🗣️ Transcrição automática de voz para texto.
viva estamos de volta ao clube dos 52 O Observador faz 10 anos e desafiou 52 personalidades para pensar no futuro do país e e o que gostavam de ter daqui a 10 anos o convidado de hoje é Jorge Rebelo de Almeida empresário em 1986 deixou a advocacia e fundou a Vila galed que é Presidente do Conselho de administração hoje o grupo Vila galed é um dos principais grupos hoteleiros nacionais do país e integra também o ranking das 205 50 maiores empresas mundiais deste setor vamos falar da organização do território descentralização e simplificação Jorge Rebel de Alemanha antes de mais obrigado pela disponibilidade bem-vindo ao observador e a este projeto o clube de 52 escreveu um artigo que é publicado juntamente com este com com esta nossa conversa h e e no artigo que que escreve a propósito disto no título fala de apatia decadência eh está descontente de alguma maneira com a forma como o país tem evoluído e tem sido e governado e aponta que como uma das principais reformas a realizar a reorganização administrativa do território e a que chama arrumar a casa o que é que isto seria vamos al ver nós temos uma organização territorial que está manifestamente desajustada da Realidade Atual basta nós verificarmos que existe em 308 municípios para um território que tá cada vez mais concentrado Portanto o nosso interior continua a ter muitas câmaras municipais e eu eu oo Normalmente quando falo deste tema que é um tema que me é caro porque acho que eh H Semelhança do que acontece numa empresa os problemas das empresas passam sempre não prometer mais gente não propagar mais passam por organizar a casa porque muitas vezes o problema de mau funcionamento resulta de falta de condições para as pessoas trabalharem e a nossa preocupação deve ser sempre esta no país é igual nós repar uma coisa hoje temos municípios Neste País como se lá Porto Alegre Porto Alegre já foi um distrito de grande dimensão e a capital distrito e a capital distrito mas repare o distrito portoalegre tem 15 câmaras municipais e não tem gente suficiente não há massa crítica depois em C massa crítica B ter 15 e depois o o que é que acontece tem 15 câmaras sem condições para trabalharem que esse é que é o principal problema se nós tivéssemos abundância de recursos se houvesse 15 câmaras e houvesse recursos mas quem fala de portto Alegre fala também do Algarve que é uma região mais desenvolvida Mas que mesmo assim tem 16 câmaras municipais que também não justifica agora se o Algarve não justifica Na minha opinião 16 câmaras municipais Porto Alegre muito menos porque depois os municípios não têm o um orçamento que lhes permita fazer nada eles esgotam a verba que recebem da da das cobranças poucas que fazem de de licenciamentos dos imis dos imts eh acaba por esgotar com o orçamento corrente ou seja não lhes sobra nada para pagar pessoal e despesas correntes não consegue e portanto acha que Devíamos fundir municípios de alguma maneira ou arrar formas de organização eu eu ISO um discurso dos polí Dio sempre que eu nalguns círculos falo deste tema de todos os lados políticos hoje sempre uma resposta que é esta ah ser é preciso fazer uma revolução no país e porquê Porque os principais interessados nesta orgânica aliás reparo os próprios partidos estão organizados em distritais e em concelhias e por isso eles próprios continuam a ter um modelo destes se for é mais preocupante por eles porque pelas populações ó Paul nós fôssemos explicar bem às pessoas que não iam piorar nada pelo contrário iam passar a ter umas câmaras com condições para fazer coisas podiam ter outros recursos porque até do orçamento Geral do Estado deviam ser atribuídos às câmaras mais meios porque o futuro do país em minha opinião não é de perto nem de longe a regionalização a regionalização é é criar mais um Escalão político que eu diria que com a nossa virtualidades nestas matérias só vamos complicar mais o país agora outra coisa é descentralizar para as câmaras mas para descentralizar para as câmaras é preciso que a gente consiga criar menos câmaras e melhores câmaras e mais competentes por exemplo este problema dos professores devia ser gerido a nível local e cada município devia ter os que têm condições para isso porque muitos nêm condições para tomar conta de uma escola primária quanto mais tomar conta depois do ensino preparatório ou secundário o que é que acontece era preciso explicar às pessoas que não ter melhorias as câmaras podiam ser e as pessoas têm mais proximidade das câmaras que do Poder