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Esta é a história do dia da Rádio observador como a Rússia ultrapassou Portugal e a cplp Rod Sara é deputado da iniciativa Liberal partido que pede explicações ao Ministro dos negócios estrangeiros Paulo Rangel terá de ir ao Parlamento evidentemente que nós manifestamos uma grande preocupação com isso e estamos em contacto para eh podermos com as autoridades de Santo umé vermos com respeito integral pela sua independência e pela sua soberania e pelas suas escolhas que pode ao fim fazer ou que pode já ter feito eh com Total respeito por isso fazemos valer aquele que é o nosso ponto de vista e aquela que é a nossa visão são príncipe assinou um acordo de cooperação militar com a Rússia e o presidente da Guiné Bissau esteve em Moscovo no dia da vitória o fiado mais importante do calendário Russo que se assinalou esta quinta-feira a influência russa em África tem crescido e alguns dos Países de Língua oficial portuguesa tem mantido relações próximas com o regime de Putin o que nos dizem estes sinais sobre sobre a saúde da cplp e sobre a importância de Portugal e daquilo que Portugal pensa sobre o mundo nesta comunidade de países Portugal que está alinhado com o ocidente na condenação da evasão da Ucrânia e que também apoia o esforço de guerra ucraniano com material militar Mas será que estão todos alinhados é sobre isto que vou conversar com Bruno Cardoso Reis Historiador especialista em segurança e comentador da Rádio observador eu sou o Ricardo Conceição e esta é a história do dia de sexta-feira 10 de Maio bem-vindo Bruno Obrigado antes de irmos à questão central deste Episódio explica-nos O que é a cplp bem e como o nome indica Ou seja é uma sigla não é comunidade de Países de Língua Portuguesa e portanto e basicamente é uma organização multilateral Portanto o nome que nós damos no fundo este clubes de estados que reúne os países de língua oficial e Portuguesa é verdade temos aqui e digamos uma um acrescente um bocadinho bizarro que é a guineia Equatorial a partir de 2014 muito por pressão do Brasil e e da Angola eh e vontade da própria guineia Equatorial a guineia Equatorial eh obviamente é realmente uma exceção em África é uma é um país língua espanhola mas eh oficialmente adotou também o português como língua oficial portanto eh cumpre também essa condição e sobretudo a condição fundamental de adesão que é os outros estados membros unanimemente aceitarem essa eh essa adesão portanto é o resultado de um esforço que vem desde os anos 80 eh desde Se quisermos desde do do da independência das das colónias portuguesas em África depois da do 25 de Abril portanto um processo começou há 50 anos atrás mas sobretudo intensificou-se nos anos 80 no fundo normalização de relações de reforço da cooperação eh das primeiras pessoas a falar da possibilidade de se criar uma comunidade tipo com cimeiras regulares etc entre chefes de estado chefes de governo ministros negócios estrangeiros ministros da Defesa foi o foi o ministro então ministro negó estrangeiros Jaime Gama em 1983 depois e isso é o Brasil também se interessa pela pela ideia e portanto e entretanto passou-lhe não é mas isso é outra história e e e portanto no fundo a acaba porse ser criada formalmente em 1996 depois de uma série de cimeiras preparatórias mas portanto mas aqu O que é importante sublinhar é que nunca foi nunca esteve no espírito da cplp quer dizer pelo menos não naquilo que está nos documentos oficiais nos seus princípios orientadores e e enfim estão disponíveis até online h o estatuto está publicado aquilo que é dito é concertação polític ou diplomática estou a citar entre os Estados membros cooperação em todos os domínios inclusive o da Defesa lá está mas está agricultura a educação e depois a promoção e difusão da Língua Portuguesa e isto de acordo com princípios como o respeito pela igualdade Soberana dos Estados a não ingerência nos assuntos internos o respeito pela identidade nacional a reciprocidade eh Há aqui aspectos que podem ser interessantes do ponto de vista por exemplo da da relação com a Rússia atual o primado da Paz do estado de direito dos Direitos Humanos o respeito pela integridade territorial mas aqui estamos a falar da integridade territorial dos dos Estados membros mas mas portanto é muito importante sublinhar que nunca foi parte do Espírito nem nem está