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viva e bem-vindos à entrevista de economia da Renascença este dúvidas públicas estará a partir de agora também disponível em podcast e em rr.pt Hoje vamos falar de economia de impostos de excedentes de crescimento ou de taxas de juro Mas também de obras públicas e Transportes o nosso convidado de hoje é licenciado pelo Instituto Superior de Economia o atual iseg onde também fez o seu doutoramento e onde é professor catedrático é docente e investigador nas áreas da macroeconomia economia internacional economia financeira Internacional e economia e política de transportes é ainda Professor convidado de várias Universidades em países como França Bulgária Brasil ou Angola dizem que é obsessivo com os objetivos talvez também por isso pragmático racional e curioso valoriza aos amigos com quem gosta de partilhar experiências e a boa disposição o que prova que há mais vida para além da economia ainda que lhe tenha dado um foco social é membro do ces conselho económico e social em representação das ordens profissionais de Portugal foi ministro das obras públicas Transportes e comunicações entre 2009 e 2011 António Mendonça o bastonário da ordem dos economistas é o convidado de hoje deste dúvidas públicas uma entrevista que também é conduzida por Sandra Afonso e arsenio Reis Agradeço desde já a presença do nosso convidado temos assistido a um aceso debate e público sobre a situação das Finanças do país com acusações entre o anterior e atual Ministro das Finanças Conseguiu perceber se foi o excedente orçamental que desapareceu ou se esta é uma tentativa de justificar um recu nas promessas e feitas em primeiro lugar eh Bom dia e Quero Agradecer o convite é Com muito gosto aqui estou enfim eu gostei imenso desta apresentação enfim como eu digo e eh eh eh está para além daquilo que eu seria capaz de falar sobre mim próprio agradecemos a sua presença e em nada na apresentação o beneficiamos eh eh seguramente enfim pela simpatia Mas enfim vamos passar por cima disso para para entrar na na na resposta à questão Eh vamos L ver eu tenho alguma dificuldade e acho que é important não entrar muito nesse tipo de debate neste momento e por várias razões eh primeiro lugar eh eu nesta passagem de governos há sempre seja de que corrente política for para outra há sempre aquele atrito Inicial não é é eh um pouco tendo a intenção de de de digamos de criticar ou tentar Minimizar aquilo que herdaram e por outro lado também se prepararem para aquilo que aí vem não é e portanto eh eh vamos lá e eu acho que essa matéria em termos orçamentais Ainda é muito cedo para estar a ver em que medida que é pior ou melhor do que aquilo que que herdaram por outro lado também é importante não confundir digamos a contabilidade em termos de de em termos públicos contabilidade pública públ com a contabilidade Nacional normalmente onde as coisas são feitas e portanto julo que a informação que entretanto saiu tem mais a ver com os fluxos de de caixa entradas e saídas do propriamente com uma contabilização em termos de contabilidade nacional que o J necessário fazer portanto eu compreendo mas eu não acho que não era acho que não é neste momento é preciso esperar e sobretudo tendo em conta o seguinte nós temos que também preocuparnos com a credibilidade externa do país aliás Ainda ontem ou anteontem houve eh manifestações da parte dos responsáveis europeus no sentido de chamar a atenção não até Portugal tem tido uma boa performance até se compararmos com com outros países e eu Julgo que aqui é preciso algum cuidado na maneira como se discute essas questões perguntar de uma outra forma esta discussão não é útil isso eu penso que essa discussão não é útil e acho que é prematura e talvez seja aqueles atritos iniciais digamos da da da mudança não é que eu acho que é importante ainda ver como as coisas todas se vão desenvolver incluindo o plano orçamental porque repar também as condições que determinaram o o o o o Bom desempenho orçamental de 2023 não são as mesmas agora em 2024 entretanto houve uma deterioração uma desaceleração da atividade económica quer em Portugal quer no quer no exterior quer na Europa também a inflação eh que foi um fator importante em termos das boas contas designadamente em termos da arrecadação fiscal está a reduzir-se substancialmente portanto isso é lal aliás repare isto também é questão o orçamento um orçamento é sempre uma previsão de receitas e despesas não quer dizer que as coisas são efetivamente registrar daquela maneira são orientações para a própria definição das políticas económicas dos governos E no caso do ano passado até houve surpresas relativamente aos bons resultados inicialmente aquilo que se esperava era inferior à aquilo que foi obtido e é bom quando de facto as expectativas são ultrapassadas pela positiva não é e foi de certa maneira o que aconteceu sem qualquer mérito ativamente aos responsáveis anteriores mas Digamos que a que a conjuntura e a inflação o próprio crescimento económico fez com que a dívida e os rácios da dívida melhorassem substancialmente por outro lado também penso que houve uma preocupação Vamos lá nós sempre podemos pôr em causa duvidar criticar as opções seja deste governo seja do anterior seja qualquer governo Mas qualquer governo tem a sua legitimidade própria para fazer a gestão política de acordo com aquilo que acha que é importante fazer aliás teve o sufrágio eleitoral e é responsável por ono quem os elegeu e portanto se quem os elegeu achar que que que que que atuaram mal é são sancionados em termos de eleições ISS leva-nos à próxima pergunta quer dizer que perante aquilo que está a dizer e podemos eh concluir que não estão ameaçadas as promessas eleitorais em relação àquelas medidas que o governo considerou imediatas como a valorização das carreiras especiais ou a o desaf fogo dos impostos Vamos lá ver eu não tenho todas as informações para poder afirmar taxativamente num sentido ou n outro não é J que o orçamento para 2024 foi aprovado em 2023 estabelece balizas o orçamento para 2024 já incluía vamos lá e inclui que é este ano e margem de manobra para acudir a certas situações e particularmente também e eh digamos alterações substanciais em termos da despesa e portanto temos que ver como é que vai evoluir porque repar o orçamento limita mas Admito que possa acomodar uma descida de carga fiscal remuneração de carreiras vamos ver como é que o governo consegue dar a volta não é porque óbvio que tem que haver ajustamentos quer dizer se se aumenta a despesa tendo em conta as limitações e um orçamento Como sabe é aprovado na assembleia e para alterar o orçamento tem que ser objeto também de discussão Tem que haver digamos orçamentos de de de correção ora isso não foi feito Essa não foi a opção e portanto Digamos que o governo atual certo da maneira se não se não fizer uma uma uma uma alteração orçamental não é vai ter que estar submetida à aquilo que são as balizas do orçamento que foi aprovado para 2004 e portanto vai ter que fazer seguramente eh eh digamos algumas adaptações se aumentar a despesa tem que compensar eh com a receita e vice-versa não é portanto há aqui ajustamentos vamos ver como é que vai sair é evidente que os desafios que o atual governo tem pela frente são muitos e digamos aquilo que se comprometeu a fazer no domínio da da das progressões salariais designadamente no âmbito da dos professores das forças policiais etc põem problemas sérios e eu julo que é Um Desafio que o governo tem pela frente e i perguntar isso que é mas na sua opinião ainda pode vir a ser necessário um orçamento retificativo não sei é muito difícil vamos lá eu acho que essa hipótese tem sempre tem sempre que ser