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28 de Maio de 2024 já há 2 anos e alguns meses de conflito na Ucrânia dia que vai ficar marcado pela visita de zelenski a Portugal connosco em estúdio está Bruno Cardoso Rei Historiador nosso grande especialista e estivemos aqui várias vezes a comentar este conflito hoje temos este dia em que a capital portuguesa Lisboa vai receber o homem que tem lidado com esta invasão russa H que sinais tem de dar Portugal hoje h o que esperar daquilo que pode ser dito por Montenegro hoje neste dia em que recebe vlodimir zelenski e que acordo é este que que vamos que vamos assinar com a Ucrânia bem por um lado é no fundo é uma continuação ou uma confirmação e de de dialo que tem sido uma prioridade bastante consensual entre os principais partidos portugueses não é portanto não não só estamos a falar do do PS e do PSD que tem alternado digamos a liderança do governo desde o desde o 25 de Abril Mas mesmo partidos mais à direita ou até mais à esquerda com exceção do do Partido Comunista realmente há há um consenso bastante amplo sobre a necessidade de apoiar a a Ucrânia talvez até maior do que noutros países e as sondagens também apontam para isso Portugal geralmente aparece sempre no top cinco no top três dos países eh em que as pessoas manifestam mais simpatia e mais apoio à à Ucrânia certamente também porque há que uma comunidade ucraniana bastante bem integrada mas eu acho que também tem muito a ver com este sentimento que somos um país pequeno eh para nós a lei internacional é fundamental se nós voltarmos aqui no mundo em que as grandes potências fazem o que querem invadem o que querem anexam conquistam o que querem realmente isso é um mundo muito perigoso para países como como Portugal eh Portanto acho que isso tudo é fundamental para perceber Aqui Esta esta esta política de cooperação de ajuda H corresponde também a uma tendência mais geral ou seja eh desde a simeira de vilnius eh e também de acordo com uma iniciativa do G7 nós não fazemos parte mas que no fundo tem funcionado aqui muito como núcleo dur dos países ocidentais no apoi à Ucrânia que eh uma vez que de acordo com as regras atuais não é possível para já a Ucrânia adrir à Nato eu acho que aliás isso devia-se rever Mas enfim eh como é um país em guerra como não controla todo o seu território o princípio até aqui tem sido não admitir países nessas condições na Nato portanto a a alternativa é assinar estes acordos bilaterais que no fundo dão algum tipo de garantia de segurança no sentido um compromisso pelo menos eh destes países em ajudar a Ucrânia a defender-se e e formalizam isso por um período longo eh geralmente o padrão que tem estado a ser seguida é de 10 anos ou seja no fundo também passar aqui esta mensagem quer aos ucranianos quer aos Russos quer a Putin de que e realmente os países europeus percebem que a luta da Ucrânia não é uma luta só pela Ucrânia é uma luta pela defesa da da da liberdade e da Paz na na Europa que é fundamental eh conter de ter ali o expansionismo Russo Senão ele pode tornar-se perigoso noutras partes da Europa eh e portanto Isso significa que estes países têm de continuar os países europeus têm realmente de continuar a apoiar a Ucrânia no longo prazo e portanto que a Rússia não pode esperar aquilo que claramente está à espera que é que que os países europeus que os países ocidentais canem do apoi à Ucrânia e deixem cair a Ucrânia em breve mas não vamos ter um um acordo eh muito semelhante ao que aconteceu em Espanha com 10000 milhões de ajuda e incluindo ajuda militar isso não é de esperar naquilo que vai ser assinado com com Monte Negro Sim nós temos aqui este temos este problema que é a Espanha é quatro vezes maior tem uma economia quatro vezes maior também estava também na verdade estava a dar bastante menos do que a maior parte das outras potências dos outros países da dimensão de Espanha em termos de economia de indústria defesa e se compararmos com a Itália por exemplo os últimos números que eu vi a Itália é o que vem a seguir