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viva está com Hora da Verdade programa de entrevistas da renascência do jornal público o nosso convidado hoje é Adalberto campes Fernandes antigo ministro da saúde que pedido do Governo está a avaliar a aplicação do modelo das unidades locais de saúde que integram hospitais e cuidados primários sobre a mesma gestão aos hospitais universitários eu sou a anaba Gois e comigo está a Helena Pereira do jornal público professora Dal Alberto Obrigada por aceitar o nosso convite para estar aqui esta avaliação já já começou já está a decorrer não estamos neste momento a procurar estruturar eh digamos o roteiro Eh estamos a seguir esse roteiro que é um roteiro estratégico naturalmente iremos identificar um conjunto de protagonistas que colaborarão neste grupo e acima de tudo o que o governo me pediu através da senhora ministra da saúde é com Total Independência e despreendimento e numa perspectiva muito técnica eh pudesse refletir um pouco sobre se o modelo específico dos grandes hospitais enfim com orçamentos que nalguns casos ultrapassam os 1000 milhões de euros eh fruto da sua vocação muito orientada para a alta diferenciação para o ensino para a investigação e para uma assistência referenciada de âmbito nacional devem sim ou não ser objeto de um modelo de governação estratégica diferente de um modelo de gestão adaptado e até do modelo de financiamento que tenha em conta as suas especificidades enfim tudo isto tem que ver com o facto de qualquer português considerará estranho que a um hospital como Santa Maria ou como São João se chama unidade local de saúde tendo em conta o prto de responsabilidades que tem a diferenciação e são hospitais de de drenagem nacional para além desses dois que referiu vão ser avaliados também São José H Sim estamos neste momento como disse estamos a trabalhar no perímetro mas naturalmente nos iremos focar naquilo que são os cinco mais relevantes do ponto de vista da sua dimensão eh os dois que referiu em Lisboa aí no porto E também o centro Hospital Universitário de Coimbra Uhum E vai ter uma equipa Sim já está formada não não como lhe disse estamos neste momento a conversar eu estive fora do país a responsabilidade é toda minha porque estive 10 dias fora do país e atrasou um pouco as conversas que tínhamos que ter será naturalmente nos próximos dias que fecharemos o o perímetro o perímetro digamos do tal roteiro da que lhe falei validade com o com a senhora ministra e com a sua equipa e e depois enfim faremos os os convites às pessoas eh que venham ter para este este tipo de trabalho é sobretudo um um um uma uma busca de conhecimento aprofundado Porque nós não somos adeptos eu penso que nem a ministra nem eu nem Nenhum de nós que tenha que tenha algum bom senso Nós não somos adeptos de e fazer e desfazer apenas por eu tenho defendido ao longo dos anos ao longo de toda a minha vida o princípio da continuidade estratégica das políticas e entendo até que na área da saúde essa questão se coloca muito mais do que noutras áreas repare eu sucedia a Fernando Deal da Costa e a Paulo Macedo o ministro que teve a responsabilidade da governação durante o período da assistência financeira e muitas das medidas eu adotei prossegui e e seguramente que também eh noutros contextos isso terá acontecido há na saúde esta ideia que deve prevalecer de que é uma matéria de estado é uma matéria que tem diz respeito a mais do que uma geração não apenas à nossa mas aos àqueles que vêm à nossa frente e por isso precipitação em processos de reforma em mas tão complexos e tão digamos difíceis de e de gerir manda a prudência que seja feito com muita cautela com muita peração e com muito sentido de estado mas a ministra deu-lhe garantias de que se for essa a conclusão poderá reverter o modelo não nem tinha que dar nesta altura ela própria defende esta posição de que nós temos que refletir para decidir de uma forma continuada melhor do que tínhamos decidido ontem e naturalmente fazendo provas de conceito porque Imagine que no final deste processo nós temos uma conclusão que aponta para um caminho ligeiramente diferente há que haver provas de conceito Tem que haver testes nós não podemos fazer não há aqui há aqui uma uma uma dicotomia se me permite que é o não fazer reformas ou então