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começa aqui mais um gabinete de guerra da Rádio observador o Paulo Ferreira vai conversar nos próximos minutos com Francisco Pereira Coutinho especialista em direito internacional Bom dia Francisco Pereira Coutinho bem-vindo a este gabinete de guerra vamos começar por olhar para essa visita oficial que Vladimir Putin o líder Russo está a fazer à Coreia do Norte foi recebido naturalmente com pompa em circunstância e o líder coreano Kim yong Gun e diz que as relações com a Rússia vão entrar num período de uma nova prosperidade O que é que nós podemos entender descodificar concretamente sobre esta evolução Bom dia Paulo vamos a ver é é a primeira visita de Putin à Coreia do Norte em 25 anos ele esteve lá Logo no início do seu mandato no início do século no no ano 2000 o que mostra bem de facto que estamos a entrar numa nova fase das relações entre a Rússia e e a Coreia do Norte o o presidente coreano Kim falou numa amizade inquebrável entre camaradas de armas o que dá bem nota da retórica militarista que neste momento existe entre estes dois estados eh que faz lembrar um bocadinho também a ideia de amizade Sem Limites que eh une neste momento eh a Rússia e e a China tudo isto resulta também na circunstância de de Kim ter visitado Putin em setembro do ano passado eh em vladivostok portanto no extremo oriente eh Russo numa altura eh em que Putin necessitava muito de munições para para a guerra na Ucrânia e estima-se que o apoio coreano à Rússia possa ter chegado a cerca de 5 milhões de munições O que é eh um número impressionante a união europeia e irá produzir no final deste ano quatro 5 milhões de munições só para se ter uma ideia da escala coreano não é portanto é impressionante não é CL e portanto estará aí e esta este novo período estará também aí e sobretudo nesta nessa questão mais logística de apoio nomeadamente emo não apenas não apenas não apenas e da Perspectiva da da Rússia evidentemente Esse foi a necessidade que eles tiveram no no ano passado neste momento já já não terão essa necessidade extrema porque Entretanto a economia de guerra russa desenvolveu-se bastante no último ano e a produção de munições neste momento está a está a acontecer em grande em grande escala mas da Perspectiva da perspectiva coreana necessitam muito eh do apoio militar Russo também para para o seu programa militar e também nuclear eh a Coreia do Norte é é é um dos Estados párias nas relações internacionais e portanto precisa muito de apoio político e diplomático e esse apoio político ou diplomático já aconteceu porque por exemplo a Rússia vetou nas Nações nas Nações Unidas uma extensão eh do mandato de eh um grupo de peritos que estava a fiscalizar as sanções à Coreia porque a Coreia desenvolveu um programa nuclear violando eh o direito internacional estava sujeita a um conjunto muito diversificado de sanções sanções essas que foram votadas pela própria Federação russa que neste momento está a dar cobertura à Coreia do Norte nas nas Nações Unidas para além do apoio comercial que a Coreia está a ter inclusivamente eh Putin terá dado uma limusina química utilizará neste momento em pongy portanto de facto as relações entre a Coreia e e a Rússia estão estão estão como nunca estiveram neste momento muito bem vamos continuar também a acompanhar esta visita e o Francisco per Coutinho há pouco já fez aqui o paralelo com com a relação da Rússia com a China e ontem o secretário geral da Nato jens stoltenberg acusou a China de querer basicamente o melhor Dois Mundos por um por um lado apoiar discretamente a Rússia e e por outro de queria manter boas relações eh com o ocidente eh e stoltenberg acrescenta que Pequim no fundo tem que fazer escolhas ou então deveria enfrentar um custo económico eh pelo apoio eh a Moscovo O que é que isto quer dizer isto será viável de alguma maneira H ou há aqui uma ameaça maior do que a possibilidade do permitirá depois Essa será a grande discussão que nós vamos ter nos próximos tempos se como tudo indica eh este conflito entre a Rússia e a Ucrânia estiver para durar que é o que parece que vai acontecer estamos neste momento numa guerra de atrição e e de facto o apoio ocidental à Ucrânia tem-se vindo a robustecer e a Federação russa como vimos na semana passada na sexta-feira não dá sinais de de Pretender limitar a sua intervenção militar na na Ucrânia e portanto o que é que isso significa significa que é necessário procurar apoiar a Ucrânia e apoiar a Ucrânia sancionando a Federação russa e este é o ponto essencial Paulo eventualmente sancionando aqueles que não sancionam a Rússia portanto adotando aquilo que nós chamamos que são as chamadas sanções secundárias eh no fundo e aquilo que já começou a ser feito que é sancionar aqueles que estão neste momento eh eh com com relações com relações económicas com a com a Federação russa que é o caso designadamente da China a China não tem dado um apoio direto à Rússia apoio militar direto mas indiretamente