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no último episódio de o denunciante era preciso manter a pressão sobre o mensageiro o mensageiro individual e o mensageiro sindicato perante o arquivamento a decisão de arquivamento foi feito um pedido de abertura deção em 2021 o juiz Carlos delca decide levar Jorge Espírito Santo a julgamento o julgamento do médico é marcado inicialmente para março de 2022 mas será adiado três vezes só irá no dia 19 de abril de 2023 4 anos depois de o hospital do Barreiro ter feito a queixa crime em Tribunal Jorge irá contar a mesma história que ouvimos no primeiro episódio desta série mas a juíza irá ouvir também o outro lado da história a perspectiva do Conselho de administração do hospital e das assistentes sociais envolvidas estive presente em todas as sessões de julgamento que era aberto ao público e mais tarde pedia ao tribunal acesso às gravações do julgamento em particular ao depoimento do e de Testemunhas que eram titulares de cargos públicos na altura estavam em Tribunal nessa qualidade Pedro Batista Lopes o ex-presidente do Conselho de administração do Hospital do Barreiro e Miguel Guimarães ex bastonário da ordem dos médicos esperei uma resposta durante 5 meses Trial do Barreiro boa tarde bom dia estou sim Bom dia Daqui falem nas rochas sou jornalista do público estou ligar para saber o estado de de um requerimento que fiz estou ligado porque tenho feito alguns requerimentos e já fiz em setembro e em novembro outra vez e não recebi resposta Já fiz o requerimento em novembro mas disseram-me que iria para a juíza na sexta-feira queria saber se já tem resposta já passou o prazo há uma semana fica a aguardar então vou continuar a aguardar então obrigada no dia 29 de Fevereiro deste ano Recebi a resposta pedido recusado porque a testemunha Pedro Batista Lopes se opôs a que as gravações fossem utilizadas também o Ministério Público considerou que o pedido devia ser indeferido tendo em conta a oposição das duas partes a juíza Decidiu não dar acesso aos áudios por isso nesta série não vão ouvir sons do julgamento de Jorge Espírito Santo mas como esve presente em todas as sessões de julgamento Vão ouvir transcrições do que se diz em Tribunal lidas pela voz de jornalistas do público fica apenas uma ressalva Estas são transcrições de apontamentos que fiz durante os depoimentos feitos no julgamento O tribunal não me concedeu acesso aos áudios por isso a maneira como serão lidas é apenas ilustrativa e pode não ser 100% fiel àquilo que se disse e à maneira como foi dito na sessão de julgamento neste Episódio olhamos então para a versão desta história contada pela administração do Hospital do Barreiro e ouvimos os argumentos apresentados por todas as partes em Tribunal Afinal Jorge Espírito Santo cometeu ou não um crime [Música] Esta é uma série de C episódios sobre um caso que caiu no esquecimento mas que levanta questões sobre a privacidade dos dados clnicos de todos os portugueses é história de um médico que quis fazer frente a um hospital e acabou ele próprio no banco dos [Música] réus Esta é a série O denunciante eu sou in Rocha Episódio 4 o julgamento são 10 da manhã do dia 19 de abril de 2023 o julgamento de Jorge Espírito Santo está prestes a começar o átrio do tribunal do Barreiro está composto aqui cabem quase todos os envolvidos neste processo incluindo aqueles que não ouvimos nesta série Jorge conversa com o seu advogado Mauro Vicente e uma colega do sindicato ao seu lado está a sua mulher que vem assistir aos a un metos de distância Pedro batia Lopes o ex-presidente do Conselho de administração do Hospital do Barreiro que nesta altura é administrador do hospital de Setúbal e autor da queixa que troue Jorge Espírito Santo a tribunal vem como testemunha daqui a pouco irei abordá-lo irá dizer que não fala comigo não Ases sociis reg no chamaram a atenção de Jorge Espírito Santo São testemunhas no caso posso só dar uma palavrinha abordo as mas também recusam prestar declarações depois da chamada e de todos entrarem na sala de audiências às 10:58 o julgamento de Jorge Espírito Santo vai finalmente começar de forma solene os dois advogados vestem a toga um em cada ponta da sala o espaço é austero toda a área do chão às Paredes e ao teto está coberto de uma madeira a laranja Jor Espírito está no centro na mesa em frente onde se sentará a juíza está também o representante do Ministério Público quando a juíza Maria João cdio Entra na sala todos se levantam a juíza cumprimenta os presentes e senta-se em frente ao argo Bom dia faça o favor de sentar todos voltam a