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e nestes momentos críticos eh para tornar as coisas mais críticas ainda muitas vezes temos estes protagonistas desgarrados que acabam a tornar tudo eh ainda mais crítico para não sair para não dizer dramático portanto temos também de contar com com esse fator e muitas vezes Eh esses protagonistas desgarrados eh curiosamente eh vêm daqueles movimentos que nós geralmente aqui na Europa até de uma de uma forma muito crítica e muito estúpida e muito ingénua e na minha opinião e na minha perspectiva acabamos por olhar para determinado tipo de movimentos eh não esta esta ideia dos movimentos que se apresentam com ou pessoas que se apresentam Como estando sempre na luta pela paz contra a violência eh são muitas vezes capazes de gestos eh muitíssimo violentos ou de consequências até por muito Muitas vezes consequências imprevisíveis porque na na convicção da superioridade moral ética e às vezes religiosa das suas convicções acham que têm uma um o que os seus atos estão imbuídos de um de uma aura Redentora que os faz ficar fora do juízo moral e comum isto acontece por exemplo com no discurso isso é muito Evidente no discurso daquelas pessoas que nós designamos como ativistas climáticos e que se fosse num contexto político muitas vezes designar como terroristas eh por exemplo mas como eles adotam aquela linguagem da salvação eh acabamos por ter uma uma outra grelha de avaliação sempre que alguém se apresenta como pacifista a grelha de avaliação é também muito mais difícil de aplicar e isso é particularmente Evidente hoje nas notícias sobre nos mais diversos meios sobre o que aconteceu neste atentado ao ao primeiro-ministro fico em primeiro lugar porque o primeiro-ministro fico que que é de facto a um um um populista é um ele é de esquerda e por outro lado a pessoa que o tentou matar também virá desses meos com a o acrescento da da da do pacifismo como nós temos uma grelha de leitura de realidade eh e de e penso eu que também de produção de notícias em que e as coisas estão feitas para populismos violências extrema direita quando as coisas não cabem Aí ficamos h hum ficamos sem sem suportes sem moletas de linguagem que é uma coisa que dá muito jeito a ter de medir muito bem as palavras quando se fala sobre os assuntos e e e portanto acabamos a ficar um pouco desorientados e desconcertados de qualquer forma tenho é preciso que se entenda e basta ouvir os debates como aquilo que aconteceu ontem entre os candidatos em Portugal nas europeias para perceber que aquilo que nós muitas vezes damos como adquirido e consensual não é nem adquirido nem é consensual nomeada ente a a pertença h à à à União Europeia com tudo que implica eh em termos por exemplo de uma política externa de eh fazermos parte da Nato também eu sei que nem todos os países da União Europeia fazem parte da Nato Mas a nossa condição da da Nato as nossas opções estratégicas em termos dos nossos parceiros internacionais e como a Eslováquia bem prova H até de uma forma que hoje se vê particularmente Cruel eh como a pessoa a lutar pela vida é que eh de facto sobretudo na escolha dos parceiros internacionais ou em muito o que tem a ver com o Internacional a tal grelha Não serve assim para grande coisa nós temos eh Tanger Correia no caso candidato pelo chega a desenvolver teorias eh hum poderemos dizer mais ou menos de conspiração Face à aos acontecimentos como o 11 de setembro Estado de Israel hh eh a questão da Rússia mas também temos o candidato do Partido Comunista português a achar que se calhar até podemos fazer um referendo para ver se estamos ou não no Euro quer dizer portanto a a tal grelha de leitura que facilita tudo eh acaba depois nestes dias a deixar-nos sem e aquele sem aquela cartilha com que da da Bondade com que se interpretam as coisas portanto estamos sim num momento crítico a Ucrânia está num momento particularmente crítico desde a invasão eh e aí o José Manuel realmente referiu uma coisa quer dizer não se pode e até boa parte por exemplo da irritação ou do do malestar com Israel resulta disso e que é a dificuldade que existe em termos europeus em assumir que se luta não é que não se está eh que eh que os países que são alvos de agressão se defendem e e há um momento em que a defesa a única forma que há de defesa é atacar é contraatacar e e eu acho sempre muito interessante fazermos o paralelo com a Rússia com com a Ucrânia com Israel porque nos dá conta do que é um país ter ou não ter autonomia militar e financeira para se defender de não ter essa autonomia é é evidente independentemente de se concordar que Israel entra rafá não entra rafá vá vá por Norte por Sul que faça deslocação de populações mas é a diferença quando se tem capacidade de defesa e mesmo assim Israel está muito dependente dos Estados Unidos mas quando se tem uma capacidade de defesa e e outro país que não tem essa capacidade de defesa mas nós claramente em termos europeus pusemos o nosso eh o nosso esforço moral material e espiritual na construção da ideia de que eh o o um país não pode ficar sem meos de defesa caso que aconteceu com com a Ucrânia e de que vamos ali dar alguns meios para ir resistir portanto Se quisermos ver o que é que acontece a um país sem meios de defesa e entrega ao tal discurso de eh de um certo bom bondad dismo temos aí a Ucrânia e o pior de tudo o que acontece com a Ucrânia é que se fica a meio da ponte ou seja porque e não tem meios de defesa vai tendo alguns meios e isso é terrível para um país que está nesta situação porque por um lado sofre as consequências de resistir ao invasor por um lado tem a destruição do seu território por um lado tem mortos por um lado tem tem toda toda todo o sofrimento associado a uma situação de guerra mas por outro lado não tem meios para fazer a guerra portanto é como se a determinado momento tivesse o pior das duas circunstâncias não é não não lhe damos por um lado exortamos a a resistir apoiamos o seu discurso de resistência