fazer reformas Big Bang na saúde Isso não é bom aliás como noutros setores da atividade económica e e e social do país As Reformas não devem ser não ser feitas é péssimo ser feitas de subão é perigoso e portanto h neste neste sentido vamos refletir com serenidade com Total Independência e naturalmente que a decisão final cabe quem tem o poder legítimo e democrático de de decidir que que é o governo e assim está a criticar o anterior governo porque aplicou o alargamento das uls a todo o país enfim de uma forma não repar uma coisa nós vivemos nós vivemos muito esta questão de que se somos de um partido não podemos criticar as coisas que o nosso partido faz porque temos um espírito de claque e quase de de futebolístico e e se estamos a apoiar ou se estamos a dar a mão ou estamos a ajudar um partido que não é que é diferente do nosso estamos a ser colaboracionistas ou estamos a ser a negar os nossos princípios Eu não eu não vejo a vida assim nunca vi aliás disse o escrevi ao longo dos últimos dois anos e muito sobre esta matéria tive ocasião até de falar com o professor Fernando Araújo para lhe dizer que talvez alguma reflexão nos aspectos mais sensíveis dos hospitais universitários merecesse ser feita portanto há aqui uma enorme tranquilidade de que agem em função da sua própria consciência daquilo que é o seu sentido crítico baseado tanto quanto possível na evidência e não nesta questão do combate político ou partidário em que ou estás por mim ou és contra mim Eu nunca fui por aí e e certamente não será nesta fase da vida que irei e ficou ficou surpreendido com o covid não mas é honroso naturalmente que significa um reconhecimento e portanto fiquei e sensibilizado e reconhecido porque entenderam que eu poderia servir esta reforma Ou se quiser num sentido mais largo mais lato do interesse Nacional poderia contribuir para fazer alguma coisa de positivo e portanto nesse nesse sentido fico reconhecido não deixo de ficar nem surpreendido nem nem nem nem nem desagradado ou agradado acho que é uma circunstância que é elogiosa quando nos atribui uma responsabilidade e portanto nós temos que ficar reconhecidos por isso não acha que pode eh ter sido usado aqui usado entre aspas eh para dar a ideia de independência de diálogo do governo não sei eu como lhe disse não vivo nesse nessa bolha de pensamento eh eu eu vivo no modelo de que o estado é melhor servido quando existem princípios de colaboração e saio até se quiser do perímetro da saúde para lhe dizer que há matérias fora da saúde que provavelmente se tivesse existido esse sentido de estado e esse sentido colaboração nós Hoje estaríamos melhor mais avançados Olhe dou-lhe o exemplo o Dr Rui Rio tem feito uma autêntica peregrinação nos últimos anos a pugnar p um pacto de justiça e por uma re fora da Justiça pena que não tenha sido ouvido pena que em áreas que são estratégicas transversais que dizem respeito a todos os portugueses os grandes partidos que têm responsabilidades de governo e neste caso concreto o partido socialista e o partido social-democrata não tenham tido a abertura suficiente para dizer há coisas que ultrapassam um mandato de 4 anos Vamos lá ver a política dos 4 anos é a política do combate há coisas que eu posso fazer em 4 anos então faço de acordo com a minha linha programática com o meu pensamento com a minha ideia política com a minha Filosofia de princípios e de valores mas se eu estou a intervir em matérias que estão para além daquilo que é a legitimidade própria e expectável do meu mandato eu tenho o dever de colaborar e tenho o dever de colaborar em matérias como o aeroporto como o tgv como a reforma do sistema de saúde Enfim tudo como as pensões repare eh portanto quando eu lhe dizia que não vive nessa bolha do Benfica e do Sporting Ou se quiser do Benfica e do porto na política e que ISO prejudica ao país porque atrasa processo de transformação repar uma coisa o que teria sido a grande reforma que foi feita nos planos de saúde materna infantil nos anos 80 por Albin aroso e Mário Mendes sob a tutela de uma ministra do PSD alinor beleza nós hoje todos os dias celebramos e e e festejamos um do os melhores indicadores que temos no sistema de saúde português que é a taxa de mortalidade infantil há matérias que têm que ver com gerações com tempos que estão para