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Elena Matos estamos perante mais esse caso de solidão de Israel bem a propósito do título do último ensaio de Bernard rvi sim Bom dia mais uma vez eh eu achei esse título eh muito aado muito apropriado é um título muito bem conseguido esta questão da Solidão de Israel e então vamos fazer assim nós temos hoje vamos aqui em estúdio e já temos connosco o major Isidro marais Pereira Helena ferro Gouveia e portanto eh eles falarão com muito detalhe de tudo o que tem a ver com com o sa Fogo com com aquilo que se pode conseguir com as questões políticas se não se importam eu quero falar do outro lado eu quero falar do do do do terrorismo não é mesmo e porque esse é também um dilema fundacional para muita para as democracias e sobretudo para os regimes Democráticos porque combater o o o terrorismo para uma para uma ditadura ou para um regime musculado eh não é necessariamente um problema não é e sem sairmos aqui do do âmbito da da da Palestina e dos palestinianos nós vimos por exemplo como a Jordânia eh lidou com o problema palestiniano eh e lidou através de um de uma forma que não seria possível a um regime democrático não é e e quase com os magamento também o que estava em causa era mais ou menos a sobrevivência do reino da Jordânia mas eh isso depois leva até à formação do setembro negro para os regimes Democráticos a questão eh é é muitíssimo complicada pela própria lógica do terrorismo e eu lembrei-me e achei que deveria se calhar fazer uma introdução a propósito disto ao ler algumas daquelas mensagens do líder do amas eh o sin noar é assim que se pronuncia o nomear tenho sempre dúvidas poro temos sempre aquela tendência de de ler aqui aqui para cima ensinar ou qualquer coisa insinuar eh quando ele diz H temos os israelitas nestas mensagens que agora foram reveladas e que foram trocadas recentemente pelo líder do amas com outras pessoas do amas temos os israelitas exatamente onde queremos para netanel uma vitória seria ainda pior que uma derrota isto prende-se diretamente com aquilo que é a solidão de Israel e que se prende com facto de combater o terrorismo não é a mesma coisa que combater um um um agressor a no sentido militar convencional do termo mas isto no caso do do de Israel é mais complicado porque estamos a falar do país que na verdade não pode perder uma guerra Porque como se di como se sabe não é no dia em que perder uma guerra essa essa guerra será sem dúvida a a a última ora o que é que acontece com com o terrorismo o terrorismo conta com vários apoios o apoio de quem o financia de quem o Proteste de quem o legitima mas não só o terrorismo sobretudo quando quando quando ataca nas democracias conta com um precioso aliado e sobretudo muito também com a mentalidade ocidental que é a nossa forma de pensar leva que invariavelmente procuramos procuremos ver no outro ver-nos a nós ou seja nós não aceitamos que o terrorismo tenha uma lógica própria e que o terrorismo tenha uma lógica e o terrorista tem uma lógica e uma racionalidade eh e tem mas nós imaginamos sempre eh que tem uma lógica que é a nossa e não tem e não tem e não pode mesmo ter e por outro lado há uma questão no terrorismo que é o terrorismo implica um condicionamento da reação da vítima ou do ou ou do Alvo do terrorismo porque o terrorista só é terrorista até a momento em que a vítima não reage a vítima ao seu alvo a partir do momento em que a vítima ao seu alvo reage o terrorista passa a a Combatente e a vítima torna-se agressor portanto nós vemos e e e podemos pensar isso em Israel em que tivemos no dia 7 de outubro percebemos o que era não é vimo-lo vimo-lo em direto tínhamo-nos à aquela escala é sem dúvida não é mas já se tinham visto a atividade terrorista em direto na televisão mas não à aquela escola que é nos Jogos Olímpicos de Munique que é pela sua dimensão é os jogos olímpicos goo de explicar são um acontecimento Mundial aqueles tinham a a visibilidade e o simbolismo acrescido de serem na Alemanha a Alemanha procurava de alguma forma