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Olá seja bem-vindo a este Episódio 260 daí o resto da história com Rui Ramos e João Miguel Tavares Hoje é um dia muito especial daí esta minha voz extremamente entusiasmada e um programa especialíssimo porque foi há precisamente 5 anos no dia 3 de julho de 2019 que nasceu u e o resto da história hã Já viste ao fim de 5 anos 260 episódios e 7,5 milhões de downloads aqui estamos nós com o mesmo entusiasmo do primeiro dia ou ainda mais ainda mais ainda mais entusiasm cada vez mais entusiasmado e e neste intervalo de tempo e o resto da história transformamos como se sabe num podcast de sucesso e por isso vai daqui um agradecimento muito especial pela atenção que nos tem sido dispensada Muito obrigado a quem nos ouve eu espero que continuem desse lado por muitos mais anos e parabéns também para ti Rui pelo teu talento trabalho e por tudo o que temos aprendido contigo ao longo destes anos como dizem sempre muitos ouvidos verdadeiro serviço público bom nós estivemos a pensar no que poderíamos oferecer aos nossos ouvintes assim mesmo de especial nesta ocasião e surgiu noos esta ideia escolher os cinco momentos mais marcantes da história de Portugal Então são 5 anos de vida e cinco momentos da história de Portugal Rui o desafio é este portanto se um turista cheio de pressa te apanhar ali na na baixa de Lisboa ou no centro do Porto e te pedir para resumir os 900 anos da história de Portugal em cinco acontecimentos absolutamente fundamentais que cinco acontecimentos é que escolherias um por cada ano do resto da história vou começar por confessar uma coisa eu ia fazer batota Faço sempre R Ah não é fácil escolher cinco momentos numa história de 900 anos há muito para onde escolher e clar tu tens a versão a escolher coisas óbvias portanto Aposto que não vai aparecer a batalha de alos barrot Vamos ser tão tão extremos como ISO bem mas eu escolhi cinco momentos que têm estas características confirmam são momentos que confirmam ou lançam outros momentos marcantes da história de Portugal portanto desta maneira os momentos que escolhi remetem para outros momentos anteriores e posteriores e portanto permitem são mais do que cinco momentos verdadeiramente aquil que eu escolhido e ah essa que é batota sim de uma certa maneira acab escolher mais mais do que um quer dizer mais do que um em cada um escolhe mais tem mais cada um remete para outros M fazias isso mas não confessava tua intidade intelectual é terrível um p eu acho que H acho que vale a pena confessar precisamente até para justificar que estes são cinco momentos marcantes da história de Portugal vamos ver p o primeiro momento muito bem perega aí pera aí isto não é assim sem mais nem menos que isto como é um programa especial eu arranjei um sonzinho que é para não serem assim virem todos de seguida sem nenhum cortezinho pera aí eu arranjei um um portant Isto é introduzido com o momento mical sim sim é introduzido com um momento musical que o Bernardo nos arranjou Muito obrigado Queres ver olha cá pronto lá está eu tinha pedido um um um tiro de canhão napoleónico mas o Bernard não arranjou ao lamentável este este este parece mais simpático do que o do o momento Bélio bem o Primeiro Momento o primeiro momento já falamos aqui dele aliás dos vários momentos penso que falamos de quase todos nestes programas durante 5 anos o quer dizer que estamos a cobrir momentos essenciais da história que temos andado a cobrir momentos essenciais da história de Portugal o primeiro momento é a crise dinástica de 1383 Isto é o momento em que o mestre de Avis O Dom João filho do Rei Dom Pedro o irmão do Rei Dom Fernando contestou o plano de e da rainha Dona Leonard Teles e do seu Favorito cond deio para fazerem e suceder ao Rei Dom Fernando que tinha morrido a sua filha a Infante Dona Beatriz casada com o rei de Castela e como nós falamos aqui disso como sabem eu esta revolta do esta revolta em Lisboa do mestre Davis vai levar depois à aclamação do mestre Como Rei de Portugal e à Batalha de al barota em 1385 eh bem podem dizer-me agora aou escolher este como o Primeiro Momento marcante Então e o primeiro momento não aquele em que Dom Alfonso Henriques decara rei de