sentar-se exceto Jorge Espírito Santo a juíza resume o que o traz ali Senor dout sabe a qualidade em que hoje está em Tribunal não é ass nacia do ncia é preferido nos autos vem pronunciado pelo crime de violação do dever de sigilo explica o arguido que tem o direito de permanecer em silêncio mas também pode prestar declarações o arguido diz que quer falar e explica ao tribunal o que o traz ali no fundo sou acusado de ter consultado o meu advogado no contexto de uma denúncia que fiz nos minutos seguintes conta a juíza a mesma história que me contou no primeiro episódio sobre como surgiu a primeira suspeita o que aconteceu foi que na ficha de um doente meu internado numa cama do serviço reparei que tinha havido uma entrada de um profissional não médico com perfil médico e como alertou o diretor Clínico mas nunca mais recebeu qualquer resposta no final do depoimento é chamada a primeira testemunha Pedro Batista Lopes o antigo presidente do Centro Hospitalar do Barreiro Montijo e autor da caixa que desencadeou este processo Entra na sala de audiências é então questionado pela juíza e pelo procurador do Ministério Público explica que foram os advogados do hospital que perceberam ao ler o processo que estava a decorrer no DIAP de Lisboa que Jorge Espírito Santo tinha enviado um print screen de uma ficha clínica para fora da rede interna do hospital e por isso o administrador decidiu fazer queixa Senhor Pedro quando tomou o conhecimento desta questão O que é que pensou da situação achava que a situação merecia contestação chamada de atenção esclarecimento e se teve reação a qual foi enquanto administrador do hospital bem depois de ter tido conhecimento da leitura dos Altos referidos entendi que havia informação clínica que tinha saído foro hospitalar para o círculo fora do hospital circunstância que me pareceu incorreta e foi a única circunstância que lhe pareceu incorreta sim o procurador do Ministério Público continua a questionar a testemunha o Senhor Pedro tem noção que houve um relatório elaborado pela comissão nacional de proteção de dados que concluiu que de facto existia uma violação de princípios de minimização de dados de integridade de confidencialidade tem noção disso eh sim a juíza pergunta então ao administrador se antes de apresentar queixa conversou com o médico que na altura ainda era funcionário do hospital confrontaram com a situação antes de apresentar queixa confrontaram com a situação não Por algum motivo não entendemos que era nosso dever enquanto representantes do hospital dar a conhecer ao Ministério Público esta situação nesta altura já depois de ter ouvido o arguido a juíza procura ouvir a versão do Conselho de administração sobre o início de todo este processo Pedro Batista Lopes conta então a história do lado do hospital sabemos a versão de Jorge espírito santo que enviou um e-mail de alerta ao diretor clínico e que depois da resposta inicial a dizer que iria avaliar nunca mais recebeu resposta além desta troca de mensagens com o direto Clínico em que se coloca em causa que médicos possam estar a ceder as suas credenciais para terceiros não médicos a cederem ao sistema teve noção se foi dada Mais alguma explicação ao arguido não tenho essa informação o diretor Clínico partilhou connosco as diligências que fez se as comunicou ou não orgu não sei mas na altura ficamos relativamente tranquilos com as diligências que levou a cabo então que diligências foram essas e o que tranquilizador resultou das mesmas verificamos que os registros tinham sido feitos por uma assistente social na sua utilização legítima rapidamente o diretor Clínico constatou que se tratava da mesma profissional mas de um lado assa de uma forma do outro com outro nome Portanto o seu acesso era legitimado dela e das demais assistentes sociais pareceu-nos que não havia aqui a utilização que era o que estava a ser invocado de um perfil médico a ser usado por uma assistente social a versão que Pedro Batista Lopes apresenta aqui em Tribunal é a mesma que o diretor Clínico descreveu no depoimento que fez a igas Luís Santos Pinheiro assumiu que as diligências que levou a cabo foram bastante simples limitou olhar para a estrutura do S Clínico percebeu que o registro tinha sido feito por uma assistente social com conta própria e isso Descansou com essa informação Descansou também o Conselho de administração Afinal tinha sido Uma Simples confusão de nomes a julgar pela explicação do diretor clínico e também do Presidente do Conselho de administração este caso faz lembrar o clássico jogo do telefone estragado para quem não