portanto é o que está mais baixo a seguir a Itália já ia nos 1000 milhões a Espanha Só estava nos 300 milhões Portugal só de uma vez com aquela questão das munições deu 100 milhões 100.000 milhões 100 milhões peço desculpa portanto eh realmente Portugal Já deu bastante a Espanha tinha dado muito pouco e tinha possibilidades de dar muito mais possibilidades que Portugal com as quais Portugal não pode competir agora é verdade e que quer a Espanha quer mesmo a Bélgica portanto Já estamos no 12º acordo deste tipo na na Europa Portugal será o 13º na Bélgica foi anunciado 30 f 16 eh ao longo da próxima década E aí o problema é que a Bélgica já está a substituir os seus f16 por um avião mais avançado eh Portugal ainda não começou esse processo por exemplo portanto e e além de que só temos 26 ou 27 f16 portanto nem nem que déssemos todos não chegava aos 30 que a Bélgica prometeu agora portanto eu acho que eh desse ponto de vista eh enfim Pode parecer que não não vai haver aqui grandes anúncios vamos ver o que é que o que é que concretamente vai ser anunciado eu acho que a Ucrânia também percebe que Portugal não tem as possibilidades de ter um país como como a Espanha ou mesmo um país mais rico como como a Bélgica e mas tem feito um esforço muito grande eh Há outras dimensões também humanitárias de cooperação diplomática por exemplo no relacionamento com perceber melhor a posição de países africanos de países latino-americanos como o Brasil etc era era o próximo ponto que eu ia que há aqui este fator de influência de Portugal e de da mensagem que aquilo que acontece em Portugal é emitido para para muitos canais estamos aqui a falar dos Países de Língua Portuguesa Claro hh e a visita de zelens que a Portugal dá também um sinal que é emitido para todos estes países aquilo que acontecer esta tarde sim mas só para terminar o ponto anterior porque havia um ponto importante que me tava a esquecer que é eu acho que apesar de tudo é importante que eh haja um esforço para até vendo o modelo espanhol não para não para imitar na escala mas por exemplo em Espanha muito deste equipamento eh vai ser equipamento novo vai ser equipamento produzido pela indústria defesa espanhola eh e até às vezes em parceria com com os ucranianos e Portanto acho que isso é um modelo que Portugal pode seguir nós temos reservas de guerra relativamente limitadas eh muito menos do que por exemplo a Espanha eh e portanto não temos aí possibilidades muito mais limitadas também temos uma indústria de defesa mais pequena mas por exemplo ao nível dos drones ao nível das Comunicações eh até ao nível de certos aspectos de aeronáutica do por exemplo aviões de transporte militar etc pode–se pensar acho que se deve pensar não sei se isso já está consagrado neste acordo mas devia-se pensar num modelo de parceria a prazo que permitisse a Portugal também de alguma forma ajudar a Ucrânia ao mesmo tempo investir na sua no desenvolvimento da sua própria indústria defesa também aproveitando as lições aprendidas dos ucranianos que são muito importantes por exemplo na questão do dos drones em relação a essa questão a essa dimensão digamos lusófona e eu acho que temos aqui de ter cuidado em não em não exagerar essa influência ou seja obviamente Portugal não vai determinar aquilo que o Brasil vai decidir ou ou tem decidido ou tem dito sobre sobre a Ucrânia não vai sequer determinar aquilo que São Tomé os acordos que São Tomé assina ou não assina agora eu acho que tem eh realmente desde logo um conhecimento muito maior dessa realidade portanto é útil para os ucranianos perceberem um pouco melhor o que é que está a acontecer como é que poderão tentar chegar mais a esses países eh por exemplo eu acho que uma das coisas que o Brasil valoriza muito é a sua indústria de defesa se calhar eh haveria aí margem para explorar um poucas coisas embora o presidente Lula tenha dito que não não há aqui exportações de armamento mas também há equipamento duplo uso etc portanto Eh Ou seja há aí um conhecimento que eu acho que pode ser útil há