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começa agora mais um Porque sim não é resposta com o psicólogo Eduardo Sá e hoje vamos falar de bulying e de problemas com a comida à boleia de um e-mail eh de um ouvinte eh e de como chamar gorda ou uma criança pequena pode gerar questões como a recusa em alimentar-se Vamos por partes Olá Eduardo estamos a falar de uma menina de 4 anos a quem as colegas de seis chamam gorda e eu antes de mais pergunto-lhe o bullying começa assim tão cedo lás DIT começa começa começa de uma forma que aparentemente parecia quase acidental ou ou até razoavelmente inócua mas mas de facto eh isto num determinado contexto é colocado de uma maneira tão tão froz em relação a uma criança que ela se sente completamente atropelada por este tipo de abordagem e quando Nós pensamos em crianças de 4 anos às vezes pensamos também que elas não valorizam este tipo de coisas e que lhes passa tudo um bocadinho mais ou menos ao lado o que não é verdade e e ficam tão tão preso à pele este tipo de de experiências que marcas em muitas circunstâncias pela vida fora condiciona condicionas de um ponto de vista social rouba-lhe segurança roubar-lhes a capacidade de estarem à vontade com uma autoestima Idêntica à das outras crianças e interagirem umas com as outras e portanto isto faz-lhes mesmo mal e e e depois encadeia naturalmente uma relação com a comida que é uma relação completamente embrulhada deste neste tipo de Mal entendidos que em relação à qual Muitas vezes os pais ficam literalmente sem saber o que hão de fazer hum este email é é de uma avó é de uma avó que descreve a neta com a criança Alegre e que come com prazer e satisfação mas como vivem longe passam alguns períodos sem se ver e portanto quando a reviu percebeu-se que tinha perdido peso e que os pais explicaram que agora não quer comer e e foi numa tentativa de conversa com a criança que se acabaram de enfim que se aperceberam de onde é que vem esta questão de de não querer comer como é que uma criança tão pequena consegue ter este tipo de autocontrolo até porque nós estamos a falar eu sei que pôr uma uma legenda destas pode fazer com que alguns dos nossos ouvintes fiquem até um pouco arrepiados mas nós estamos a falar de uma de uma anorexia Zinha uhum uma atitude que é um bocadinho reativa em relação a todos aqueles maus tratos das colegas mais velhas e portanto em função disso quando uma criança se sente muito muito desamparada muito triste sobretudo muito triste e claro que tem este tipo de comportamento H isto ficou mais nítido Porque apesar de tudo os pais e a avó foram estando em cima do acontecimento e portanto acabaram por pegar no fio da meada mas em muitas circunstâncias não se consegue fazer isso percebe-se que as crianças alteram o comportamento de forma muito significativa eh o truque aqui é sempre o mesmo elas em muitos momentos alteram o comportamento de forma muito exuberante e quase de um dia para o outro e quando é assim ass sinala que eu avali qualquer coisa com o valor de traumatismo efetivo na sua vida que fez com que elas tomassem medidas radicais mas sim as crianças de 4 anos quando se sentem muito magoadas muito tristes e na verdade muito sozinhas perante este tipo de investidas podem perfeitamente ter um este tipo de de comportamento e quando a perda de peso começa a ser tão Clara que uma avó quando revê a neta fica num Ai Jesus o que é que se está a passar isso significa que as coisas estão mais graves do que podem parecer porque uma perda de peso tão significativa em tão pouco tempo eh para uma criança pode ter consequências graves mesmo a nível metabólico Mas inevitavelmente as consequências mais graves são a nível psicológico porque ela está ali muito muito muito maltratada muito mais do que a primeira vista possa parecer com com 4 anos eh eh quanto de uma experiência destas esta criança pode levar para o futuro ou seja tudo pode tudo é é um bocadinho eh duro por as coisas assim não é mas é é porque uma pessoa pensa vai se esquecer não é não se vai lembrar nunca nunca nunca nunca nunca nunca nunca por isso é que eu acho que é muito importante que os quando estão à de ataque de nervos e que como todos os pais saudáveis e e que às vezes dizem o que querem e sobretudo o que não querem e fazem birras e AM e aquelas coisas típicas dos Pais saudáveis ainda assim é importante que eles reajam