além dos ciclos governativos de 4 anos então mantém mantém a sua autonomia para criticar o atual governo não sente inibido de criticar o atual governo nadamente eh na área da saúde eh esta ministra que o convidou eh pergunto-lhe se por exemplo da da das medidas do pacote da do plano de emergência da saúde que que a ministra apresentou se se revê naquelas medidas o fme à justiça se for reler coisas que eu escrevi e disse de viv voz nos últimos meses este que penso que esse espírito de liberdade se mantém eu elogiei a oportunidade de um plano de emergência porque repar uma coisa quando nós temos em espera Clínica inapropriada milhares de pessoas algumas delas com doenças eu não quero saber se o governo é do PS ou do PSD eu quero saber se essas pessoas têm ou não têm uma resposta e para dar resposta a essas pessoas se o tema ou o título que é dado ao programa se chama plano de emergência é indiferente e portanto é isto esta cultura digamos de responsabilidade cívica que nós temos que trazer para a política a política não é o vermelho e o verde Como dizia há pouco a política é pensar no interesse das pessoas não quer dizer que o governo anterior não tenha feito tudo aquilo que estava seu alcance para mas perante um desalinhamento entre respostas e necessidades nós temos que continuar a agir e agora o governo mudou então tem que ser este a fazer se daqui por dois ou três anos houver novamente um governo do partido socialista será esse governo que terá que dar continuidade ao trabalho e era bom que nós de facto evoluíssem um pouco para esta ideia de continuidade do interesse público e não da descontinuidade do interesse público a favor do interesse político foi administrador do maior hospital do país do Hospital de Santa Maria revê se nas críticas de Eurico o eh Castro Alves que desenhou o plano de emergência da Saúde eh que diz que há doentes que ficam esquecidos nos grandes hospitais mesmo que são quando são de prioridade quatro que é a prioridade máxima e outros que são preteridos porque têm patologias malignas economicamente menos favoráveis para os hospitais eu eu creio que o Dr euri Castro Alves disse isso baseado n alguma evidência não disse isso agora porque de repente lhe vaiem à cabeça e se ele disse isse e viu esses números de facto é preocupante uhum portanto faz sentido que seja os administradores hospitais a gerem uma coisa eu só não sou favorável à generalização eh não só neste setor da saúde em geral em todos os setores a generalização é sempre imprudente Agora ninguém tem que se melindrar com o facto de nós procurando ter feito o melhor que estava ao nosso alcance com os meios e com os recursos que tínhamos de não não termos atingido os objetivos que tínhamos fixado isso é o que importa aí é assumir isso e fazer melhor fazer diferente Portanto o que o Dr e Castro Alves disse naturalmente tem que ser visto e também e se cola com uma afirmação que a ministra fez e que de alguma maneira não caiu bem nosos hospitalares de que as lideranças eram fracas eh ela depois explicou e disse que estava enfim não saa a referir à atualidade das pessoas o que é facto é que os hospitais empresa os hospitais CPE são de facto organizações de grande complexidade e grande dimensão devem ter autonomia mas devem fazer o seu trabalho não é um ministro que faz as escalas de urgência do hospital não é um ministro que tem que ver se há doentes que num determinada unidade de saúde oncológico estão a ser preteridos para a patologia benigna portanto este empoderamento da gestão é muito importante naturalmente com autonomia com responsabilidade com avaliação premiando e celebrando os melhores as melhores experiências e naturalmente e chamando a atenção ou corrigindo aquilo que são aspectos que correm menos bem e concorda com a prioridade que foi dada às cirurgias oncológicas que estavam em atraso não poderia ter de feito tudo ao mesmo tempo Oncologia cardiologia uma vez que há incentivos aos médicos para que façam atividade assistencial à extra não é evidente que faz todo o sentido é é do senso comum perceber se nós temos doenças que têm uma maior vulnerabilidade e que são mais e sensíveis do ponto de vista do prognóstico Vital nós temos que intervir naquilo que é prioritário portanto as primeiras coisas primeiro e depois enfim criar uma uma