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[Música] gabinete de guerra na rádio observador é por aqui que todos os dias analisamos aquilo que se passa nos dois principais conflitos a nível Mundial tanto na guerra da Ucrânia como também na guerra no médio Oriente hoje temos novamente o historiador Bruno Cardoso Reis connosco Bruno Boa tarde muito bem-vindo Olá boa tarde obrigado vamos começar por olhar para a guerra da Ucrânia com Vladimir Putin diz que estará pronto Ou pelo menos é o que diz a ritas estará pronto para parar a guerra se forem reconhecidas as atuais linhas da frente é o que diz a notícia da da reuters como como estava a dizer estamos aqui a falar de um sar fogo negociado Bruno esta hipótese aqui avançada por Putin faz sentido t em conta o que temos ouvido da boca do presidente ucraniano este Esta possibilidade da Guerra parar se foram reconhecidas as atuais linhas da frente bem eh do ponto de vista da Ucrânia não não parece ser aceitável Mas é interessante que que a proposta surja portanto isto por um lado pode noos querer dizer que a Rússia não está assim tão confiante como dá a entender e como também muitos analistas no fundo até por aqui pelo acidente já dão e no fundo quase que novamente uma vitória esmagadora russa como evidente eu não tenho dúvidas que a Ucrânia está a passar por dificuldades mas também é verdade que estão estão a começar a chegar novamente e em quantidades significativas equipamento portanto no fundo a ajuda militar nomeadamente americana está iminente supostamente este verão e chegarão finalmente os f16 portanto e é possível que Putin não queira não queira arriscar mais outra hipótese é que simplesmente é uma manobra de desinformação de perturbação do do inimigo portanto até pode estar a preparar-se para para ofensivas mais ambiciosas Eu recordo que ele dias antes da um dia antes da da invasão começar anunciou que aquelas tropas supostamente em exercício iam retirar não é portanto pode ser uma manobra desse tipo e também explorando o cansaço Evidente dos ucranianos e e compreensível da população civil ucraniana e de muitos soldados ucranianos que também estão a combater há há mais do anos portanto pode ser pode ser isso aqui o ponto é eu Quando se diz bem mas aquilo que a Ucrânia exige é impossível a Ucrânia exige que para para assinar uma paz com a Rússia exige a retirada total da Rússia dos territórios que ocupou na Ucrânia inclusive o donbass e Crimeia é realmente é uma exigência muito ambiciosa mas no fundo isso tem eh tem aqui uma lógica que é a Ucrânia não tem nenhuma razão para confiar em nenhum tipo de acordo que assinou com que assine com a Rússia de Putin e portanto no fundo e essa exigência é uma forma da Rússia demonstrar que está realmente de boa fé eh em relação a um sessar fogo portanto aqui é um sessar fogo mais ou menos negociado isso é parece-me mais possível agora em relação a um acordo que passe pela Ucrânia reconhecer já à partida que perdeu estes territórios isso parece-me realmente também também não que não não ser nada realista não é portanto uma coisa é um sar fogo de facto no terreno até negociado um pouco como aquilo que aconteceu entre a coria do Norte e Coreia do Sul outra coisa é a Ucrânia admitir já a derrota e aqueles que apelam a que a Ucrânia faça isso e reconheça a realidade no terreno eu pergunto se também defendem a mesma coisa em relação por exemplo a Israel e à Palestina portanto que no fundo que os palestinos deviam reconhecer é que estão só a ocupação Israelita e que o exército israelit é mais forte e portanto deviam aceitar essa situação de facto eh isto para dizer que também isto tem implicações em termos da das da da da da ordem Global da ordem Regional europeia ou seja seria no fundo um sinal para potências grandes potências com ambições territoriais para avançarem para guerras de conquista porque depois podiam ter isso reconhecido não só de facto mas até formalmente até mediante tratados uhum Bruno ainda na guerra na na Ucrânia a Ucrânia e a Polónia começaram hoje as negociações para um acordo de segurança é o que diz também h a gente de comunicação Ucrânia fore O que é que este acordo entre Ucrânia e Polónia poderia oferecer à Ucrânia que o país ainda não tenha tendo em conta os vários apoios