central e podiam intervir mais se nós queremos que a democracia funcione e tínhamos que ter meos para há municípios que não têm dinheiro para um arquiteto um engenheiro com capacidade com experiência então limitam-se a ter lá alguém muitas vezes eh que não tem condições sequer para fazer nada depois não tem recursos para fazer investimentos depois não tem gente habilitada para recorrer à captação de investimentos internacionais e dos apoios da União Europeia E por aí fora e por isso seria talvez é a tal revolução que muitos políticos lhe Dizem quando fala desse assunto não é que que aconteceria Mas é uma revolução num sentido positivo porque quando a gente fala em reformar é evidente que a gente nota que por parte dos políticos a tendência para fazer reformas é muito escassa isso explica o ponto a que estamos a chegar chegamos nós começamos por falar naquilo que eu considero o o primeiro passo da reorganização do país é começar pela reorganização administrativa reduzir o número de municípios como também nas empresas nós em vez de termos um um favorecimento um conjunto de soluções de premiação das pmes e das micr nano empresas nós Devíamos tirar um fendo um fundo para fomentar a associação a fusão a participação com junta das empresas para se calhar massa crítica calhar massa crítica que esse é um dos problemas deixe-me ainda ficar aqui no no no no território h o Jorge Rebelo de Almeida enquanto líder da Vil da vila galia vila galia tem mais de 30 hotéis em Portugal do Norte a Sul da Costão interior portanto conhece muito bem o território e não conhece apenas por ir lá passar uns fins de semana de vez em quando mas conhece porque investiu em muitos deles H acredita que o interior e de uma forma genérica tem potencial económico Isto É pode ser sustentável ou vão sempre ser regiões e em que nós os da cidade Se quisermos vão passar umas férias e um fim de semana e mas que não t capacidade de sustentação económica eu não acredito nisso eu eu acho que nós temos Vamos lá ver turisticamente vamos começar por por algum lado turisticamente o interior é Fabuloso eu não fui eu acho que as empresas quando atingem uma situação boa como felizmente é o caso da nossa eu entendo que nós temos responsabilidade social nós devemos ser solidários nós mas aqui nem se trata só disso o meu interesse em apoiar e em desenvolver projetos no interior tem sido uma questão de antecipação do Futuro nós temos que voltar ao interior nós temos nós vou-lhe dar o exemplo no distrito que eu estou a falar que hoje é um destino muito pobre um dos mais pobres do país que é portoalegre nós fizemos dois grandes hotéis fizemos um hotel na celaria dos cavalos lusitanos em Alter do Chão e fizemos a recuperação do convento de São Paulo bem no centro no coração delas onde estamos a fazer mais um hotel diferente eu hoje só faço também coisas não faço fazer mais por fazer mais faço mais porque tem que ser inovador tem que ser diferenciado e nada mais diferenciador do que a recuperação de património histórico isto tem estado bem com isso é difícil mas eu gosto de desafios e como nós felizmente temos capacidade para nos aguentar com alguns precos que possam surgir quem só tenha um hotel e vai começar por recuperar um edifício no interior vai ter dificuldades acrescidas nós como temos uma dimensão grande temos uma rede de operadores agentes e de clientes individuais que hoje tem um peso nós captamos 25% dos nossos clientes diretamente e temos muita um como temos também um peso muito grande no Brasil mas o que é que eu lhe ia dizer o interior é o futuro porque o o nosso litoral nalguns casos tem já uma Concentração não há turismo a mais porque também lhe vou dizer que a minha opinião é assim o problema de Lisboa n algumas zonas da cidade ter alguma concentração de gente é porque nós não temos tido não feito uma coisa que eu andá mais de 20 anos a dizer Nós Temos que preservar os centros históricos das cidades não é para os transformarem exclusivamente turísticos é para serem mantidos autênticos e nós nós temos que criar condições para distribuir mais harmoniosamente pela cidade por exemplo a nossa feira Popular que desapareceu falar de Lisboa Lisboa entre Campos e e era para ir parar e dadas e o turismo não é nocivo para o país porque o turismo nem precisa de nada de muito específico só precisa que o país tenha um desenvolvimento equilibrado e harmonioso Isto é devemos apostar e levar cada vez mais turistas para para zonas do país onde eles são escassos onde eles são escassos onde vão a durar estar porque