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[Música] jogo de palavra as entrevistas de Rui Miguel tovar ora então muito bem-vindos a mais um jogo de palavra hoje aqui no estúdio de Lisboa temos o nosso 33º convidado que picua Rodrigo etes carv muito obrigado pelo por teres aceitado o nosso convite de estar aqui na Rádio Renascença H dos 33 convidados certamente és aquele que eu conheço há mais tempo o que eu queria saber é desde quando porque tu entraste na RTP Em que ano entrei na RTP em 1986 e no no Mundial do Maradona ainda andei lá pela redação a ver o o teu pai e os outros patrícios meus futuros colegas mas ainda ainda não estava ainda não estava a trabalhar na RTP estava num curso do centro de formação e que que apanhei ali logo a seguir à à faculdade e portanto e andava por lá sem saber que teria ainda a possibilidade de de ficar mas foi ainda em 1986 penso que ali para o final outono mais ou menos se não est er isso é RTP Lumiar ou já 5 de outubro não RTP 5 de outubro eu não conheci a RTP de Lumiar quer dizer conheci depois de de ir lá buscar coisas àquele inenarrável e mas eu comecei logo a trabalhar o próprio curso do Centro de Formação era na RTP da 5 de outubro e devo dizer-te que eu vou lá parar e por uma uma uma costela um pouco preguiçosa porquê porque aquilo era ao lado da minha faculdade e quando eu tentei ali no na parte final da faculdade do no vício curso de comunicação social que nunca ninguém soube muito bem naquela altura o que era realmente tinha ali alguns problemas curriculares eu penso que aquilo foi um curso um pouco feito às palpa delas não sei como está hoje h mas havia no final do curso a a boa velha questão é o que é que eu faço agora com a minha vida não é eu sabia que que havia por por natureza e esqueleto do do curso e pelo nome do curso e a saída mais normal o jornalismo mas eu eh E isto é curioso porque muitas vezes o os as pessoas perguntam às vezes alunos de comunicação social sítios onde vou quando é que começou a sua paixão pelo Jornalismo e eu tenho que explicar nunca houve nenhuma paixão nunca houve nenhuma paixão pelo jornalismo aconteceu eh porquê Porque eu quando estou no curso de Comunicação Social começo a perceber que há pode haver ali o uma saída para mim engraçada de escrever que era o que eu queria fazer dentro da criatividade Ok como eu já antevia que por exemplo a vida de argumentista de cinema não existia na altura em Portugal não tínhamos não tínhamos nem e continuamos a não ter indústria para isso e que dificilmente conseguiria fazer disso vida e comecei a perceber a hipótese da publicidade até porque notáveis poetas portugueses tinham como como profissão serem serem publicitários e portanto esse sempre foi sempre foi o meu objetivo e devo dizer-te que ali naquela fase em que um tipo começa chamemos-lhe currículo mas não há currículo quando estás a acabar o curso de faculdade não mandas nenhum currículo não tens nada para mostrar diso mandas a carta da tua disponibilidade para estou aqui sou simpático sou bom rapaz gostava de trabalhar nisto e eu assim fiz com três agências de Publicidade já não me lembro quais mas deviam ser as as existentes na altura multinacionais as ma erix por aí eh e nenhuma delas me respondeu nenhuma delas sequer me retornou a pergunta Nessa altura foi afixado er fixado naquela aqueles quadrinhos de cortiça centrais da faculdade que na RTP ao abrigo do do dos cursos do do dos Fundos sociais europeus que portanto 85 eles estavam a começar a chegar não é e RTP tinha que gastar dinheiro não é em alguma formação então ia abrir para licenciados para jovens licenciados ou para jovens estudantes do setor iam abrir dois cursos no centro de formação no reputo centro de formação da RTP h e al da minha faculdade diz assim e pá se fôssemos lá inscrever noos e eu assim televisão nunca pensei no assunto mas é aqui ao lado e foi assim bem como é aqui ao lado lá nos fomos inscrever e e foi assim que eu fui acabar na na RTP porque quando quando dei por ela tivemos a notícia de que havia mais de uma centena de inscrições disse pá não vai haver grande hipótese depois aquilo Havia uns primos testes eu fui ficando fui ficando até ficar fazer parte de um grupo de 24 que fizeram que fizeram o o acabar por fazer esse curso do centro de formação da RTP e É nesse momento que eu conheço entre outras pessoas H que eles eram de outra faculdade a cândida Pinto a Margarida Pinto Correia E H ai tá-me escapar aquela da da RTP que está agora em Washington como é que ela se chama Márcia Rodrigues Márcia Rodriges h e foi aí que que que as Conheci no no centro de formação da RTP e depois ali foi por fomos por aí fora mas foram foste aprovado e depois Demorou Quanto tempo até até entrares eu penso que o curso Demorou se meses e devo dizer-te uma coisa o curso e não sei como era antes não sei como era depois o curso do centro de formação da RTP era extraordinário era muito muito bom e tudo a sensação que eu tenho é que tudo o que eu sei hoje de televisão sem dúvida que foi sedimentado aí depois grande parte da minha desenvoltura profissional foi por ter feito parte do departamento de desporto da RTP já lá vamos eh eu não sabia na altura que estava a ficar na posse de de dos conhecimentos que eu ainda hoje com que eu ainda hoje muitas vezes Fascino alguns colegas meus da da SIC é um curso muito completo eh com ótimos e formadores o o Engenheiro Carlos Alberto Henriques o Franco dias o o Pedro Luís de Castro eh o Mário Rui de Castro que também por por lá passou sim eh Em certas fases o Carlos Pinto coelho que é essencial depois a dar uma uma uma dica ao José Eduardo miz dizendo há ali dois Miúdos um Rodrigo e Uma cândida que devias ter atenção a eles h e aprendi aprendi imenso só que naquela fase aquilo parecia-me perfeitamente normal e só mais tarde quando fui para a Sic por exemplo eu na Sic eu nunca tive formação eu dei formação porque quando o Rangel fez fez o seu o seu trio de ataque em que ele Funda a si com pessoas da Rádio dos jornais e da televisão para que todas essas valias Claro se aglomerem eu fazendo parte do grupo da televisão fomos eu e a cândida fomos mais formadores dos outros do que porque a formação nós recebê-la toda no no no Bem dito centro de formação da RTP e esse esse essa formação na RTP era prática até era prática Essa é a grande Essa é a grande questão Tinha algumas coisas teóricas mas era uma teoria que imediatamente passava à prática e esse foi para mim o choque epistemológico em relação à à faculdade porque a faculdade eh Com todo o respeito e e sou também muito grato hoje intelectualmente ao facto de ter feito esse curso de Comunicação Social mas ele na verdade podia-se chamar-se curso de coisas interessantes sobre o mundo nãoé ou curso de Filosofia Contemporânea ou era era profundamente mas só era profundamente mas só intelectual uhum era mas deu-me por exemplo uma uma bases argumentativas olha desde logo log uma grande vantagem introduziu-o autores que eu não conheceria se eu não tivesse passado por por esse curso nunca me teriam Aparecido Ao caminho Michel foua o Roland Barto o bodar o Gil de l e autores que eu passei a gostar imenso e que nunca nunca teria conhecido na RTP foi exatamente A Outra Face da moeda em que de repente estou numa aula com com com o com o Carlos Alberto a saber H Porque é que o sistema e o sistema secam de francês são diferentes ao nível do número de linhas que o compõe ou a saber as cores exatas a denominação exata de uma mira de barras com o seu Magenta e o seu seano e todas essas coisas mas também devo dizer-te