Portugal no século 12 e e inici autonomia do reino de Portugal e sem dúvida que sim sem dúvida que esse é um momento crucial é o momento da fundação Então porque é que eu escolhi 1383 e razão é esta Porque se o rei de Castela se tivesse Tornado Rei de Portugal em 1383 e e Portugal tivesse ficado unido a Castela a partir deste fim do século XIV Há a possibilidade temos de admitir a possibilidade que o reino de Portugal tivesse ficado na história apenas como um reino medieval dos séculos 12 13 e 14 como outros reinos medievais peninsulares que também foram Independentes na idade média e que a partir dos séculos XV e 16 acabaram por se sumir na coroa de Castela houve um reino da Galiza houve um reino de Aragão houve outros reinos Independentes durante durante pouco tempo durante muito tempo durante ao longo da idade média que depois desapareceram com a afirmação da monarquia eh da monarquia dos Reis Castela que em 1383 e sim eu diria que o em 1383 teve dois efeitos quer dizer garantiu que o reino de Portugal se a manter independente nos séculos XV e 16 Isto é no momento crucial da expansão ultramarina e o que é que isto quer dizer quer dizer que os navegadores portugueses e que descobriram e que mandaram a conquistar depois territórios No resto do mundo o fizeram Em Nome do Rei de Portugal e não Em Nome do Rei de Castela ou do Rei de Castela com como o rei de Portugal portanto este este é um Este é algo muito importante quer dizer isto é foi é depois o reino de Portugal que faz os descobrimentos aqueles descobrimentos que que que vão depois constituir o império Português mas também 1383 e 1385 portanto a revolta de 1383 e depois a batalha de als barrot em 1385 criaram uma memória fundamental de resistência de recusa na integração em Castela Isto é há de repente ali uma população que diz Nós não somos Castelhanos não queremos ter o reino de Castela certo tu achas que vai ter Impacto após a morte de Dom Sebastião É isso mesmo depois em 1580 quando finalmente Portugal é unido à monarquia de Filipe I reparem nesse momento e Portugal par aí e segue o destino dos outros reinos da Península Ibérica mas estes estes séculos Isto é este século XV e este século X deram ASO muita coisa eh Nessa altura já a memória das navegações e das conquistas ultramarinas Isto é como a ideia desta projeção Imperial do reino de Portugal e há Os Lusíadas também Isto é cá escreve em português os luzid das eh Há uma literatura Nacional de grande qualidade reconhecida reconhecida na Europa portanto era demasiado tarde para Portugal se desvanecer na numa monarquia ibérica ora em 1383 nós ainda não temos estas coisas Portanto o que eu estou a dizer é assim talvez Portugal tivesse mais tarde recuperado a sua autonomia Porque nós não estamos aqui não temos a certeza os contrafactuais em história não são certos eh mas Digamos que estes dois séculos de independência garantidos pela revolta do mestre Davis em 1383 garantiram mesmo que o reino de Portugal seria muito mais difícil apum ar o reino de Portugal do que os outros reinos ibéricos e Alé disso criou outras coisas também 1383 85 A Revolta do mestre Avis por exemplo também criou a alianç a tradição da Aliança da Aliança inglesa por exemplo sim que dura durou até hoje verdadeiramente Ok Isso foi o primeiro momento o primeiro momento e agora vamos para o segundo momento ou são espar aí segundo momento segundo momento Aposta que até hoje nunca tinhas tido uma introdução acho que nas conferências que estudá não costuma a ver estes sons Anes começares a falar falta nesses sons é uma que gostava de de introduzir isso também h o segundo momento tal a também talvez não seja o que os nossos ouvintes poderiam estar a esperar vou já dizer não é a viagem de Vasco da Gama à Índia de 1497 98 embora essa viagem seja absolutamente fundamental Não estou a negar a sua importância mas é a batalha de Dio eh na costa da índia em 2 de Fevereiro de 1509 eh nesse dia e uma armada portuguesa com 19 navios 1600 homens de tripulação comandada pelo primeiro vice-rei da Índia o Dom Francisco de Almeida derrotou uma armada do sultão e do Egito comandada pelo Emir usin uma armada que tinha vindo do Mar Vermelho e depois tinha sido reforçada com outras eh