colocada não é tem sempre que ser colocada porque também a conjuntura Nacional internacional é extremamente complexa e Nós não sabemos exatamente o que o que é que vai que que vai acontecer sendo do ponto de vista da instabilidade é isso exatamente digamos a conjuntura internacional não apenas do ponto de vista enfim daquilo que está a passar com as guerras não é mas também dos próprias das próprias rivalidades económicas internacionais da própria desaceleração da dinâmica económica internacional não é a própria China também as relações entre a China e os Estados Unidos entre os próprios Estados Unidos e Europa há muita coisa muito complexa Que Nós não sabemos exatamente como vai evoluir E portantoo eh eh é difícil dizer que se vai que as coisas vão evir neste sentido ou vão naquele Temos que estar abertos para a possibilidade de ajustar relativamente àquilo que fori a evolução da situação e julo que apesar de tudo Acho que o orçamento e a execução orçamental do ano passado permite introduzir aqui alguma margem algumas folgas que podem ser utilizadas não é agora depende de quem é responsável saber a melhor maneira de de fazer isso não é mas portanto eh eh eventualmente Não iremos ter um exedente orçamental como tivemos este ano eh o ano passado não é portanto as pressões serão seguramente maiores até porque aquilo que se perspectiva para o crescimento económico do país é é é é inferior não é há uma apesar de agora ainda ontem ainda apesar de ontem ter havido uma Enfim uma ligeira melhoria um melhor é um bocadinho mas é enfim é um 0,1 por quer dizer não passado de 1,6 para 1,7 acho que é Acho que é essa o número não é muito significativo e a margem de erro também é muito grande aliás nós temos assistido nos últimos tempos a uma mudança as as as perspectivas Ora pioram ora melhoram felizmente no último nos últimos tempos têm vindo sucessivamente a ser revistas em alta mas a revisão em alta é muito limitada não é muito limitada porque as perspectivas são de desaceleração em 2023 e uma certa recuperação mas uma certa manutenção eh perdão em 2024 uma certa recuperação mas uma certa eh mas também baixas para 202 C portanto as perspectivas nos próximos anos não são propriamente de uma grande recuperação económica Portugal apesar de tudo penso eu que está eh tem aqui uma dimensão que não que não existe noutros países que é de facto eh o setor turístico não é que tem tido um dinamismo muito forte embora também as perspectivas apontem para que 2024 possa não ser tão bom quant 2023 Mas qualquer forma J que dá também aqui um lastre importante para dinamizar a economia a economia portuguesa não é Bruxelas prevê que Portugal cresça 1,7 este ano e fique com excedente de 0,4 um cenário mais otimista que as previsões oficiais mas ainda assim fica abaixo daquilo que o governo prevê para os 4 anos o Governo está sempre mais otimista Como é que vê este estas previsões do governo vamos lá ver o governo faz previsões e fez as previsões para este aento na base também das políticas que ia fazer não é e portanto muitas vezes essas previsões internacionais são feitas no quadro das políticas invariantes e há mais otimista até que o governo é o próprio banco de Portugal que projetou um crescimento para para 2024 à roda de 2% não é eh como eu disse há pouco e h Eh vamos lá uma grande incerteza Há uma grande instabilidade a nível Internacional e que vai ter repercussões Olha ainda recentemente agora quando olhamos para os números do da evolução do comércio internacional Agora em março apontam para uma descida quer das exportações quer das importações o que revela digamos uma certa dificuldade muitas vezes a encontrar na procura externa uma solução para o dinamismo e da economia não é e portanto tá muito centrada neste momento em termos da procura interna portanto no consumo no investimento o investimento que é muito suportado pelas verbas do do do prr enfim e do Portugal 2030 etc portanto nós temos aqui muitas eh como é que dizer muitos fatores de dinamismo eh externos mas que de alguma forma dão alguma sustentabilidade Portugal felizmente beneficia muito para apoio ao investimento das Veras prr mas mesmo assim atenção mesmo assim eh ainda há fraquezas ainda há debilidades em termos da dinâmica do investimento não é era importante que fosse que fosse maior e particularmente naquilo que diz respeito ao investimento público e agora ainda um recente relatório do Conselho das Finanças Públicas publicado ontem ou esta semana que aponta esta semana mas que aponta para para para quê para no fundo para uma perda do do de de Capital fixo da parte do Estado quer dizer que o consumo tem sido superior ao investimento e que se traduz em quê em degradação de muitos serviços de natureza pública e portanto tem impactos negativos em termos do nosso crescimento potencial não é portanto nós temos que fazer ainda muita coisa em relação já agora que falou do do relatório do Conselho das Finanças Públicas e que também diz que grande parte da e houve um um uma grande uma forte cativação das verbas eh continua a haver uma forte cativação das verbas foi responsável por 0,33% eh do excedente que foi apresentado o grande excedente do ano passado que chegou a 1,2 por o maior em 50 anos de democracia e grande parte dessas verbas que ficaram cativas dizem respeito a investimento seriam canalizadas para investimento em infraestr estruturas e habitação isto no mesmo ano em que António Costa foi a Bruxelas pedir mais investimento em habitação estamos a fazer eh no país Eh Ou melhor estamos a fazer em Bruxelas aquilo que pedimos às empresas que não façam no país que é anda demão estendida H Vamos lá ver e enfim eh o o seguinte efetivamente o país nós estamos integrados na Europa e o facto de estarmos integrado na Europa o facto de haver assimetrias na Europa o facto enfim entre a Alemanha e Portugal ha ver uma diferença de desenvolvimento bastante significativa implica Isso faz parte da teoria da Integração económica particularmente a teoria das zonas monetárias únicas que até discute a integração monetária compensações porque se não existissem essas compensações provavelmente as assimetrias aumentariam dentro da da da zona euro e portanto ou seja aquilo Portugal tá a fazer não é propriamente uma ajuda vamos lá uma mola aos pozinhos é algo que é importante do ponto de vista da própria Coesão e do próprio desenvolvimento da é forçar as políticas de coesão é isso exatamente que é importante para a própria para a própria Europa não é quer dizer o a Alemanha a França tem interesse em que Portugal e outros países se aproximem dos níveis de desenvolvimento para precisamente permitir dar saltos não é e portanto esse ponto de vista é atenção porque de facto Portugal que é por um lado mas também paga porque Ajuda também a estimular a economia dos outros países há aqui um conjunto eu eu recuso-me embora e possamos dizer que provavelmente eh já deveríamos estar mais autónomos relativamente à dependência europeia em matéria de financiamentos mas acho que também os financiamentos tenham uma função económica importante não é apenas ajudar a Portugal é também criação das condições aquilo que nós chamamos endogen idade da zona monetária para que haja eficiência na gestão da moeda única e que a própria Europa e no seu conjunto possa adquirir competividade e eficiência portanto é preciso ver as coisas no seu conjunto agora eh eu penso que há eh uma tentação eh porque e vamos agora introduzir um outro tema se me permite que é a ver a coerência das políticas europeias e também eu tenho sérias dúvidas que haja muita coerência relativamente às políticas europeias e provavelmente essa falta de coerência é responsável também por muitas dificuldades dos países