que eu fiz tudo eu fiz Câmara de estúdio fiz Câmara de de reportagem fiz mistura de estúdio fiz controle de de de imagem Trabalhei na Régia de áudio fizemos isso tudo e aprendemos a a montar na altura máquina a máquina não é duas cassetes que que iria para uma e portanto nós fizemos toda toda essa parte prática de realização de produção porque porque havia uma uma ideia subjacente muito engraçada que é é bom saberes por exemplo o Ouvi uma vez o nabeiro falar disso em relação aos seus trabalhadores o nabeiro andava na fábrica e sabia explicar aos visitantes exatamente o que é que estava cada trabalhador a fazer e esse conhecimento É parece uma coisa muito rica e e muito importante e eu hoje Eu de vez em quando quando tenho algumas discussões às vezes surgem quilas de profissionais com profissionais de outro setor e de repente Eles são um bocado confrontados com o facto e pá este tipo sabe do meu meti também e e foi essa foi essa escola da da RTP e tu eh quando entraste já sabias que is para o desporto perguntaram como é que foi Não não não primeiro nós não sabíamos sequer se íamos se íamos ficar ou seja pelo que eu percebi na altura eh começou a entrar o dinheiro da Europa e e as grandes empresas tinham que apostar na na formação a RTP desde logo com uma empresa pública tinha que o fazer e portanto eles tinham que ter aqueles cursos e tinham que mostrar resultados daqueles cursos aquele curso tinha de acontecer e para acontecer tinha de ter lá eh formandos não é mas não havia isso avisaram noos logo não há qualquer obrigatoriedade ou compromisso da RTP de que vocês ficam aqui a trabalhar não havia qual era a única hipótese aquela que eu continuo a achar que é a grande arma da vida que era fazer-se notado dar nas vistas mostrar que podes eventualmente vir a trabalhar aqui aqui então tentei durante todo o curso ser o o o melhor que eu podia ser ou eh eh nas áreas e depois foi muito importante que na havia o Pedro Luís de Castro e o e o irmão o Mário Rui que faziam parte da redação inclusivamente o Mário Rui o Mário Rui de Castro chegou a ser o o chefe meu e do do teu pai no no desporto e e ele eles estavam a dar aulas à aqueles alunos e estavam a perceber o que é que aqueles alunos valiam não é portanto começa a espalhar-se um bocadinho a palavra de que pá tá ali um miúdo ou tá ali uma miúda que pá o tipo tem jeito não sei que mais acontece que na altura lembro-me de de de nos terem vendo não sei até que até que ponto terá sido mesmo assim mas pronto estávamos em vésperas de eleições estamos ali em vésperas de de de umas eleições que depois vem a a canonizar o Cavaco Silva eh e portanto na RTP estava tudo um bocadinho às palpa delas O que é que vem aí os tipos que mandam serão os mesmos vem outra tropa fanga que era uma realidade que na altura me ultrapassava completamente mas isto significa o quê significa que o Zé Eduardo Munis não queria tomar e o Adriano Cerqueira er os dois na altura não queriam tomar grandes decisões de admissão de pessoal imagina tu que venho a saber anos mais tarde em conversa com o vessa Tavares e com o João Gonçalves que eles iam ao pormenor de Porque Nós não sabemos imagina imagina que estava o PSD no poder não sabiam se um jovem rapaz que eles que eles contratavam não era um infiltrado do PS e coisas do géo era uma coisa malucos pronto mas havia esse essa cautela e pá não não estamos a contratar ninguém porque não sei quê não sei que mais quando muito contrataremos a recibo mas logo se vê não sei que mais o Carlos Coelho na parte final do curso e teve a gentileza de ir fazer de nosso convidado fazer do do do do Espantalho de serviço para nós entrevistarmos não é nós estávamos a brincar aos pivôs então entrevistá-lo e não sei quê E ele próprio estava ali a curtir a a cena e também observar noos e o caros Pinto coelho quando saiu dali disse ao Munis Olha que de facto ali sobretudo dois dois tip dois duas personagens muito curiosas que é um Rodrigo Carvalho e a cândida pinto não sei quê o Munis com este zoom zoom eh resolve colocar-nos E então coloca-nos Em quê Em zonas onde alegadamente nós mesmo que fôssemos tubarões infiltrados de uma qualquer Oposição bolchevique não podíamos fazer moça ou seja o Rodrigo vai vai para o desporto até porque ele ele já sabia que eu que eu que eu tinha praticado desporto e que gostava e a cândida pinto vai para um programa que era o programa do rou dorão que era o ponto por ponto ponto por ponto que que povoava as nossas as nossas tardes E então considerava-se que pelo menos aí nós aí não não poderíamos fazer monta o que acontece é que tanto a cândida pinto no ponto por ponto como eu no no departamento de desporto depois feliz continuamos a trabalhar bem e fomos e e fomos progredindo por ali fora mas eu eu estive quase toda a minha vida de RTP a recibo eu só entrei para o quadro só entrei para o quadro e pouco antes de ir para a Sic é curioso Pois não sabia e tu tiveste no no no desporto de quando a quando efetivamente eu estive no desporto desde que entrei 86 até ao início de 91 Hum eu ainda cheguei a apresentar por pouco por muito pouco tempo o 24 horas que era o noticiário de Fim de Noite eh que aliás catapulta e o que foi o grande trampolim do José Rodriges dos Santos porque estava naquele dia do Iraque Ira estava sentado naquela cadeira porque era a semana dele podia ter sido a semana da cândida pinto que na altura estava a apresentar ou Diogo que estava a começar a apresentar e o o José Rodrigo dos Santos depois por causa do do Iraque passa para pivô do telejornal e eu vou para pivô do 24 horas com a cândida pinto o que na altura não foi muito bem visto na RTP E eu aí tiro o chapéu a ao Zé Eduardo Muniz e a mudança absolutamente abrupta de um pivô de desporto para a chamada informação generalista havia já nessa altura uma uma grande um grande preconceito um grande preconceito com com o jornalista de de desporto como eu comecei a apresentar cedo a a partir do momento que comecei a trabalhar pouco depois estava a apresentar a primeira vez que apresentei foi logo no no telejornal o havia um pivote desporto no telejornal e até eu estava e de repente a Dina Aguiar vira-se para o lado e diz assim e agora a página de desporto com o Rodrigo Carvalho e eu sabes que ainda hoje me lembro e eu sou muito mau em em datas e em factos mas lembro-me muito de sensações do passado e lembro-me perfeitamente que só nesse momento em que ela passa para mim e eu digo é verdade Dina Cá estamos nós e viram para a minha câmara e digo sei lá no Benfica ven eu hoje o Guimarães o stol empatou com não sei que mais estou a dizer isto e estou e apercebo-me estou tramado isto agora vai ser a minha vida eu que sonhei ser um um escritor com seu C certo mas isso é mais tarde com o com o seu copo do isky a vaguear pela no a vaguear pela noite e a fazer anúncios espantosos com o Aria dos Santos não sou o pivô de desporto do telejornal foi aqui que que que a vida me trouxe e mas tudo isto para te dizer o quê houve outros houve alguns outros casos de de pivôs que começaram no desporto e depois foram para a informação geral mas havia um chamado período de nojo ok que era o quê aquela coisa parva que não tu agora sais do ecrã para que as pessoas esqueçam que tu em tempos só falavas do Benfica e do Porto e do Sporting e agora apareces a falar do Egito e de Israel e dos Estados Unidos havia essa pronto ess essa essa mania e e o José Eduardo monis também é preciso dizer que o Rangel já estava ao ataque não é o José Eduardo Moniz a meu pedido eu falei muito disto com o teu pai eu disse-lhe Eh pá eu