🗣️ Transcrição automática de voz para texto.
[Música] o álcool é a substância psicoativa mais consumida em Portugal e nos últimos anos a dependência alcoólica tem vindo a aumentar hoje conhecemos as histórias de duas pessoas que com a ajuda dos alcoólicos anónimos deixaram para Trás uma vida diluída no álcool só por hoje é a reportagem especial desta semana quando eu bebia eu dizia para mim mas como é que isto se passa comigo e eu sou mãe quer dizer como é que como é que eu faço isto os meus filhos O Dia Em Que a minha ex-mulher me pôs os saquinhos à porta não é Foi um momento um momento marcante Hum e o dia em que me Percebi que os meus filhos não queriam estar comigo a vergonha e e a culpa que eu sentia impedia de falar com quem quer que fosse sobre o que se estava a passar se eu me sentisse apoiado continuava a consumir aliás eu acho que só deixei de consumir porque depis estas fiquei s sim as adições nunca há limite quando a pessoa acha que já bateu no fundo do Poo como às vezes costuma dizer há sempre um alç pãozinho que faz com que a pessoa ainda vá mais mais mais fundo eu começava a ver de manhã e acabava a noite aquilo que eu Anos Antes tinha e tinha pensado que e que nunca iria acontecer não é aquilo que eu i realizava como um alcoólico que é o tipo que começa a ver de manhã e só acaba à noite e e que esconde os pacotes cotes de vinho em casa e e que adormece a na na na na sargeta para [Aplausos] [Música] conteção basta uma só gota de álcool que depressa se transforma numa gota a mais o que começa com beber apenas um copo torna-se numa sucessão descontrolada de bebidas numa compulsão muito própria do alcoolismo mas controlar não era possível controlar aquilo que eu a partir do momento que eu começava eu não não conseguia parar algumas coisas que eu achava que era único nomeadamente no no no descontrole do consumo não é eu nunca tinha ouvido ninguém a partilhar que começava a beber e não conseguia parar pensava que podia beber um copo quando chegasse a casa e que era ok mas esse esse copo ia dispar a compulsão e eu não percebi isso não sabia isso e e essa compulsão fazia com que eu besse sempre mais e mais até até ficar bêbeda Maria e António São ambos alcoólicos Maria ficou embriagada pela primeira vez quando passava férias com o marido e os filhos já António experimentou bebidas alcoólicas quando tinha apenas 14 anos foi logo a partir desse primeiro contacto que eu percebi que tinha ali um um um bom aliado foi um efeito potente foi um efeito e eh de de desinibição H que eu nunca tinha sentido era o último dia de férias eh estávamos no Algar tínhamos que ir embora e fizemos assim um almoço especial compramos um vinho especial eu e o meu marido e bebemos um copo cada um e ficou muito muito Finho na garrafa eu tinha que era vinho branco eu tinha que limpar o frigorific e desligar Portanto o vinho esse a h quecer esse estragar e eu bebio o álcool foi ocupando espaço num processo lento e gradual porém de forma Implacável um copo ao fim do dia não era nada de mal não é não bebia à refeições H pronto portanto era uma coisa muito que eu achava muito inocente muito que não fazia qualquer qualquer tipo de de problema mais tarde as doses foram aumentando portanto em vez de ser só um copo passou a ser um copo antes de jantar mais a seguir a jantar as doses foram aumentando e foi esse processo que acabou por ser começar a ser destrutivo não é passou a não ter controle não é há uma linha não é que nós conhecemos como a linha do do do abuso para o descontrole né E e essa linha H aconteceu eu acho que aconteceu ou começou a acontecer quando eu comecei a acordar e a não me lembrar daquilo que se passava quando eu comecei a planear o meu dia H Tendo sempre por base que tinha que tinha que ter um período em que consumia e habitualmente esse era dedicado ao final do dia mas podia acontecer durante o dia a partir determinada altura eu entrei em negligência completa não é eu consumia estando a tratado dos meus filhos ou eu consumia tendo que ir buscar os meus filhos numa viatura ao infantário à escola portanto até isso foi afetado mas A negação manteve-se portanto não era um