Armadas locais do do Rei de cambaia por exemplo eh esta armada egípcia já tinha no ano anterior em 1508 derrotado um uma força naval Portuguesa em shaul e uma força naval aliás comandada pelo filho do vice-rei O Do louren de Almeida o que deu as aquela famosa frase que foi atribuída ao Dom Francisco de Almeida e quem comeu o frango tem de comer o galo ou pagalo quer dizer Portanto ele resolveu fazer fazer com que eles pagassem o frango e e e dois de feveriro de 1509 ao Largo de de Dio toda a frota egípcia foi destruída pelo pela armada Portuguesa de Dom Francisco de Almeida eh esta armada tinha chegado à Índia em 1505 portanto 7 anos depois de Vasco da Gama claro que já tinha não era tinham chegado entretanto Tod As armadas não era a primeira grande armada que tinha chegado à Índia viia do Pedro Álvares Cabral que pelo caminho descobriu o Brasil em em 1500 Mas se a armada do sultão do Egito que era a única força naval no Índico capaz de desafiar os portugueses em pé de igualdade se essa armada tivesse Vencido o Dom Francisco de Almeida em 1509 os portugueses teriam sido varridos do mar e do mar Índico Ora ora bem nós temos de pensar que o comércio eh nesta época estava intimamente associado ao poder militar Isto é fazia comércio no mar quem mandava no mar quem tinha Armadas militares quer dizer para garantir que não havia piratas que não havia outros outras as forças Navais a tentarem e a tentar a tentar capturar eh os barcos de comércio portugueses podas podias não mandar em terra não é não mandas não mas tinhas mand terra não mavas mas tinhas de mandar no mar Ora bem imaginam Portanto vamos imaginar que a armada do Dom Franciso de Almeida em vez de ter vencido tinha tinha perdido É verdade o Rei Dom Manuel em Lisboa Podia ter mandado outra armada tinha recebido a notícia Foi a nossas Armadas foram destruídas o índigo Vamos mandar outras mas mas entretanto O que é que teria acontecido bem mas entretanto o comércio tinha sido interrompido a e ia provavelmente parecer sim Primeiro que lá chegasse um ano dois H Portanto o comércio teria sido interrompido ia aparecer certamente que as despesas militares começavam a ser maiores do que as receitas comerciais uhum eh e talvez houvesse Conselheiros do rei como o velho do restelo no jia das Camões a dizer e pá a dizer talvez isto não seja um grande S sim Portanto o que é que isto podia ter acontecido e Imaginem que teria convencido o rei bem não é um grande negócio de verdadeiramente isto queria dizer que a viagem do Vasco da Gama podia ter ficado em vez de ser o princípio do domínio português no mar nos mares da da Ásia podia ter ficado por e simplesmente como uma viagem de descobrimento uma espécie de viagem de Fernando Magalhães eh portanto a batalha de Dio no dia 2 de Fevereiro de 1509 confirmou um domínio militar português no Índico no Índico que permitiu depois ao Afonso Dal alquer que sucedeu no governo da Índia ao do Governo da Índia Portuguesa ao eh Dom Francisco de Almeida conquistar go em 1510 e portanto lançou um ascendente português no comércio marítimo eh da Ásia que explica a importância depois que os portugueses tiveram no comércio eh da Índia enfim toda aquela zona que hoje é Indonésia e da China e do Japão de que falamos aqui há un há uns programas atrás portanto esta Vitória de 1509 do de feira de 1509 Dom Francisco de Almeida indio é absolutamente fundamental ou seja tão importante como chegar à Índia era manter a carrea era manter a carreira das Índias tão importante como abrir a porta foi manter a porta aberta quer dizer ou tal À vezes até ainda mais importante muito bem certo então vamos para o terceiro momento e então o terceiro momento vamos saltar agora várias un SOS eh e e também posso ter saltado coisas que os ouvintes estariam à espera de de que eu referisse mas o terceiro momento é no princípio do século XIX eh e é o fim do Reino Unido de Portugal do Brasil e dos algarves era assim que se chamava a monarquia Portuguesa em 1822 é a separação exato do reino do Brasil em em setembro de 1822 eh o reino do Brasil tornou-se o império o emperador é o príncipe real portug que estava no Brasil o filho de Dom João VI e e este é o grande momento do começo da época contemporânea