adoro fazer adoro fazer isto adoro a redação eh onde estou vocês ensinaram muito mas não pode ser só isto eu não quero fazer só isto eu quero eu quero fazer mais coisas eu preciso de de alargar um bocadinho o a minha cabeça já o tinha querido ao vir do porto para Lisboa não é alargar um bocadinho o meu mundo e depois profissionalmente eu estava a pensar pá eu estou-me a sair muito bem aqui no domingo Desportivo e não sei que mais eu quando der por ela eu saio daqui ao fim de 50 anos de fazer o domingo Desportivo com um relógio de prata e t uma palmadinha nas costas e vou para a reforma e na altura comentei com com com o teu pai com o próprio Bessa tares disse pá eu vou tentar pá eu gostava de fazer outras coisas entretanto eu já tinha feito já me tinha insinuar ao jornal das nove a que era coordenado pelo grande Solano de Almeida que esteve para ir para a CIC mas não não foi infelizmente e onde pontificavam na altura Mário crespo Manuel amor Guedes e António Amaral pais os grandes pivôs e e porquê o jornal das nove porque numa época em que não havia concorrência e na RTP eles divertiam-se a concorrerem uns com os outros não é não lembro tão bem diso o canal 1 concorria com o canal dois até fisicamente estávamos separados separados lembra-me e só que nessa separação o o o telejornal e e o canal 1 estavam no segundo andar e no terceiro estava o canal 2 e o desporto desporto e então curiosamente o o meu dia a dia era passado entre o desporto os meus camaradas do desporto e o jornal das nov que para mim era intelectualmente muito mais atraente até que vem uma uma situação que eu proponho sou eu que me proponho por isso é que eu muitas vezes falo com com com os Miúdos mais novos da Si e digo Tem que haver Tem que haver uma proatividade da vossa parte Tem que haver vocês têm que se mostrar tem tem que não podem ficar nas encolhas e eu vou falar com o Solano de Almeida porquê Porque há um acontecimento que ali na minha cabeça que junta o desporto ele passa-se num recinto desportivo mas é algo mais do que isso e é uma coisa que vai abrir o joral das nove que é a tragédia de não do isel a outra do ah ok e eu digo ao Solano Solano eu quero fazer esta eu faço desta peça para o jornal das nove eu faço disto E então fiz fiz a peça e lembro perfeitamente que utilizei o uma coisa que para alguns era era visto como uma coisa muito estranha que foi a utilização de música e eu fechei a peça ou abri a peça não penso que fechei a peça com o old England dos water Boys uhum old England is Dying que é uma música pungente uma música muito forte e e o Solano viu a peça e adorou a peça e a peça entrou no no no jornal das nove e então aí eu passo a ser visto também de de outra forma com tipo com o outro tipo de potencialidades e e o Zé Eduardo munir Justiça seja feito esteve sempre muito atento a este a este meu trajeto e fez o que lhe era possível fazer na altura para que eu não saísse da RTP para que eu ficasse na na só que o covite aquela Sic do início era era uma espécie de de de Salgueiro Maia a a desaguar com os seus homens era era muito forte as Berli eram muito fortes não é e os argumentos os argumentos financeiros do início da SIC foram foram muito Foram muito fortes e foi eh pagavam muito bem e sobretudo nós estávamos o Rangel conseguiu apanhar pessoas numa numa idade em que é É uma idade de de de arriscar é agora eu se eu não arriscar com esta idade Quando é que eu vou arriscar porque hoje parece tudo muito bonito mas não te esqueças que eu eu tive na altura porque na RTP não conheç não conheci só gente boa tive muitos colegas da RTP ou funcionários da RTP a rirem de Bim e a dizerem que pá daqui a uns meses estás aqui outra vez a bater à porta porque isso vai à falência isso não tem hipótese nenhuma nunca nenhuma televisão privada vai vingar em Portugal sim tudo que é novidade é sempre para para rentar e é é assim foi mas FZ uma há bocado de falaste o mundial do México sei através de fotografias encontradas um dia destes lá em casa que estiveste no Mundial seguinte 90 em Itália tiveste o mundial todo até à final Estive o mundial todo até a final com com o teu pai sempre S tu tu tavas numa tu não estavas na ia a fazer os jogos da lemb tenho esta memória tu estás a fazer os jogos da Holanda Inglaterra Irlanda Egito Sim Isso foi uma Isso foi uma loucura em 1990 repara que a seleção portuguesa não estava nesse Mundial não estava nesse Mundial em 1990 já havia a conversa de vem aí a privada vem aí a televisão privada vem a televisão privada não sei quê E então a RTP da altura faz uma quer fazer através desse Mundial uma demonstração de força de você não não encontrará nunca Nenhum serviço como este da RTP e de facto não porque o nós fomos seis jornalistas seis jornalistas para Itália para fazer relatos nem sequer a reportagem nós não levamos câmaras de reportagem não as poucas reportagens que haveria a fazer eventualmente seriam feitas através do de alguém da rai alugava alguém da rai havia sobretudo entre as televisões estatais havia sempre esses intercâmbios não é mas nós íamos apenas para narrar como se diz hoje narrar os jogos em direto do estádio seis criaturas todas Cada uma com o seu carro alugado o seu grande Lancia o seu grande alfa Romeu não sei que mais e então nós Bá o meu pai espera não o teu teu pai não teu pai andava bleia E então nós fomos divididos entre a ideia era se não era fazer os jogos todos era praticamente todos mas nós fomos a todo o sítio de Itália fomos distribuídos digamos assim por por quase todos e sim eu fui fazer um um um Inglaterra Holanda em calhar lembam tão bem disso em calhar na sanha que que me impressionou imenso porque eu aterrei lá no no próprio dia e depois a certa altura não conseguia o táxi teve que me deixar num sítio qualquer muito antes do estádio porque os Hooligans já andavam por ali e havia helicópteros a a sobrevoar e eu quando comecei o jogo e estive bastante tempo a falar dessa dessa situação e fui fazer e fui fazer outros outros jogos e Vocês faziam em duplas ou não ou sempre individual sempre nem sempre em duplas eu eu penso que o teu pai ficou mais por mais por Roma eu já tinha feito com com o teu pai o a final do Benfica em 91 em Viena Ok com o Milan com o Milan com o golo do rayar e lembro-me perfeitamente e que n quando estávamos a fazer em em dupla e dividíamos o teu pai obviamente como era o o mais graduado ele fazia o ataque do Benfica não é e eu fazia o ataque do Milan depois havia ali um momento em que percebíamos perfeitamente quando era para passar a bola eu estava obviamente era miúdo estava a tentar dar nas vistas com com o meu dinamismo qual é o problema do meu dinamismo nessa final no golo do do rayar eu rayar pende para a direita a tira golo e aquele golo estava muito e o teu pai dá-me um pontapé Encosta a perna e eu percebi logo é golo mas é contra nós é contra a equipa portuguesa portanto baixas a bola e e pá é tão curioso nunca me esqueci desse momento ele estava pleno de razão eu fui também não passou disto não é não me deu mais nenhum sermão não sei mas deu deu-me o pontapé ou o toque com a perna e percebi logo estupidez e baixei logo é golo golo golo de Ricar só me faltou chorar mas e foi foi uma uma ótima lição que às vezes aquele aquele toquezinho que damos ao filho ou ou ou ao cachorro só assim ei quietinho aí vocês fizeram a final do mundial juntos não o Itália fizemos Alemanha Argentina Sim eu também tenho essa ideia mas às vezes a memória Pode sim Alemanha vestida de verde penalti do brema ok ok foi ok muito bem fizemos o e fizemos penso eu que também fiz