problema A negação deu lugar ao primeiro embate com a realidade quando a mulher pediu o divórcio e António se viu Obrigado a sair de casa os meus filhos não queriam estar comigo eh e a a minha ex-mulher mulhor na altura h não me queria dar mais nenhuma oportunidade que tinha terminado e eu tive que voltar para casa dos meus pais ah e foi aí que me deu um clique e pá para lá que eu tenho que fazer qualquer coisa pela minha vida porque eu na altura tinha 37 anos h e e não era suposto voltar para casa dos meus pais para m dia a bebida funcionava como uma espécie de anestesia que ajudava a aceitar uma vida pautada pelo alcoolismo não apenas o seu mas também o do marido e eu achava que ele bebia mais do que eu e e portanto eu comecei a a pôr-lhe os defeitos não é a disciplina a responsabilidade e tudo mais e e e porque ele não parava eu ia beber portanto pela raiva pela zanga não conseguia mudá-lo e e eu ia beber por não sentir portanto a bebida funcionou muito também para mim como uma forma de anestesiar e eu não sentir as coisas e continuar a aguentar a vida como ela estava a vida vai se degradando H começamos a fazer coisas que não que não gostaríamos de fazer se tivéssemos sóbrios não é H comecei eu comecei a ter a ter dificuldade também em pensar em organizar a vida tinha que tomar muitas notas para não me esquecer das coisas auda a sair do tpor de uma vida diluída no álcool Veio pela mão dos alcoólicos anónimos Maria foi à primeira reunião como mulher de um alcoólico onde viria a descobrir que sofria também ela de uma adição António precisou de sofrer uma recaída para reconhecer a gravidade da doença tive a noção e de que precisava mesmo de muita ajuda H porque o descontrol foi de tal forma que todas as áreas da minha vida foram afetadas a Digamos que acho que eu fiquei praticamente sozinha H só com os meus pais que eram as únicas pessoas que ainda e por serem paz não é ainda ainda me apoiavam porque todas as outras pessoas se afastaram de mim na altura em que eu entrei em recuperação Eu encontrei a a alcoólicos anónimos h eu realmente queria mudar de vida queria parar com o álcool queria mudar marido quer queria acabar com aquela relação não era mudar de marido era acabar com aquela relação queria mudar de vida queria mudar tudo na minha vida Olá eu sou X e sou alcoólico é assim que começam as reuniões dos alcoólicos anónimos um espaço seguro de partilha entre iguais onde não existem imposições nem julgamentos fala com alguém que sabe o que é que tu tás a sentir não é e é aí que alcoólicos anónimos t uma força enorme não é é na identificação Ah e é é é é é incrível como é que dois alcoólicos que sabem exatamente o que é que um está a sentir em relação ao outro se conseguem ajudar isto isto isto tem uma uma uma força terapêutica que não tem igual quando eu tenho coisas que eu me envergonho e conto a outra pessoa e a pessoa diz olha sabes Eu também me aconteceu isso a culpa desce não é e eu fico mais capaz de olhar para mim como eu realmente sou de aceitar o meu lado nro o programa de recuperação dos 12 Passos é uma das bases dos alcoólicos anónimos etapas de um processo embebido em Desafios que passa sobretudo pela mudança as do Passos são são 12 sugestões para a mudança do próprio Porque isto sendo uma uma doença que Abarca muitos muitas áreas digamos assim área física área psicológica área espiritual hum há que haver mesmo uma mudança não é São guias para a mudança interior h e fazer os passos sozinho é muito complicado não é os passos implicam realmente uma grande dose de honestidade de coragem os locais que eu frequentava e os hábitos que eu tinha as pessoas com quem eu mudava e tudo isso teve que mudar um pouco não é mudar comportamentos e ao mesmo tempo lidar com diferentes emoções Maria recorda o primeiro ano de recuperação como o mais difícil quando se permitiu voltar a sentir foi o início foi o meu primeiro ano foi o começar a sentir porque como eu disse eu usava o álcool para não sentir e portanto para conseguir viver sem sentir e achava que até sentir as coisas era uma grande chati o que é que eu faço com isto que sinto não é o que é que isto O que é que