pensávamos não é que a
democracia eh e a liberdade eram coisas
adquiridas não é mas verificamos eh que
não são e verificamos
eh por experiência própria duramente
este ano após as eleições do dia 10 de
Março de
2024 uma organização desse tipo que
defende coisas absolutamente
inaceitáveis não é o fascismo não é
quase que não chega a ser uma ideologia
é um crime o racismo é um crime nunca
podem possamos
ficar em paz e e e e sem nenhuma
inquietação
relativamente à democracia e à liberdade
porque elas não são conquistas para
sempre a qualquer momento estão
ameaçadas hoje há imensos problemas para
resolver mas não podemos comparar a
situação
2024 século XX com o que era antes da
Revolução de Abril a
liberdade de facto é uma
coisa
fantástica para quem viveu antes não
haver liberdade e hoje é talvez a coisa
mais preciosa qualquer ser humano que se
não tem quer ter e quem tem
a partir da Liberdade nós podemos
construir a sociedade que
[Aplausos]
[Aplausos]
[Aplausos]
quisermos não
supp
[Música]
16 comentários
foi preciso chegar aos 19 minutos mas claro que lá está uma farpa e o pagamento da reportagem, afinal é para cascar no CHEGA E no ventura sem nunca lhe dizer o nome…
Aquilo que aconteceu foram militares de baixa patente,depois promovidos a generais,que enriqueceram,fazendo uma revolução para não serem mais comissionados para servir na guerra colonial.Depois tentaram impor um regime comunista em Portugal em 1975.Que mulher mentirosa essa da entrevista.
Muitos Africanos nas colonias Portuguesas estavam vivendo uma situcao quase de escravitura. Os Portugueses estavam reprimidos mas pessoas nas colonias, mais ainda.
Perece que muitos jovens querem voltar para atras. Acho que eles nao conhecem o verdadeiro Salazar.
Foram os gatunos que voltaram com o 25 de novembro que nos puseram exatamente na situação em que estamos… A CIA e a maçonaria é que mandam em Portugal.
2:06 agora é só ricos em Portugal, sendo essa senhora eu teria vergonha, os ditas que açambarcaram o poder e esqueceram-se dos portugueses e metem nos bolsos deles, depois temos que andar a importar monhés e brasileiro para serem explorados já que os de casa estao fartos de ganhar uma miséria. Confinados estivemos nós durante a fraudemia e nao houve ninguém a falar nada mas se calhar aquilo é a dita liberdade que vocês defendem para os outros menos para vocês.
Para os muitos portugueses que viviam nas terras de além mar só foram espinhos. Fomos abandonados, despojados e maltratados por um grupelho de imbecis, sem escrúpulos que tomaram o poder sem salvaguardar os direitos dos cidadãos. Fomos traídos pelos nossos… a maior traição foi para os de lá, aqueles de pele menos clara que por lá ficaram abandonados e que ainda hoje sofrem a opressão dos seus iguais, vivem na miséria desprovidos de tudo, obrigados a prestar vassalagem a um monte de excremtos a quem lhes foi oferecido o poder por essa escumalhada de Abril. Afinal queriam libertar a quem??? Todos eles engordaram com o sofrimento do povo… deviamos passar de 24 para 26 de Abril… 25 foi o que foi, nada ou pouco de bom nos trouxe
Grandola vila morena, Terra da frantenidade, O povo e que mais ordena, Dentro de ti. O Cidade! Dentro de ti. O Cidade. O povo e quem mais ordena. Terra da frantenidade Grandola, Vila Morena! Em cada esquina um Amigo, Em cada rosto igualdade, Grandola Vila Morena, Terra da fratenidade, Grandola Vila Morena.
Só percebi o vosso título depois de ver o vosso vídeo. Parabéns!!!
50 anos de ladroagem
A sociedade portuguesa, era machista, principalmente gostavam de bater em mulheres. Até nos paises que foram colônias de Portugal, esse hábito se perpetuou nos descendentes tugas. 😢😢😢
Só balelas ….
Na Paiva Couceiro em Lisboa levei uma cacetada nas costas porque os estudantes fizeram frente a policia choque e eu ia só a passar para trabalhar,em 1973
Tanta festa MILHÕES DE EUROS 💰💰💰 GASTOS COM o 25 de Abril, MILHARES DE POBRES… E AS PROMESSAS E MAIS PROMESSAS DE ABRIL ESTÃO POR CUMPRIR. HIPÓCRITAS.🦂🐙😭🐙🪱🤑🦂🐙🪱🦂🎼ACORDAI🎵ACORDAI🎶
🎵 POVOS🎶E🎶 NAÇÕES 🎶 🎶 ACORDAI 🎶 ACORDAI 🎵
Ninguém quer saber .
Cravos também tem espinhos..
o salazar aparece no vídeo a condenar a violência mas defendeu a guerra mas que anormal