e eram jogos da alegria se não estou em erra eram assim que eram definidos ou apresentados e e a Alemanha Todos nós temos a memória dos outros jogos olímpicos organizados pela Alemanha tinha a ver com o nazismo eh e e e portanto havia todo um ambiente de de quase que de reconciliação mundial em torno daqueles jogos olímpicos e depois acontece o ataque do setembro negro que e não deixa de ser e e isto tem a ver exatamente com isso quer dizer o CRO negro resulta do que tinha aconteceo sido aos palestinianos na Jordânia não é e e depois organizam a constitui-se o setembro negro que vem atacar a delegação Israelita em Munique e nós percebemos não é como e o que esteve em causa e é importante percebê-lo eh percebê-lo até porque agora tem-se nesta questão Israelita é muito que se e a partir do momento em que o terrorista em Que Nós aceitamos as condições do terorista ele deixa de ser terrorista isto é uma uma perigosíssima ilusão e e um pouco a ideia de que mas issoa desculpa é a ideia de que se não se negoceia com terroristas não não eu não estou a dizer que não se negoceia eu estou a dizer que se tem de ter em conta que cedendo às exigências dos terroristas o terrorista não deixa de ser terrorista como como nós queremos acreditar eu não estou a dizer que não se negoci ou seja tem sempre de se negociar agora tem de se perceber quais é que são os termos da negociação o que eu quero dizer é que nós existe uma quase que um um um angelic ismo em relação a esta matéria que é se se porque é muito diferente negociar com o terrorista do que negociar imaginemos com em combate militar não é aqui o que existe a ideia de que o terrorista porque se imagina que o terrorista reage por consequência a um abuso e portanto que se ceder às condições dele então vai-se dilui-se a causa que o levou a praticar aquele ato que nós inicialmente condenamos e diluir essa causa está resolvido o problema H época recordo que era exigida a libertação 250 ou mais eh presos palestinianos que estavam presos em em nas cadeias de Israel também a libertação de dois líderes de extrema esquerda alemães e que estavam nas cadeias alemãs a rck bader MOV Como sabe eh Israel não cedeu a goir que não era de extrema direita e portanto depois também já chegaremos aí Gold deir que não era de extrema direita mas na altura me lembro perfeitamente que era tratada com a bruxa não é eh e e ela ela não se deu e e portanto e não sei se se os alemães a Helena ferro goveia que que está connosco pois poderia poderá explicar se alguma vez os alemães ponderaram libertar a o Rick e o b mof mas respond mas portanto eh era era isso que que estava em causa mas isto nós vê-lo a mesmo quando se passa para outros movimentos terroristas por exemplo nós temos em relação vimos isto no combate à Eta às brigadas vermelhas em Espanha ou até às fp2 em Portugal portanto esta ideia que e o caso da Espanha que cedendo às exigências da ETA que a ia eh deixaria a sua atividade o mesmo nas brigadas vermelhas e em Portugal com as fp2 em que não havia uma tal como com as brigadas vermelhas com as brigadas mhas Itália não havia disputas territoriais mas eram questões mais ideológicas não é e não estando os portugueses até porque o expressavam no voto dispostos nem os italianos dispostos a votar em países governados pelas ideologias defendidas por estas organizações mas o que nós reparamos isso é muito visível é que assim que o estado através estamos a falar de países de estados Democráticos assim que os estados tal como em Espanha em relação à Eta passam a atacar o terrorismo a persegui-lo eh e aprender os terroristas imediatamente o foco Deixa de estar nos atos praticados pelos terroristas mas sim na forma como esses estados Democráticos estão a intervir em Portugal isso é evidente nós tivemos a prisão aliás um algumas datas que são marcantes em que são presos vários membros da organização e por exemplo eh temos títulos como o sobre os filhos e as famílias Mas como ver os filhos e as famílias não são os filhos e as famílias das vítimas Portanto o a