e ponham cá para fora aquilo que sentem sem nunca perderem de vista que aquelas circunstâncias com efeitos especiais que n alguns momentos acabam por gerar não são tão inócuas Como pode parecer e pela vida fora as crianças lembram-se meticulosamente de tudo isso com uma particularidade quando ficam mais crescidas elas são capazes de pôr as legendas que quando são pequeninas Não não são capazes de pôr mas portanto em relação a esta criança tudo e é muito importante que nós não percamos de vista isso porque a relação dela que com a comida pode enviarse toda H conta disto mas a relação com a escola pode não ficar muito melhor Hum e portanto eh os pais já falaram com a educador a escola vai estar atenta e a questão é como é que se é possível reverter isto dar algum tipo de reforço positivo a esta criança para ela encarar as coisas de outra forma eh DIT a melhor maneira é a mã pai chegar-se à frente com auxílio da educadora evidentemente e deixarem muito claro que seja de que forma for vão zangar muitíssimo com a escola porque por causa daquelas crianças que estão a magoar continuadamente e ela tem que se sentir protegida no meio tudo isto porque de outra forma é como se No fundo ela sentisse que aquelas crianças mais velhas lhes fazem mal e a Educadora e os pais que são pessoas em quem ela deposita Tanta Confiança parecem tão distraídos Então é porque são de certa maneira coniventes com is tudo portanto acima de tudo num primeiro momento bom ela tem que se sentir claramente protegida e depois por favor estes pais não podem fazer aquilo que muitas vezes os pais fazem que é irem muito à boleia da vontade de uma criança ninguém está a dizer para lhe apertarem o nariz e lhe pem a comida pela boca abaixo Ninguém está a dizer isso mas não podemos permitir este tipo de comportamentos sou pena deles galhar em escala e a determinado momento aquilo que era uma anorexia Zinha reativa se transforme numa enormíssima dor de cabeça Hum e portanto a questão da alimenta da alimentação Aqui passa a ser eh Fundamental e com necessidade de grande vigilância Sem dúvida absolutamente nenhuma porque para que esta avó se tenha dado conta desta mudança tão exuberante em tão pouco tempo é porque isto evidência níveis de Sofrimento que estão a ir muitíssimo para além do razoável E isto é que de modo algum pode acontecer eh eh fazer uma alteração alimentar no sentido de não faço ideia mas comer mais eh saudável não tentar não é tanto por aí não é tanto por aí eh quando esta criança depois recuperar E a sua relação com o corpo de uma forma mais orgulhosa e até mais vaidosa Encantados da vida mas não podemos estar a ir lateralmente resolver um problema que tem tem que ser resolvido de forma estrutural com muito mais viên não é pelo tipo de alimentação é pela qualidade dos maus tratos que esta criança está a ter este tipo de atitude e isso é que não pode ser nunca nunca nunca perdido de vista Hum como é que se reforça a autoestima desta criança para que comentários destes não enfim não tenham grande interferência e na sua forma de se olhar primeiro como eu lhe disse protegendo-a dos das das más más coas de vidas aspas e depois trabalhando de uma forma dedicada neste caso os pais para que esta esta criança se sinta reconciliar com o corpo a ponto dela se sentir a mais bonita lá da escola a partir desse momento pronto a coisa cicatrizou aquilo que era uma hemorragia que parecia imparável transformou-se numa oportun dade para ela ter uma relação tão mais intensa e orgulhosa com o corpo que depois aí a coisa eh esbate nunca desaparece este tipo de Episódio esta memória fica lá mas todas as consequências eh que isso lhe trouxe neste anet tempo é que ficam mais sossegadas e é aí que nós queremos chegar hum é uma é uma é um é um tema importante de certeza que vamos voltar a ele noutras circunstâncias tantas vezes em tantas escolas tantas tantas tantas e e que nós valorizamos pouco porque temos sempre a ideia que as coisas passam ao lado das crianças e não é assim porque elas são pequenas e depois já não se lembram e afinal de contas não é nada disso nada nada nada Eduardo hoje ficamos por aqui amanhã Voltamos com mais um tema e até lá já sabe continua a escrever-nos para Eduardo Sá @ observador.pt com temas destes tão importantes eh que podem servir de luz para outros pais e outros e avós Eduardo um grande abraço obrigado até amanhã