em Portugal e em 1822 Portugal era parte de uma monarquia Inter Intercontinental eh Portugal não era a parte mais importante como tinham dito vários Conselheiros do eh Rei Dom João VI antes de 1820 a parte mais importante era o Brasil toda a gente tinha essa noção o Brasil tinha então uma população nas as cidades e nas zonas de colonização eh portanto sem contar com os índios eh talvez com equivalente à população portuguesa se contarmos também os escravos de origem africana era uma grande concentração de escravos o Brasil mas o seu comércio era uma das grandes Fontes da receita da monarquia Portuguesa e mais do que isso o Brasil era a garantia da independência dos reinos de Portugal do dos reis de Portugal na Europa Isto é os reis de Portugal na Europa estavam num reino pequeno ameaçado pelas outras e pelos outros estados europeus e no Brasil e por isso é que Dom João VI tinha que tinha ficado no Brasil depois de 1807 o Rei de Portugal estava digamos à vontade não estava ameaçado diretamente por Ingleses franceses e espanhóis e tudo isso ficou em causa em 1822 portanto porque há gente que acha que o Brasil garantia também a independência dos reis de Portugal e ao perder-se o Brasil essa Independência também podia estar em causa foi grande trauma nacional é não é bem o grande trauma Nacional mas é aquilo que muda a vida nacional quer dizer tem obriga a mudar a vida nacional é verdade que esta relação de Portugal com o Brasil não era uma relação pacífica em 1820 tinha havido uma revolução em Portugal a Revolução Liberal agosto de 1820 no porto em grande medida motivada porque o Dom João VI eh tinha preferido ficar no Brasil mesmo depois do fim das Guerras eh com a França H eh em 1820 os portugueses sentiam-se a colónia do Brasil uma colónia do Brasil IST está o governo estava no Rio de Janeiro o governo principal havia também um governo em Lisboa e os os liberais em 1820 não quiseram apenas dar uma constituição ao reino de Portugal mas quiseram voltar a situar a capital da monarquia eh Portuguesa em Lisboa e isso vai provocar nos anos entre 1820 e 1822 a revolta do Brasil então é o Brasil que começa a sentir-se outra vez uma colónia de Portugal quando Afinal já tinha sido a cabeça do eh Império durante uma uma série de anos agora eh nós sabemos falamos aqui da vila francar de 1823 H há um ano sabemos que esta perda do Brasil eh pôs toda a gente em Portugal contra o governo Liberal Isto é a gente culpou o governo Liberal pela perda do Brasil mas ainda tinham a esperança eh de voltar E a unir-se em Portugal se derrubasse o governo de Lisboa eh e e quando se percebeu e este é que é o ponto mas quando se percebeu que a perda do Brasil era eh definitiva Isto é que não haveria possibilidades de voltar a reconstituir o Reino Unido de Portugal do Brasil e dos algarves que existia em 1822 essa perda do Brasil vai servir de grande razão para fazer reformas em Portugal as grandes reformas liberais em 1832 em plena guerra civil o Mouzinho da Silveira que é o grande Ministro reform reformador eh do governo Liberal o que é que ele vai invocar para justificar estas eh as grandes reformas que ele vai fazer ele vai dizer que se perdeu perdeu-se o Brasil perdeu-se a receita do Brasil e portanto o país tem de mudar tem de se tornar aquilo que nós hoje diríamos mais competitivo isso é eh e por isso isso por isso lançou uma enorme revolução Legislativa que acabou com o chamado antiga regime As instituições tradicionais que segundo Mazinho da Silveira era um impedimento à criação de riqueza como os morgados as rendas da nobreza os Conventos aquela mistura que havia entre administração e justiça Isto é a perda do Brasil justificou o aspeto radical que o liberalismo teve em Portugal no século eh XIX portanto animado por esta ideia que é nós vivíamos dos rendimentos externos dos rendimentos do comércio do Brasil esses rendimentos acabaram agora temos de viver do do trabalho dentro do Portugal europeu e portanto temos de fazer essa essas enormes mudanças também há uma outra ideia também uma outra ideia aqui houve outras ideias que começaram aqui portanto uma das ideias foi esta o país tem de mudar todo o país e começou de facto a mudar em 1832 10 anos depois