dificuldade que tinham em se deslocar às cadeias porque em geral uma das coisas que acontece com os terroristas é que isso percebeu-se muito bem em Espanha há uma dispersão territorial por razões que se prendem com a com a vida deles nas cadeias em Portugal não houve com todos os problemas que depois daí decorreram e que levaram à execução do de de Gaspar Castel branco que era o o homem responsável e pelos serviços prisionais e aquilo que temos é uma grande preocupação ao ao o h um centrar na na na na da preocupação nos meios usados para combater o terrorismo e rapidamente há uma dissociação dos atos por eles praticados eu não estou a dizer que não deve de haver um uma uma grande atenção à forma como as forças policiais agem ou ou paramilitares sobre os terroristas mas uma das coisas que caracteriza muitas vezes a perseguição ao terrorismo terroristas é que a dado momento é como se houvesse um desligamento em relação aos atos que eles praticaram o que não acontece com outros criminosos nós sei lá uma pessoa crime económico e crime mesmo de Ganges narcotraficantes vão para tribunal e existe sempre uma grande tónica e um grande foco nos atos que eles praticaram por exemplo no caso dos narcotraficantes porque executaram porque mataram porque torturaram e aqui há quase que uma uma quase que uma disso e e isso é uma coisa que é muito transversal a vários penso que terá muito mais a ver com as democracias do que com as ditaduras não conheço propriamente a imprensa Jordana mas não creio que tenha havido uma grande reflexão sobre a forma Sem dúvida em alguns casos bastante questionável como o reino da Jordânia enfrentou o o os movimentos dos feda que tinha no seu próprio território depois ignora ignora-se e subestima-se frequentemente uma questão que é particularmente incómoda mas que temos de ter em conta algumas vezes não sempre mas algumas vezes eu penso que isto é no caso Europeu é mais visível do que no na ETA nunca foi no caso da das zp2 que é o apoio das populações civis eh algumas das ações praticadas pela Eta não teriam sido possíveis sem a cumplicidade de de de de muita gente no país Basco e fora dele mas muita gente no país baixo porque o terrorismo implica ao contrário do que se pensa e do que se diz o terrorismo não nasce da pobreza o terrorismo precisa de imenso dinheiro e portanto H é muito e há ali toda uma questão logística e de complicidades e de silêncios que foi particularmente visível no caso da eta e que por exemplo nós vemos agora por exemplo estes últimos quatro refes a noa argaman o alm g meir o Andrei klov e o shom ziv que foram os últimos quatro agora libertados ela é particularmente deana Sim ela é particularmente emblemática porque é a rapariga que vimos é a primeira imagem ser levada naquela moda eles não estavam presos nos túneis do amas eles não estavam presos em nenhuma instalação secreta um baner qualquer do am eles estavam em casas em casas em casas de famílias comuns em casas de famílias comuns e este é um lado a ter em conta que é nós muitas vezes até porque o terrorismo e suscita noos tal reação que Queremos sempre imaginar o terrorista como uma célula um um um um um que anda isolada da sociedade e que é questão mas isso tem um nome isso é o tal Lobo Solitário não é mas a estrutura terrorista em si mesma muito mais dificilmente poderá sobreviver se não contar com apois e complicidades e aqui mais uma vez a Helena poder noos a contar as histórias de Até recentemente da Detenção e da daquela senhora que tinha sido eh simpatizante militante da da do do grupo terrorista na Alemanha e que portanto durante anos conseguiu viver na Alemanha o que implica sempre todo um conjunto de de de de complicidades depois e agora Aqui nós temos Aliás hoje mesmo há declarações de um responsável do amaz oama Osama ABD que corrobora esta ideia desta H ou seja de que realmente há há há há uma participação da da de muita gente na Palestina em torno em torno destas atividades terroristas ele declarou hoje ninguém sabe quantos dos 116 reféns portanto aqueles que se