gradação de intervenção em função dessa vulnerabilidade vai haver uma greve de micos a fename convocou para dia 23 e 24 este mês acha que o Governo está a demonstrar vontade em negociar aumentos salariais com os sindicatos ou não b o governo aou um protocolo negocial com um dos grandes Sindicatos dos médicos que é o sindicato independente dos médicos e portanto em matéria de negociação e de e de confronto e de e de destas dinâmicas que se criam nas profissões nós sabemos bem que os sindicatos têm um papel muito relevante importante os governos têm outro papel que é o papel de defender o interesse geral e portanto não podemos porque estamos a falar dos polícias dos professores ou dos médicos esquecer sempre o interesse geral e o que cabe aos governos é esgotar e procurar procurar levar ao limite o processo negocial Mas isso não significa que um acordo o acordo possível que os governos têm que fazer seja um acordo em que todos têm que estar de acordo passa a redundância quer dizer o ministro da educação e bem fechou um acordo e e nem todos os sindicatos subscreveram esse acordo no caso aliás que foi bastante documentado portanto eu vejo a ministra e a equipa ministerial com abertura e com atitude positiva para o negocial mas eu fui Ministro e sei que os primeiros ministros têm uma responsabilidade que é muito mais difícil que as nossas que é olhar para o conjunto e ver se as políticas setoriais não põem em causa e aquilo que é os resultados globais e nomeadamente a sustentabilidade das contas públicas h eu eu tive no governo com pouco pouco mais de 9.000 milhões de euros de despesa orçamentar para a saúde hoje estamos aqui dos 17.000 milhões e isto indici alguma preocupação pode haver que um problema de eficiência ou então de nós Com tanto dinheiro Devíamos estar a ter há muito mais resultados Mas eu sou muito favorável e defendo que o primado do equilíbrio orçamental é fundamental e que as negociações com os sindicatos devem ser sérias mas devem terminar no limite em que nós atingimos um ponto em que o que o aquilo que pode ser um benefício setorial justo legítimo Pode pôr em causa o resto da do equilíbrio do país eu não sei se a maior parte dos portugueses é sensível a esta questão nós passamos muito mal no período da intervenção externa da troika o país sofreu muito e creio que isso funcionou como uma vacina para a responsabilidade orçamental eu tive muito orgulho de um governo de que fiz parte um dos governos de que fiz de foi o 21º governo constitucional de o primeiro-ministro Sempre ter tido como prioridade Central devolver ao país o equilíbrio orçamental o externo da responsabilização da responsabilidade das contas públicas aliás lembram-se que a oposição naturalmente a oposição mais à direita criticava muito o partido socialista que era um partido da responsabilidade orçamental que levava o país para situações de de rotura e isso foi muito importante mas sem mas sem pagar mais como é que como é que o governo consegue mais médicos e mais médicos disponíveis para milhões para 17000 milhões e os resultados aparentemente não mudaram significa que a injeção de maiores recursos financeiros não é provavelmente a chave a única chave para este processo Há questões de organização Há questões de motivação profissional Há questões de percurso de vida os médicos muitas vezes têm no dito não é o dinheiro tudo sendo naturalmente o dinheiro importantíssimo mas não é o dinheiro tudo que justifica por exemplo a sua atração por ficarem no SNS são as condições de trabalho e são os meios de que disponham o trabalho em equipa porque o médico pode ter um um salário muito interessante e depois pois vai para o bloco não tem enfermeiros não tem meios tecnológicos não tem colegas anestesistas para o ajudar portanto é um setor muito difícil muito complexo claramente que a variável e rendimento e e reconhecimento salarial dos médicos e dos enfermeiros também e outros clubes profissionais é importante e portanto e é um exercício difícil mas eu vejo boa vontade e vejo uma atitude positiva da parte da equipa e ministerial atual e portanto tem que ser justo em rel acha que é sinal de boa vontade ou de sensatez impor incentivos para quem faz horas extraordinárias para além das 150 ou 250 dependendo dos casos em pacotes de 40 horas não sei não conheço