da perda do Brasil e há uma outra ideia que é a ideia de criar outros brasis Isto é perdemos um Brasil temos de arranjar outro Brasil Isto vai explicar a colonização da África a partir do fim do século X depois até o empenho de vários regimes Monarquia Constitucional primeira república o estado novo até 1974 em manter as colónias Isto é a ideia de Portugal precisa de um Brasil precisa de outro Brasil agora já seria em África por exemplo Angola e e também a ideia Outra ideia também que que esta esta perda do Brasil e sugere em 1974 1975 durante a descolonização a ideia de que a descolonização seria o m mesmo que tinha acontecido em 1822 Isto é a criação de brasis Independentes portanto a perda do Brasil ficou como uma espécie de um um para um modelo da história quer dizer que vai inspirar os portugueses em vários momentos da sua história nos 200 anos seguintes e para mudarem completamente Portugal para tentarem arranjar outro Brasil ou para se consolar com a perda das colónias dizendo não não Isto foi a criação de um outro Brasil independente nós estamos a Celebrar o nosso quint aniversário um dia muito bonito e então o desafio que lançamos aos nossos ouvintes e também ao Rui foi escolher cinco momentos da história de Portugal especialmente marcantes como O Rui é o Rui ele foge sempre às coisas mais óbvias bem enfim independência do Brasil talvez pudéssemos dizer que essa tinha que lá Estar mas de resto não hve cal cibir nem coisa nenhuma foi 1383 quando Portugal garante a sua independência de Castela e depois a batalha de Dio e não a chegada de vas da Gama à Índia porque foi aquilo que garantiu a nossa presença na Ásia durante ah mais uns bons 100 anos e mais qualquer coisa não é c e tal anos e e agora tivemos a independência do Brasil mas ainda há mais dois momentos para descobrir Já estamos no século XIX portanto não é preciso ser um grande géo parado de tentar adivinhar que o próximo será já no século XX o grande parento vamos ver vamos ver mas antes disso Ora bem Séc X no sé XX adivin podia podia ter sido Sei lá o mapa Cor de Rosa O Ultimato inglês não foi adh adivinhas é no século X podia ter e o assassinato do Rei Dom Carlos não ah é um assassinato também é um assassinato também o quarto momento também já falamos aqui o quarto momento é a noite Sangrenta de 19 de outubro de 1921 vontade de ser diferente ao Rui eh já falamos aqui num já indicamos um problema Deixa explicar queda da monar para ti não deixa exp deixa deixa explicar o que que porque é que escolhi e obviamente o assassinado do Ron c é é um momento fundamental Mas porque é que escolhi apesar de tudo a a noite Sangrenta 19 de outubro de 1921 a noite falamos aqui delao é uma revolta da esquerda radical do Partido Republicano português o partido dirigido que tinha sido dirigido até 1917 por Afonso Costa e que tinha dominado os governos da República todos os governos da República quase todos os governos da República São dominados pelo por este partido hh E H é uma revolta da aa radical desse partido que levou ao assassinato do chefe de governo na altura um chefe de um governo da direita republicana da chamada direita republicana eh e levou também ao assassinato dos fundadores da República uma Machado Santos e o José Carlos da da Maia que sempre se tinham oposto ao domínio da esquerda radical e anticatólico do Partido Republicano Isto é um momento esta noite Sangrenta de 19 de outubro de 1921 é um momento terrível para a história da primeira república e mas eu vou defender aqui que também é um momento que definiu a história de Portugal no Século XX e porquê eh em 1921 o presidente era o António José de Almeida também uma figura da direita republicana ele era presidente da República desde 1919 e o que é que a república estava a tentar e em 1921 estava a tentar provar que podia ser um regime como tinha sido a Monarquia Constitucional até 1910 Isto é um regime em que dois grandes partidos um de direita e outro de esquerda vamos dizer assim eh alternavam no poder ou podiam alternar no no poder e em 1921 a república tinha um governo da direita republicana desfiada por António granjo que era o o líder da da Dire da direita e o que é que esta revolta uma revolta em Lisboa e