na na letra eh nem no espírito da cpop esta ideia de que de alguma forma isto é uma espécie de Uma Aliança Militar ou uma um bloco exclusivo que obriga que os estados membros deixem de ter relações de cooperação ou de assinar acordos por exemplo militares com outros estados sempre ISO sempre aconteceu quer dizer Portugal faz parte da Nato o Brasil não faz e muitas vezes até é crítico da Nato tem as suas organizações regionais de segurança na na América do Sul eh Angola faz parte da comunidade da África austral e até e até também da África Central mas por exemplo da África austral e portanto os estados TM realmente diferentes enquadramentos regionais a Guiné Bissau Cabo Verde da cdao ETC que também tem uma dimensão de defesa e Inclusive a maioria destes estados tem realmente um histórico até de cooperação muito intensa muito mais intensa no passado com a Rússia Soviética Se quisermos com a União Soviética exatamente a relação com da Rússia com com os países que hoje integram a cplp não é propriamente recente a União Soviética foi fundamental no apoio aos movimentos de libertação movimentos que depois assumiram o poder temos exemplos flagrantes em Angola ou em Moçambique não é sim eh e São Tomé não é exceção o movimento de libertação é mais tardio é criado só no início dos anos 70 é um movimento marxista com o apoio da da União Soviética com relações próximas tem também com o mpla o livr clássico que eu recomendo aos leitores que se interessem agora que se interessem mais por São Tomé sobre história de São Tomé Neste período da colonização da independência do guerard de cber é o título é camaradas clientes e compadres colonialismo socialismo e democratização em São Tomé portanto socialismo aqui obviamente no sentido de um regime Comunista de partido único que só que só muda a partir de 1990 realmente com o final da da Guerra Fria portanto e até hoje grande parte do equipamento militar por exemplo eh das Forças Armadas de São Tomé na medida em que não foi renovado Entretanto é equipamento soviético barra Russo portanto há realmente aqui um histórico grande de cooperação tamb tamb neste domínio militar aquilo que mudou foi que passou a haver muito mais cooperação a partir do acordo que é assinado com Portugal em 1988 muito mais cooperação com países ocidentais e em particular com Portugal também no campo da Defesa ou seja se esta cooperação tem décadas entre estes países e a Rússia e isso e ficou patente em vários episódios Por exemplo quando na ONU se votou pelo fim da guerra na Ucrânia Angola e Moçambique optaram pela pela abstenção podemos ler este sinal como eh um sinal de que bom é melhor não melindrar os amigos e a presença e a influência e da Rússia em África tem crescido e tem crescido também nos últimos anos eh Bruno podes dar-nos aqui alguns exemplos desta influência desta presença russa em África eh sim eh ou seja tem crescido voltou a crescer muito nos últimos anos não é portanto fo uma das prioridades de Putin foi exatamente ex voltar a afirmar a Rússia em termos globais recuperar algumas alianças históricas que até por razões também da crise económica dos anos 90 na na Rússia tinham sido postas de lado ou ou esvaziadas e portanto ele começa a investir muito mas nota-se sobretudo nos últimos anos e enfim com com casos até muito polémicos e muito discutidos a nível internacional o caso do Mali por exemplo em que acabou por no fundo levar até quase que à expulsão da França do Mali eh eh ou agora mais recentemente por exemplo eh país onde tem havido aliás opos de estado foi o caso do Mali o niger no caso do niger por exemplo nós neste momento Temos esta coisa paradoxal que é temos na mesma base militar e soldados americanos e Soldados Russos eh portanto Eh Ou seja apesar de tudo nós estamos aqui a falar de um acordo em que São Tomé a seguir diga bem e agora Portugal vai-se embora queremos expulsar a cooperação portuguesa como aconteceu com os franceses que apesar de tudo tem outros argumentos até financeiros etc mas pelo visto não tem a mesma capacidade diplomática eh não estamos a falar por exemplo dos Estados Unidos dizerem se há cul cooperação com a Rússia nós não vamos manter qualquer tipo de cooperação e e portanto realmente mas realmente Sim há um investimento maior e que explora muito também esta questão que é por exemplo regimes golpistas regimes que violam os direitos humanos