com o teu pai a meia-final que a Argentina ganha a Itália e Anápolis Ah foi foram Anápolis não sabia disso sim sim lembro-me pá lembro que esse jogo foi uma coisa um ambiente Uma Coisa inacreditável E estávamos sempre éramos ambos fascinados pelo pelo Maradona que era de facto um um um figurao e e nesse Mundial também andávamos fascinados porque o teu pai para além de de saber tudo o que havia para saber era um tipo com com com sentido de humor incrível e muito parecido com o meu que éramos atraídos pelas mesmas mosquinhas que era mas quem é este totos kila pá apareceu lá um totos kila na seleção italiana de quem nunca ninguém ouvira falar antes e nunca mais ninguém ouvi falar depois e que pá marcou uma série de golos nesse nesse Mundial que eram tipo assim com ar assim um bocadinho das versas que andava para lá e o teu pai ficava mas que este gajo pá este gajo O que é que se passa aqui este gajo nunca vai ser ninguém isto Acontece uma vez na vida aconte assim foi por falar em futebol e o meu pai também tenho uma memória muito fresca e é é como se tivesse a acontecer agora o meu pai treinou a equipa da RTP equipa de futebol da RTP e tu tu tiveste h a honra de aceitar o convite do meu pai e e não sei se jogaste mas treinasse treinos foste eu lembro de um treino em específico eh numa zona de Lisboa e como era a equipa da RTP havia muita gente À Volta do treino porque era era o meu pai eras tu haveria mais certamente mais figuras caras reconhecidas caras reconhecidas e lembro de estar a ver o treino atrás de uma baliza a baliza estava com a rede da baliza e o próprio Campo estava tinha GR portanto havia uma dupla proteção e nunca mais me esqueço que tu de repente dás uma pedrada com com o pé esquerdo e eu vi a bola partir e não vi mais só lembro-me de ouvir perfeitamente a bola bater no poste e o som da bola no poste sempre foi uma coisa deliciosa não é e de repente a bola é que a bola Foi mesmo Ao canto portanto a bola fez fez assim à rede bateu na rede grade e foi-se embora e lembro que das pessoas todas à minha volta e eu fiquei assustado porque o barulho e e aquele repentin ismo ficou e toda a gente é pá este gajo e tal é o Rodrigo e tal pronto e são aquelas memórias que ficam na na nossa cabeça não sei se jogaste se chegaste a jogar pela equipa da RTP foi só treinos sabes que eu tenho ainda há pouco tava tava a dizer-te isto o uma das coisas mais fascinantes do do teu pai e tua que tu herdaste é vocês têm uma memória e como é que quer dizer há há qualquer coisa de absorvente no vosso cérebro que quando se mune de uma informação ela fica lá na Esponja e nunca mais de lá sai eu tenho e uma péssima memória a única coisa tenho memória seletiva por exemplo em relação a músicas ou a matrículas e números de telefone e porquê e mesmo as matrículas e números de telefone eu vou lá pela música 9 1 2 2 6 8 e as matrículas também mas de resto por exemplo Às vezes o os meus filhos tentam saber coisas sobre a minha infância e eu fico muito desiludido porque não não não me lembro assim de facto e muito menos de dias e desconfio sempre daquelas pessoas que dizem Ah eu tinha 6 anos e uma vez no início de setembro que fomos para as azenhas do mar como é que este gajo se lembra disto Isto é impossível e portanto para te dizer que não me lembro se joguei ou não mas o mais provável é ter jogado Mas quem era esse Rodrigo que dá que dá esse esse pontapé com com o pé esquerdo o único que ele tem é um Rodrigo que que jogou o futebol na nos comecei nos iniciados do Foz depois rapidamente fui para o para o clube do meu coração leixões que er um clube de família onde fiz épocas de de juvenis e Juniores e sempre soube desde esse momento sempre soube que eu não seria jogador de futebol eh profissional não ten eu não era feito dessa matéria eu não era não era craque tinha duas coisas muitíssimo boas eh e que hoje em dia me faz uma confusão que me tira do sério sobretudo quando falamos dos relevados que estes tipos têm hoje não é e nós jogá no plado que é falhar um canto não entendo como é que se falha um canto não faço a mínima ideia é uma noção que para o meu treinador dos iniciados do for e gritava comigo se eu falhava um canto Mas pronto falhar É o quê É não chegar a primeir por exemplo sim não fal ou ser um balão lá para lá para pá com com com com as chuteiras de hoje com a Relva de hoje com com as bolas de hoje como é que é possível falhar um canto não não percebo o mesmo se aplica à aquela bola em profundidade que o tipo vai sozinho só tem que levantar a cabeça e centrar para a área ali para a zona do penalti como é que se falha isso não entendo isso eu era muito bom a fazer eu centrava muitíssimo bem fazia aquele centro também nunca percebi aqueles centros que que estão a ir na direção da baliza não era o que se usava na minha altura eraa exatamente para fora para que quem vem a cabecear Claro encontrasse a força contrária à bola e ela vai com muito mais força para a balisa e eu era muito bom a fazer isso e sempre soube que era só isso que eu sabia fazer tinha AL alguma visão do jogo eh era um tipo que ao contrário de muitos Miúdos querem estar muito tempo com a bola eu estava pouco tocava pouco na bola e era um tipo bom no primeiro toque na na na chamada na tabelinha no toma lá daak era bom mas mas nunca nunca fui craque e tu eras que que posição já agora eu era e jogava sobretudo a lateral esquerdo sobretudo a lateral esquerdo Fiz alguns jogos um bocadinho mais à frente a média Eu agora não percebo nada dessas coisas do número seis e o número oito se não percebo nada disso eu era o lateral esquerdo cinco nas costas sempre que era o que se usava na altura nãoé o lateral esquerdo era sempre o cinco h e sim fazia aquele Corredor no pé direito era só para estar em pé mais nada eh e depois ali na na fase dos final de juvenis ainda Fiz uma época de Júnior e o que é que acontece acontece na minha vida eh porque eu por exemplo para ir para para o leixões para Matosinhos eu vivia os meus avós vivia na zona da boav vista eu vivia na foz e portanto há que ter em conta o trânsito de altura as estradas de altura e a questão dos transportes quando um tipo começa a ficar já com 15 anos 16 anos muita festa de garagem muito e aquilo já não me estava a dar muito muito jeito acresce-se que não é bom nem é mau é a realidade o tipo de pessoas com quem eu me dava no no liceu Garcia de Horta eram mais da Foz e da Boavista eram gente muito mais ligada ao rugby do que ao futebol Ok eh e um dia um belo dia eles desafiam para ir eh jogar rugby para para ir experimentar e disse olha nunca tinha experimentado vamos lá então diz-me lá as regras básicas eu já sabia mais ou menos explicar umas particularidades não sei quê E e puseram-me a jogar eh para não comprometer muito puseram a jogar a à rier o defesa o 15 o último o tipo mais recuado bom a bola e explicar-me o que é que eu tinha que fazer e pá quando a bola Vem tipo vão chutar pá Vais ter que agarrar não é eh e depois podes chutar daqui podes chutar daquil outro ou jogar à mão não sei o que mais e acontecem duas coisas Primeiro as primeiras bolas que vêm aqueles balões enormes para para a frente que são assustadores porque a bola vem no ar e tu vês uma série de tipos a correr na tua direção não é uma manada assim ai ai ai quando a a chegar aqui estou lixado só que eu verifica-se que eu sou um natural a agarrar a bola na forma de agarrar a bola no eu penso que não falhei nenhuma bola nesse jogo bolas que vinham aquele oval todo torto e as bolas muito altas e eu agarrava muito bem a bola e conseguia ter tempo para