Vídeo: CECÍLIA MEIRELES COMENTA as ESCUTAS ILEGAIS que TRAMAM ANTÓNIO COSTA

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Boa noite seja bem-vinda a partir de agora traçamos linhas vermelhas à segunda-feira com a Catarina Martins e com a Cecília maireles muito boa noite às duas bem-vindas novamente vamos falar de um tema incontornável dos nossos dias mas de há muitos anos Cecília porque efetivamente já ouvimos falar da Necessidade e da urgência até da reforma da Justiça há anos e anos e anos parece-lhe que nesta altura há há sinais no horizonte eh que indicam que vai mesmo acontecer e nos moldes certos sem medos e sem tabus bom boa noite eu tenho tenho esperança que sim tenho esperança que sim Acho que há alguns sinais de reforma eu já tenho dito aqui algumas vezes que acho que nós estamos perante já não é uma crise na justiça já é já é uma crise eh no próprio regime e acho que H nós às vezes parece que perdemos a concentração no essencial há um caso e um caso em particular que foi o caso que envolveu E o primeiro-ministro António Costa que originou a queda governo e eu acho que todos nós entenderemos que havendo suspeitas de alguma coisa que elas devem ser investigadas agora a realidade é que em Outubro Pelos vistos havia um inquérito que já estava em curso há muito tempo foi pedida à Constituição de António Costa Como arguido foram vários ministros constituídos arguidos ele pediu a sua admissão e nós passado quase um ano eu na altura lembro-me de ter dito eu confio na justiça e tenho que confiar que há factos que justifiquem isto hoje diria a mesma coisa e h eu diria direi ou não direi a mesma coisa no dia em que vir a acusação mas há uma coisa que eu posso dizer Já devia haver acusação porque criou-se uma lógica em Portugal de que é normal ou razoável passar-se anos num na fase de inquérito a fase de inquérito não é para se arrastar durante anos aquilo que era normal é que já houvesse que a investigação já estivesse feita e que já houvesse acusação mas o que é que agora eh está a Gerar polémica do meu ponto de vista muito justificada é que nós em vez de termos aquilo que era suposto termos e eu e há há um caso que tem a ver com com o o primeiro-ministro António Costa mas também houve logo em seguida outro que teve a ver com com o governante do PSD Regional nós neste caso e aquilo que tivemos ao invés de termos acusações tivemos mais escutas umas que poderão ser indício da prática de outros crimes mas francamente e eu preferia tomar conhecimento disto através da acusação e não propriamente andar a ler em jornais coisa que é em si crime e depois tivemos a divulgação de uma escuta cujo conteúdo me parece politicamente até chocante rel mas em relação à Tap Mas e ela não não do meu ponto de vista não indicia nenhum crime e aquilo que a lei diz e é Clara é que as escutas e aquilo que não ten a ver com a investigação em curso ou que no indici a prática de um crime tem que ser destruído não é para ser conhecido e nós somos sistematicamente confrontados com isto e depois gostava de dizer isto não é de agora eu há mais de 10 anos que assisto e diziam Ah foi a primeira vez que houve divulgação de uma escuta cuje o conteúdo e não tivesse a ver com a prática criminal não não foi eu já vi muitas como como até já vi muitas algumas pessoas fazerem a sua vida política à custa de cavalgar em estes casos e portanto eu acho importantíssimo que se que se olhe para isto com atenção e se perceba que isto tem que parar e por último e também já aqui disse eu não acho que isto se possa se possa criar aqui um ambiente que seja uma espécie de classe política contra Os Procuradores e Procuradores contra a classe política não há nada que seja pior para a classe política do que o clima de suspensão generalizada ou o clima de impunidade generalizada e de facto é bom que se diga em Portugal durante muitos anos viveu-se Num clima de impunidade todos nós sabíamos que a corrupção era uma realidade mas era mais ou menos uma realidade difusa em que parecia que nunca ninguém era apanhado e nunca ninguém era punido e hoje em dia nós passamos para uma para um clima que é de impunidade