etc e que começam a ficar com relações tensas com os países ocidentais no fundo são clientes fáceis para Moscovo que não tem essas exigências não e no final do do ano passado curiosamente aqui no observador demos demos notícia de um encontro entre os Estados Unidos e Portugal E de resto foi tema do episódio na história do dia de Setembro do ano passado e e no fundo Washington pedia a Portugal para não retirar tropas da República centroafricana onde há uma missão portuguesa precisamente com esta ideia de que saiu saíram os franceses Portugal também saísse podiam entrar os russos é essa um bocadinho a ideia e os russos a República centroafricana é outro exemplo aliás em que também há uma presença russa mas sim ou seja Eu não eu não tenho aqui informação digamos e reservada que me Garanta que os Estados Unidos tenham dito a Portugal já atenção é preciso manter em acensão Tomé porque agora temos os russos muito interessados mas não me espantaria nada que isso acontecesse é exatamente a mesma lógica Eh Ou seja eh até no final da Guerra Fria neste final dos anos 80 quando Portugal assinou o primeiro acordo em 1988 eh isso é interessante para os Estados Unidos porque é um país ocidental próximo dos Estados Unidos que pode fazer aqui um bocadinho a ponte eh com estados que até aí estavam na Esfera Soviética aqui no fundo A ideia é eh estes estados africanos muitas vezes são extremamente pragmáticos não querem escolher blocos não gostaram da experiência de ter de ficar só num Bloco Eh são estados com muitos problemas também de desenvolvimento de enfim de necessidade de cooperação etc e portanto querem diversificar relações eh o próprio Brasil por exemplo que é um membro com peso na cplp conv vem não esquecer que não é só Portugal ou claro eh por por exemplo tentou E desde os anos 80 precisamente criou uma chamadas opacas a zona de paz e segurança no Atlântico Sul com um princípio que era o Atlântico Sul para os países do Atlântico Sul que tinha a vantagem para o Brasil que o a grande potência do Atlântico Sul é obviamente o Brasil não é mas portanto a ideia não não vamos cooperar aqui militarmente com potências de Fora eh nunca resultou quer dizer o Brasil tem alguma cooperação militar também relevante até com estes países mas nunca conseguiu impedir que esses países cooperem com os Estados Unidos ou com ou evidentemente com Portugal isso não era propriamente aí o grande do objetivo do Brasil mas eh mas realmente eh os países africanos resistem muito por questões de pragmatismo esse exclusivismo e depois é preciso ver que implicações é que isso pode ter na na própria ação externa desses países isso começa a haver práticas que podem justificar digamos Uma postura mais crítica ou ou questionar até se faz sentido manter o nível de cooperação que que existe tirei tirei a faca fui empunhe mesmo no momento Esta é a história do homem obsecado com infiltração do comunismo na igreja que quis matar João Paulo I em Fátima matar o papa é uma série para ouvir em seis episódios e faz parte dos podcast Plus do Observador estreia a 13 de Maio os podcast Plus do Observador tem o apoio daquia mas à partida exigir aqui exclusivo é algo que não resulta e não resulta para Portugal como não resulta para a França para os Estados Unidos ou para o Brasil já voltamos à conversa com Bruno Cardoso Reis Historiador e comentador da Rádio observador afinal qual é o papel da cplp qual é o papel de Portugal no meio de tudo isto estamos de regresso à conversa com Bruno Cardoso Reis Professor especialista em segurança autor do podcast cinco continentes da rádio O Observador Bruno e na prática são tomeio príncipe vai receber o quê da Rússia bem Issa é uma questão relevante mas que nós não sabemos completamente e aliás justificou críticas enfim não só algumas que me parecem menos menos acertadas em Portugal mas críticas por exemplo da própria oposição em São Tomé no sentido de dizer um acordo destes devia ser conhecido não devia ser apresentado aqui como facto Consumado e portanto temos uma notícia da da agência noticiosa russa da Sputnik e que fala realmente em em cooperação entre em termos de treino em termos de exercícios em termos de visitas de navios e e e e e aviões Russos portanto no fundo ser ali um ponto de apoio para a presença russa nesta zona do Golfo da Guiné certamente é é muito importante em termos geoestratégicos eh