🗣️ Transcrição automática de voz para texto.
aquilo que se chamam as transições tecnológicas ou técnicas Quando acontecem existia já uma alternativa por isso aliás muitas vezes houve fortes reações de certos setores setores tradicionais o mais exemplar sempre é a questão eh do das máquinas não é das máquinas a vapor quando tínhamos ou novas máquinas industriais quando nós tínhamos movimentos Operários a destruírem essas máquinas Porque viam-nas como uma ameaça ao seu posto de trabalho ou seja já existia a a a a tecnologia havia era o receio social da tecnologia aqui por todo um conjunto de razões políticas sobretudo resolveu fazer-se uma transição isso não se prende apenas com o setor automóvel resolveu fazer-se uma transição sem se ter de facto porque transitar tem de se transitar para alguma coisa ou para ou para algum lado ou para algum procedimento e nós aqui estamos a transitar mas sem saber muito bem quer dizer sabemos para onde é que vamos mas ainda não temos as coisas eh devidamente criadas e é curioso algum tempo para aí há um ano um ano e pouco muito por exemplo da Imprensa inglesa começou a encher-se de artigos de opinião sobre ó meu querido carro elétrico eu entusiasmei tanto e agora isto está tão difícil é claro que todos os processos de transição têm as suas dificuldades este eh meteu-se a política a meio o que nunca é propriamente uma boa eh questão depois e apenas para esclarecer a minha relação é que eu não Guio bem arruma ainda pior mas há uma coisa que faço estupendamente que é caixa de velocidades mudanças Lisboa calçada do hinho de Vento chuva e subir a a rampa do Corte Inglês passa a publicidade esse tipo de coisas sim o resto são um desto ponto embreagem ponto de embreagem ponto embreagem sou a prova que se pode aprender porque quando caixa automática caixa automática mas adoro como é que eu vou para a caixa automática é a única coisa que eu sei fazer de jeito é é de facto a caixa convencional e note que quando acabei de tirar a carta escolhia os percursos para não ter de fazer ponto de embreagem quando descobri como é que aquilo se fazia Pronto passei a dominar portanto para mim é a mesma questão a minha única autoestima na relação com o automóvel mas tenho uma condição muito pacata e t tirando aquele momento da caixa de velocidades Ora nós temos de perceber o seguinte não é apenas uma transição eh energética que nós aqui estamos a ter e depois sempre a ideia de que há umas coisas que não têm impacto tudo tem Impacto não é Portanto vamos noos deixar de lir ismos agora nós temos escolher Que tipo de impacto é que será mais vantajoso ou menos vantajoso e parece-me porventura que o elétrico terá um impacto eh menor eh tem algumas coisas aqui também já foram referidas pelo José Manuel a questão dos recursos que se precisam para a construção de carros elétricos muitas vezes estarem em geografias muito difíceis não é e impactar muito com a vida de determinados povos mas quer dizer mas nós vivemos num mundo que durante anos Séc quer dizer mais de um século seeve pendurado no problema do petróleo não é e onde é que estava o petróleo quer dizer as crises petrolíferas portanto tudo não há propriamente um uma uma solução como às vezes nós queremos acreditar que existem soluções maravilhosas agora há também outra transição que tem de ser feita e essa transição é uma transição fiscal porque o automóvel e a indústria automóvel tornaram-se no novo imposto sobre o tabaco ou sobre o sobre sobre os vícios só que aqui não é um vício porque as pessoas estão dependentes do automóvel e o e e sim as pessoas devem eh eu eu sou uma adpa dos transportes públicos sim mas vive em Lisboa eu se sair daqui vocês desculpem mas se viverem numa vila ou numa aldeia de Portugal os vossos filhos não vão ao lado nenhum se a partir dos 18 anos não tiverem um automóvel e as pessoas não trabalham não V um Centro de Saúde porque de facto é assim que é é assim que é e deixemo-nos de lir porque também não é possível P uma rede de transportes públicos para ir buscar a uma pessoa a uma aldeia portanto há esta ideia da de que iremos todos de bicicleta para não sei onde quer dizer não não não é não é de modo algum não faz sentido aliás pode ter contornos desumanos como aconteceu durante a covid Quando aqueles