ainda mais perversa que é de suspeição generalizada toda a gente acha que acontece há muita gente sobre suspeita Há muitos arguidos mas depois e condenações o objetivo do Ministério Público eu acho que é importante que interiorize isto é que investigue e quando encontra indícios quando encontra prova que Produza acusações e consiga condenações o que acaba com a impunidade é condenação e a punição dos responsáveis aquilo e e e e eu acho que falando Claro aquilo que todos nós pressentimos que possa estar a acontecer é dizer assim como justiça é muito lenta como isto nunca mais chega a julgamento como é muito difícil fazer a condenação como é muito difícil arranjar a prova quando cheira quando cheira que pode haver alguma coisa nós fazemos uma espécie de deslogo sumário na praça pública em que as pessoas têm zero garantias de defesa e ficam para o resto da vida com o rótulo de corruptas ou de corruptos e isto pura e simplesmente não pode acontecer e eu eh gostava de acreditar que se pesse resolver com uma outra audição não já mais já mais de uma vez aqui disse isto exige ou até com aquilo que o Governo está a fazer ouvindo todos os partidos Acho que são passos mas acho que isto exige muito mais do que isso exige também que os magistrados e que os juízes venham para dentro desta discussão e compreendam que se todos nós percebemos que o tempo da Justiça não é o tempo da comunicação social e até o tempo da política que é mais rápido o tempo da Justiça também não pode ser de tal maneira lento que nunca ninguém vê os fins dos processos e que os cidadãos tenha ten Clara e nítida sensação que eles nunca mais chegam ao fim destas destas afirmações que de facto vem de diversos quadrantes políticos e é importante sublinhar isso mas que estão e Unidas nesta neste sintoma chamemos-lhe assim de que efetivamente parece haver algum medo porque há muitos anos que falamos da reforma da Justiça mas vão-se fazendo pequenas alterações mas nunca uma verdadeira reforma eu acho que isto não é uma questão de medo porque toda a gente compreende não é uma coisa e quando quem tem que ter uma ação ou tomar uma decisão é classe política e é a classe política que está sob Suspeita é idente que ela que que que qualquer pessoa razoável não quer tomar uma ação que possa ter ser interpretada no sentido de está a fazer isto que é para ver se não é investigado é o medo é este e isto é por isso que isto é muito insidioso e eu gostava também de fazer aqui um bocadinho de História porque parece que agora toda a gente acordou para uma realidade que é nova a realidade tendo se tornado mais banal não é tão nova assim eu lembro-me por exemplo quando Lucília gago foi nomeada Eu lembro até de terem sido levantadas várias suspeitas de ligação ao PS que é para se perceber com a partidarização destes temas e olhar para eles sobre uma ótica partidária consoante quem está a ser investigado é perverso e elas surgiram sobretudo eh no no campo da direita e como se percebe hoje em dia parece que é exatamente ao contrário parece que a procuradora é é inimiga do PS e depois olha a d Ana Gomes eu lembro-me um dia ter visto cavalgar muitos casos que nem chegaram a ser casos judiciais e até creio eu se será constituído em assistente em vários processos e chamou muitas vezes corruptos e vigaristas a muitas pessoas sem queou é é um processo judicial nós não podemos achar que os julgamentos na praça pública são muito maus n alguns momentos e depois já são muito bons noutros momentos quando eles nos dão jeitos politicamente eles ou são maus ou são bons e por isso é que me parece que a partidarização e entrarmos aqui numa lógica de que as coisas são diferentes com suant os suspeitos são de uns partidos ou são de outros é particularmente perversa agora nós temos que poder confiar na justiça como é que a justiça eh é confiável se quando investiga Das duas uma ou não encontra prova e e pode acontecer Porque se é é normal mas aquilo que tem que fazer é arquivar o inquérito e o assunto Fica aí sanado se encontra prova bom e tem que encontrar em tempo útil tem que produzir acusação e tem que obter condenação e isto depois também