e depois fala-se também de equipamento aquilo que tipicamente estados como a Rússia conseguem fazer com mais valia digamos por exemplo comparando com Portugal ou mesmo estados como a China ou os Estados Unidos é que podem por exemplo ceder material de guerra não é podem oferecer equipamento Militar de uma forma que Portugal tem mais dificuldades em fazer Portugal até ofereceu o ano passado por exemplo o fardamento não é mas equipamento pesado é muito mais complicado não é portanto E aparentemente isso seria uma das coisas que a Rússia está aqui a prometer mas portanto é um acordo relativamente padrão de cooperação militar eh também troca de informações e eventualmente haverá aqui este elemento adicional que será talvez aquele que interessou mais a São que é a promessa de algum equipamento mas vamos ver tamb é se isso se concretiza e o presidente a Guiné Bissau eh esteve no dia da Vitória ao lado de Putin naquela gigantesca parada em plena praça vermelha há fotografias que o atestam o que é que Bissau e Moscovo ganham com esta relação bem Moscovo tem procura desesperadamente mostrar que não está isolada a nível Internacional e realmente não está ou seja muitos países Sobretudo o sul Global não querem cortar relações económicas nem de cooperação nem afetar as suas relações com a Rússia e está muito longe de querer dizer que esses países apoiem ativamente a política russa ou até que gostem da invasão russa da Ucrânia muitos destes países por exemplo países mais pequenos eh sabem que não é bom esta ideia de repente ter grandes potências a invadir países vizinhos mas de uma forma muito pragmática é é uma forma realmente de procurar aqui algumas contrapartidas para os países africanos sobretudo aqueles que têm mais problemas eh em termos da sua credibilidade internacional por exemplo junto dos países ocidentais e por exemplo a Guiné Bissau como sabemos emim en tem tido aqui alguns problemas houve estas a última crise terá sido golpe ou não do presidente enfim mas claramente não não tem aqui um um um trajeto exemplar do ponto de vista muitas suspeitas de narcotráfico por exemplo e depois exatamente que tem levado também grandes tensões com os Estados Unidos ainda agora e o o o o filho do do ministro foi foi foi detido do antigo primeiro ministro Aliás foi detido acusado de organizar um golpe a para tornar o a Guiné bão ainda mais favorável ao narcotráfico portanto tudo isso mais uma vez torna estes estes países estes governos bastante sucetíveis digamos a às relações com Moscovo que que sabem que não não coloquem nenhum tipo de objeções que tenham a ver com isso não é com Direitos Humanos com democracia com eleições eh o que interessa basicamente é os interesses Russos de um ponto de vista muito pragmático de votação nas Nações Unidas alguma presença militar e eventualmente extração de recursos minerais ex e e portanto é basicamente essas as prioridades nos c e e as ligações por exemplo entre a Rússia e Angola são muito conhecidas sobretudo depois da da da Independência e Moçambique agora também precisa de apoio militar por exemplo para combater os radicais islâmicos no norte do país e também daí também algum interesse nesta parceria com Russi orala parceria Sim há um elemento histórico que realmente tem a ver com as lutas de libertação e com a relação também entre os partidos que se mantém no poder desde essa altura o á Fré limo eh com digamos com com elites russas muitos destes dirigentes angolanos moçambicanos nomeadamente militares estudaram também em Academias russas a par de terem estudado por exemplo também em Portugal em muitos casos mas eh mas apesar de tudo eu distinguiria as coisas acho que o Moçambique eh por exemplo desiludiu-se com a questão do grupo Wagner que chegou a estar presente no norte de Moçambique Logo no início e se revelou completamente ineficaz e portanto foi-se embora e Moçambique apostou em treino por via da União Europeia até com uma missão liderada por Portugal e depois uma missão Regional africana também com com a presença do Ruan no caso de Angola Tem havido uma aposta bastante grande as relações com os Estados Unidos Angola é uma é um parceiro estratégico a par da Nigéria e da alguns outros países importantes e por exemplo PES de petróleo nos Estados Unidos em África há por exemplo um investimento grande no chamado corredor do lubito portanto Angola eventualmente