que tem recebido bem por um lado faz parte desta tentativa no fundo do meu ponto de vista Enfim uma tentativa que tem grandes limitações no fundo de dizer à Ucrânia vocês não podem entrar na Nato porque não controlam todo o vosso território Porque estão num conflito ativo eh mas vamos aqui fazer dar-vos garantias de segurança formalizar esta este este apoio deixar claro que este apoio será um apoio de longo prazo através de acordos bilaterais eu acho que não é inútil acho que é politicamente também importante essa mensagem no fundo a Ucrânia não se sentir digamos isolada eh é importante tentar também passar essa mensagem à Rússia de Putin que é não não fica à espera que os países ocidentais cansem da Ucrânia porque isso não não vai acontecer E agora tem realmente limitações porque o a grande virtualidade do do da garantia de segurança mútua na no no Tratado Washington no no na no no Tratado que fundou a Nato e é precisamente ser mútua ou seja toda a gente tem grande interesse em manter essa garantia o mais robusta possível porque sabe que depois pode vir a precisar pode vir a beneficiar dessa garantia de segurança os próprios Estados Unidos já já já evocaram o artigo 5to a seguir a ao 11 de setembro portanto eh isso realmente não é substituível por estes acordos agora não deixa de ser útil E no caso da Polónia é especialmente importante é um país tem sido o grande ponto de apoio em termos logísticos para a chegada de apoio e depois para a transferência desse apoio para para a Ucrânia e até se fala agora por exemplo em eh a Polónia avançar com uma espécie de defesa aérea avançada sobre uma parte do território ucraniano em relação aos mísseis Russos como se sabe já uma vez ou outra entraram em território Polaco portanto é realmente um aliado especialmente importante eh da Ucrânia e e sabemos também que por vezes tem havido aqui algumas dificuldades que tem a ver com com questões económicas de competição no setor agrícola etc portanto tudo o que seja consolidar formalizar e esta esta aliança entre a Polónia e Ucrânia é bastante útil para para a Ucrânia e já agora também para a Polónia que tem interesse em que a Ucrânia eh no fundo trave e vá desgastando Aqui Esta Rússia muito agressiva muito expansionista eh porque sabemos e que ao longo dos últimos séculos quando a Rússia é mais agressiva e mais pensionista às vezes acaba por ter como ala a própria Polónia uhum Bruno vamos até ao médio Oriente Hoje é um dia importante o tribunal internacional da Justiça vai decidir esta tarde sobre o pedido da África do Sul para alçar fogo em gasa que decisão é que antecipa tendo em conta que a África do Sul não tem tido até agora muita sorte eh bem eu acho que é é um pouco é um jogo de adivinhação portanto não sei e com com segurança não sei eh aquilo que temos visto é que o tribunal tipicamente tem sido Prudente nas nas decisões que tem tomado quer em relação a gasa quer em relação ao eh portanto deixou claro algumas coisas deixou claro uma rejeição total do argumento que tem sido usado pela Rússia que foi a suposta justificação para a invasão portanto Aliás a Rússia ao contrário de Israel não colaborou de todo com o tribunal não autorizou a visita de dos Procuradores não entou qualquer tipo de documentação apesar disso e o tribunal e o tribunal até foi mais assistivo em relação à Rússia que em relação à Gaza disse não há nenhuma razão para esta invasão ela deve parar imediatamente mas não chegou ao ponto de dizer tem de retirar todo todos os territórios ocupados têm de acabar o conflito TM eh portanto e em relação a gasa foi realmente mais prudente exigiu mais ajudas humanitárias mais no fundo uma ação militar mais limitada portanto eu diria eu estranharia que houvesse aqui uma decisão no sentido de ordenar a retirada completa de Israel porque no fundo a questão que se pode colocar é muito bem Israel tem direito a defender-se isso é um direito que todos os estados têm foi atacado inegavelmente pelo amas a 7 de outubro portanto como é que como é que se depois faz essa defesa e que essa defesa tem de ser respeitando os princípios das Convenções de Genebra do direito da Guerra isso é claro portanto é normal que o tribunal eh refira aqui algumas limitações mas dar aqui o passo seguinte dizer tem tem sido gasa