para decidir e depois o chamado P de Resistance quando eu começo a aplicar o meu Meu Pé Esquerdo que vinha do futebol que vinha dos anos de leixões dos centros de leixões que eles tinham Explicado e pá se tu estiveres depois da linha de 22 m para que a bola possa ser jogada do sítio onde sair ela vai ter necessariamente que bater dentro do campo antes uma uma regra do do rugby para quem não não perceba ela tem que bater antes no relevado portanto isto implica não só tu aplicares um um pontapé mas teres uma cirurgia de a fazeres bater antes não sei quê E eu diz assim ai é para meter uma bola naquele sítio então est lá e pá e aquilo Começou a sair muito bem e depois o a partir daquele momento eu diendo assim olha depois dos ensaios há uma coisa que se chama pontapé aos postos queres experimentar eu quero era quase era não acho que não falhava um né E E então eu entro no rugby por por uma pressão social Uhum E porque de repente Eh pá não foi não foi a história do do patinho feio que que percebe que é um sisno que estava no sítio errado mas eu fui muito melhor jogador de rugby no sentido do valor para a equipa do que fui jogador de de futebol dito isto quando venho para Lisboa e e deixei o desporto foi foi os anos da da loucura da faculdade do da cerveja do vinho do do das noitadas de tudo isso mas na RTP pronto lá havia essa coisa do pá vamos fazer uma jatana do futebol e pá E aí de vez em quando lá voltava o o famigerado pé esquerdo o campo da Foz já era o campo da ervilha não esse o nome era era o do do Futebol Clube da fo Espetacular F um pelado sabes que eu não eu a única vez que eu joguei em relevado foi já ou no último ano juvenil ou no primeiro de Júnior eh num dia em que o leixões recebe o penso que o Vitória Guimarães porquê Porque os tipos do Vitório Guimarães ainda eram menos habituados ao relevado do que nós Ah então quiseram era porque o que se usava na altura por exemplo o leixões quando recebia o porto ia para o pelado claro que era dificultar para dificultar o tecnicismo deles né e e e basicamente não joguei em relvado e estamos a falar dos relvados na altura eu agora na minha vida profissional que já já estive em alguns desses estádios ao nível da relva e já toquei na bola eu digo como é que é possível jogar mal eu não percebo como é que é possível jogar mal é uma coisa que me ultrapassa mas pronto portanto tu jogaste no estádio do mar eu joguei no estádio do mar sim joguei no no velhinho estado de mar uns dois ou três jogos mas joguei sobretudo no pelado que er era lá em cima havia umas escadinhas que era uma coisa assustadora eu felizmente eraa do leixões para quem não é do leixões era assustador porquê Porque os Miúdos os iniciados os juvenis não sei o quê nós todos nós e a equipa adversária tínhamos que subir umas escadinhas íngremes e lá em cima entrávamos pelo meio do do do Povo havia uma uma aberturinha havia aqueles travessões ao longo da linha lateral onde as pessoas Estavam estavam encostadas exatamente e nós entrávamos por ali e pá e o que os gajos diziam e faziam aos putos da equipa adversário Era Uma Coisa inacreditável o o o meu querido povo lexon e pá são muito duros e são são muito agressivos são muito empenhados na na equipa vamos dizer a palavra assim mas é é um sítio tramado para ser uma uma equipa visitante e tu jogas com o porto então eu joguei com o porto Joguei com o porto uma coisa curiosa na altura era raríssimo eu penso que basicamente só o porto é que chegava a uma fase final do dos campeonatos nacionais em que jogava com equipas do Sul Claro verdade na altura só mesmo nessa última reta final é que que porque de resto nós jogávamos ali regionalmente entre nós e e o leixões pronto tinha umas equipas jeitosas mas nunca chegava a essas fases finais então o mais parecido Que nós tínhamos de uma equipa grande Era o porto era a única equipa grande que que nós que nós defront Távamos não é e portanto havia a grande rivalidade era com o porto ou seja na altura em que eu era miúdo eh para já não falar das Gerações do do meu pai os leixen detestavam o porto detestavam no sentido de de era o seu grande adversário Claro sim sim e tu ou eras leixões ou eras do porto Era só o que faltava não é aliás havia uma projeção não sei como é hoje em dia havia uma projeção do leixões no o Benfica Porquê muitos leunens eram benfiquistas eu tive um um tio meu o meu tio Pedro morreu muito novo irmão da minha mãe e pá era um benfiquista daqueles doentes e era lexon E então eles projetavam no Benfica eventualmente também através da cor mas era sobretudo porquê Porque o Benfica batia o pé ao Porto que era Ah vocês a nós ganhos não sei quê mas quando va jogar com o Benfica Bates a bola abaixo era o único que tinha tamanho não é então era como se fosse e pá o nosso amigo mais forte o nosso amigo do Liceu mais forte então a maior parte dos leunens eram bem fistas o que é que eu fui verificando ao longo dos anos já viver em Lisboa e quando voltava ao Porto a partir daquele sobretudo a partir do porto ganhador do 87 88 que foi absolutamente arrasador um tipo olha para os para os números e e de facto a partir daí foi arrasador eh já encontro muito lexon que é também portista que são são leoneses e portistas assumidamente muitos deles sócios até dos dos dois clubes que era uma coisa que na minha geração não se não se usava e mas tu ias à bola com o teu pai não meu pai era médico de lixões Meu pai chegou é início de carreira Meu pai chegou a ser médico de lixões não sabia foi foi o meu pai fez o fez o curso de de medicina quando eu nasci ainda estava aa estava a meio e depois penso que antes de de tirar a especialidade eles depois tiro a especialidade de urologia mas durante algum eu penso que umas três ou quatro épocas o meu pai era médico de lixões sentado no banco Claro lindro sentado do banco com o o ele conhecia aquela equipa toda vencedora da taça de Portugal do tempo do filp n unhas sim sim sim essa equipa toda essa tropa fanga toda e e o meu pai eu não sei se ele ainda era ou tinha deixado de ser há pouco tempo quando eu joguei mas para tu perceberes nesse nesse pelado muitas vezes o e o a jogava na lateral portanto jogava mais perto do do do público e Então imagina estava o gajo da equipa adversária do do do do Vilanovense ou não sei quê E os gajos dizia assim ó nove se tocas no filho do doutor Tás então eu era o filho do doutor para muita gente ali eu era o filho do doutor sim o meu pai foi foi tem fotografias épicas dessa dessa altura com com a abraçadeira dizer médico não sei qu ele diz basicamente chegava punha SPR eo passa bate com o pé no ch P dizia a maior alidade que se pode fazer um jogador que acabou de é bate com o p que era o que nós [Risadas] faz ou seja pior a tua lesão aqui aqui à minha frente tu quando foste para a Sic continuase a jogar futebol a futebol não na redação ou ou entre amigos da SIC Sim ainda ainda Fiz alguns ainda Fiz alguns jogos mas muito pouco já estava já estava numa numa numa péssima numa péssima forma houve uma altura que eu que eu eu fiz tanto exercício físico eu eu comecei a a treinar no foz mas antes disso já já era maníaco do do das peladas e do exercício físico e não sei que mais E então eu fiz eu acho que fiz entre os 10 e os 30 anos eu fiz exercício físico ininterruptamente Então desse de certa maneira fiz cansei-me um pouco disso e estav estava numa péssima forma mas ainda Fiz alguns jogos não havia torneios nem nada disso havia uma coisa engraçada que era eh por exemplo de vez em quando havia um jogo Sic tsf ou Sic RTP ou não sei que mais eu cheguei a fazer um