eh não percebi bem eh esse esse Esse instrumento Eu creio que isso é matéria que naturalmente de terá que ser discutida e conversada com os sindicatos porque mas não foi discutido foi uma imposição e se foi uma imposição eu creio que vai ter que ser discutida porque aliás existe enquadramento legal específico para o trabalho extra para o trabalho suplementar Eu presumo que o governo ou o ministério estará consciente desse tipo de limitação e portanto creio que eh é uma medida que eu eu pessoalmente não não compreendi muito bem eh talvez culpa minha mas não 4 só terão incentivos a partir das 40 horas extra para além daquelas a questão obrigados aí a questão do encontramento legal e a questão da aceitabilidade Por parte dos profissionais enfim é uma matéria que eu creio que nestas negociações que estão a ver com os sindicatos tem que ser declarada e que tem que ser definida melhor mas poderá ser um risco nesta altura em que as urgências são como estão eh sim é sempre vamos lá ver nós temos um problema de excesso de resposta assistencial centrada Nas urgências é um erro é um Isto é um bocado original quando foram criadas asos usfs em 2005 havia a esperança de que os cuidados de proximidade iam ser responsivos e que as pessoas iam ter resposta perto de casa e que só iriam ao hospital verdadeiramente os casos Que requeriam cuidados hospitalares O que é facto é que desenvolveu-se um projeto que é meritório que é interessante que tem virtualidades que são asos usfs H nos cuidados primários mas nós continuamos a consumir e a ter um um uma utilização de serviço de urgência que é uma das maiores da ocde portanto há aqui um desalinhamento como eu dizia há pouco entre entre respostas e necessidades e e de facto se há muita procura eu tenho que ter equipas muito em grande número em grande quantidade em todos os hospitais do país e esse trabalho é um trabalho que tem sido difícil de reverter a reorientação da da procura para os cuidados de saúde proximidade porque metade das pessoas que vão à urgência do hospital como nós sabemos podiam ser vistas com maior segurança e maior conforto perto de casa nos cuidados de saúde primários quanto à solução para médicos de família H esta solução avançada pelo governo recursos a médicos reformados a reformulação das listas de utentes será suficiente para dar um médico de família a todos os portugueses de an sempre existiu sempre existiu o recurso a médicos apent desde sempre eu recordo-me também no meu tempo é um Vamos lá ver é um capital humano de grande valor hoje em dia felizmente pela longevidade as pessoas estão bem aos 65 66 anos tê ainda muito muito condição de de de trabalhar com qualidade e muitos têm vontade e e para Além disso tem uma experiência acumulada são pessoas com uma com uma com uma experiência de vida muito interessante portanto parece-me que sim parece uma boa ideia e repar nós não temos nós temos a formar muitos médicos famílias O problema é que eles não não aceitam a vaga ao longo dos últimos anos Metade dos jovens médicos de família acabam por ir fazer urgências no privado ou vão fazer outras atividades fora do sistema público é preciso intervir aí para perceber Quais são as razões que levam estes jovens diferenciados e preparados a não aceitar vagas sobretudo numa região muito específica do país em primeiro lugar lvt Lisboa e Val do teste e depois a seguir o Algarve porque o norte está muito bem o norte tem uma cobertura de médicos de família muito muito boa h não será só salário houve um grande investimento aqui na na região de Lisboa e Vale do tej dos Municípios em concertação com o ministério para fazer centros de saúde novos modernos mais apelativos mais com melhores condições de trabalho mas essa Fronteira não tem sido franqueada era preciso perceber bem o que é que estes jovens Qual é a motivação que lhes falta para poderem abraçar uma carreira que escolheram a partir da formação específica que fizeram de médicos de família e faz sentido voltar aos serviços de atendimento permanentes que terminaram com o governo do PS e com o ministro Correia de C como solução de recurso faz porque lá está quando nós fazemos uma análise retrospetiva das políticas nós podemos ter uma intenção e como lhe disse bem em 2005 2006 desenvolveu-se a ideia de que primeiro a criação do sfs serviria