Afonso Costa já tinha sido afastado Afonso Costa tinha sido afastado por Sidónio e pais em 1917 Eh tava estava em França nunca mais voltou a Portugal nunca mais esteve em Portugal Ora bem portanto temos um governo da direita republicana com António granjo e o que é que esta revolta armada é uma revolta armada violenta da esquerda radical apoiada na na Guarda Nacional republicana em Lisboa O que é que esta revolta armada eh sugeriu Isto é demonstrou demonstrou que esta a ala radical do Partido Republicano que tinha uma força eh enorme não ia consentir numa rotação pacífica no do no poder na república Isto é que não admitia que a direita republicana governasse quer dizer só eles é que podiam só o Partido Republicano e a aa radical do Partido Republicano é que podiam eh eh eh governar eh sempre que houvesse um governo de que eles não gostassem eles iam eles iam se revoltar iam tentar destruir o governo e depois o massacre e é um massacre em público Estas pessoas que eu aqui falei o António granj o chefe do governo e líder da direita republicana o machado Santos O José Carlos foram foram massacrados em público no meio de multidão Isto é foi um linchamento foram um linchamentos quer dizer pela aquela multidão de militantes da esquerda republicana que os Lin deixaram em público isto isto deu a ideia da Extrema violência a que esta esquerda estava disposta a ir para impedir que mais alguém governasse governasse na república e os brandos costumes pois não eram muito brandos nesta altura e est este esta corrente radical ficou assim conhecida como a corrente outubr precisamente por este 19 de outubro Ora bem esta noite Sangrenta eu diria teve um efeito tremendo na história de Portugal no século XX pareceu provar que uma democracia eleitoral com alternância no Pacífico no poder era impossível em Portugal Isto é esta Esta esquerda radical nunca ia aceitar nunca ia aceitar isso e isto obviamente convenceu muita gente a apoiar em 1922 o movimento das Forças Armadas que instaurou uma ditadura militar em Portugal era parecia ser a ditadura militar parecia ser a única alternativa ao poder desta esquerda radical em Portugal não havia outra quer dizer só só a força V Tu vês na noite Sangrenta e no famoso Comboio fant ess cam fantas esse berço Doo fundamental que é invocado constantemente pela propaganda salazarista quando são Lazar se ascende ao poder a partir de 1928 para justificar a ditadura Isto é portanto basicamente o que os czaristas vão dizer durante décadas até depois da segunda guerra mundial é ou tem isto que tem aos portugueses é ou tem este regime a nossa ditadura ou então tem o autorismo tem a noite Sangrenta as noites sangrentas de 1921 outra vez portanto ou ou nós ou isto quer dizer e e a maior parte das pessoas durante décadas fez as contas e disse se calhar o Isto é menos mau do que fundamentalmente católicos toda a gente de das direitas liberais conservadores toda a gente disse bem é preferível ter isto do que ter os outros a massacrarem noos e em público portanto eu eu diria que este este este momento este momento de o o o 19 de outubro de 1921 é um é um momento chave para perceber é a história portuguesa durante a maior parte do Século XX e o seu caráter o caráter depois autoritário dessa história Isto é a longa duração da ditadura eh iniciada e em 1926 com a ditadura militar e depois o est o estado novo a partir de 1933 não se percebe sem esta memória eh que durante imenso tempo os portugueses tiveram do 19 de outubro de 1921 e da maneira como o 19 de outubro de 1921 alienou em relação à República todo um setor enorme de opinião quer dizer que digamos quase mais de metade do país ficou a saber que não tinha lugar naquele e naquele regime certo muito bem então vamos para o nosso quinto e último momento e pronto É a última vez quis o ver este som mas eu sei que o vaisa habituado is eu sei que o Vais levar contigo no coração Rui então conta-me lá e nos nervos também quef olha é pena que ISO fosse se fosse com o som do do Canhão Napole estaria aqui saltar cada vez que cada vez que mudável os 260 episódios e o resto da história que momento é esse já falamos aqui dele sim senhora também adivinhas é o momento em 1948 e em que Salazar portanto 