particularmente aqueles mais fracos mas não só enfim a própria Alemanha como sabem neste momento está atravessar um um processo difícil não é eh está berando a recessão não é e eh e e portanto digamos a recuperação também eh os problemas de de dinamismo económico também se colocam nos países constituem as locomotivas mas repare Se nós formos a 2008 2009 na altura em que se produziu a crise financeira repare que desde lá até agora foi a própria União Europeia a própria zona Euro negou-se a si própria em termos daqu aquilo que eram as políticas começou em primeiro lugar e ainda com com com no tempo em que era o comissário o presidente da Comissão Europeia o nosso e o nosso compatriota o Durão Barroso havia o célebre plano Barroso que era na altura temia se que tivéssemos Em presença de uma crise de dimensões e idênticas à crise dos anos 30 não é estava tudo com medo e então foi feito um plano de Barroso que era precisamente para responder através de investimentos e de apoios a essa ameaça de recessão terrível Portugal foi um dos países eh mais chegou à frente no no no no plano de Barrosa Olha ainda agora depois podemos falar isso sobre agora o anúncio das novas infraestruturas não é mas Portugal avançou muito em termos da da da do do da aceleração de projetos de infraestruturas precisamente para responder a essa ameaça de recessão e repare que depois eh em 2010 em março eu próprio assisti a isso houve uma mudança radical de atitude da parte da da Europa relativamente a a esses aspectos que passaram a transformar aquilo que era uma crise do euro Na minha opinião e tinha provocado a crise de 2008 2009 numa crise da das dívidas soberanas em que Portugal a Grécia primeira Grécia Portugal a Irlanda enfim mais um ou outro países foram seriamente afetados por essa visão e foram medidas terríveis que foram e aplicadas a esses países no sentido de cortar a despesa a dívida etc e repare que Portugal a em 2000 antes de 2006 2007 por aí tinha sido objeto de um num procedimento por défice exesivo por parte da Europa e curiosamente conseguiu cumprir as exigências de de de Bruxelas em 2008 um ano antes do prazo que lhe era dado para 2009 acho que hoje pouco se fala nisso mas houve em 2008 efetivamente o cumprimento das exigências de Bruxelas relativamente ao procedimento por déficit Cívico depois veem 2009 foi a crise nem quemm estava à espera bateu muito muito profundamente e parte significativa Eh vamos lá nos problemas particularmente em termos de Déficit resultaram de uma quebra abrupta das receitas fiscais que caíram para aí Enfim não quero estar a cometer um erro mas à roda de 15% caíram eh nem foi tanto a despesa que aumentou a despesa até foi relativamente eh controlada mas foi sobretudo uma quebra de 15% das receitas isso é que produziu imediatamente aquele défice pouca gente fala nisso pouca gente já que falou na questão eh europeia estamos agora à beira das eleições europeias que temas é que gostava de ver debatidos Olhe fundamentalmente o o próprio projeto europeu não é eh e de uma forma bastante profunda eh isto a nível da Europa e o que é que Portugal quer e pode dar a Europa não é particularmente aqui ess será a questão que papel é que pode um país como Portugal tem na Europa pode dar o papel imenso E agora voltando à primeira questão de Nós só estamos de mã ida ou com o Como disse o o candidato bogalho não é nós estávamos a olhar para para a Europa como um caixa multibanco não é onde íamos levantar o dinheiro é uma frase interessante eu acho que até ser graça embora enfim é é uma frase ao sal de bite não é mas que não deixa de ter a projeção do ponto de vista da comunicação social mas repare que eu acho que não deve ser essa postura Porque a Europa como um todo eh precisa de Portugal precisa de Portugal e por várias razões primeiro lugar Europa Está com dificuldade de de se afirmar Neste contexto atual de crise geopolítica e geoeconómica de grandes transformações não é portanto eh os Estados Unidos estão como sempre foram são a referência eh o país líder enfim do chamado mundo ocidental mas estão a emergir outras potências pelas melhores e pelas piores razões desde a China aos países da digamos e dos briques e em sentido geral a Índia a Índia que tá a teria de facto uma pujança muito grande a própria Rússia apesar de enfim da da neste momento do da da situação em em que se meteu e portanto a própria Europa neste momento também tem que saber o que é que anda a fazer no mundo o que é que quer porque os Estados Unidos desse ponto de vista sempre foram mais estratégicos mais autónomos na definição das suas políticas tem outras instituições que pensam independentemente de quem é o presidente num determinado momento aliás reparse que entre o trump e o biden em questões fundamentais não houve muitas alterações não é particularmente do ponto de vista económico do confronto com a China etc isso manteve-se porque tem objetivos estratégicos e os Estados Unidos têm e desenvolveram já enfim há dois anos o chamado inflation reduction act que é um projeto imenso de alteração estrutural da própria economia americana no sentido de quê da atração de investimentos das empresas Americanas estavam no mundo que querem que regressem ao território particularmente naqueles setores que são setores sensíveis como os chipos etc não é os Estados Unidos querem eh transformar novamente um um grande produtor de chipos praticamente para abastecer tudo aquilo que tem necessidade não TM confiança de ter taian ou enfim ou outros países a produzir os chipos que eles necessitam para a sua economia mas também eh os Estados Unidos atrasaram se muito em termos da da transformação das infraestruturas o Setor Ferroviário e o a própria manutenção das estradas etc e eles têm planos no âmbito dess inflation reduction act precisamente de Apoio aos investimentos industriais à transformação digital de uma forma generalizada sobretudo a a a ao reshoring não é das atividades que eram feitas no exterior e tem mobilizado muito ou vão mobilizar muitos fundos para isso eu acho que a Europa e mais e não hesitam em aplicar políticas de caráter e protecionista quando é para proteger os seus interesses e as suas empresas mas não se despe ea ea dizer em que medida é que Portugal interessa a Europa deixe-me ir ao assunto isto para dizer o quê que a Europa no fundo tem também um projeto de resposta aos americanos que é o chamado Green Deal que também é um Digamos um ambicioso projeto de transformação estral da Europa eh também praticamente com os mesmos com as mesmas mobilizadores energia o digital o clima coesão social enfim e e já vamos ver e É também por essa razão que alterou as regras não é de de da da governança do da da governance económica não é agora recentemente para acomodar precisamente todos esses grandes objetivos mas repare o que eu estava a dizer é a Europa precisa criar uma identidade um papel do mundo o que é que estamos aqui a fazer como é que nos relacionamos com os outros e Portugal tem desse ponto de vista Uma História e um relacionamento com outros países os países de língua portuguesa mas não só tem excelentes relações com África com a América do Sul com a própria Ásia etc que pode trazer esse esse esse vetor para a própria identidade europeia eu acho que nós temos sido extremamente tímidos no relacionamento com os países lusófonos e acho que nós podíamos avançar muito mais em termos do estreitamento não é numa perspectiva paternalista mas de que eles próprios pudessem ver o interesse em por essa via criar escala para se afirmarem para se afirmarem no mundo nós temos tido muito pouca capacidade de fazer isso e esses países eles próprios penso eu que teriam Interesse nessa medida Isto é um vetor importante