leva-me a outra questão porque o assunto não pode ser só da procuradora Geral da República também tem que ser do Conselho superior do Ministério Público porque enquanto nós não não tivermos uma avaliação dos Procuradores que fazem estas investigações em em função doss resultados não apenas disso naturalmente mas em que isso seja também um fator eh eu acho que vai ser também difícil conseguir uma verdadeira reforma porque há uma coisa que todos percebemos é que e tem que haver Independência e eh da procuradoria geral da república para poder investigar quem quer que seja eu quero viver num país em que a Procuradoria Geral da República se entende que deve investigar o primeiro-ministro que o possa fazer e que possa pedir ao Supremo Tribunal de Justiça para ele ser constituído arguido eu quero viver num país em que ela seja livre e que não haja poderes que eu não vejam que impeçam de fazer isso mas quero não viver num país em que isto tudo também tem consequências e não num país em que isto possa acontecer sem que exista nada por trás disto e sem que existam factos queria também ouvir a ca sobre a questão da da procuradora se deveria ou não ser chamada ao Parlamento vários partidos nomeadamente o bloco de esquerda o livre o PCP e o pan já se manifestaram a favor o chega disse que não em relação ao PS e a iniciativa Liberal não quiseram reagir quando foram questionados pela CC em relação ao PS e ao CDs Ainda não sabemos h Olha tenho com toda a franqueza tenho muitas dúvidas por um lado Acho que sim Acho que ela deve dar explicações ao país eh e eu relembrava até que o primeiro magistrado da nação é o presidente da república eh e que Portanto ele também deve ter uma palavra a dizer claro que o facto dele também estar no meio de um caso judicial eh porque nós também banalizamos e judicializar casos que do meu ponto de vista são políticos transformando-os em casos eh penais e em casos de Justiça tenho dúvidas por um lado Acho que sim que ela deve dar explicações ao país por outro lado tenho muito muitas dúvidas na partidarização e na tomada de posição de diferentes partidos eh em relação a este tema precisamente por isto que acabei de dizer e sobretudo há um espetáculo a que eu também gostava de não assistir que é o espetáculo de haver ser questionada por eh partidos em concreto sobre casos em concreto e sobre detalhes de investigação e acho que isso pode acontecer claro que os deputados são eleitos tem têm legitimidade para o fazer mas mas não o devem fazer e e e posso ler e esta última comissão de inquérito que está a decorrer na Assembleia da República acho que ultrapassou eh alguns limites acho que a generalidade dos deputados não estiveram muito bem mas acho que há ali um ou outro momento em que eu acho que os primeiros um dos primeiros garantes do estado de direito também têm que ser os os deputados e o Parlamento e eu queria só acentar uma cois em rel que está a dizer a c aliás concordo com com o que disse sobre estas judicialização da política e também sobre o problema da comissão de inquérito das gémeas e o cuidado que os deputados devem ter no Mea da procuradora Geral da República Assembleia da República não par tiveram Sim Sim Não Não claro e mas que tem que ter se a procuradora for como Espero que vá mas há uma coisa que eu também queria dizer há um problema de credibilização da política Com estes processos mas há também um grande problema de credibilização da Justiça Com estes processos e eu acho que que que quem quem está na justiça a magistratura o Ministério Público deve querer defender a imagem da Justiça E para isso precisa muito de dar explicações Por isso mesmo É que eu estava a dizer e que vai além até do do ministério público e do Conselho no ministério público e da procuradoria geral vai a toda à magistratura e aos próprios tribunais e se não se conscien socializarem se imaginarem que isto é um problema da classe política ou do país político e não perceberem que se está a Gerar aqui um enorme divórcio entre a justiça e eh o país em geral eu acho que estão a estão a passar ao lado e e são órgãos de soberania e portanto eu acho que também deles