conhece é um jogo em grupo em que uma frase ou palavra é transmitida ao ouvido de um jogador esse jogador Transmite ao ouvido do próximo e assim sucessivamente em cadeia o último participante revela a mensagem em voz alta Caso seja diferente da mensagem original todos perdem no hospital do Barreiro podemos dizer que o telefone também ficou estragado após a denúncia de Jorge espírito santo vamos à mensagem original ao alerta que o médico enviou ao diretor Clínico em agosto de 2017 aqui para proteção da identidade da assistente social em causa vamos dar-lhe um nome fictício Maria de Lourdes Santos Silva Jorge Espírito Santo escreve a Luís Pinheiro a questão que se coloca é de saber como pode ser dado o nível de acesso médico ao S Clínico a um profissional não médico que entra na aplicação com uma identidade de especialista de medicina interna esta situação pode pôr em causa o sigilo da informação Clínica pelo que enviou esta mensagem para lhe perguntar se é do seu conhecimento esta situação e se sabe quem deu permissão e criou um perfil de identidade para a doutora Lourdes Silva aceder ao S Clínico como profissional médico desta mensagem percebemos que a preocupação de Jorge é saber como esta assistente social pode ter um perfil de médico especialidade medicina interna o foco está em quem lhe deu o perfil ou seja na estrutura do Hospital Jorge nunca acusa a profissional de forjar o que quer que seja mas no print screen em anexo há um pormenor no topo da janela do S Clínico há um nome o nome de perfil da profissional no sistema no caso seria Maria Santos Silva e embaixo no fim do texto escrito pela assistente social há uma assinatura com outro nome neste caso Lourdes Santos Silva é uma discrepância de nomes muito comum em qualquer organização em Portugal onde as pessoas têm mais do que o nome próprio e vários apelidos mas ao ver o print screen a hipótese que o diretor Clínico coloca é de que assistente social tivesse usado a password de uma médica com um nome parecido as diligências que faz são com base nesta hipótese a partir daí os Mal entendidos sucedem-se em Tribunal assistente social Maria de Lurdes Silva conta à juíza que um dia foi chamada ao gabinete do Conselho de administração e fizeram-lhe uma pergunta estranha fui chamada ao Conselho de administração para me perguntarem Quem era a Maria Silva e eu disse a Maria Silva sou eu foi chamada assim sim chamaram-me ao conselho de adist depois de ter havido uma queixa de alguém de que eu estava a utilizar uma password de uma médica chamada Maria Silva e eu disse Maria Silva sou eu sabemos que aqui o telefone já está estragado Jorge nunca acusou O assistente social de usar o perfil de outra pessoa portanto nem o Conselho de administração tinha noção no nome completo da doutora ou não tinha presente sim eu sou Maria mas desde criança que me chamam Lourdes e respondo profissionalmente por Lurdes não é sim portanto haveria notícia de que a doutora Maria estaria a usar a password da dout urtes sim que eram a mesma pessoa sim ao sentir que estavam a acusar de algo grave a assistente social seguiu do gabinete do Conselho de administração para o de Jorge Espírito Santo no próprio dia dirigi-me ao gabinete de Jorge Espírito Santo e perguntei-lhe se sabia qual o meu nome como é que me chamava E ele disse Lourdes mas que perguntar isso e eu disse é só para o informar que me chamo Maria de Lourdes Silva Só isto no depoimento que faz a igas Luís Santos Pinheiro reduz o caso a isto a uma mera confusão de nomes um conflito entre colegas dá a entender que a confusão que Jorge fez seria facilmente esclarecida através de uma conversa com a colega que conhecia há vários anos foi exatamente o que Pedro Batista Lopes disse também à juíza portanto esta alerta do doutor não tinha razão de ser a senhora tinha profu próprio que não era médico sim e aliás a assistente social trabalha há longos anos com o arguido na mesma equipa multidisciplinar na unidade de Oncologia portanto pareceu-nos na altura que o próprio arguido Se tivesse ido perguntar à colega esta situação teria sido resolvida os senhores acharam que teria de perguntar resolver a questão a isso entendiam que não tendo reportado aou arguido o resultado das diligências o mesmo e a junta assistente social indagar o que podia estar a acontecer acho que ser uma possibilidade São pessoas que trabalham em parceria partilham informação partilham espaço o problema é que não foi nada disto que aconteceu a mensagem original de Jorge espírito santo não foi Uma Simples confusão de nomes não eu eu sabia quem era ou seja eh no fim