digamos e o Portugal introdu Esta esta esta postura global no fundo foi aqui em Portugal que a globalização pelo menos a globalização atual começou não é com as nossas viagens marítimas com relacionamento com outras regiões não é também falar sobre isso o posicionamento geográfico também ainda pode ser uma mais valia ou no mundo atual já não pode eu acho que pode ser sempre eu acho que pode ser sempre e e repar aqui neste caso é o geográfico mas também é o cultural o relacionamento político capacidade de relacionar com os outros não é Portanto o Portugal tem esta capacidade de andar pelo mundo que eu acho que é um ativo importante da própria Europa não apenas para o país mas que nós podemos introduzir na Europa fazer pontos no fundo não é exatamente fazer pontos e só introduzir o interesse europeu quer dizer qual é o interesse Europeu é o eixo franco-alemão Como tem sido até aqui e a resolver ou pode haver outros eixos importantes particularmente a Europa do Sul da própria Espanha e se Portugal pensar em termos das da da da da digamos da da da relação que pode ter com a Espanha repara Portugal e Espanha se juntarmos os dois em termos de língua falada e o espanhol e o português são semelhantes entendemos se fizemos um esforço para isso pode ser um um fator muito importante de dar à Europa essa dimensão mais Global nós Ah não precisamos para falar com alemães e tal é evidente que não mas quer dizer mas é uma é um um um um um vetor Importante que pode ser introduzido e reforçar que no fundo a identidade europeia também seja dada precisamente pela história de outros países e não apenas por aquilo que tem sido tradicional mais ligado à Europa central ou digamos a a aos interesses ao ex Franco alemão etc digamos ou seja nós podemos dar um contributo muito importante ao próprio processo de identidade europeia eu acho que nós não devemos abicar disso ser um elemento ativo e namente um elemento passivo que estamos à espera daquilo que que pode ser dado que também é do interesse da própria Europa não é deixa-me só voltar então a Portugal já ouv dizer corrija-me se estou a errar que é que a ordem dos economistas no caso defende um pacto para o crescimento que deve abranger partidos políticos instituições económicas parceiros sociais até no sentido de perceber o que é que pode ser feito para tentar no fundo promover uma trajetória de crescimento que não seja anémico diria eu acha que há condições para isso nesta altura eh eu acho que as condições também se criam não é acho que as condições também se criam e acho há condições para criar essas condições não mas que o problema do país da minha opinião é que está demasiado eh politizado e ideologizado o que é que eu quero dizer com isto muito na base do confronte tradicional entre partidos eh entre concessões qu quase clite mais exatamente não é e muito centrado da esquerda e da direita da Extrema direita e da Extrema esquerda eh ou então do centro mas toda a gente tem que ser catalogada eu acho que era importante conseguir não quer pôr em causa o direito enfim que os partidos têm de escolher os seus próprios espaos de intervenção mas acho que nós temos que sobretudo nesta fase procurar encontrar Eh Ou seja olhar para aquilo que são as nossas dificuldades neste momento eh e e criar projetos precisamente para ultrapassar essas essas dificuldades não é e portanto haver aqui um consenso em torno de projetos de natureza estrutural e de médio e de longo prazo que é uma coisa que tem faltado à economia portuguesa nós já tivemos isso no passado e por exemplo grande parte hoje em dia até daqueles eh projetos que ainda hoje são Bandeira alqueva Sinas enfim e outros nasceram onde nasceram das discussões que na altura existia em termos estratégicos isto no final dos anos 60 com os planos de fomento com o secretariado técnico da presidência do conselho de ministros que depois deu origem ao departamento central de planeamento onde por exemplo no dcp no departamento central de planeamento Estava à nata dos economistas eu na minha escola aliás eu era de Economia não é e para um economista e ir trabalhar para o outro lado da rua na Rua Dom Carlos no no dcp é era enfim o máximo para além enfim daqueles que pregavam os gabinetes de judos dos bancos das grandes empresas mas e trabalhar para o dcp na administração pública era uma coisa enfim que que era bastante considerada hoje dizeram um economista que vai trabalhar para a administração pública meu Deus não é essa administração pública talvez já não exista hoje Exatamente é o problema exatamente não existe com aquela dimensão que tinha com capacidade de produção de pensamento estratégico há algumas foi tudo foi tudo disperso não é foi tudo eh distribuído etc e eu acho que Portugal Tem falta desse pensamento estratégico eu gostei imenso devia recuperar isso ou não só devia eu acho que devia ou seja eh nós hoje vemos que há um sem número de entidades que depois servem o estado não é externas eh mas que o próprio estado não tem essa capacidade de produção deveríamos voltar a Esse princípio eu acho que sim eu acho eu defendo essa posição Admito que haja quem penso o contrário eu acho que devia haver uma preocupação de ter eh digamos estruturas integradas em vez de andarmos esta comissão ou esta agência tem 180 dias para dar um parecer aquela tem não sei quantos aquela quer dizer só juntar isso tudo do ponto de vista administrativo vamos ver o que é que se vai passar agora com as obras do novo aeroporto e todos esses projetos quer dizer administrativamente aquilo que vai custar quer dizer repar grande parte disso era extremamente resol era extremamente fácil de resolver se houvesse uma centralização dessas estruturas provavelmente ia-se um andar para o outro e reduzir prazos não é e reduzir prazos não é portanto e perdeu-se essa capacidade de discussão integrada das das questões não é agência para isto agência para aquilo agência para aquilo outro muitas vezes eh dão pareceres de de natureza contraditória e eu penso que de facto estruturas Integradas de avaliação e de definição de estratégia à médio e longo prazo acho que era importante e isso ultrapassava os próprios partidos que em cada momento estão no no governo em responsabilidade governativa tinham ali uma referência para seguir podiam alterar Para aqui Ou para lá dizer não eu agora não vou dar a prioridade isto vou dar prioridade aquilo etc mas estavam balizados nas suas grandes linhas de intervenção garantindo estabilidade política é isso que está a dizer estabilidade política estabilidade de projetos não é estabilidade de projetos acho que era importante estabilidade de projetos também não é só que eu acho que isso é E porque é que eu acho e repar agora Vou defender a minha dama não é a ordem a ordem dos economistas e não só as ordens geral porque eu também tenho responsabilidades neste momento enquanto presidente do knop que é o Conselho Nacional das ordens profissionais e também todas as ordens podem ser um fator na medida em que as ordens profissionais agrupam conjunto muito grande de de das profissões mais qualificadas não é deste país e particularmente economistas Engenheiros médicos eh também da parte da da da Justiça etc no fundo onde estão localizados os principais problemas eh do país que sãoos deados parais problemas podem ter aqui um fator de introduzir bom senso na discussão digamos ou seja nós não estamos preocupados em estar a servir esta linha política ou ideológica ou ela procuramos efetivamente privilegiar uma análise de natureza mais técnica mais independente que possa dar um contributo repar nós não nos pretendemos substituir aos decisões políticas mas pelo menos e e e ajudar digamos a encontrar Pontes que possam facilitar a