eh eu distinguiria um pouco e mesmo Moçambique mas realmente estes países mais pequenos e e lá está sobretudo na África ocidental onde tem havido uma grande propensão para eh golpes de estado instabilidade aí e tem-se revelado uma grande capacidade de penetração da Rússia nomeadamente tirando partido esta completa indiferença à questão das eleições da democracia e direitos humanos exatamente e e e sabemos que a política tem um horror ao vazio ISO significa que Moscovo sempre esteve muito atenta a todas estas movimentações e acaba por perceber que há aqui uma oportunidade em África porque entra nestes países oferece para ajudar e e é Aceite sim ou seja Moscovo percebeu que havia aqui uma possibilidade de cooperação eh relativamente barata porque a Rússia também não tem aqui possibilidades eh por exemplo mesmo em relação a Sant Tomé vamos ver exatamente o que é que se concretiza em termos de ajuda mais material porque sabemos que a Rússia está bastante condicionada pela guerra na na Ucrânia e mas realmente eh eh o o que muitas vezes estes países procuram é algum apoio diplomático sem condições Sem questionar eh questões como mais uma vez eh eh as eleições os direitos humanos eh algumas garantias de segurança por exemplo cooperação militar mas muitas vezes associada esta ideia de que eh vão nos apoiar contra os nossos inimigos internos e externos também sem colocar questões até mais uma vez sem colocar questões relativas aos direitos humanos e muitas vezes também esta eh questão de eh cooperação que tem como contrapartida o acesso concessões por exemplo em recursos minerais não é por exemplo no Sudão era a questão do Ouro porum por exemplo e e portanto é é um modelo digamos quase que se autofinanciado ponto de vista da Rússia e e que tem a vantagem do do ponto de vista destes países também de ser uma uma cooperação muito menos condicionada eh do que a cooperação por exemplo que os países ocidentais e oferecem não é nomeadamente os Estados Unidos e os países europeus Mas esta capacidade russa de de olhar e perceber as oportunidades também significa eh E no caso dos países que compõem PLP significa que Portugal não está a cumprir ou não cumpriu o seu papel de ator de peso na cooperação Com estes países nós temos aqui de ser realistas Portugal não compete com o russsia tal como não compete com a China ou com os Estados Unidos eh portanto isso são estamos a falar de grandes potências nomeadamente ao nível de cooperação económic ou militar eh Portugal não tem possibilidade de competir com esses países portanto seria seria uma pensar que por haver cooperação portuguesa Eh esses países vão deixar de procurar relacionamentos com com grandes potências e outra coisa É eu acho que Portugal e até reforçou alguma coisa à sua cooperação em São Tomé nomeadamente no campo da segurança marítima nos últimos anos durante vários anos teve um navio presente o o zire que era já um um navio relativamente envelhecido agora há duas lanchas duas lanchas rápidas modernas at com mais com mais capacidade com mais eficácia por exemplo no combate na patrulha no combate à pirataria à criminalidade naquela região Portanto acho que são boas iniciativas sear podia-se fazer mais inclusive explorando cooperação trilateral ou seja com outros países por exemplo está muito desenvolvida com o Luxemburgo eh em Cabo Verde no fundo países que têm capacidade financeira mas não tem muito conhecimento na invocação para cooperação Com estes países podia-se desenvolver também se calhar com os estados os próprios Estados Unidos se calhar agora vão acordar para terem deixado de criar aqui um certo vazio em muitas destas zonas da África Isso é verdade os Estados Unidos investiram muito da África nos últimos anos e com o trump ainda mais do que no passado e portanto abriram aqui um certo vazio eh Há há e há também alguma cooperação até no domínio da segurança marítima os chamado suin com com dinheiro da União Europeia que até fornece equipamento lá está e depois Portugal por exemplo fornece treino e eh e portanto até com a possibilidade também de eh de envolver a própria indústria de defesa Nacional Portanto acho que isso pode ser pode ser intensificado aproveitando o pretexto agora da de uma maior presença russa Portanto acho que isso será a forma mais inteligente Portugal lidar com esta questão Eh agora acho que não não faz sentido falarmos