do registro há uma identificação feita pela própria e portanto eu eu percebi Quem era não não não não é o caso a questão nunca foi essa a questão foi que a forma como foi feito o acesso ao S clínico é é própria de um médico e foi essa a minha perceção e foi por isso que lhe chamou perfil falso porque não ela não devia ter um perfil chamei-lhe sim porque o o perfil o peril aquilo não foi falsificado adulterado a pessoa não fez batota é evidente que não não não criou uma coisa não não foi Não não é isso que tá não é isso que tá em casa de todo só que aquele perfil de acesso é um perfil exclusivo de médicos todas as pessoas que tenham esse perfil de acesso não sendo médicos estão a aceder a um a uma publicação ainda por cima um processo Clínico eletrónico onde se registram dados clínicos e com perfil falso não é porque não é esse o seu perfil Não é esse o seu perfil técnico Não é esse o seu perfil funcional e não são essas as suas funções esta preocupação do médico havia de ser validada pela inspeção da comissão nacional de proteção de dados Afinal o perfil das assistentes sociais era de facto de técnico como o diretor Clínico apurou mas tinha associado um código que lhe dava permissões de médico ainda assim tanto nas declarações à inspeção Geral das atividades em saúde como em Tribunal o hospital mantém a versão da confusão de nomes a juíza não aceita o argumento perante o ex-administrador do Hospital Maria João serôdio insiste as diligências feitas pelo diretor Clínico aparentemente tranquilizadoras nunca chegaram a ser comunicadas a Jorge Espírito Santo a última resposta que o médico teve dizia que numa análise preliminar o que parecia é que teria sido o médico aceder a sua password à assistente social o senhor doutor tinha a noção de que a última notícia que o arguido teve é que o diretor Clínico colocava a hipótese de um médico estar a facultar o seu perfil ao não médico Esse foi o motivo de investigação do diretor Clínico pronto mas senhor diretor clínico é que fornece essa explicação o arguido não fornece essa explicação é neste momento que fica evidente a grande contradição das explicações do Conselho de administração em relação a este caso Pedro Batista Lopes diz que as diligências de Santos Pinheiro foram tranquilizadoras porque ninguém estava a usurpar perfis O problema é que nunca foi essa a hipótese colocada por jorges Foi sim a hipótese colocada por Luís Pinheiro a hipótese colocada pelo arguido não é essa a hipótese que o arguido coloca é que tenha sido criado para a doutora lures um perfil médico e o Dr Pinheiro responde uma análise preliminar não é isso que me parece parece-me que há um médico que faculta o seu perfil lá doutora lures vou tentar perceber porque é que a doutora não usou o seu próprio perfil está a verso Doutora não sei que comunicação o diretor Clínico estabeleceu cor arguido ó soutor o senhor juntou ao processo o senhor assinou a queixa e juntou um documento é desse documento que estou a falar tinha a noção do teor completo das mensagens sim recordo-me desses dois factos um de ter sido colocada essa questão pelo arguido dois de o diretor Clínico ter ficado preocupado com aquilo que ouviu recordo-me que tomou diligências para apurar os factos em que termos é que apurou e o que é que pronunciou ao arguido não sei portanto tanto quanto sabe a última coisa que foi transmitida a orgo foi que iaam indagar e que havia a possibilidade de um médico facultar o seu perfil sim muito bem como sabemos é esta troca de e-mails sem resposta que Jorge vai encaminhar para o advogado Jorge mata e é este e-mail que vai dar origem à queixa do Hospital do Barreiro Mauro Vicente O Advogado do ído questiona a testemunha sobre uma contradição que encontrou neste caso S Doutor pedia que lesse esse documento apenas para tentar perceber se esse é o documento que o soutor referiu ao seu procurador quando disse que em reunião do conselho de administração teve conhecimento do e-mail que foi dirigido ao diretor Clínico se é esse documento em concreto do que estamos a falar eh da mória que tenho acho que é este o e-mail é esse o documento pareceu-me que sim muito obrigado ó setor então pergunto o seguinte oor disse que era administrador hospitalar Qual era a função que exercia à data dos Factos era Presidente do Conselho de administração Presidente do Conselho de administração portanto representava o hospital grosso modo é isso exatamente mandatário do hospital posso dizer assim sim muito bem ó soutor os administradores hospitalares em concreto o Presidente do Conselho de administração T acesso à informação