própria decisão política e se nós conseguirmos introduzir esse esse tal bom senso e conseguirmos e reunir digamos e outras outras instituições designadamente empresaria mas também sindicais enfim da sociedade civil em geral Acho que pode ser um fator muito importante para ajudar a consensos políticos que acho que o país tem que ter desculpe perguntar-lhe assim diretamente acha que essa rede que existia no fundo est estou-lhe estou-lhe a chamar rede foi desmantelada deliberadamente e vamos lá ver não eu acho que é particularmente aqui estar em direto em direto quer dizer na rádio a fazer afirmações eu eu tenho alguma relutância Digamos que não houve o cuidado para proteger isso convenientemente e portanto em muitos casos até se extinguiu naturalmente até pela idade das pessoas enfim Houve aqui vários fatores eu acho que não houve não punha pela pela pela pela negativa punha pela positiva Acho que podia ter sido mais feito maior esforço para preservar e para desenvolver essas instituições já falou aqui na na questão mas eu gostava que aprofundasse um bocadinho mais eh em relação ao novo Aeroporto eh finalmente conhecemos a localização o do Luís de Camões e eh aponta-se para que esteja a funcionar dentro de anos apelando à sua experiência enquanto és ministros das obras públicas e já disse que é possível fazer a obra em menos tempo podia noos dizer e de que outras formas é que se pode acelerar este prazo bom Eh vamos lá ver finalmente foi tomada uma decisão eu diria que é a quarta vez que é tomada uma decisão não é porque ela já tinha sido tomada no no primeiro tempo no nos anos 70 não é lá do outro lado na zona de Rio frio etc depois foi tomada uma decisão na ota uhum depois entretanto foi mudada para a cochete e agora novamente foi confirmada a cochete não é portanto eu espero Espero que esta decisão que daqui a mais eu não sei quantos anos não estejamos novamente a tomar uma decisão eu enfim eu penso que não quero ser também otimista relativamente esta matéria e acredito que haja agora uma vontade até pelas manifestações dos diferentes partidos enfim as críticas que foram feitas foram críticas do meu ponto de vista marginais relativamente ao processo e portanto acredito que seja um processo que vai para a frente de certa maneira é um voltar a 2009 não é 2008 não não há aqui enfim novidade isto significa o quê significa que nós Pelo menos é visível perdemos já 14 anos já podíamos ter ligações a Madrid já podíamos ter o novo aeroporto e já podíamos ter muita coisa e e não e não temos não é e portanto vamos começar com atraso até os próprios espanhóis aqui ao lado relativamente ao aeroporto Como sabe também tem um projeto de de de de de desenvolvimento do aeroporto que permite chegar até perto 100 milhões de passageiros ano e também a Constituição de um rub vai vai se transformar num dos maiores já é mas é ainda vai ser eh um dos maiores aeroportos de de de da Europa e com vocação para articular enfim diferentes zonas do mundo não é para a Europa e isso é que estes 10 anos se tornam tão importantes Não é não eu acho que os 10 anos eu não entendo e o número dos 10 Anos francamente eh quando eu estava em funções na altura enfim eu estou a falar por aquilo que diziam os os técnicos não sou técnico nessa matéria mas era possível 5 anos 6 anos ainda recentemente o aeroporto de estambul foi construído à roda de de de 5 anos enfim portanto os 10 anos e não não entendo e por outro lado também eh eu julo que era possível adotar eh para o aeroporto de alcochete uma construção por fases por módulos e portanto começar por fazer aquilo que era prescindível uma nova pista para Desc concessionar o aeroporto da da Portel não é preciso ter já o aeroporto todo a funcionar podemos adotar essa postura enfim o Vamos lá ver eu estou aqui a avançar uma hipótese de que era já na altura em que eu tinha a responsabilidade de dizer nessa altura já era co acionada e portanto Enfim acho que se pode manter e ver de que medida é que se pode concretizar isso não é hoje a situação evidentemente é é diferente até do ponto de vista eh jurídico com a vanc eh enfim que que Assumiu a responsabilidade da da Ana etc enfim o quadro é diferente daquele que era quando eu tive responsabilidades governativas al troue Mas enfim mas eu acho que a cima tudo tem que estar em cima da mesa oo interesse Nacional não é o interesse público e depois tudo se tem que fazer em função disso daquilo que se considera eu tenho maior respeito pela avanci é óbvio e concorreram ganharam tem a concessão e temos que respeitar o os acordos que foram feitos Não isso não há dúvida absolutamente nenhuma mas atenção mas há o interesse público acima quer dizer o o interesse daan não necessariamente coincido com o interesse com o interesse público mais geral e portanto isso é natural e já agora acredita que é possível fazer esta obra sem dinheiro público Eh vamos lá ver na altura em que eu lá estava também a ideia era fazer no quadro da de processo de privatização da Ana etc eh Digamos que o que o que o dinheiro pú fosse o mínimo possível era possível fazer com a dinheiros privados o mínimo possível não é sem dinheiro público sim é difícil dizer se não tem algum ou não tem não sei repar que a Ana a Ana quer dizer aci recuperou o investimento que fez na aquisição da Ana em meio de anos não é recentemente e fez coisas que se fosse Ana e Pública a fazer provavelmente caía o carm a Trindade como aumentar as taxas não é na altura ah que isso é falta de deficiência ter que aumentar as taxas etc Avan e fez isso sem qualquer problema não é portanto por outro lado das análises dos custos benefício que têm sido feitas relativamente ao aeroporto o aeroporto acaba por ter capacidade de se pagar a si próprio não é Portanto vamos lá ver isto é tudo uma questão se serviu para para recuperar o o o o investimento que foi feito pela pela Ana agora quando se projeta crescimento muito grande não é portanto é um aeroporto que no limite irá até aos 90 milhões de passageiros anos etc Portanto o quadro de receitas é brutal por outro lado também repare que nós temos que quando eu digo uma análise custo benefício eh o o e uma análise de de custos benefícios económicos temos que ver também O que é que o aeroporto pode representar em termos de dinamismo da economia nacional ou seja o aeroporto hoje em dia não é uma mera gar onde os aeroportos chegam e partem não é provavelmente alguns teriam interesse nisso não é mas não é só isso portanto é também um poderoso vetor de dinamização económica as atividades económicas que atrai para a sua volta eh eh eh impactos diretos indiretos induzidos catalis leva um eixo de e de de de de de promoção do desenvolvimento para uma zona que está relativamente fragilizada do ponto de vista do dinamismo económico não é portanto a zona sul do Tejo Eh toda essa zona precisa de de vetores de dinamismo económico não é e portanto repare que um aeroporto tem e impactos não é sobre o conjunto da economia que importa considerar e portanto quando nós fazemos uma análise de custo de benefício não é apenas uma análise custo eh em termos financeiros não é de como é que se financiar mas também dos impactos que gera das receitas que gera a mais mais geral Mas mesmo do ponto de vista financeiro Julgo que os estudos que são feitos apontam para a viabilidade de de e por digamos por isso é que eu estou a dizer para que eventualmente até pelo menos a fazer fé na na enfim não não não tive agora ligado a todos os estudos no detalhe mas que é possível fazer a construção eh sem do próprio aeroporto enfim depois Há outras coisas tem a ver com a ponte com a própria alta velocidade etc que ultrapassam e portanto mas tudo isso articulado eu acho que uma outra um outro aspecto