estima ainda estarem vivos não se sabe se estão vivos e essa é aliás uma dificuldade desde o princípio quando muito ingenuamente após o 7 de outubro se supunha ou se reivindicava que se fosse saber do estado dos reféns israelitas através de organizações internacionais eh nadamente esperava-se que a Cruz Vermelha pelo menos tentasse essa diligência porque em geral tenta eh que tentar saber como é que como como é que eles estavam uma das dificuldades óbvias é que não se sabe onde é que eles estavam porque terão sido praticamente repartidos e entregues estarão em em em casas e que não TM que são de de de famílias aparentemente comuns Isto é um é um dos lados do terrorismo que eu também acho que é particularmente em que nós queremos acreditar que o terrorista está isolado não tem apoio isso não é verdade frequentemente tem apoio Portugal por exemplo as fp2 nesse aspeto Não Contavam com apoio da população temos até casos que levaram depois a uma Retaliação das fp2 na zona Mafra Malveira não é em que depois a população na prática impede uma ação e há uma perseguição quando eles tentam fazer uma ação e depois eles voltam para retaliar eh portanto há há em Portugal não foi assim mas geralmente não tem de ser isto que acontece e depois Chegamos aqui a uma coisa que me parece ser eh quase B indissociável das questões que que envolvem terrorismo e e aqui digo quase sempre quando o alvo do terrorismo são e regimes Democráticos que a ideia de que existe uma solução mágica uma solução perfeita rápida que só não é aplicada porque aquele que foi Alvo do terrorismo não a aceita viu-se isto por exemplo em relação ao estado espanhol que é bom se alentar conseguiu graças a uma espécie de de pacto do regime entre o PP e o psi e outros partidos mas estes eram os mais significativos porque a altura ainda eram grandes partidos ainda hoje são Mas tinha uma expressão eleitoral muito grande e e que levou à derrota de facto da eta e mas existiu sempre a ideia e é claro que Eta quando começou a perceber que podia ser derrotada quis levar a o a o seu destino para uma chamada mediação internacional que a pusesse ao mesmo nível do Estado espanhol os espanhóis que nestas coisas são muito previstos nunca nunca se deixaram cair nesse enredo mas havia sempre há sempre a ideia de que há uma solução mágica perfeita que só não é aplicada porque aquele que está a comater o terrorismo não quer Eh recusa por razões mais ou menos obscuras ou por exemplo pela natureza do regime que combate do do partido ideologicamente falando que está à frente desse estado e que nesse momento está a enfrentar o terrorismo isto aconteceu muito em relação a Espanha eh porque quando o PP estava no governo considerava-se portanto que era o PP que era de direita e queria combater o a Eta porque era de direita e queria manter aquela solução depois eh percebeu-se ou constata-se que até onde é que o pso levou o seu combate à Eta mesmo por caminhos às vezes um bocadinho obscuros mas mas existe sempre esta questão que está na Nature há um há um um quê um um erro na natureza de quem Combate o terrorismo nós vemos ISO neste momento muito em relação a nen mas quando se recua e se vê os argumentos que foram usados em relação ao goir percebemos Há sempre um que como se quem Combate o terrorismo sim sim tem razão mas está a fazer isto deste modo porque portanto há sempre o o desfocar do do do do da questão para a natureza de quem combate portanto isto é uma das Coisas extraordinárias que o terrorista consegue é que eh é como se ele praticado daquele ato Inicial que de facto é condenado por todos conseguisse passar a responsabilidade de tudo mais para o outro lado a partir do momento em que a vítima se mexe se a vítima ficar por isso é que o o os campos os campos de extermínio nazis são o o tiveram a vítima perfeita era era era são as vítimas perfeitas e porque realmente pela natureza como a própria como a própria morte era era era organizada não havia possibilidade de reação à parte disso Há sempre um um A Vítima a partir do momento em