Clínica dos doentes não poror não é um profissional de prestação de cuidados não tem acesso à informação muito bem o meu esclarecimento é muito concreto se se o soutor teve acesso a este e-mail que contém informação que deu origem este processo crime o soutor não teve a preocupação de dizer ao seu diretor Clínico atenção que está a violar o segredo profissional e eu também não teve essa preocupação o senhor não é médico não não sou médico não está a perceber a minha questão Sim este processo existe porque o Senhor entendeu que o Dr contactou com o seu mandatário e pediu esclarecimentos jurídicos é disso que estamos a falar o soutor não é médico não tem acesso aos processos clínicos e no entanto afirmou aqui perentoriamente que numa reunião do conselho de administração o seu diretor clínico médico lhe transmitiu informação clínica que está na base deste processo de violação de segredo isso para si não lhe causou impressão na altura não causou impressão é mandatário do hospital não porque tinha o diretor Clínico estava a colocar uma questão e que era importante e portanto não viu nenhum problema o caso do se tor que está aqui como arguido também tinha uma questão a colocar ao seu advogado achou que isso era censurável e a sua atuação não é isso o que achei censurável na altura foi que a informação tenha saído do circuito do hospital para fora isso preocupou-se a comunicação para o Dr Jorge mata do meu ponto de vista devia ter a descrição do que preocuparia o arguido não nos pareceu correto mesmo que o se tor teve acesso e não devia ter não foi eu sou profissional do Cent hospitalar a última testemunha ouvida no julgamento é Miguel Guimarães o ex bastonário da ordem dos médicos entra via vídeochamada já noutra sessão de julgamento em Maio de 2023 Miguel Guimarães defende a atitude de Jorge Espírito Santo Como já tinha defendido na entrevista que me deu em fevereiro de 2023 é que o Dr Espírito Santo fez aquilo que é o dever deontológico do di que é se um doente porventura eh está eh a ser eh colocado em causa aquilo que são os seus direitos eh o nosso código deontológico obviamente que obriga eh obriga a ele e outras pessoas a denunciar as situações e portanto nesta perspectiva eh eu acho que sim Acho que o Dr eh Jorge Espírito Santo eh fez aquilo que me parece que é correto e que devia ter feito agora está em julgamento e vamos ver o que é que existe Quais são as provas que existem lá da parte do hospital perante a juíza Miguel Guimarães Repete aquilo que me disse e diz que deu autorização a Jorge Espírito Santo de divulgar o que tivesse de divulgar para seguir com a denúncia por isso a troca de e-mails foi anexada à queixa às entidades competentes no fim do depoimento do bastonário e antes de Juiz a tomar uma decisão as várias partes fazem as alegações finais começa o procurador do Ministério Público pela prova documental o próprio arguido essencialmente admite a conduta de partilhar dados pessoais sujeitos a se exigir o profissional com terceiros o arguido dias que fez isto e merece toda a credibilidade por parte do Ministério Público o arguido atuou sem justa causa bom o ministério público não consegue responder a essa pergunta perante a prova produzida o Ministério Público entende que não é possível dizer que o arguido atuou sem justa causa desde logo toda a sua conduta de procurar junto as instâncias adequadas da hierarquia do hospital e mais tarde da ordem dos médicos mostra zelo mostra preocupação e mostra cuidado mostra bem o desejo se calhar de que todos os profissionais atuassem assim se atuou com motivos éticos reprováveis eventualmente eh não tem dignidade penal nem constavam da acusação portanto isto não interessa eh do ponto de vista penal o ministério pública entende que o arguido não praticou nenhum crime e não deve ser condenado pela prática do crime pelo qual foi pronunciado seguem-se as alegações do advogado do hospital Pedro Neves Martins repete os argumentos do ex-presidente do Conselho de administração diz que o arguido conhecia as colegas assistentes sociais e portanto Sabia que não estavam a usurpar perfis e afirma que Jorge não aguardou uma resposta formal do Conselho de administração antes de avançar com a denúncia mas sabemos que se passaram 8 meses desde essa comunicação até à denúncia Pedro Neves Martins continua não se pode a nosso ver aceitar que para recorrer a aconselhamento jurídico fosse el qual fosse o arguido tivesse de romper conscientemente o sigilo profissional à que estava abrigado como médico e não pudesse ao invés ter elaborado ou remetido uma exposição