importante foi ligar o aeroporto também à Terceira travessia à questão da alta velocidade a ligação a Madrid a travessia já se ia fazer independentemente do aeroporto Pois vamos lá ver mas agora ligado eu acho que é importante e a se fazer vamos lá vamos lá ver não é porque porque estava prevista mas por exemplo a ponte 25 de Abril Demorou 100 anos a fazer não é entre Eve 50 anos previsto não é o aeroporto teve 50 anos previstos ou seja em Portugal infim cá está por isso a necessidade de termos aqui o vetor de médio e longo prazo vetor estratég para tentar quanto possível garantir porque isto aqui dá sempre muitas voltas então deixa-me só para rematar E então acredita quando luí Montenegro diz que não será e necessário o dinheiro dos contribuintes quer dizer eu acho que é uma hipótese Vamos lá ver que nós devemos considerar seriamente e devemos trabalhar para isso vamos lá ver que estas coisas também TM a ver com aquilo que se faz para garantir isso não é e eu espero que este ou os outros governos que venham a seguir Porque isto provavelmente vai ser um projeto para diferentes governos não é enfim não estou a desejar mal ao atual governo que ele mas 10 anos provavelmente seja da mesma cor política ou de outra cor política seguramente que vamos ter e é importante que esses novos governos trabalham no no no conjunto agora nós temos nós Devíamos já estar a começar a trabalhar no projeto na concretização do projeto Aliás o primeiro-ministro disse que já estava em negociações ou ia a abrir as negociações com a Ana ótimo mas reduzir prazos acho que é importante eh eh por exemplo a questão da da da parte ambiental não faz sentido tá mais agora um ano a estudar a a parte ambiental já mais que estudada já o aeroporto já teve uma dia a renovação da dia e portanto isso tudo tá mais que estudado não é e portanto temos que ser práticos objetivos para que Mat Tem que haver consenso também à volta disso ou seja não perder o mínimo de tempo relativamente a estas coisas não é não desperdiçar tempo concentrar provavelmente faz sentido criar uma uma uma uma Tasca Force natureza mais técnica H Semelhança do que se criou agora para para a comissão técnica independente eh enfim que que haja um consenso relativamente à qualidade das pessoas para gerir o o projeto porque é um projeto muito importante para o país portanto é importante que ele esteja fora do do do debate mais político ideológico não é portanto Deixa estar esse debate político ideológico mas isto é um grande projeto Nacional eu acho que tem que haver aqui convergência de posições e relativamente à rapidamente por isto em execução e a melhor forma e Portanto acho que desburocratizar todos os procedimentos administrativos são terríveis não é tudo isso tem que ser feito tem que ser pensado e tem que ser concretizado já agora aproveitando ainda a sua experiência governativa gostava de ter a sua opinião sobre o fim das portagens na scut tendo em conta nomeadamente os custos de manutenção nessas vias também acha que as scut não devem ter portagens tenho sérias reservas relativamente a essa decisão por várias razões porque quando eu cheguei ao governo punha-se o problema problem E isto é outra Isto é outra questão que muitas vezes o que é que havia enfim Essas discutes foram criadas com um determinado objetivo promover o desenvolvimento interior os acessos etc e e tinham e uma coisa muito curiosa não é que era por exemplo um período de carência de 5 anos só se começava a pagar a partir daí e houve também outros governos tendo em conta os impactos na dívida que também conseguiram adiar o pagamento e quando eu lá estava quando eu cheguei no ano em 2010 tinha que já não me lembro quando é mas eram umas centenas largas de milhões de euros começar com estado tinha começar a pagar pelas scutes não é eh e a introdução das portagens já vinha detrás começou creio eu já no tempo do governo do Durão Barroso porque já se previa mais tarde ou mais cedo aquilo que tinha era impossível continuar empurrar com a barriga para a frente porque os custos são realmente elevados não é e são elevados não é São elevados como é óbvio embora na altura as projeções de tráfego Enfim acho que as projeções de tráfego agora estão a comar as expectativas mais otimistas não é e portanto as receitas também são também são importantes e não é digamos não é das coisas mais custosas para o estado neste momento por isso lhe perguntava se podemos acabar com as portagens nest eu eu tenho sérias sérias reservas acho que poderá haver uma reformação mas por exemplo a viia do Infante acabar com as portagens na altura e eu eu eu enfim se eu se eu estou a lembrar n por exemplo havia umas que era para introduzir portagens outras não no caso havia de eit não estava prevista e na altura houve uma discussão do primeiro ministro com o com com o líder da oposição na altura que era o Dr Passos Coelho para chegar assim para aquilo ser aprovado na Assembleia porque o governo não tinha maioria ou vai para todas ou não vai para nenhumas e houve uma discussão e generalizou-se então na base dessa desse desse acordo a introdução da da das portagens nas discutas agora retirar por exemplo que eu tava voltando na questão da vida do Infante no verão quantidade de de estrangeiros que utilizam a via tem desgaste etc porque razão é que tem que ser uma via de de em que não se pague Portanto não vejo Qual é a razão é evidente que terá sempre que haver uma intervenção do dos impostos mas digamos o princípio do utilizador pagador acho que aí pode ter o seu próprio campo de intervenção mas por exemplo a que no interior no interior Norte mas de quem de quem quem de quemos utiliza e as empresas que fazem que vão para para transporte de mercadorias para o estrangeiro etc é isso é que impede o desenvolvimento das exportações não eu ou seja eu eu repar eu tenho algum cuidado eu estou a falar aqui um pouco mas não conheço exatamente as questões técnicas que estão associadas a isso mas H partida Digamos que eu não sou muito não estou muito de acordo com isso imediatamente e neste momento pronto mas enfim como reserva de ter acesso argumentos mais melhores não é eh para me permitir mas acho que foi um sobretudo utilizado em termos eleitorais e e e e portanto eu tenho reservas a isso acho que é é um desperdício neste momento de recursos quando pode haver e por outro lado também repara e nós podemos utilizar essas verbas canalizar incentivar o transporte público mas eh tenho sérias reservas que isso possa ser ser bom do ponto de vista do desenvolvimento económico Isto foi foi aprovado através de uma Coligação negativa entre o chega e o PS eh que pode acontecer mais vezes para aprovar medidas despesas e a minha pergunta é eh a aprovação sucessiva eventual de medidas tesistas através desta desta Coligação negativa pode levar o governo a admitir admitir-se apresentar admissão bom tá-me a colocar questões questões difíceis mais para o para o para o lado político não é que eu queria digamos assim queria ter mais reservas sobre é mais para o lado da gestão pode deixar o governo sem forma de eu acho há pouco eu falei na questão de bom senso acho que tem que haver bom senso acho que é importante para o país haver estabilidade política eh e portanto negociar negociar privilegiar esse aspeto ceder aqui ceder AC lá o facto Vamos lá ver de um determinado partido não estar de acordo com as medidas que o governo leva para a frente não quer dizer que se votar contra ou ou essas medidas são de facto estapafúrdias terríveis ou o facto de discordar não significa que não tenha a sua própria Oposição a sua própria posição não é eh portanto eu acho que deve haver aqui bom senso não é e e eu quero crer eh e faço digamos de certa maneira