se espera se espera algumas coisas a AD anda mesmo para utilizar a expressão da caderina Martins a zigaz entre os vários partidos numa espécie de pseudo alianças que nunca chegam a sê-lo eu acho que não eu acho que H pergunta mas afinal o que é que quer a AD a quer fazer aquilo para para que foi Eleita que é governar e governar de acordo com o seu programa tendo maioria relativa eu acho que ela tem que ir negociando e ir negociando caso a caso consoante aquilo que queira e com vários partidos Portanto acho absolutamente natural que o faça e e se houve momentos em que até fui crítica por ter achado que antes deveria ter havido de uma negociação e deveria ter havido conversas e não houve agora acho que isso que que que tem sido mais ou menos sanado agora eu acho razoável que o primeiro ministro chama atenção para um facto que é o PS chega não falam não tem não tem relação nenhuma não tem acordo nenhum mas depois não não se sabe como por exemplo quando é para votar propostas de IRS H ou chega para votar a favor das do governo tem uma série de exigências para votar a favor das do PS não tem exigência nenhuma B eu posso achar isto um bocadinho estranho porque acho que é estranho da parte do partido chega não é Regra geral deveria sentir-se mais próximo des da Ad do que do PS como para votarem Abolição de portagens eh eh que que vamos que todos os contribuintes vão passar a pagar por igual bom também aparentemente não falaram mas chegaram ao fim e votam a mesma coisa há aqui alguns sino natural da Ad não seria bastante mais o o PS sendo que o PS se queixa precisamente um verdadeiro diálogo com com AD acho que a partir do momento em que um governo decide governar em maioria relativa sem um acordo de incidência parlamentar não tem parceiros naturais se quisesse ter parceiros naturais tinha feito um um acordo de incidência parlamentar ou tinha feito uma Coligação Mais alargada acho que isto que é assim mas não é mais fácil chegar a entendimento com o PS do que por exemplo com o chega em relação Depende das matérias acho que é óbvio que depende das matérias é Exatamente isto que o governo tem feito em relação ao orçamento eu acho uma coisa muito simples acho que ele implica conversas implica conversas prévias e Implica também tamb alguma responsabilização dos partidos de oposição e já aqui conversas prévias que incluem tanto do PS como Ox ou seja o orçamento é uma coisa é uma uma coisa tão difusa e contraditória em si que permite est toda a gente or o orçament do governo é uma coisa bastante diferente o do PS e do chega Sabe porquê Porque o do PS e do chega é dar tudo a todos que signifique ganhar votos e obviamente o do governo significa uma coisa diferente é uma coisa e há o caminho é o caminho só que eh eh eu percebo que possa ser interessante para quem está mais à esquerda dizer o governo não pode ter o seu caminho ou vai por ali ou vai por outro lado não vai por um outro caminho os partidos é que tem que ser responsáveis em relação a isso eu se estivesse no governo há duas medidas preventivas que eu faria uma era e deixar muito claro que há aqui balizas que são impossíveis porque nós estamos a entrar numa lógica de que a despesa pública pode aumentar pode aumentar completamente Sem Limites isso não tem nenhum tipo de consequência e É ISO é isto que se está a verificar no Parlamento ninguém quer ficar mal fotografia a dizer que não a determinadas medidas e portanto votam todos a favor de tudo mesmo sabendo o PS já votou a favor de variadíssimas coisas que em 8 anos não tinha margem depois de repente tem menos de 8 meses há margem por tudo quanto é Sítio isto em primeiro lugar em segundo lugar eu eu começava se fosse um partido da oposição começava a quantificar propostas que fossem importantes para mim e para isso é que está lá ao tal e se fosse primeiro-ministro começava a traçar algumas linhas que não possam ser ultrapassadas porque sou pena eu acho que também pode haver a tentação da oposição de dizer nós a levamos o governo e depois na especialidade vai sair daqui uma espécie de sorte grande do Natal em vez de orçamento perm só 30 segundos parao eu uma coisa