suficientemente descritiva ao mandatário do Sindicato desacompanhada de revelações quer de quaisquer comunicações internas do Centro Hospitalar Barreiro de Montijo quer desacompanhada de quaisquer dados pessoais dos utentes Nem que fosse por mera cautela e assim é merecida a nossa Total censura e pedimos também a deste tribunal o arguido não pediu consentimento ao titular destes dados para a respectiva revelação sobrepondo O que foi o seu processo de intenções justificado ou não na sua Ótica aos seus deveres profissionais legais e deontológicos para C tente e por fim as alegações do mandatário do arguido Mauro Vicente começa com uma provocação apetece-me dizer e vou dizer que estamos perante um processo CAF queano e porquê Porque em última instância estaríamos aqui neste momento quase sobre a égide e a espada do direito e para quem é crente a rezar ao Senhor para que o senhor digno representante do Ministério Público não extraia imediatamente certidão de tudo o que se passou nesta audiência de julgamento E por quê Porque todos nós violamos o segredo profissional objetivamente fizemo-lo fizemo-lo porque tivemos acesso a elementos pessoais que constam do processo perante o tribunal Mauro Vicente afirma que seria impossível Jorge estar a praticar um crime uma vez que só tratou deste caso entre médicos o bastonário de ordem dos médicos os médicos do sindicato todos abrangidos por segredo profissional depois dirige-se diretamente ao advogado do hospital Pedro Neves Martins e finalmente fica-lhe muito mal era o que mais faltava se o arguido violasse segredo profissional se contactasse nos termos constitucionalmente consagrados com um advogado para defender os seus interesses e um interesse de natureza pública Aliás não quero dar ideias mas a testemunha Dr Pedro Batista Lopes não é médico e no entanto teve acesso a essa informação mas essa informação veio do diretor clínico médico mais confessou que este documento foi analisado numa reunião com não médicos e pasme-se contratou o ilícito colega enquanto advogado para Patrocinar uma ação contra um médico exatamente o mesmo procedimento que o Dr Jorge Espírito Santo faz provavelmente estamos perante um potencial arguido o advogado conclui era o que mais faltava se denúncias e exercícios de direito em prol da comunidade e do interesse público preenchessem este ilícito muito mal e ao estado de direito democrático Muito obrigado ao ouvir Mauro Vicente tornou-se Óbvio para mim que este processo tem de facto algo de caqui ano a verdade é que a vontade de denunciar uma violação de dados de utentes no hospital do Barreiro fez com que Jorge violasse os dados de um utente depois o Conselho de administração vendo essa violação quis denunciar o médico e ao fazê-lo teve exatamente o mesmo procedimento fez com que os dados daquele utente fossem acedidos pelos advogados do Hospital pelos Procuradores do Ministério Público por funcionários judiciais e abriu portas a que jornalistas como eu pudessem querer consultar o processo que inclui exatamente os dados que se queriam ocultar e no limite Logo no início o próprio Conselho de administração não poderia ter visto a comunicação feita por Jorge ao diretor Clínico com um print screen com dados de um utente porque é constituído por profissionais não médicos no meio disto tudo o que é que pesará mais para o tribunal Será que que Jorge Espírito Santo deve ser responsabilizado pelo que fez neste caso o objetivo do médico proteger os dados dos utentes de todo o hospital justificará os meios que utilizou é isso que vamos descobrir no próximo episódio só consigo fazer esta leitura dia 19 de junho de segunda-feira é conveniente no próximo Episódio vamos conhecer a decisão do tribunal tiramos conclusões sobre este processo e sobre como ficam os nossos dados num serviço Nacional de saúde muito mais digital quando o nosso processo clínico que for acessível por públicos privados setor social e até por outros países da União Europeia o denunciante é um podcast da autoria da jornalista Inês Rocha para o jornal público O trabalho teve o apoio de uma bolsa de investigação jornalística da fundação carus glan neste Episódio ouvimos os depoimentos feitos em tribunal na voz de Ana henries Sérgio Gomes Samuel alemão tambémo dav pontes e Camilo sold a plastia e a música original é de José Martins Polónia a coordenação é de Patrícia Jesus se gostou deste Episódio Não deixe de seguir o denunciante na sua apliação preferida este podcast é apoiado pela ltp Labs uma empresa comprometida com a integridade dos dados que Recolhe e trabalha para os seus parceiros