eu gostaria que não houvesse essa preocupação de col indicações negativas para deitar abaixo este governo para depois não sei o quê que eu acho que isso vai neste momento neste quadro gerar instabilidade acho que não vai conduzir a nada e que que avaliação é que faz do primeiro mês de do governo Eu recordo que tivemos só no primeiro mês tivemos uma decisão sobre o futuro Aeroporto de Lisboa que já aqui falamos e propostas para o IRS para a habitação o complemento solidário para idosos ainda está e ainda decorrem negociações com os professores e polícias que avaliação é que faz deste primeiro mês quer dizer para já é é é é uma avaliação de expectativa digamos não tenho uma avaliação negativa não é sobretudo estou a ver o que é que vai dar porque o mês é muito pouco para avaliar a performance de de de um governo mas vou lhe dizer que gostei ontem que gostei ontem não há dois dias achei e eh achei extremamente importante a decisão relativamente perdão às infraestruturas não é acho que é uma decisão corajosa até digamos até ultrapassou as minhas expectativas não é porque quando o atual primeiro-ministro na altura em que era líder da oposição disse que ia criar uma comissão para estudar o relatório da comissão e diz olha cá está este outra vez e a pelar mais uma vez a as coisas não é e e de facto eu também eu também fiquei surpreendido com esta rapidez não é eu acho que eh são medidas mais do que estudadas eu acho que são medidas em que há um consenso generalizado sobre a sua necessidade enfim tirando aspectos mais marginais e Portanto acho que acho que foi uma boa decisão agora o desafio que o governo tem pela frente é agora também continuar a fazer as coisas de forma rápida é aquilo que há há pouco execução eu acho que é preciso trabalhar que é difícil que é muito difícil mais difícil não foi tomar a decisão porque de facto havia um grande consenso e e eu queria aqui elogiar e saudar o papel que teve a a a a a presidente da comissão técnica endente a e a engenheira Rosário partidário mas também o presidente da da do do do Conselho superor das obras públicas e que era o presidente da enfim de todo de todo esse processo o Engenheiro Carlos Mineiro Aires que era o até foi também bastonário da ordem dos Engenheiros e que tiveram enfim para além de outra de outras pessoas da própria presidente do o laboratório Nacional de Engenharia Civil que era presidente da Comissão de acompanhamento eh que tiveram um papel muito importante nisto e reuniu ali um conjunto técnicos de diferentes escolas eh áreas e científicas práticas etc que eu acho que foi um exemplo né esse esse problema da execussão de que falou é também um problema que que observamos no prr sim sim segundo o Governo está ainda mais atrasado que aquilo que que era dado a entender tanto prr como o Portugal 2030 isso é preocupante é é mas repare tendo em conta a carga administrativa e burocrática que não é só portuguesa vem também de Bruxelas as exigências etc há todo uma uma uma uma uma uma panóplia de exigências que também dificulta precisamente a execução para Além de que há um outro aspecto mas eu acho que isso levava-os longe a discutir que é saber se as orientações para o prr são de facto as melhores não é eu acho que continua a privilegiar o setor Privado não concordará que são as melhores não é pois mas ninguém concorda eh porque também gritar alto é uma forma também ter e de ter os próprios Fundos não é isso é que eu critico digamos normalmente dá-se dinheiro para quem é capaz de falar mais alto ou que tem mais força etc eu acho que deve haver aqui agora eu estou a falar como macroeconomista e como pessoa como economista que privilegia a vertente eh estratégica que eu acho que deveria haver digamos mais do que est enfim a distribuir devia haver projetos e eh eh H vamos lá Âncora que permitissem às empresas organizarem-se em função daquilo não é eh acho que nós temos partido da base para o topo mas também acho que D da parte D viia da parte do Topo algumas orientações eh para as próprias empresas se organizarem não é eu dou-lhe a dar um exemplo que foi extremamente negativo quando foi aquele grande Antes quando até de eu antes de eu ter exercido funções governativas Mas que havia aquela eh aquela aquela ideia que se ia ter um grande um grande Grandes projetos de infraestruturas que as empresas de construção se organizaram para isso etc e depois ficaram penduradas porque houve uma alteração radical dessa dessa matéria não é e portanto eh eh acho que é importante que as empresas elas próprias para poderem dar resposta aos problemas eh elas possam ter orientações Claras o que agora particularmente No que diz respeito à construção pode haver aqui e uma definição Clara não é eh aliás nós no âmbito da ordem eh juntamente com os engenheiros ordem dos Engenheiros ordem dos Arquitetos estamos neste momento e com as empresas da área da construção estamos a a eh digamos a a promover a Constituição de uma de uma de uma Fundação eh da construção em que o objetivo é precisamente discutir a importância de de digamos das empresas se unirem de terem de criar escala etc e eu queria fazer uma pergunta sobre isso precisamente porque assim o setor da construção civil viveu dias de grande vitalidade ou Neste País o que é que aconteceu entretanto não aconteceu entretanto que muitas das perspectivas caíram Mas eh e portanto houve o problema da da da enfim da da do da dívida dos déficits da correção o investimento público foi muito fraco não é durante muitos anos ainda está a limites bastante Fatos e Portanto acho que era importante e esse nível também ter preocupações com o aumento do investimento público e sobretudo não é o o o aumento do investimento público continua a estar muito sujeito ao prr e é bom que assim esteja mas haver de facto uma preocupação em neste momento atacar as deficiências estruturais infraestruturais da economia portuguesa para precisamente mobilizar e fazer um grande esforço também no sentido de apoiar incentivar as empresas portuguesas nós não nos podemos esquecer que nós temos uma das melhores engenharias do mundo não é e sempre tivemos e com projeção em muitos países não é e portanto temos toda a capacidade penso eu na engenharia mas também já agora se me permitem puxar na na no âmbito da própria arquitetura ligado à necessidade da da da Habitação e da construção não é passa todas as medidas que puderem fazer agora introduzindo a questão da Habitação passa pela oferta mas seria muito importante retomar esse ritmo eu penso que seria importante acho que seria importante porque isso tem efeitos de arrastamento sobre o conjunto da economia muito importantes e mais e eh promoveria também um aspecto importante que é também o Portugal não pode estar ali da reindustrialização digamos nós neste momento corremos sérios riscos nos tornamos cada vez mais dependentes do do do Turismo não é que é importante Enfim no curto prazo mas que pode gerar problemas sérios designadamente em termos olhe por exemplo da absorção da mão deobra altamente qualificada que nós estamos a produzir particularmente os jovens e que a estrutura económica não tem capacidade para os observer e portanto nós temos que dar sérios cuidados temos que ter sérios cuidados no sentido também no quadro europeu e Dos objetivos de reindustrialização europeia Nós também atacarmos esse afundo não é e isso implica medidas a vários níveis estamos a terminar uma última pergunta para fechar H É sobre o banco central europeu Há uma grande expectativa agora com a reunião de junho e com a eventual descida dos juros eh perguntava-lhes se podíamos assistir a um corte de 50 pontos base e e o que é que podemos esperar para as futuras descidas a que ritmo e e e que Impacto é