há condições por exemplo voltando ao exemplo delas posso falar de menos porque nós estamos no Douro nós estamos em manteigas na serra da estrela nós estamos a agora para Miranda do douro que é muito a longe nós somos o país que às vezes ficamos com a sensação que somos pequenos e outras ficamos com a sensação de somos a distância tempo às vezes é 5 horas e meia de carro para ir a Miranda mas Miranda é um lugar encantador e apareceu-me Aquela aquele aquela presidência de câmara vários vereadores a contactar-nos e a pedi por tudo para a gente ir fazer um projeto e eu vou-lhe agora contar uma história muito engraçado eu comecei a olhar para isto um bocadinho na Ótica da minha responsabilidade social e digo temos obrigação temos capacidade financeira e vamos ver e vamos apostar e vamos criar aqui mais um desafio para toda a gente porque as empresas precisam sistematicamente ter desafios para mobilizar as pessoas para avaliar o mérito para premiar o mérito dessas pessoas para dar condições para promover gente eu costumo dizer que na Vila Galé não é preciso matar o chefe para ter lugar uma ascensão o o crescimento do grupo vai permitindo abrir novos lugares vai permitindo abrir novos lugares mas deixe-me só finalizar dizendo-lhe o seguinte nessa primeira fase eu achei que era isso mas hoje eu vou lhe dizer eu não tenho dúvidas que este projeto é Miranda do dor que tem ali nem envolvento um conjunto de cidades espanholas de grande dimensão e com poder aquisitivo que aquele hotel vai ser um êxito e vai ser um ê vai vai captar vai captar turistas e Espanha estamos a 3 horas de Madrid ali claro agora repare dá um prazer tremendo nós chegamos a um sítio e começamos a vê-lo como tem acontecido o mesmo no Brasil que está decadente que está acabado que está a mor depois a nova facee que ela que ela de repente a gente faz o investimento e ele Ressurge deix voltar aqui Claro h h a dificuldade que que que o Jorge Rebelo de Almeida também apoia eh também aponta em termos burocráticos Se quisermos para se liderarem projetos esses nós tem algum modelo ideal Conhece muitos países e o modelo por exemplo licenciamento de unidades hoteleiras e nós somos muito complicados aí nós somos terrivelmente complicados e e devo dizer-lhe com tristeza que está a piorar Porque hoje o discurso Apesar de nós por um lado veremos os números e vemos que a administração pública tem um peso cada vez maior mas a resposta da administração pública é cada vez pior e hoje assiste-se a um fenómeno que é nós falarmos para diversos serviços da administração pública e que sistematicamente nos dizem que não podem fazer mais depressa porque não t pessoal porque não t meios porque não tê recursos Ora bem está aqui uma engrenagem que está tão complicada e hoje eu devo dizer-lhe nós tivemos um ciclo tradicionalmente sempre fomos burocráticos como o Brasil também é burocrático nós uma das vantagens quando fomos para o Brasil e temos tido êxito no Brasil é que tínhamos algum traquejo em matéria de burocracia e de habituados a vencer essas dificuldades mas aqui em Portugal tá a piorar outra vez a situação porque há um desinteresse Há tal apatia que eu tenho falado ultimamente muitas pessoas parece que não ligam toda a gente critica tudo toda a gente em vez de se perguntar aquela frase clássica de perguntar o que é que eu posso fazer pelo meu país toda a gente só se preocupa O que é que consegue desifrar do país e e esquece que melhorando o país melhoramos todos nós porque essa história essa dicotomia dizer como eu já assisti algumas vezes políticos dizer que o país está bem maser as pessoas estão mal não existe o país e as pessoas são Tod mesma confundem-se confundem-se e por isso tem que est todos bem agora o interior precisava de coisas por exemplo nós estamos a falar neste momento à beira cometer um erro tremendo para mim este tgv Lis Lisboa Porto e pá é um desastre histórico nós não temos dinheiro para fazer aquele TG acha que não vai ser sustentável é sustentável não vai acrescer nada eu parte uma pequeníssima parte daquele dinheiro dava para pôr aquela linha Lisboa Porto a funcionar muito melhor que temos atualmente com o al o alfa eu fui experimentá-lo aqui há dois meses atrás o alfa com algumas melhorias dava um serviço perfeitamente Capaz é ambientalmente sustentável porque é elétrico não tem poluição evitava menos carros a viagem faz-se muito bem evitava também os aviões porque o o avião Lisboa Porto como temos poucos Slots para captar turismo internacional esta ligação de avião Lisboa Porto também quase