outro e eram jogos ótimos porquê Porque era no estádio de alvalade ou no estádio de era pelo menos em alvalade e no Belém nós jogamos isso eu lembro-me eu assim ah espera lá a relvinha e não sei quê Ah pá eu quero isto e há uma há uma situação fantástica já estava eu há bastante tempo na C que o Chico boar vem dar um um concerto a Portugal e o Chico tem esta Mania qualquer sítio que vai tem que ter uma peladinha ele e os seus músicos são fanáticos do futebol e então tentam a qualquer sítio que vão tentam a com os locais combinar um jogo de futebol e assim foi combinado é o poema Futebol Clube não é não sei isso nome não sei mas sei que sei que joguei contra o Chico tem tem aliás essa essa foto eles equipados de Alemanha de branco e preto e nós aém de azul e branco lembro disso un com aqueles equipamentos de Alto su os dia deora ou esp espetáculo humel esses maravilhosos e e eu faço parte da equipa da SIC que joga contra o Chico não me lembro Ah e claro tínhamos uma equipa de reportagem é pela graça a filmar para depois aquilo sair no jornal da noite e tal ah hoje a equipa da s que defrontou Chico boar bom voltando ao jogo eu estou no jogo e estava com aquela coisa pá estou muito embaixo de forma e não sei quê mas há lá uma jogada ou outra pá que eu sinto-me bem bem pá sabes vou com aquela lembro perfeitamente há uma que me lançam pela esquerda e eu assim ah still got it ainda o tens vais aqui assim então na minha cabeça pá eu vou como uma seta né faço um centro rasgado à noite quando estou a ver a peça passa o resume e há essa jogada e eu vejo assim um gajo um bocadinho gordo já Careca em cima a arrastar-se assim espera lá aquele gajo sou eu é bom a miséria absoluta então a parti disso é pá não não não não não me apanham mais nisto pá não esse tempo esse tempo já passou mas é engraçado Aquilo na minha cabeça Sabes eu assim é pá ainda estou olha mandei mandei um livro ao barrote nesse nesse isso aí bola paradinha isso aí problema nenhum mandei um livro ao barrote em folha seca que teria levantado o estádio as 30 pessoas que estavam Ah pá mas nunca mais me esqueço eu a ver-me assim ai não e o Chic jogava bem É eu acho que ele julga que joga melhor do que o que joga tem é fraquito tem um toque de bola não e depois tem outra coisa não é beneficia de ser o Chico ninguém quer lesionar o Chico no dia do concerto não houve lá uma outra jogada que eu pensei pá vou-lhe dar uma fruta aqui vou-lhe fazer um carrinho mas depois Ah não coit dito ser notícia is é Manchete não mas acho fascinante o o o a paixão dele pelo pelo futebol tal como muitos intelectuais brasileiros e argentinos T eles tê essa essa coisa muito muito viva dessa paixão pelo jogo que eu acho muito muito agradável tu tirando a RTP fizeste jogos na fica comente nar raste jogos na nunca nar raste não não o que eu fiz foi não ah agora estou aqui a fazer balanço de 30 anos mas Julgo que não julgo que não Ah até porque eu nasci que já estava já entrei com aquela ideia de afastar do do desporto já estar mais ligado à à à informação jornalista portanto penso que não e também não quereria estar a tirar o lugar a outros que estavam a a despontar só dizendo não eu já fiz desporte vou eu fazer este jogo Ah o meu caro amigo já fiz o mundial de futebol pá não já fui a calhar já fui a calhar vi helicópteros lá em cima Ah já gritei golo do recard Gol golo e tive não não não fiz e depois fiz algumas coisas ligadas a jogos importantes e sendo com com especial destaque para 2006 em que no Mundial como eh ass si que teve os os jogos todos ouos jogos mais importantes os jogos de Portugal nesse nesse ano houve um grande investimento eh e a siim que conseguiu os jogos de Portugal e eu fui para lá com uma espécie de de pivô residente eu fazia de lá a parte do Jornal da Noite relativa ao mundial com eh os treinos as entrevistas as peças de curiosidades os portugueses que já estão a chegar a colónia ou não sei quê assim esse Bloco Eh eu fiz fiz lá na e lembro-me perfeit examente Ah e depois ia ia para para os estádios fazer os o não ia fazer os jogos era eram outros que iam fazer o Luís Marçal e acho que que outro mas estava lá que tinha a curiosidade de ir ver jogos ao estádio como é óbvio e pá e assistir ao vivo ao Portugal Holanda a batalha de nuremberga foi uma Coisa inacreditável os nervos que eu tive que eu passei nesse jogo pá é daquelas recordações pior depois eu e o e o Zé Augusto Marques Não estávamos no no mesmo hotel do dos nossos colegas e quando regressamos ao nosso hotel depois do jogo quem é que chega ao hotel a Holanda os jogadores da Holanda todos ali no walland e eu já comos copos assim pá eu acho que vou à tromba este vandar sar que me est e pá mas foi um jogo foi das coisas mais porque eu passei daquele conformismo português de não pá nós Vamos ser vamos eh e pá estamos estamos tramados já não pass para não não espera espera espera que isto pode acontecer isto pode acontecer e lembro-me do bac que foi o a um minuto do intervalo o Costinha é expulso E então aquilo já estava um um uma batalha campal e nós os jornalistas só dizíamos assim e pá e agora vamos voltar só com 10 para esta pá portanto a equipa portuguesa foi extraordinária nesse nesse jogo pá foi é dos jogos que eu que eu guardo de forma mais vívida e e viste no relvado ou na bancada lá em cima vi na bancada mas as o está Nuremberg está basicamente só faltava aparecer lá o Hitler e e a mocidade está basicamente igual pelo menos na altura estava portanto é um estádio pequeno uma espécie de estádio do jamor ok ok sim RTP é e depois há uma há uma fatia da tua vida que te leva finalmente para os livros sim como é que nasce o primeiro livro não que já que já me tinha levado e ou seja o meu primeiro livro eh nós temos que fazer um de tudo que temos estado aqui a falar Temos que fazer um flashback total porque o meu primeiro livro é escrito aos 20 anos ok no porto ainda no meu último ano do porto antes de vir para para para a faculdade portanto nem não menos 18 18 19 anos e porquê por isso é que eu depois já faço a o curso de comunicação social com o fito da escrita de ficção escrita através da Imaginação ou não sei que mais porque esse era o meu fito era escrever e portanto eu não sou um um um Jornalista que um dia resolveu escrever o que aliás é é é o é é o é o é o prato nosso de cada dia em todo mundo a grande quantidade A grande maioria dos grandes escritores tiveram de alguma forma uma experiência do jornalismo que é é normal é material do mesmo tipo de laboratório sim eh mas eu não eh eu comecei por tentar escrever e depois o jornalismo aconteceu-me às vezes digo a aos meus alunos que é É como se eu eu marquei um encontro num Numa discoteca com com a literatura percebes marquei um encontro com ela e aaral tem-me eh e depois cheguei lá e ela nunca apareceu e pá e estava outra gaja ao balcão que era o jornalismo eu disse assim e pá Queres sair umas voltas e assim foi foi a escolha porque há uma altura que o tipo tem que ser prático não é há contas para pagar eu quero quero ter uma vida independente quero ter um um salário mas o o livro que viria a ser o daqui a nada é escrito com 18 anos o que é que aconteceu eu mostrei o o verdadeiro o verdadeiro manuscrito Ou seja no meu caso não não não à mão porque eu sou eu não entendo a minha própria letra mas no numa numa máquina de escrever uma velha H César H fiz duas ou três cópias entreguei à minha mãe e um e um tio meu que que era arquiteto e pá que foram lendo dizo Ah tá giro e tal não sei quê E eu achei hum não se passa aqui nada mas não tive com 18 anos eh não tive