trabalhadores lá em baixo no sudoeste alentejano foram coitados postos em confinamento não se sabe porquê Porque estava lá no meio depois daquele espaço ao ar livre todo e depois eles deram um bicicletas para eles irem trabalhar uma pessoa que trabalha numa estufa fazer não sei quantos quilómetros para ir de bicicleta para lá e voltar ao fim de um dia de trabalho numa estufa que não deve ser nada fácil mas enfim passando à frente vamos aqui para aquilo que me interessa que é o fisco há 129 anos chegava a Portugal o primeiro automóvel já se sabe foi comprado pelo Conde de aviles Santiago do cé e quando ele chegou aqui à alfanda o o carro importado nós chamamos-lhe carro mas na alfândega o carro importado por vinha de Paris Dom Jorge da vilas eh o problema é que quando ele chega a alfanda há uma questão como é que taxa é que se vai aplicar Aquilo é uma máquina agrícola é uma máquina a vapor houve ali alfanda discuti devem ter examinado aquilo bem depois de muito terem olhado os serviços alfandegários optaram pelo por ser uma máquina movida a vapor e portanto foi essa a taxa que foi aplicado ao automóvel eh que tinha sido comprado pelo Conde o quarto con da vilz e que pretendia levar o carro para Santiago de cacém que era pois onde ele tinha lá aquilo que poderemos referir como o seu Condado é curioso porque há bocado estavam aqui a referir a questão do do quando os carros em relação aos carros elétricos o facto de não terem ruído eu a primeira vez e talvez a vez que ia sendo podia ter sido atropelada com maior risco foi fora de Portugal foi em amsterdão e não foi por um carro elétrico Foi por um fo uma b não não isso pronto claro isso é um clássico não foi mesmo por uma espécie de um um comboio elétrico um elétrico elétrico Não é porque eu só conhecia aos elétricos de Lisboa que eram aquele ruído espantoso uma coisa fenomenal quer dizer ainda vinham lá longe Nós já estávamos ouvir eu não sabia que havia veículos daqueles que não faziam barulho e e pronto ia acontecendo ia acontecendo portanto esta questão do ruído é de facto importante e tenho a dizer-vos que nesta viagem do do do do do da máquina a vapor do do cono da viles paraa Santiago do Caém provou-se logo como nós ao longo do tempo nos fomos habituando ao automóvel porque houve um sinistro nessa viagem portanto as pessoas haviam passar aquilo aquilo ia H 15 km/h uns fugiam outes não fugiam não sei quê mas houve quem tivesse sido atropelado porque não se desviou depois não tinha só foi um burro foi atropelado um burro e morreu eh reza à história que o con da vilz para evitar problemas pagou o do burro pelo triplo que era para não haver questões mas efetivamente O burro quer dizer hoje até os animais não é os nossos animais estão habituados e sabem que se têm de desviar quer dizer alguns Depois temos sempre a grande mortalidade or ises caixeiros cobras repousas nas estradas mas aqui isto dá conta de tal como quando vemos as fotografias daquilo que era eram aí por exemplo até bairros recentes eh quando se vê que era os olivais eh vários bairros eh nos anos 70 do século passado e vemos agora a grande mudança passa muitas vezes eh porque há muitos mais automóveis mas mesmoos muitos quer dizer às vezes nas fotografias quando se vê aquilo que era bairro de Encarnação os olivais o bairro das Estacas e aquilo que é agora a grande mudança e é que as ruas estão cheias de automóveis e do ponto de vista fiscal a penas para que se perceba portanto quando isto tudo foi referido quando se carregava um automóvel a custo zero é que para qualquer estado é muito complicado como é que adapta a sua fiscalidade a uma a um outro tipo de automóveis porque tem mesmo de adaptar ou seja nenhum estado pode neste momento abdicar do e o estado português ainda menos por razões porque nós vivemos naquela ilusão não é de que se pode baixar impostos pagar mais à pessoas e que o dinheiro há de aparecer de algum lado tivemos ali uma perplexidade em 2000 e quando quando é formado o governo da geringonça com aquela ideia de que se podia virar a página que se podia virar a página da austeridade e depois descobrimos e tornar-nos Mestres numa coisa chamada impostos indiretos e percebemos que o dinheiro vinha muitas vezes de impostos indiretos e onde entravam os