que a minha opinião era dispensável e e reservar esse espaço para captar mais turistas internacionais sobre sobretudo de alguns mercados que estão a regressar a Portugal como é o caso do Americano dos Estados Unidos e que é um turista ótimo porque é um turista que paga bem gasta muito dinheiro e gasta dinheiro e é um turismo que quer um padrão de qualidade de bom o brasileiro também tem crescido muito em Portugal mas o brasileiro é um trabalho que nós andamos a fazer há 20 anos porque esta história de imos para o Brasil fazer projetos é uma via de duas mãos Nós levamos portugueses para lá o revon nós enchemos vários hotéis no Brasil no rev um com umas festas Fabulosas mas também o número de brasileiros para Portugal tem sido um dos mercados que mais cresce tem aumentado mas gastam menos mas gastam menos gastam menos depende porque o brasileiro também é com ista Eu Há dias diziam-me que um dos focos da da vinda dos brasileiros é ir a Corte Inglês a Lisboa é o cliente com maior gasto é o melhor cliente do Corte Inglês de Lisboa brasileiro por isso mas e o jor estava a falar do do tgv de como considera errado de facto fazer a unão lisb Porto e e Lisboa Madrid há quem diga que Lisboa Madrid devia ser a linha a fazer na alta velocidade é a única linha de TG vi que se justificaria fazer era essa aliás antes de fazer o Lisboa Porto até o Algar poderia justificar mas a minha opinião também não justifica necessita de uma grande melhoria agora o que é que é preciso em matéria de ferrovia era preciso de facto melhorar muito significativamente a Rede Ferroviária repar nós temos também hotéis temos três hotéis no distrito de Beja temos um em Évora e neste momento e temos mais projetos para o alentejo linha férrea elétrica não chega a Beja que é uma capital de Distrito havia uma linha de férrea que ligava Beja ao Algarve que desapareceu há 4 C anos e ainda lá está eu já reativei aqui há tempos convidei uma série de gente da comunicação social e agentes de viagens e operadores e fizemos um comboio histórico que era aquilo que o país precisava muito quando a gente fala como é que desenvolve o interior é levar as pessoas que estão em Lisboa oferecer-lhes percursos lindos que nós temos de com no Douro isso já está a ser feito de alguma maneira no Douro está mas está a andar para trás porque havia até lá uma linha de comboio que estava a correr muito bem e houve alguém que disse não interessa referir quem que dizia que aquilo que era um comboio para ricos Ora nós interessa-nos é captar até todos os segmentos osais americanos se quiser ou alguém Tais americanos com capacidade financeira e que querem coisas diferenciadas era ter um comboio gastronómico como tivemos como nós fizemos esse exemplo de Lisboa aeja e até até à nossa ao clube de campo Vila Galé para mostrar que era possível fazer-lhe uma mostra dos produtos portugueses E outra coisa se mesmo para fechar se nós gostássemos do interior há uma linha há uma estrada que eu acho que era uma das Nós temos dois hóteis no dor naquela estrada que liga a régua opinão a rgua opinão e pá ó Paulo você imagine a continuação daquela Estrada sobranceira ao Rio até fosco era um espetáculo e desenvolv to já já fez a proposta a c direito a gente fala com toda a gente todos os dias já falei em fazer hoje há uma coisa que por acaso que melhorou no interior que são estas estes passeios queem em percursos e os os passadiços os passadiços pass tem sido uma coisa que é Atrativa porque nós temos que oferecer isto mas repar continuamos à espera do Museu da Língua Portuguesa ninguém se lembra de fazer e e tínhamos obrigação de o fazer até se nós falamos na lusofonia falamos nisso tudo tínhamos obrigação de fazer um museu interativo que nem sequer é um investimento muito pesado eu eu quando digo que o tí Lisboa Porto não se justifica Sabe porquê Porque governar é como nas empresas como no país é nós tomarmos termos prioridades é fazer opções temos que fazer opções e e temos que gerir aquilo que mais retorno traga e ficamos a conhecer as suas as que seriam as suas Jor reb de Almeida portanto eh massa crítica para os municípios apostar cruzar o turismo com a cultura eh desenvolver o interior e também desburocratização Jorge Rebelo de Almeida foi um gosto e recuperar património histórico recuperar património histórico que o Temos bastante e e muitas vezes decadente não é muito obrigado por por ter aceito este integrar este Nosso Clube dos 52 Jorge repelo de Almeida numa altura em que O Observador faz 10 anos Obrigado até a próxima muito obrigado ah