um uma facilidade de relacionamento também com com com essas lideranças portanto Portugal pode tentar de alguma forma sensibilizar esses países para aquilo que Portugal acredita porque é que isto é tão importante também para a Europa porque é que nós vemos isto como ameaça para a paz e para a estabilidade na Europa e portanto de alguma forma tentar exercer alguma influência que seja útil à Ucrânia agora como eu digo com este limite não é a partida os países vão em última análise decidir os governos vão decidir em função daquilo que acham que são os seus interesses eh e portanto aí há realmente limites para aquilo que nós conseguimos conseguir até porque a Rússia está muito empenhada por exemplo em África não é em a reforçar a sua presença a sua cooperação eh e e tem esta vantagem vamos dizer assim em relação a países Como Portugal que é Não se preocupa absolutamente nada com a democracia Direitos Humanos corrupção Portanto o que interessa é que o governo que esteja seja golpista seja repressivo seja ditatorial o que interessa é que esse regime eh seja de alguma forma eh conveniente para a Rússia não é para os interesses Russos e portanto desse ponto de vista os país como Portugal tem algumas limitações na na sua influência nestas nestas nestas regiões no contexto atual apesar de estar a fazer todas estas visitas o que é certo é que no terreno a a Ucrânia está numa posição muito difícil H uma posição já das mais complicadas des que começou o conflito porque tem tido Muitas dificuldades em voltar a conquistar território não é a recuperar esse território vamos dizer assim a à Rússia a Rússia tem tido alguns avanços nos últimos eh meses este este périple que zelin que está a fazer dier esta ronda de apoios que tem recebido também ao longo das últimas semanas é importante para conseguir mais uma contraofensiva Ou pelo menos garantir aquilo que é a defesa das suas principais cidades neste momento uma uma das prioridades é esta conferência em Genebra portanto no fundo é tentar conseguir o máximo de países com uma representação o mais elevada possível no sentido de passar esta mensagem eh uma paz sim a Ucrânia é o primeiro país a querer a paz Claro mas não uma rendição não uma paz a qualquer preço e no fundo uma paz corresponde aquilo que têm sido as resoluções das Nações na assembleia geral onde mais de 120 países sistematicamente têm votado contra a invasão russa contra as anexações a a conquista russa eh essa é uma primeira prioridade a segunda é realmente procurar apoio concreto ou seja nomeadamente apoio militar por exemplo me antiaéreos que nesta altura são cruciais Eh aí realmente a Ucrânia está num momento particularmente difícil os russos também foram aprendendo lições conseguiram adaptar bombas digamos eh mais e menos entes com mecanismos de de orientação com com com uma espécie de de digamos de pequenas asas não é estas estas bombas planeadoras que são uma forma barata mas eficaz realmente de fazer ataques Aéreos contra a Ucrânia e que são muito difíceis de de travar e sobretudo porque a Ucrânia também ainda não tem os f16 portanto isso será poderá se fazer aqui uma diferença muito grande por exemplo em relação a este tipo de ataques Mas é verdade a Ucrânia não tem neste momento iniciativa é a Rússia que tem apesar de tudo a Ucrânia tem conseguido resistir não não colapsou completamente a resistência mas não é dúv Não há dúvida que é um momento difícil para a Ucrânia e eu diria vai continuar a ser difícil pelo menos até Novembro 2024 senão depois porque a par disso temos aqui este contexto também politicamente difícil que é não saber com o com o que a Ucrânia pode contar nos ao nível do apoio Militar dos Estados Unidos sabemos que se trump for eleito grande parte desse apoio senão todo provavelmente e não irá continuar e portanto Isso vai tornar a situação da Ucrânia ainda mais difícil B carador Reis vamos voltar a conversar ao longo do dia de hoje estamos a analisar esta visita de zelensk deve chegar o presidente ucraniano a Portugal por volta das TR da tarde