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[Música] gabinete de guerra da Rádio observador espaço dedicado às guerras que estão a acontecer uma na Ucrânia outra na faixa de gasa contamos hoje com a ajuda de Luís Tomé Professor catedrático e diretor do Departamento de relações internacionais da Universidade autónoma de Lisboa Luís muito boa tarde eu sugiro começarmos com uma notí que demos ainda agora no no jornal Portugal vai treinar militares ucranianos na utilização de carros de combate uma disponibilidade assumida por Nuno Mel Ministro eh da Defesa uma uma disponibilidade imediata Esta é uma das novidades que saem da reunião dos ministros dos países aliados da Nato Os ministros da defesa dos países aliados da Nato o que lhe quero perguntar é eh Luís Tomé se é de esperar que este tipo de instrução de Formação em território da Nato europeu ou norte–americano seja cada vez mais recorrente E se for o que é que um país como Portugal pode fazer Olá boa tarde e sim nós estamos a ver que é cada vez mais recorrente este tipo de esforços múltiplos Neste contexto atual os países parceiros que estão a apoiar a Ucrânia percebem que há um risco muito grande de uma ofensiva de verão por parte da Rússia percebem que as forças ucranianas estão em enormes dificuldades e portanto nas últimas Semas nós temos vindo a assistir de várias formas a libertação de financiamento empréstimos a disponibilidade para por parte de alguns países os ucranianos poderiam utilizar capacidades militares no ataque a território Russo propriamente dito e não apenas na defesa de território ucraniano e Portugal na impossibilidade de poder conceder seja verbas para a aquisição de armamento seja certo tipo de capacidades como por exemplo f16 ou ou sistemas mais evoluídos da Defesa aérea está contribuir neste caso também com a formação de militares ucranianos sobretudo no uso de carros de combate e desempenho da artilharia o que Aliás já vinha fazendo com os com os café 16 Como o próprio ministro da Defesa anunciou é muito interessante que aliás esta reunião dos ministros da defesa da Aliança Atlântica E tem também o ministro da Defesa ucraniano eh ocorre também em simultâneo com o grupo de contacto e a seguir vai haver uma reunião formal do Conselho Nato Ucrânia que foi um órgão criado no ano passado H cerca de 1 ano eh precisamente para dar o sinal político estratégico e também Militar de que a Ucrânia continua a contar com seus parceiros quase Aliados que se somarão um conjunto de acordos bilaterais de segurança sabemos aliás que está previsto já no âmbito do G7 por exemplo o acordo de segurança da Ucrânia com os Estados Unidos e com o Japão outro parceiro que tem apoiado a Ucrânia uhum o o G7 chegou também esta tarde a acordo para um empréstimo de cerca de 46.000 milhões de euros eh para a Ucrânia pode ser apresentado ainda hoje ainda era preciso eh afinar alguns dos detalhes a informação estava a ser avançada quer na imprensa ucraniana quer também pela agência de Notícias efe H Este é um balão de oxigénio para para Kev este apoio é necessário principalmente nesta altura fal o luí falava há pouco do de uma ofensiva de verão eh que é prevista este dinheiro este apoio é mais importante do que nunca é é porque sabemos que a Ucrânia está com dificuldades em suster este início da nova ofensiva russa que tem Aliás intensificado o ataques na zona de carquin mas também no no dombas e inclusivamente de vez em quando sobre a própria capital e portanto eh depois dos Estados Unidos ultrapassarem problemas políticos internos e a União Europeia ter eh um primeiro sinal de que estaria disposta a utilizar recursos financeiros congelados à Rússia os de fundos soberanos eem particular na Bélgica o que se calcula é que esses bens da Rússia congelados ascendam a 280.000 milhões de euros que estando congelados não deixam de gerar juros e portanto aqui a habilidade depois de muitos meses de discussão parece ser no sentido de fazer um empréstimo à Ucrânia no tal valor próximo de 50.000 milhões de euros empréstimo esse que vai sendo pago ao longo do tempo com recursos ajuros que os bens Russos congelados vêm promovendo por isso é mesmo é que a porta-voz do ministério dosos estrangeiros da Rússia não só considera este recurso aos bens Russos congelados para financiar a Ucrânia como ilegal e criminoso e ameaça mesmo uma cont proposta de Moscovo dizendo que será particularmente penosa para os países da União Europeia mas o facto é que aquilo que há uns tempos nos parecia ser muito difícil consenso também neste ponto em utilizar recursos bens financeiros produtos Russos e para financiar e apoiar a Ucrânia neste momento está a ser desbloqueado e portanto depois no primeiro sinal da União Europeia da própria secretária do Tesouro dos Estados Unidos ter dito que havia um plano aliás também está a ser explorado e discutido no G7 e agora este acordo no âmbito do do G7 significa que essa barreira que alguns vinha viam como linha vermelha está a ser ultrapassada e é uma forma de países já reticentes na alguns ou não tendo capacidade financeira para simplesmente doarem à Ucrânia estão a fazê-lo na forma de empréstimo e esse empréstimo será pago com bens Russos congelados que é o agressor na Ucrânia como sabemos uhum antes de irmos à guerra na faixa de gaza Luís també eu queria pedir a sua opinião H Ian stolberg disse uma coisa muito interessante esta manhã H entrada para para a reunião da dos ministros da defesa da Nato segurou que o apoio à Ucrânia era para continuar e não previa que a situação política por exemplo em França com a vitória de de partidos de extrema direita nas últimas eleições pudesse Abelar o apoio à Ucrânia e a participação na Nato o que eu lhe queria perguntar é se a Ucrânia continua unida mesmo depois destas eleições europeias nestas duas causas na na na defesa comum do continente europeu e no apoio à Ucrânia ou há