mas depois não damos os meios para que essa resistência aconteça sendo que como aqui a nossa convidada frisou tudo isto começou muito antes não é 2014 e tudo isto tem a ver também com a questão do desarmamento Nuclear da Ucrânia em que no no qual a Europa também foi parte portanto temos esse meio da ponte que é em termos de pensamento eh de de e de discurso até ideológico que nós muitas vezes temos produzido e e na Europa é como se fosse aquilo que nós consideramos o primado do bem só que o primado do bem não só não é o primado do bem como encerra em si muitíssimos males e e dores às vezes queer nós não é é francamente imoral estar a a estimular um povo para que resista sabendo nós que ele não tem meios e que esses maios depois pois não L são não lhes são facilitados portanto Esta é uma posição que a mim me parece ser e imoral apenas para acrescentar aqui duas coisas é particularmente interessante eu acho nós aliás E tu também já aqui o referiste algumas das declarações de putino quando chega à Rússia mas eh todo eu aliás acho que esta ofensiva russa na Ucrânia prende-se muito com uma espécie de exercício para chinês ver exercício Russo para chinês ver ou seja dar um sinal de força da rúsia a a a xiping e e mostrar que que que isso é possível é interessante que lavrov e refere exatamente a questão da da como a Rússia e a China e ele diz que não estão sós mas que querem reforçar não estão sós no seu esforço a Rússia e a China para reformar o sistema internacional e para ajudar a estabelecer uma ordem Global multipol portanto está aqui claríssimo para quem quiser perceber é isso em que estamos eh e e Putin Claro mais uma vez diz que nunca recusaram negociar agora aqui referentes concretamente com a com com a Ucrânia nós estamos abertos a um diálogo com a Ucrânia mas eh as as negociações têm de tomar em conta os interesses de todos os países envolvidos no conflito incluindo os nossos os nossos aqui quando ele diz nossos não sei se será Rússia apenas ou Rússia e China penso que ele também não tem muita margem para para excluir a China do nosso e e esse há de ser um problema futuro que eh como é óbvio este grau de dependência em que Putin colocou a Rússia em relação à China eh daqui por algum tempo muitas dores de cabeça h de dar ao mundo mas por agora estão eh assim eh numa numa relação hh mais ou menos eh Celeste ora aquilo que e considerando eu que isto que estivemos que que acontece que está a acontecer no Ucrânia esta ofensiva russa também foi um exercício de força através do qual Putin procura mostrar ao seu principal aliado neste momento que tem meios para eh e que está a sair vitorioso eh eh eh na invasão da Ucrânia eu acho e apenas para isso é me alongar muito mais e voltando ao princípio da tua pergunta se nós estamos num período crítico eu acho e cada vez acho isso mais que se torne essencial nós desde que apareceram estas coisas do GPS E deiros deixamos de olhar para os mapas mas é cada vez mais importante olhar para eles até porque percebemos como as ondas de choque de todo este conflito estão a chegar cada vez e cada vez mais longe e com ecos cada vez mais longe desde que ISO sirva para fragilizar sobretudo eh a Europa a tal Europa de que nós temos agora candidatos a estas eleições europeias têm dúvidas sobre o que é que lá estamos a fazer eh e que é e que é o seguinte e não estou a referir-me concretamente à questão do do do dos pal Lopes que têm agora estes acordos com a Rússia eu estou a referirme por exemplo às declarações do ministro francês do interior e do ultramar sim porque os franceses têm ultramar só nós é que tivemos de banir a palavra que foi dedicada Mas eles têm mesmo ultramar eh o ministro do interior e do ultramar Gerrard daran eh acusou acusou os países pró-russos de ingerência nos gravíssimos incidentes que estão a ter lugar na nova caledónia não estão a ver ali ali do outro lado tê estado completamente fora do radar já vamos com quando a última vez que olhei para aquilo já se estava com quatro mortos um dos quais um agente da autoridade está completamente numa situação em algumas zonas incontrolável fora de controlo e e aquilo que as autoridades e francesas dizem é que o azerbeijão está a ter uma influência direta naquilo que está a acontecer na nova caledónia o Azerbaijão um país pró Russo não é e que está a ter uma influência direta não para não saímos assim tanto de casa e não temos de perceber onde é que fica o Azerbaijão mais a nova caledónia eh basta olhar aqui para o lado para a Catalunha onde continuam a aparecer cada vez mais dados sobre a ingerência russa no no processo separatista da Catalunha portanto nós temos de perceber que o nosso a realidade do mundo não se compadece com o nosso discurso não sobre com mundo é porque nós achamos não íamos ver o mundo como ele era mas sim como ele devia ser isto é um princípio um pouco trágico ou de onde nascem grandes tragédias e portanto eu acho que o nosso maior risco é de alguma forma transformarmos a situação da Ucrânia numa espécie de algoria trágica da nossa circunstância e que é vamos até a vamos vamos com a retórica e com alguns meios até ao meio da ponte percebemos o que é que temos do outro lado o que é que temos de combater mas estamos no meio da ponte e ficar no meio da ponte é na minha opinião a mais Eh Cruel das circunstâncias porque se faz todo o esforço ou ou sofre-se como se se tivesse ido até ao fim da ponte sem se ter o benefício de se ter ido até ao fim da ponte e fica-se numa situação de particular vulnerabilidade portanto se me estás voltar estando aqui à tua pergunta se estamos num momento crítico eu acho que mais do que momento crítico estamos num momento vulnerável em que temos que decidir se tudo aquilo que investimos tudo aquilo que sofremos tudo aquilo que que que que nos impusemos a nós mesmos e de alguma forma ajudamos os outros a impor-se a si mesmos se tudo isso é para ter algum resultado ou se é só para se ficar no Capítulo do do dos erros da história