automóveis apenas para que se percebem dados de 2022 em 2022 o estado português terá arrecadado 500 quase 504 milhões de euros só com o imposto único de circulação depois imposto o sobre veículos 455 milhões ou seja em 2022 o estado português só com estes dois impostos arrecadou por dia 2,63 milhões só com imposto único de circulação e com imposto sobre veículos Isto é um pouco como quando o estado estava muito dependente dos Impostos sobre sobre o tabaco e depois tinha aquelas campanhas sempre do antitabagismo não é portanto temos de perceber que uma coisa são os discursos outra coisa é esta dependência fiscal depois nos tais impostos indiretos ainda para 2022 44% do preço pago por cada litro de gas óleo correspondia a impostos impostos e taxas na gasolina essa percentagem estou a falar 2022 pois isto vai Tendo sempre variações é de 50 1% uhum eh eu ainda nem sequer entrei nestas contas com um outro imposto que também é muito importante que é o Iva não é porque quando se compram e vendem automóveis também se paga Iva ora aquilo que nó que se criou em torno do automóvel não é apenas uma indústria que e atrai serviços basta pensarmos naquilo que representa para Portugal por exemplo a autoeuropa não é não é apenas o sítio a fábrica a ind indústria é é tudo aquilo depois que lhe está associado mas nós estamos a falar de uma área de atividade em que e e e de consumo em que a fiscalidade eh é fundamental ou seja os estados precisam desta desta receita fiscal portanto aquela ideia a princípio procurou introduzir-se muito essa essa ideia de que agora seria grátis não agora não só não seria grátis como não pode mesmo ser grátis nós temos aqui em estúdio o António Costa que é além pronto jornalista na na área de economia e que poderá não vão agora confundir não é o jornalista do Eco e e e ele poderá explicar Pode ser que ele tenha uma boa notícia para nos dar nesta área se se o estado pode ou não prescindir desta receita fiscal a mim parece-me que quer dizer que alguma terá de reduzir mas não parece quer dizer que se possa ter aqui uma vir a volta fiscal portanto nós estamos muitas vezes nestas coisas como o jumento que o conde da viles atropelou não é e não estava habituado não sabia o que era aquilo vinha a 15 km/h e o jumento o burrinho coitado deixou-se ficar ali não fugiu não sabia o que era e aconteceu o que aconteceu o jumento foi a primeira vítima da sinistralidade rodoviária em Portugal e é um pouco é um pouco também a olhar para as coisas com olhar com mesmo Arte espante que o bicho há de ter tido quando viu aquilo aparecer lhe pela frente com que nós estamos muito frequentemente e agora chegando aqui sei que temos muitos ouvintes e e portanto eh não não vou prolongar muito que depois quando nos apanhamos agora aqui no meio e é em parte também por isso que estamos hoje a fazer Este programa tem a ver com as questões por um lado ah ou não os Os automóveis elétricos sabe-se os Portes estão cheios de carros elétricos chineses que ninguém tira de lá os chineses continuam a produzi-los porque não querem interromper a sua máquina de produção porque isso também tem impactos complicados alegam e isso depois aqui poderemos discutir um pouco que estas medidas contestam veementemente as medidas protecionistas que estão a ser tomadas em termos europeus o que tendo eles razão não deixa de ter a sua ironia porque estamos a falar de um país em que o Estado tem uma intervenção muito forte na economia e estamos eh a a vê-los passar de alguma forma e como se dizia num antigo anúncio não é que promovia um um saudoso muito saudoso automóvel que fez parte da da Juventude de muita gente eh e e não precisava de de não precisava de oficina não é gasolina mal precisa oficina nem pensar e nós estamos aqui um pouco no meio desta guerra entre a China e o mundo ocidental e em que a o que está em causa também e e sabemo-lo não é é questões de geopolítica e que passam por por por outros cenários pela Ucrânia pel por Taiwan por tudo isso e os automóveis elétricos de repente tornaram-se aqui na no no cerne de uma questão que é muito que vai muito para lá do automóvel eu só gostava que nós não fizéssemos a figura do burro que quando da velz atropelou e quandoa a 15 km/h porque o burro coitado não sabia o que vinha ali n