isto me adianta e isso foi foi di foi eu senti-me fora de pé eu senti-me que me tinham tirado o tapete e agora o que é que eu faço comigo agora como é que é isto não vou beber mas só por hoje a promessa é renovada a cada dia e sempre com a mesma duração apenas e só por hoje o nosso compromisso é de 24 horas não é compromisso com a recuperação é só por hoje às vezes ositos pouca uma dificuldade em lidar que é dificuldade em lidar com o tempo e é por isso que a filosofia do só por hoje mental porque para alguém tem dificuldade em lidar com o tempo se você fori dizer Olha você nunca mais pode ver na sua vida Isto é muito tempo o álcool continua a ser a substância psicoativa mais consumida em Portugal segundo o Instituto para os comportamentos aditivos e as dependências a dependência de álcool aumentou quase 50% nos últimos 10 anos os homens continuam em maioria no entanto regista-se um aumento de consumo nos jovens e nas mulheres o alcoolismo da mulher é é destinto ao cismo dos homens não é e portanto historicamente foi sempre visto de uma maneira diferente não é enquanto no homem é visto de uma forma normal de uma forma muito eh da sociedade muito aceitador pela sociedade não é às vezes até em certos grupos sociais não beber é que é normal o alismo nas mulheres foi sempre um alismo mais mascarado e mais mais insidioso mais vivido em casa o presidente dos alcool anónimos e também psicólogo Clínico aponta alguns sinais de alerta que denunciam um dependente quando h quando a pessoa tem necessidade de esconder o seu consumo de álcool quando quando nega ou quando demento sobre o seu consumo de álcool Quando tem necessidade de esconder garrafas quando se encontram garrafas escondidas nos sítios mais insuspeitos da casa quando a pessoa deixa de cumprir com as suas obrigações profissionais familiares sociais para ficar a beber António está sóbrio há uma década Maria conta 25 anos de abstinência acho que a vida é ótima sem ver eu achava ao princípio pensei se calhar vai ser muito aborrecida a vida a vida sem álcool porque não tem aquela Euforia não é mas não é não é porque e para mim sem álcool eu consigo viver a vida e eu consigo saborear os momentos e eu consigo recordar-me deles não é eu consigo ter oportunidades que de outra forma eu não tinha a minha entrada em recuperação não se fez através de conselhos mas fez-se através de sofrimento eu provavelmente se fosse amigo do António tinha-me afastado tinha-me afastado OK depois de lhe ter sugerido hh pedir ajuda pedir e aceitar ajuda são determinantes para manter a sobriedade Maria António continua a frequentar reuniões dos alcoólicos anónimos afastando assim as hipóteses de recaída não que eu percebi o alcoolismo mata-se e se tu há duas hipóteses ou aderes a este programa a este modo de vida e como vês há pessoas felizes aqui não é Ou se não aderes ficas sozinha e sozinha entre entre mim e o álcool quem ganha o álcool não é se eu tiver sozinha não não vai dar não é eu sei que e o álcool continua lá eh eu neste momento não fujo dele como fugia ao início porque me habituei também a lidar com o álcool h o álcool é um é um pá é uma substância socialmente aceitável é barata está muito acessível portanto eu tenho que ter cuidado o quanto baste agora se eu me mantiver aquilo que eu aprendi foi se eu mantiver a fazer aquilo que faço todos os dias não é muito pouco tenho a rear em relação a Recaídas não é ver anestesia fica incapaz de pensar Fica incapaz de fazer escolhas não vai Adentro eu não posso fugir das coisas não posso fugir dos problemas tenho que enfrentar a vida como ela é eu tive já em recuperação tive essa separação depois voltei a casar depois tive outra separação tive uma doença grave e não não fui beber felizmente não é não fui beber porque eu tenho o suporte de alcoólicos anónimos portanto eu tenho Os companheiros que me apoiam e tenho a minha determinação também daquilo que eu quero fazer uma determinação que se renova dia após dia de cada vez num compromisso de sobriedade só por hoje [Música] [Música]
2 comentários
Ver isto dá vontade de beber um copito 🍷🍷🍷
Não amostram a cara porquê, quando bebiam não tinham vergonha