eh a tentação de o mostrar fora da família não não quis arriscar Esse passo achava pá a quem não conhecia ninguém não não eh E então literalmente o livro entrou numa gaveta o livro veio comigo para para Lisboa entre entre outros averes que eu trouxe para para Lisboa e por ali ficou o que é que acontece pá a a questão da da da faculdade foi uma coisa absolutamente louca os tempos de faculdade foram de facto muito e conturbados e animados e vividos e e e divertidos e e o e o tempo foi passando eh e a certa altura e a faculdade está a acabar e agora começou a minha vida profissional e agora daqui um bocado vai nascer o meu filho e de repente o quê um convite para a primeira televisão privada em Portugal e pá mas eu quero fazer parte disso o quê e ganho o triplo da RTP não sei quê não sei que mais um dia paro e digo assim e pá mas eu tenho 30 anos Ah e quero gostaria imenso de facto de escrever ou de saber se se conseguiria continuar a escrever mas a primeira coisa a fazer é será que o que eu escrevi Vale alguma coisa então eu eu morava na altura na portanto estamos a falar de uma altura em que eu estou tive ali um um tempo para pensar nisto porquê Porque entramos numas férias entre a RTP e a e a si os que trabalhavam na RTP tiveram umas férias porquê porque os outros da SIC que não tinham formação de televisão estavam a ter formação de televisão no lenti aqui e aqui em Lisboa e então basicamente eu e a cândida Pinto estava estávamos de férias mas férias mais bem pagas da nossa vida eh e nesse tempo pronto eu pensei nesta coisa e aquela coisa do livro eu morava na altura na Rua Ilha do pico ali ao Jardim Constantino eh eh com com a foi a primeira casa que tive com com com a minha ex-mulher com a Paula e assim pá eu vou eu vou levar isto a uma editora pá vou levar a uma editora pá vou levar alguém de uma editora pá não não me atrevia eu já na altura já era apaixonado por exemplo pelo pelo António loban Tunes ou pelo Saramago não me atrevia a mandar-lhe a eles achava isso absolutamente ridículo Queria que alguém do meio mas alguém com o dedo profissional que pudesse eventualmente dar-me o aval para aquilo CL E então fiz uma uma análise muito científica da situação que foi fui às páginas amarelas ver qual era a editora mais perto da minha casa mais uma vez a proximidade geográfica e então descobri que havia ao fundo da rua ali muito perto uma editora chamada contexto e lá fui com o meu com o meu manuscrito Zito atendeu-me uma uma senhora uma secretária eu disse então quem é que aqui lê a coisa Ah o Manel de Brito e tal mas ele não está olhe posso deixar isto com com uma morado e o número de telefone não sei quê Sim muito bem e assim foi Não não pensei mais mais no assunto e e passado não chegou a se meses mas quase eu diria que quase porque houve uma altura em que eu de facto aquilo já já se estava a desvanecer na na na minha memória e recebo um um telefonema na Sique de alguém que quer falar comigo que é um Manuel de Brito da contexto não sei quê E assim foi foi editado o meu esp o meu primeiro livro Nessa altura em que Tu escreves com 18 anos quem é que era os teus escritores de mesa de cabeceira era eram eram eram vários da da da biblioteca do do meu avô e da minha mãe o meu o meu avô pai do meu pai mas a leitora em casa era a minha mãe e não não o meu pai o meu pai como ele costuma dizer eu estava ali intertido a estudar os calhamaços de medicina e e eu opar umas bexigas portanto não tinha não tinha muito tempo não tinha muito o meu pai nunca foi não não não não tinha esse drive da da leitura de ficção olha por exemplo o meu o meu filho que é uma geração mais nova e é um tipo inteligentíssimo mas também ele não tem o drive da leitura de ficção É um tipo que lê história lê biografias lê ensaios mas a ficção aquela coisa não não a tal suspensão de realidade que há pouco falávamos ele ele não não consegue ter então a minha mãe a minha mãe Lia muito e o meu avô tinha Olha o os livros da coleção da RTP que eram belíssimos o que eles editava minha mãe fazia uma coisa fantástica que era uma espécie de de Cine Clube da literatura que era o circo de leitores havia uma revista do circo de leitores em que eles aconselhavam livros e para tu encomendar e a minha mãe lá foi encomendando uns os outros e foi assim que que eu li foi introduzido ao Orgulho e Preconceito a servidão humana ou a Garcia Marques o ao Joseph Conrad a todos esses alguns livros que é engraçado quando quando eu olho para trás percebo que faz parte houve dois ou três livros que eu li sem perceber eu não estava a perceber o livro mas havia um impulso que me fazia continuar tu não estás a perceber mas isto vai fazer sentido de alguma forma vai ser bom vai te nutrir de alguma forma isto e assim e assim foi outros que percebia perfeitamente e há de facto Eh o meu o meu avô era um como muita gente da da geração dele meu avô nasceu em 1917 e era um um um profundo amante das Letras portuguesas ele Lia muito eh Miguel torga erculano eh foi um tipo que que que leu Saramago gostava muito do José Cardoso Pires e até que surgiu o Lob Antunes e eu quando quando li o Lob anunes por ser aquele aquele livro da entrada dele queem que nem foi o nem foi tanto memória de elefante foi mais os cus de Judas eh aquilo fez um clique no miúdo que eu era na altura que foi um clique formal Ou seja eu tinha lido alguns grandes autores mas que de alguma forma eles eram muito clássicos na na narrativa n é S tinha o havia um narrador que nos introduzia a personagens e depois elas dialogavam entre si coisas maravilhosas mas era sobretudo assim e de repente eu começo a ler o Lob anunes e o Lob anunes e os cujo de Judas é alguém que está a falar na primeira pessoa com uma mulher que Depois vemos a perceber que é uma é é a prostituta daquela noite e esse tipo com com os copos e e profundamente comovido começa lhe a contar a sua vida e está a falar na primeira pessoa e aquilo foi foi foi fascinante para mim dizer Ah isto pode-se fazer ya então abriu-me uma janela não quero anos mais tarde VM A Perceber por acaso não tanto nos cursos de Judas mas em alguns outros livros que o próprio Lob Antunes havia bebido muito do do do faulkner não é sobretudo do som e da Fúria e mas isso não invalida todos nós como eu costumo dizer ninguém ninguém nasce de uma de uma caverna Negra onde não ouviu nada onde não viu nada não é Todos nós somos produto do do que ouvimos mas esse esse pontapé formal foi foi muito foi muito curioso para mim e e isso é que me levou Aliás o meu primeiro livro O daqui a nada é talvez o mais antoniano dos dos meus livros de de forma absolutamente declarada e não não escondida porque eu só tinha um um propósito que que acho que é o primeiro porque repara quando estamos a dizer que eu escrevo eu só escrevo romances certo eu nunca fui o tipo que ah escrevam uns poemas escreve uns contos escreve não sei quê eh não foi porque não aconteceu a única estrutura Como no cinema eu por exemplo eu não não qualquer coisa em mim não gosta da curta metragem Eu gosto da longa metragem gosto da daquela daquele comprimento daquela duração daquele peso e nos livros gosto de romances preciso desse tempo para para para me introduzir lá dentro PR e portanto quando eu tento escrever imediatamente tento perceber será que eu consigo erguer um romance não é porque com todo o respeito pela poesia fazer aquela página da poesia do pássaro pousado na madrugada ou seja o que for por mais bonito que seja não é a mesma coisa que erguer um universo uma pessoa várias personagens que interagem que falam pensamentos situações