o risco desse apoio já não ser tão claro por causa do resultado destas eleições neste momento eu acho que o principal sinal político que se pretende dar seja no âmbito da reunião da simeira do G7 seja nestes ministros da defesa da Nato é dessa união e coesão política mesmo depois das eleições para o Parlamento europeu em particular em função dos excelentes resultados que tiveram partidos exema direita em dois países fundamentais como e a França eles próprios membros da do G7 e portanto essa mensagem política acho que está a passar agora também é muito sintomático que o próprio secretário al da Nat tenha referido que estão e serão endurecidas as as ações de contraespionagem russa mas depois Há outras passagens em que há uma crescente preocupação não apenas de das chamadas ações de espionagem e de propaganda e desinformação do lado Russo mas como sabemos de financiamento Russo a certos partidos e políticos designadamente europeus e essa preocupação existe se nós antes estávamos com um receio acrescido daquilo que poderia vir a acontecer no das eleições Americanas sobretudo uma hipotética Vitória Donald trump o panorama político europeu agora também é distinto dado que alguns partidos que saem vencedores nas eleições P O parlamento europeu são simpatizantes eh de Putin são financiados pela Rússia de Putin e são até favoráveis às preocupações de segurança que a Rússia vem exprimindo e que tenta de alguma forma invocar para justificar a agressão na Ucrânia agora também é um facto que de partidos vencedores extrema direita nem todos são completamente favoráveis à Rússia portanto as divisões que existem dentro de países europeus eh depósito da da guerra na Ucrânia do P Rússia existem também dentro das fações e e partidos dessa extrema direita mas para já o sinal político que vem é exatamente de manter o apoio eh generalizado à Ucrânia luí Tomé e vamos continuar a olhar para para o G7 mas agora de de uma de uma outra abordagem vamos olhar para para a guerra na faixa de gasa os líderes do G7 vão assinar uma declaração em que apoiam o plano de sar foco defendido pelo Estados Unidos em Gaza e estão também preocupados com o conflito da Fronteira e na fronteira a norte de Israel com o Líbano hoje voltamos a ver uma troca de novos ataques entre israelitas e Libaneses Apesar desta escalada na fronteira Israel fica isolada se não aceitar o sessar fogo que já foi proposto pelos Estados Unidos por Joe biden Olhe eu deixa-me só fazer aqui uma nota a propósito da Sema do G7 Que eu acho que é muito importante porque a simeira do G7 não tem apenas digamos o sete países União Europeia vai ter 14 convidados e estes 14 convidados eh vão ter chefes de estado e de governo de países tão diferentes como a Arábia Saudita o Brasil Índia e África do Sul Turquia para além naturalmente da Ucrânia isto significa que o G7 portanto um clube de democracias e de países desenvolvidos eh estão a tentar não perder mais influência no chamado Sul global para a China e para a Rússia e por outro lado estou a tentar arregimentar alinhados para questões como por exemplo a situação no médio Oriente e esta declaração de que estava agora a dar conta é é relativamente relevante mas há aqui obviamente uma tentativa de pressionar e por outro lado eventualmente culpabilizar o amá no caso de sessar fogo que os Estados Unidos sobretudo mas os mediadores Egito e Qatar têm promovido não for bem sucedido aparentemente e os Estados Unidos têm tentado verbalizar isso não sei se Corresponde à realidade ou não aquilo que foi a proposta americana por biden tinha tido o acordo prévio de Israel que genericamente concorda com esse plano mas na resposta do amá vem em outras condições e portanto a pressão que estão a fazer os Estados Unidos e portanto arrastar eh os seus parceiros no G7 É para que o amas Aceite o plano tal como tinha sido proposto na versão original pelos Estados Unidos mas há aqui um eterno problema porque nós estamos a lidar com os dois principais antagonistas nesta guerra ou seja o hamas e portanto a giada islâmica de um lado e do lado Israelita o governo netal que não querem uma solução de dois estados e têm por razões diferentes interesse em que a situação de guerra mais ou menos intensa se mantenha não Estão dispostos a fazer concessões daquilo que levaria a outra parte a aceitar a para um cessar fogo e isso torna muito difícil a situação dos mediadores e por mais esforos que se façam e torna muitas vezes isto um jogo perverso que é no fundo tentar levar a outra parte a dizer que recusa a proposta e que fique com os de não aceitar um cessar fogo e nós vemos esse jogo e um pouco do lado do governo de nanal diz que aceita mas não quer aquelas novas condições que o amas eh coloca o amas diz que até aceita a resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas e o plano proposto pelos Estados Unidos mas coloca novas condições que são inaceitáveis para Israel e portanto isto torna muito difícil e não nos deixa grande margem para um otimismo sobre o cessar fogo ou muito menos um verdadeiro processo de paz porque o h mais na verdade tem um objetivo político de se transformar numa espécie de hezbolá no caso da Palestina e portanto não só quer que as forças israelitas saiam de todo da faixa de gasa como quer ter um papel na administração não apenas da faixa de gasa mas da e dentro da autoridade palestiniana aliás T feito esforço nesse sentido e isso obviamente para o governo Israelita a começar pelo primeiro-ministro nanal é é inaceitável nesta altura e um sar fogo fica cada vez mais longe agradeço Luís Tomé Professor catedrático diretor também do departamento de relações internacionais da Universidade autónoma de Lisboa foi o nosso convidado no gabinete de de guerra de hoje da Rádio observador esteve a ajudar-nos a ler as guerras em curso tanto na Ucrânia como na faixa de gasa luí semé Muito obrigado boa tarde EG [Música]