2 anos depois 3 anos depois da segunda guerra mundial Salazar decide inserir Portugal Nos esquemas do Plano Marshall portanto da Ajuda americana à Europa ocidental já falamos aqui desse plano é é uma decisão est decisão Tu gostas mesmo gostas de ser original Rui tens que admitir não é portanto nem sequer é nem sequer é a chegada ao do Salazar ao poder nada disso 1900 nem nem o Humberto Delgado não é 1948 deix exp deixa-me explicar porque é que esta decisão é uma porque é que este momento é marcante no sentido que vai definir vai determinar o resto da história de Portugal eu diria Então até hoje quer dizer até hoje até à democracia até bem até à democracia até hoje até até hoje esta decisão de inserir Portugal no plano Marshall é uma decisão motivada pela necessidade o país precisava a primeira tendência da ditadura salazarista tinha sido para recusar não vamos ficar não vamos ficar dependentes dos Americanos da Ajuda americana eh Até porque não e não tínhamos estado envolvidos na Guerra Não e porque com a ajuda vinha sempre a influência dos Estados Unidos quer dizer não quem dado dinheiro geralmente tem depois uma ganha uma ascendente quer dizer sobre aquil que recebe o dinheiro esta esta portanto é uma decisão não é uma decisão entusiástica uma decisão motivada pela necessidade Portugal estava a ficar sem divisas precisava de importar bens essenciais teve de e recorrer à ao programa de ajudas que e eh os Estados Unidos tinham aberto aos países da Europa e que os países da Europa Ocidental destruídos pela guerra aproveitaram para comparar sobretudo aliás até produtos americanos e depois para importar tecnologia americana mas nós dissemos aqui quando falamos do Plano Marshall eh iniciado em 1947 eh que o plano Marshall não foi apenas um momento de ajuda eh dos Estados Unidos à Europa destruída pela guerra foi também o princípio da Integração europeia Isto é o plano Marshall lançou as estruturas da cooperação e da ligação entre os vários países da Europa Ocidental que depois vão vê a ser desenvolvidos no no na década seguinte na década de 50 para dar à origem por exemplo à comunidade económica europeia à área europeia do comércio livre etc e outras instituições como por exemplo a ocde que tem a origem no plano Marshall quer dizer é tem e que Portugal passa a pertencer e quando adere à eh ao plano Marshall porque este aquilo que depois Aliás na altura não se chamava ocde ainda não se chamava ocde eh é é uma estrutura que é montada precisamente para garantir a cooperação entre estes vários países que estão a receber ajuda americana Ora bem esta inserção de da ditadura portuguesa na na digamos no começo da Integração europeia E no fim da década de 40 é fundamental porque reparem em 1948 Portugal uma ditadura é uma tiura que tem uma visão ide não é apenas uma situação ditatorial é uma tiura que tem uma visão ideológica diferente das democracias pluralistas da Europa Ocidental portanto diz que é um estado corporativo eh é uma ditadura que tem colónias e que diz que com essas colónias pode ser um mundo à parte o mundo português portanto não precisa da Europa nós não é bem Portugal depis como alguns vão dizer a seguir Portugal não é um país europeu é um país euroa africano portanto esta ditadura tem uma ideologia que é uma ideologia Sep de uma certa separação da Europa dizer nós não pertencemos a este Não não temos este regime destas democracias liberais não acreditamos nestas democracias liberais temos uma outra ideia temos uma outra ideia de regime quer dizer não somos apenas uma ditadura ocasional somos um regime autoritário corporativo eh com uma doutrina própria como Salazar dizia E além disso temos aqui o nosso Império o império Português que nos permite ser autónomos eh um mundo à parte quer dizer que nos permite ser autónomos desse mundo que de democracias que os Estados Unidos estão a montar na Europa agora ao mesmo tempo que há este discurso há a realidade da inserção de Portugal nas estruturas da Integração europeia foi a única ditadura a receber o apoio do Plano Marshall eh em eh no fim dos anos 40 foi quer dizer porque a Espanha está completamente a Espanha que era a outra ditadura na Europa ocidental está completamente excluída