atos e Mistérios propão a prop a tentativa de fazer com que o leitor continue interessado em avançar tudo isso então quando eu me tiro a esse primeiro romance a que venho chamar daqui a nada foi só esse teste que eu queria fazer a mim próprio Consegues escrever um romance Consegues fazer aquele objeto que anda por aí por outros escritores e que se chama romance e e modéstia à parte acho que quando olhei para ele disse pelo menos isso sim ele pode-se gostar mais ou menos mas mas sim mas temos aqui um um romance e depois curiosamente foram foram muitos muitos anos de silêncio eu eh tava a falar daqueles textos em que começas a ler que não compreendes e não desistes e ainda bem porque deste-me força porque eu cada vez que tento ler paolini o Pier pa sim pá às tantas não não consigo mesmo eh parece que estou bloqueado e e fecho o livro e dig passou ou estou numa fase muito má muito negra ou então não est n acontece eu eu vejo isso de duas formas H vejo como não podemos desistir em em nada na vida porque algo se afigura difícil isso é a primeira coisa dito isto também h eu também te digo há livros que que eu entro e que às vezes nem nem é tanto não compreender que me maçam de tal forma que eu fecho imediatamente não é o cas pá isto não é isto não não não isto não é para mim eu não tenho tempo ainda por cima fiz 60 anos não já não tenho mesmo tempo tempo de vida para para perder com isto H mas mas isso não é bom nem Mau ou seja não é pelo pelo impacto do nome do do Pasolini que deves sentir que te deves sentir culpado por por por isso pode simplesmente não ser para ti ou ou não ser uma das coisas que eu estou sempre a lembrar aos meus amigos todos os nossos grandes Ídolos por exemplo na música tem músicas má todos eles há lá um álbum que tem duas ou três músicas que são macaca H lá Vamos admitir isto não é isto nos deslustre portanto às vezes é assim eu também H olha e acho que isso por exemplo no no crescimento no crescimento do leitor e do espectador e que eu que eu eu fui e que sou hoje essa fase foi muito importante a fase em que eu pude admitir perante mim que que é que é preciso alguma maturidade que eu vou pôr em causa o meu ídolo Sim sim e lembro-me disse olha a ver o casino do scor Cesa e eu a meio do filme disse assim eu não estou a gostar deste filme Eu não estou a gostar deste filme Mas como é possível eu não estar a gostar do deste filme o Martin cor como é que é possível é possível porque sim porque porque Não gostas e e pacifique perfeitamente com isso CL sim sim última pergunta infelizmente havia muito para falar da Foz e do le do leixões e do jogos de R e outras cois estou a falar não não não não tá ótimo última pergunta tem a ver com na rua as pessoas reconhecem-se como pivô ou como escritor O que é que falam falam contigo Em que em que frequência na rua como como pivô na rua como pivô e devo dizer-te que passados muito pouca gente tem memória de mim na RTP as pessoas têm mais memória associam muito mais ou exclusivamente à Sic eh eu de Cc Faço este ano 32 anos Juntando os drtp estou com 38 anos de carreira sendo que n RTP eu comecei apresentar cedo portanto é perfeitamente normal que as pessoas olhem para mim Eh como alguém que conhecem desde sempre então em relação aos Miúdos é literalmente a vida deles toda não é cresceram olhar para mim e no ecrã e portanto é perfeitamente normal que esse reconhecimento Esse reconhecimento físico facial H seja sobretudo pelo pela minha profissão de de de jornalista e e pá ainda posso ter muitas surpresas na vida mas até agora o balanço é muito positivo no sentido do do do carinho e da da simpatia e do calor com que as pessoas me me abordam Quem me conhece quem já me viu em situações públicas sabe que eu não faço o não tenho o a mínima preocupação em em esconder-me em fugir de nada porque acho que há implícito nesse nesse ato uma uma petulância e uma arrogância não é eu sou uma pessoa mais normal do mundo cidadão normal que circula normalmente em todos os supermercados e Centros Comerciais e restaurantes deste país e com muito orgulho e e acho que as pessoas reconhecem isso que eu que eu que eu ajo e falo como como um um deles o que tem acontecido em relação H à escrita é que já tenho um um número de um número bastante grande de pessoas com quem com quem eu me correspond respondo no sentido de envi mensagens eu eu respondo envi mails eu respondo em que só se fala exclusivamente da minha obra e e do conteúdo da da obra e isso é extremamente isso é extremamente gratificante Portanto acho que essa essa essa Fronteira está perfeitamente diluída as pessoas já perceberam isto porquê repara porque os meus livros não têm de facto nada a ver com a minha profissão Claro sim verdade Mas quem nunca leu não sabe eu por dou sempre este este caso houve uma senhora que num numa Feira do Livro há muitos anos ela comprou dois livros meus comprou os dois livros esperou pacientemente na na fila para o autógrafo Então como é que se chama não sei Maria das Dores oré Seja lá o que for Ah e eu assim tal com beijinho com amizade não sei quê não sei o que mais fecho o livro e ela com os livros encosta os livros ao peito e diz-me assim Aposto que conta aqui muitos podres da SIC e eu hum gostaria de ser mosca e estar logo à noite em casa a vê-la para apreciar a surpresa Abrir aquilo Isto é o quê O que é que ele tá aqui a falar agora que é última porque H bocado falaste da da adoração pelo scor ces e falaste da música qual é que é quais são as referências musicais ui não é pá eu eu sou sou é é de facto gosto de tudo desde sempre eh com consoante o Estado de Espírito aí não não quero fugir à tua pergunta eu tenho uma uma raiz muito Funda em mim que que são os Beatles por uma razão simples eu fui atenção fui contemporâneo dos Beatles Ok eu fui contemporâneo eu era vivo quando os Beatles estavam juntos at é umaas pessoas podem dizer isso uma o que eu já não sei é se eu eu admiro imenso o o os Beatles gosto muito de de falar de Beatles eu agora conheço várias pessoas da música com músicos mais mais jovens e e que às vezes nem sabem quando eu lhes explico que os Beatles por exemplo não não sabiam ler uma partitura que tudo aquilo era instinto puro eles eram eram os animais de de de música que o John Lennon era muito mau a tocar mas que tinha grandes ideias para para músicas e aquilo foi de facto foi um fenómeno que aconteceu ali agora eu já não sei nesta altura se é pela música ou se é se são saudades de mim próprio e essa essa recordação dos dos Beatles portanto eu que ouço música clássica que adoro agora estamos na época dele Sérgio Godinho José Mário Branco Fausto H toda essa essa charanga Portuguesa de que tanto me orgulho eh ouço tudo há duas música Há dois tipos de música que que não me entram que é o jaz demasiado hermético e o som do trompete é uma coisa que mexe com os meus nervos e o Miles Davis deverá ser um artista extraordinário mas eu não consigo escutar Mas respondendo à tua pergunta sim Beatles é é é o é o póster que eu tenho no no quarto onde trabalho é é dos Beatles eu que já não tenho idade para ter para ter postas bom bom bom boa maneira de fichar Obrigado Rodrigo foi mais um foi o 33º jogo de palavra com Rodrigo Carvalho para semana h mais pode entretanto seguir-nos no site da rádio rr.pt ou naquelas plataformas sempre YouTube e Spotify Muito obrigado e até para semana Obrigado Rodrigo
3 comentários
Excelente convidado inesperado 👍 Boa t-shirt, Rui. Abraços!
A face do homem, versus, o profissional da TV…
Que grande comunicador. E com o carinho que todos temos do grande sr Rui Tovar .