bem isso já me parece que seria realmente um um um passo extraordinário mas veremos portanto a minha inclinação seria para eventualmente eh eh incluir aqui mais recomendações mais exigências em termos de limitação da ação ar ou Dea Mais ajuda humanitária portanto explicitar um pouco mais isso mas eh no fundo e alinhar aqui com a África do Sul no sentido de exigir o fim da o fim do conflito e a retirada completa de Israel e isso já me pareceria e mais Eh mais fora digamos daquilo que tem sido a prática habitual daqui do tribunal Daia que tem sempre também de estar ciente que está no fundo sempre a cria criar de alguma forma precedentes não é Portanto o que é que aconteceria quando outro estado sofree um ataque deste tipo eh é algo que depois se se decide de uma certa forma há expectativas de que isso vai condicionar decisões futuras portanto teremos de ver eu eu a minha inclinação seria para apesar de tudo eh decisões nesta linha de maior restrição de maior prudência mas mas veremos uhum Bruno entretanto as relações entre Espanha Israel estão tensas eh e ficaram ficaram ainda mais tensas e depois das declarações da número três do governo espanhol e Olanda Dias diz que a Palestina vai se libertar desde o Rio até ao mar eh Israel proibiu a prestação de serviços a palestinianos também pelo Consulado de Espanha como é que ficam as relações diplomáticas entre estes dois países bem eh para já apesar de tudo não houve um corte de relações que é uma possibilidade nem sequer houve o chamamento do embaixador que também é outra possibilidade Aliás já aconteceu agora entre a Espanha e a Argentina agora realmente são são relações que estão muito degradadas e eh provavelmente isso não é muito problemático nem para um lado nem para o outro Eh agora há aqui um lado bizarro que é realmente um certo sinal de de um certo governo em Espanha que é esta multiplicação de de declarações de ministros que não t nada a ver com a política externa sobre assuntos de política externa que depois provocam crises tensões com outros governos portanto é uma gestão completamente política e e e em função da política interna eh portanto tivemos esse caso da Argentina de enfim a reação Argentina obviamente também é também pode ser criticada mas emos um ministro a dizer que o presidente argentino a partir de um país amigo historicamente próximo onde há uma comunidade importante espanhóis e empresas espanholas etc a dizer que o presidente da argentino tomava drogas não é e agora tivemos a a esta ministra Yolanda dias no fundo a a a repetir aqui um slogam que é um slogam do amas desde logo esta associação entre um estado democrático europeu e um movimento terrorista é algo que tendencialmente não acontece e depois que é interpretado por Israel e por muita gente como sendo eh no fundo um equivalente do desejo de exterminar os israelitas de acabar com Israel e com a opação Israelita portanto no fundo uma intenção quase descida portanto realmente não são declarações normais em vá quer por esta razão quer porque a ministra eh esta ministra Yolanda dias que é dirigente de um dos partidos que faz parte desta Coligação com com o pso eh e portanto desse ponto de vista tem aqui alguma autonomia política mas à partida comunista não é suposto pronunciar sobre questões de política externa ainda por cima eh desta desta forma em todo caso é um sinal realmente das dificuldades externas também crescentes do governo Israelita eh de Benjamim natania que no caso da Europa no fundo o seu o seu o exemplo mais extremo é realmente Espanha e Irlanda que inclusive avançaram com o reconhecimento da do estado da Palestina aí uma das consequências eh que se perceb em termos digamos desta linguagem diplomática é Israel dizer bem então se querem lidar com a Palestina como um estado independente não precisam de passar por Israel e portanto não vai haver contactos com palestinianos no interior do Estado de Israel uhum Bruno chega ao fim este gabinete de guerra vamos voltar na próxima segunda-feira o gabinete de guerra sempre depois do Jornal das 4 da tarde obrigado Mais uma vez o historiador Bruno Cardoso Reis com aquilo que se passou no dia de hoje nas guerras da Ucrânia e também no médio Oriente Obrigado Bruno até à próxima obrigado bom fim de semana [Música]