tem no Feito eh por exemplo o transferindo componentes eletrónicas que depois são utilizadas eh por exemplo nos mísseis que eh com que a Rússia ataca ataca a Ucrânia por outro lado nós procuramos embargar a venda de de de hidrocarbonetos e por parte da Rússia à Europa e eles são direcionados para países terceiros economias emergentes como é o caso da Índia eh e e e e da e da China agora qual é que é o problema é que adotar este tipo de sanções secundárias tem um efeito ricc portanto Isto vai ter depois um efeito sobre as nossas próprias economias porque as nossas relações comerciais com a China são também muito muito muito grandes e portanto Esse é que é o o problema de avançarmos como essa sugestão de stoltenberg para esse tipo de sanções não é claro Aliás o que se de prende desta declaração de stoltenberg quando ele fala de um custo económico remete-nos imediamente para sanções económicas só que a China é um é um um ator um Player do mercado internacional no Mercado Global que não era a Rússia ou que não é a Rússia é absolutamente decisivo hoje se de alguma forma o ocidente a união europeia os Estados Unidos entrassem por aqui estaríamos esperando que eventualmente escalada de uma guerra comercial não a guerra comercial ela já existe já existe estamos a ver o que é que está a passar nos automóveis elétricos por exemplo Claro a questão é que esse tipo de sanções depois teria um impacto já direto Possivelmente nas nossas vidas iríamos ver ver isso repercutido por exemplo no custo de vários de vários produtos essa que é a grande dificuldade de avançar com com sanções de Largo espectro sobre empresas chinesas que por por exemplo comerci assem com a Rússia ou transferissem componentes eletrónicos para a Rússia já vemos ISO por exemplo nos chipos por exemplo em em alta tecnologia eh mas avançar ainda mais seria seria problemático e basta lembrar as discussões que tivemos no início do conflito sobre a adoção de sanções à própria Rússia e a Rússia a economia russa Não tem qualquer tipo de comparação com a com a economia chinesa nem o nosso tipo de dependência da China tem alguma comparação com o tipo de dependência que tínhamos da da Federação russa em todo caso eu eu acredito que isso será algo que nós vamos ter que discutir não apenas em relação S à China mas por exemplo em relação a outros estados como por exemplo o Brasil não é porque enfim e com Temos visto as posições polític ou diplomáticas brasileiras mas a relação que tem tido também com a com a Federação russa continua portanto não apenas com a China mas também com outro tipo de estados terceiros com quem temos relações comerciais e com os quais podemos fazer alguma pressão também nesse nesse Domínio Não muito bem e Francisco coninho antes de de fecharmos só muito rapidamente olhando para o outro conflito Se quisermos ou do médio isto porque o Ministro dos negócios estrangeiros Israelita Israel ks e ameaçou ontem o es bolá de destruição na sequência de uma guerra total e estamos perante uma uma ameaça que pode ter uma concretização real de facto será inevitável aqui uma escalada deste conflito agora o hbol eventualmente ao Líbano eu acho que essa é a retórica que este governo de Israel nos procura agora transmitir ouvimos também Nat o no no x a queixar-se que os americanos não estão a dar as armas que que que tinha prometido porque o presidente biden eh suspendeu o envio de armas de grande calibre para Israel no contexto eh da Guerra em Gaza e da proteção da população civil Eh agora o que é que se passa Paulo na minha opinião e o conflito em Gaza neste momento está quase concluído houve o ataque a rafá já há várias semanas eh e e esta retórica belicista de Israel tem que tem que ser canalizada para algum lado e e e este facto de facto há um problema no no sul no sul do Líbano nós temos mais de 60.000 pessoas deslocadas no no norte de Israel e e portanto este governo de Israel no lugar de procurar uma solução política e uma uma solução dear fogo que permitisse a reconstrução de Gaza e o normalizar das relações diplomáticas com eh designadamente com o Líbano a definição de uma fronteira eh procura eh uma outra solução militar eh para resolver um conflito que é um conflito essencialmente político e portanto eu eu eu vejo com com com muita preocupação este tipo de de declarações porque se enquadram Justamente na circunstância de o conflito militar em gasa pelo menos na forma como ele como ele decorreu até agora desde Outubro aparentemente estar estar a mudar de de natureza e e e este governo de Israel de facto tem membros designadamente cats extremistas e que querem uma outra intervenção militar e ISO só será possível com o respaldo American e portanto vamos ver qual vai ser a reação da administração Americana em este tipo de declarações muito bem eh Francisco Coutinho Muito obrigado mais uma vez pela presença neste gabinete de guerra onde nos ajudou aqui a descodificar os desenvolvimentos das últimas horas dos dois conflitos bom dia obrigado B dia obrigado