e as ditaduras comunistas e não aceitaram ex o apesar dos Estados Unidos terem oferecido mas a União Soviética obviamente disse logo que não porque percebeu isso iria levar a uma influência americana em países que o exército vermelho tinha ocupado mas Salazar portanto a ao aceitar a integração no plano Marshall CDE depois depois a integração na Nato em 1949 que tornou as forças armadas portuguesas completamente dependentes da dos esquemas de estrutura e de armamento da Europa ocidental e a seguir e ao permitir a integração de Portugal na área europeia de comércio livre na na efta em 1960 e depois já já sem Salazar Marcelo citano ao pedir à associação comercial comercial com a comunidade económica europeia em 1972 quer dizer o que é o que a ditadura salazarista acaba por fazer é encaixar Portugal no chamado Mundo Livre eh na Europa Isto é no mundo das democracias liberais e de alguma maneira ao fazer isto vai definir o destino de Portugal Isto é porquê Porque no dos anos 1950 para os anos 1970 e as relações comerciais de Portugal com a Europa ocidental vão se tornar extraordinariamente importantes vão se tornar muito mais importantes do que as relações de Portugal com as suas colónias africanas mas muito mais importantes os imigrantes portugueses Isto é os portugueses que saem de Portugal preferem ir para a Europa em vez de ir para a África portanto eles sim Espanha para Alemanha e esta relação com o país com a Europa feita através das estruturas de integração europeias vai industrializar Portugal vai pôr termo à Sociedade Rural em Portugal eh e vai fazer outra coisa que é uma uma coisa examente importante em 1974 em 1975 quando cai a ditadura salazarista e com a ção de 25 de abril de 1974 e quando surgem Associados a grupos militares ideias de quase parecidas com o salazarismo quer dizer de fazer Portugal diferente do resto da Europa de associar Portugal ao terceiro mundo fazer de Portugal uma espécie de Cuba como se dizia na altura enfim de uma maneira um bocadinho choc carreira fazer de Portugal a Cuba na Europa essas ideias chocaram com a integração de Portugal na Europa ocidental Isto é com a enorme integração demográfica Isto é a enorme população Portuguesa que já está em França e de cujas remessas os chamadas as famosas remessas dos Imigrantes a balança de pagamento português dependia totalmente com o facto do Turismo da Europa Ocidental ser também fundamental para a economia Portuguesa e depois com o facto de as exportações para a Europa e as importações da Europa também serem enfim o pulmão da economia portuguesa portanto 1974 75 quando tal como os salazarista nos anos 50 e 60 houve gente agora do outro ponto na esquerda revolucionária na esquerda radical que diz nós não temos nada a ver com a Europa vamos separar-nos da Europa e Vamos associar-nos aos países do terceiro mundo que querem fazer revoluções socialistas e implantar e regimes de partido único etc etc chocaram com o facto de Portugal estar completamente integrado na na na na na na Europa ocidental e de não ser possível portanto eh romper com isso e e isso é expresso pelos portugueses no nas eleições de 25 de abril de 1975 também aqui já falamos como também um momento fundamental da história portuguesa recente eh os portugueses escolherem partidos que precisamente O que é que definir esses partidos que ganham as eleições o partido socialista o partido Popular democrático e depois também o CDs que também faz maioria Com estes partidos o o o o que define estes partidos é precisamente propor modelos sociais parecidos com os da Europa ocidental e proporem até aliás que isso vai depois ser confirmado pelo pedido de adesão à comunidade económica europeia em 1977 proporem também uma uma maior integração ainda de Portugal na na Europa na Europa unida na Europa ocidental unida portanto isto começa em 1948 isto essa decisão de 1948 de entrar no plano Marshall digamos determinou a história no nas décadas seguintes muito bem bom nós só começamos em 2019 e ainda assim cá Estamos também 5 anos depois cheios de energia para a semana há mais um episódio do resto da história e para e para finalizar só para ti Rui é o fim mas desta vez é o fim não há outro momento fim até para a semana