que em que se mexe Em que em que aliás perde esse estatuto de vítima portanto há e e e deixa de se falar de de quem agrediu e depois temos aqui nós hoje eh vamos ver como esta estas Geralmente os estes países que enfrentam as questões de terrorismo tem são um bocado mais realistas sejam eles quais forem esses países e muito frequentemente recusam essa solução mágica não é a tal solução rápida e eficaz que nós vemos aqui ser apresentada agora como se fosse o reconhecimento do estado da Palestina quase um quase um sinónimo da da De se conseguir a paz isso é tão mais trágico quando vem de países que objetivamente para já porque não não não exigem a tal reciprocidade que será o reconhecimento do Estado de Israel eh a alguns Alguns do dos países do outro lado e por outro lado também não equacionam Sobretudo o que é o dia seguin nós Eh boa parte da segunda metade do século XX e também uma parte da primeira foi feita através do reconhecimento muitas vezes de independências que se achavam é como nós temos uma ideia da do reconhecimento de um estado como uma espéci de país chave na mão olha isso infelizmente não é verdade e o reconhecimento de estado de um estado implica tudo todo um conjunto de deveres e obrigações que em muitos casos não foram acautelados e que neste caso eh ainda menos por todo um conjunto de razões por exemplo e depois ainda voltando estas questões desta solução do do que é que Israel poderá fazer ou não poderá fazer por exemplo eu no outro dia li um comentário de alguém que dizia bem mas a Espanha quando combateu a Eta eh não foi eh bombardear O país Basco mas também nunca nunca nenhuma milícia ou vários milicianos saíram do país Basco montar em em em motas e e pickups para vir retar espanhóis e e levá-los para para Vitória nãoé porque se isso tivesse acontecido eh penso que a a resposta do Estado espanhol eh teria sido eh de facto muito impressionante eh ainda hoje eh estaríamos propriamente a falar desse assunto não se pode comparar o que não é comparável e depois eu por exemplo fui ver as as recomendações do Parlamento europeu para combater o terrorismo melhorar os controles das Fronteiras controles fronteiriços temporários segurança nas fronteiras externas reduzir o fluxo de combatentes terroristas estrangeiros usar o registro de identificação de passageiros reforçar a troca de informações cortar o financiamento para o terrorismo evitar o acesso a armas perigosas prevenir a radicalização tudo isto me parece maravilhoso mas é aqui para o espaço europeu não vejo bem Como é que isto se aplica em relação à faixa de casa não é e penso que eh eh eh Pronto quem está à frente do Poder nac Jordânia também terá o mesmo problema não é porque eh nós eh temos que per os os palestinianos não são todos governados do mesmo modo ou seja nós achamos que aquilo que se aplica a nós e no nosso espaço é replicável nos outros espaços e eh todas estas medidas não duvido que Israel as tente aplicar mas quer dizer temos de perceber que são manifestamente Mas mesmo manifestamente eh insuficientes e portanto não não se aplicam naquele território ou seja nós ao tratarmos o terrorista como um protagonista que reage a uma prepotência ou abuso das democracias ignoramos a lógica do terrorismo que é impor as suas as suas pretensões pela brutalidade de alguns acontecimentos em 2018 sin noar que é um hoje um alguém que aqui muito tem citado o dirigente do amas declarava Um Jornalista italiano nós fazemos títulos com sangue sem sangue não há notícias e agora acrescento eu já não em assuar hoje no século XX Sem notícias o terrorismo perde e uma parte muito significativa da sua eficácia portanto voltando agora ao princípio eu acho que é também de tudo isto que se faz a solidão de Israel essa solidão de quem que em boa parte uma solidão partilhada com outros estados que têm de combater o terrorismo e que o enfrentam E no caso de Israel é uma solidão mais aguda porque não há território para recuar não há de perder e portanto a solidão torna-se mesmo portuguese falando uma espécie de destino