que deverá ter no nas prestações de quem tem dívidas ao banco bom a subida das taxas de juro do Banco Central europeu para combater a inflação não é que chegou aar e eu acho que foi tenho sérias reservas essa política tenho sérias reservas aliás um bocado contrária Até àquilo que a própria crist lagard tinha dito durante que iria continuar as políticas do do do dragi não é e e aliás agora até se me permit voltar um pouco atrás quando eu disse aquela alteração sucessiva de políticas que Portugal ele se tivesse conseguido aguentar uns dois anos não teria tido a necessidade de correr à troica como foi correr porque entretanto o Mário drag alterou completamente as coisas com a descida das taxas do juro não é ele veio fazer exatamente aquilo que que que que antes outros criticavam não é isso é muito importante de ver e o facto Considero que o dragi e que o político que seguiu foi e foi notável ele salvou eu acho e a economia europeia de uma profunda recessão à Semelhança do que também o governador do o banco central americano tinha feito na altura nos anos 30 nos Estados Unidos o Marina eclas que também teve um papel muito importante e ele foi de facto desse ponto de vista fabuloso mas já não concorda com Garde agora eh eu eu inicialmente pensei que ela iria continuar Mas ela infle o que isto também é e fundamentalmente para a inflação mas olha a inflação não era provocada por por por questões de de de excesso de procura ou da economia tinha a ver muito com os efeitos primeiro da covid depois da das Guerras não é e que teve impactos na na na da covid o arranque não é o arranque pôr a economia toda a funcionar que teve impactos nas nas na na na na digamos nos constrangimentos eh da da das redes de de de de abastecimento e de transportes etc depois os efeitos no no do petróleo na energia tudo isso e portanto eu tenho sérias dúvidas em que a política o que é que fez as políticas de alta de de taxas J elevadas é o facto da economia europeia também est relativamente não é porque passou quase reiva n alguns casos quase reiva n alguns casos não é portanto também teve esses efeitos vamos ver como é que evolui a economia não é portanto eu não sei eu espero que haja que aquilo que aard anunciou que em junho vai reduzir as taxas de juro eh que de facto se concretize eu acho que é importante até para a própria retoma económica não é acho que é importante agora o ritmo Eu espero que seja um ritmo relativamente e vamos elevado não é no no sentido agora ajustado Vamos lá ver porque também não há consenso na teoria económica relativamente àquilo que deve ser há muitas teorias sobre qual é a taxa de juro ótima a taxa de juro natural etc mas enfim há muita diferença sobre isso mas também aqui joga muito o bom senso não é dentro dos quadros teóricos existentes há aqui também um bom senso que é acompanhar desse ponto de vista eu acho que que o banco central evoluiu muito e a própria lagarde enfim enquanto expressão daquilo que foi a o progresso do Banco Central europeu de olhar para a realidade ter vários sinais para ver como é que pode ajustar a política monetária porque a política monetária é sempre muito mais flexível do que a política fiscal não é do que a política orçamental e portanto digamos é um instrumento embora o f os efeitos não se façam sentir logo imediatamente tem algum alguns leges para produzir mas eu acho que uma política de taxas de juro neste momento mais baixa juro que são os níveis atuais acho que pode fazer sentido no contexto atual de empurrar um pouco a a a economia até tendo em conta os objetivos eh da Europa não é de de de relançar no fundo o o o o o crescimento económico não é eh através agora até das novas regras de de de governação económica não é em que eles procuram conciliar os objetivos de reforma estrutural com a reforma fiscal o controlo da dívida e simultaneamente o investimento não é que é um bocado uma quadratura do círculo não é fazer tudo não é promover o investimento fazer reformas estruturais e conter digamos a expansão da dívida e redução dos déficits vamos ver como é que que se vai conseguir fazer isso portanto os objetivos são muito interessantes e eu espero que consigam produzir resultados Mas vai ser um desafio muito grande ainda antes de tentarmos enfim ao escutar o seu gosto musical só uma só uma questão a banca Apesar destas desta evolução da taxa de juro nomeadamente continua a apresentar lucros elevados excessivos na linguagem de alguns partidos não alterou nem as comissões nem a política de remuneração dos depósitos não alterou substancialmente quero eu dizer numa situação destas o regulador não deve ter uma intervenção julo que sim julo que sim e no plano Europeu também não é porque isto são coisas que se passam não apenas a a nível interno mas também a nível externo Não é vamos lá a ver também acho que eu também não sou daqueles que sou contra o sistema financeiro e com a banca acho que tem o seu papel e e é um papel importante em termos de dinamização do setor da da economia não é mas acho que o regulador eum Banco Central tem o papel de conciliar esse interesse e par dos bancos com o interesse da economia no seu conjunto não é e portanto no fundo quer ser que não os bancos lidam com a moeda não é e a moeda é um aspecto já não direi da soberania Nacional mas pelo menos da soberania europeia se é que se pode falar da soberania europeia e Portanto acho que os reguladores devem efetivamente intervir e introduzindo regras e contendo os apetites naturais de porque a banca também tens assim antes que aconteça outra coisa de já aqui e acumular não é Ou a própria política de distribuição de divva acho que deve haver aqui bom senso também acho que 90% das coisas se resolve com bom senso não é existe as regras e é preciso trabalhar no sentido e de de de conter não é portanto J que se justifica uma intervenção da parte do do Banco Central do regulador tal como tinha mencionado a terminar tentamos sempre conhecer um bocadinho do gosto musical dos nossos convidados para isso Pedimos que escolha sempre um tema musical e que explique um pouco o que é que levou à sua escolha quer partilhar com os nossos ouvintes o tema que escolheu bom e eu eu eu eu também fiquei surpreendido com esse desafio não há uma música que marca muito na da minha vida que é uma música original do do Elvis Presley e que depois há uma versão e dos anos dos anos 90 início dos anos 90 pelos u40 um grupo de regin que é o aquela música do I can’t I can’t help falling in love with you e que está associada a uma fase da minha vida muito importante que é no fundo a a o a digamos o conhecimento da minha mulher que me deu enfim com quem eu estou até agora e que me deu quatro filhos não é portanto há uma mudança substancial já tarde não é aí por volta dos 38 39 40 anos da sua vida da minha vida e portanto eu comecei a ter filhos muito tarde e portanto tá E era uma música que coincidiu e que em vários momentos aparecia não é e e portanto até aos meus filhos atualmente e gostam muita música Sempre que há um aniversário uma coisa Qualquer apresentam essa essa essa música e é uma música Eu Gosto muito muito acho que é uma versão eh que eu adoro acho que é muito bem feita e de certa maneira E H representa uma fase de transformação da minha vida não é e que perdura até hoje e portanto é por essa razão que eu depois de pensar não tive muitas hesitações em escolher essa música muito bem fica a escolha musical de António Mendonça bastonário de ordem dos economistas convidado desta edição de dúvidas públicas a quem obviamente agradeço a presença esta entrevista teve o apoio técnico de Rui Glória sonoplastia de João Campelo imagem de Beatriz Pereira estamos de regresso na próxima semana uma boa semana