aqui de um falhanço de Portugal eh em relação a a questões como um acordo de cooperação entre um país membro da cplp e uma grande potência tal como Portugal não é um falhan da cooperação Portuguesa que o Brasil tenha decidido aderir aos briques não é portanto isso não tem nada a ver são são prioridades da política externa dos Estados não é mas é mas é e podemos compreender ou ou ou ou admitir que nesta comunidade e olhando para os princípios que constituem esta comunidade H tínhamos ao mesmo tempo sentados à mesma mesa Portugal que é um país completamente para ocidental que está e ao lado da Ucrânia que já enviou até material militar para a Ucrânia e países que assinam um acordo de cooperação eh militar com a Rússia Isto é possível conviver com esta situação bem eu acho que há aqui uma questão desde logo passe que é até que ponto é que nós queremos ter uma política externa condicionada por valores e por interesses eh eu acho que temos de ter em conta as duas coisas mas o equilíbrio pode variar se formos muito estritos na defesa dos valores e temos de perceber que isso pode ter implicações negativas para os nossos interesses não é portanto se por exemplo só eh só quisermos ter cooperação Intensa com países que são democracias exemplares se calhar isso restringe muito o âmbito da cooperação inclusive com alguns países lusófonos em relação a essa questão digamos de partilhar uma certa visão do mundo uhum há alguns princípios que estão na própria enfim nos documentos fundadores da cplp o respeito pelos Direitos Humanos pela integridade territorial pelo direito internacional e portanto eu acho que isso dá alguma autoridade a Portugal Nesse contexto para eh por exemplo chamar a atenção que a invasão russa da Ucrânia viola vários desses princípios agora aquilo que me parece que faz sentido tendo em conta a natureza da cplp desde o início não é exigir uma adesão a uma visão portuguesa da política internacional são países muito diferentes hum Claro é é no fundo eh usar também este fórum por exemplo para partilhar pontos de vista para até criticar expor pelo menos do ponto de vista positivo porque é que Portugal apoia a Ucrânia procurar no fundo influenciar os países no sentido eh de que isso seria uma opção que fazia sentido agora acho que temos de de perceber que t ha ver espaço para a comunidade continuar a existir T de haver espaço para e diferentes visões do mundo diferentes prioridades no campo terno porque isso também sempre existiu É verdade que el a cplp emerge depois do final da guerra fria e se calhar não é por acaso e certamente facilitou a emergência da cplp uma segunda guerra fria uma nova divisão em blocos provavelmente vai dificultar n alguns aspectos vai criar mais tensões entre os Estados membros da cplp do meu ponto de vista não se ganha nada em ser Portugal no fundo a declarar a morte da cplp ou a fazer no fundo a rasgar aqui as vestes manifestar-se indignado porque de repente percebe que há uma série de estados que são plenamente Independentes plenamente soberanos não são obviamente dependências de Portugal já foram no passado não são eh t a sua própria política externa as suas próprias prioridades Portanto acho que volto a repetir pode haver há espaço aqui para troca de impressões Para influ e Mais eu acho que países como os Estados Unidos ou a própria Ucrânia e nós sabemos também que isso tem acontecido a própria Ucrânia nos tem pedido ajuda para eh fazer contactos Com estes países para ajudar a explicar a estes países Qual é a posição ucraniana portanto também não parece que os ucranianos sejam Defensores de Portugal aqui cortar laços com os países lusófonos por solidaridade com a Ucrânia nós temos outras prioridades na nossa ação externa na nossa política externa que não apenas a solidariedade com a Ucrânia ou sermos parte da Nato ou sermos parte da União Europeia Obrigado Bruno Obrigado Bruno Cardoso Reis é Historiador professor universitário especialista em segurança é comentador da rádio observador e podemos ouvi-lo no gabinete de guerra é também o anfitrião do podcast C continentes esta foi a história do dia a sonoplastia é do Artur Costa a música do genérico do João Ribeiro eu sou o Ricardo Conceição até a segunda
1 comentário
Dos palopianos não é só São Tomé que está alinhado com estalino-russificado, são mais,estão é escondidos. Olhem se não fizéssemos parte da NATO!?