para reter toda a procura inapropriada dos hospitais Aliás o investimento pesado que ia ser feito nessas usfs era acomodado pela poupança dos hospitais fecharam-se muitos cuidados de proximidade em todo o país e o que aconteceu foi que tal como a água procura ao mar e a procura procurou uma resposta e portanto e o que aconteceu foi que muitas dessas pessoas não tiveram ao contrário do que se esperava as respostas na proximidade e foram sim caminhando foi uma na altura então esses feixos Não não vamos lá ver foi talvez uma uma uma previsão otimista de um resultado que não se foi verificar e eu pergunto que mal é que tem nós perante a fixação de um objetivo chegarmos à conclusão que o objetivo não se verificou rever o objetivo e fazer uma coisa diferente agora aí acompanho o Einstein quando diz eh responder aos velhos problemas com as mesmas soluções a única coisa que tem é que os resultados não variam e portanto serão sempre os mesmos mas concorda com a cada vez maior referenciação das urgências será uma solução ol no cenário ideal no cenário ideal como acontece n outros países só ia à urgência hospitalar quem tivesse uma referenciação para um profissional de saúde uhum médico ou enfermeiro pelas linhas dos centros de contacto nomeadamente aqui entre nós em Portugal o sns24 ou então transportado pelo sistema e Integrado de emergência médica o Inema ou os bombeiros e isso era a normalidade Ou seja eu vou a um hospital se tiver uma dor no peito e uma suspeita de infarto em evolução nem me passa pela cabeça ir ao hospital se tiver com uma dor no num joelho que há três semanas mas para isso tem que ter uma resposta porque aor incomoda-me e torna-me difícil trabalhar e poder fazer a minha vida agora se eu não tenho uma resposta perto da minha casa e ando com uma dor há três semanas o que é que me resta fazer eu não culpo os os cidadãos nem os utentes a procura dirige-se para aquilo e que está a funcionar e que dá resposta e portanto Há trabalho a ser feito creio que esses centros de atendimento eh que vão ser criados em Lisboa e no porto merecem ser vistos com atenção eu acho que é uma experiência que pode ter transitoriamente pode ser um alívio pode ser um alívio para alívio como lhe digo não não sobrecar tantos hospitais de de casos pouco diferenciados há pouco falava da hum da da da Necessidade elogiava a as políticas de continuidade e a a o diálogo entre as melhores forças políticas neste caso o PS e o PSD H está em curso uma uma discussão sobre a viabilização ou não do próximo orçamento Vê com bons olhos a abertura recente e maior abertura do do PS para negociar e eventualmente aprovar esse orçamento Olhe começando pelo princípio das coisas e Se nós estivéssemos a analisar isto em condições ideais de temperatura e humidade como eu digo em tom de ironia eu acho que não vale a pena discutir sobre um documento que não existe claro que os partidos têm o dever e têm a responsabilidade diria até ética de perante os seus eleitores de dizer quais são as linhas essenciais soos quais se movem E isso acontece em relação a um governo com o seu programa e acontece também aos partidos da oposição ladamente ao maior partido da oposição que tinha um programa político eleitoral que não foi sufragado maioritariamente mas que ninguém lhes vai pedir agora que abdiquem dos seus princípios apenas e só porque querem ajudar o governo que está em funções vai haver daqui até outubro eu diria muitos jogos florais vão existir Muito muitos recados mediados através de voz da comunica a social Esta é a minha linha vermelha aquela é a tua linha vermelha e os portugueses vão olhar para isto com um misto de preocupação Mas também de desinteresse porque efetivamente O que conta saber é se no dia em que o orçamento for entregue ou submetido em outubro no próximo na Assembleia da República se antes disso se existiram ou não conversas eu diria de âmbito estratégico entre o governo e o principal partido da oposição Este é o princípio do caminho e dizer assim bom sobre as grandes linhas eu não tenho maioria absoluta sou governo tenho aliás uma maioria frágil preciso de um entendimento que pense sobretudo nos interesses do país e como lhe dizia há pouco há aspectos que são estruturantes o equilíbrio das contas públicas os nossos deveres e obrigações para com os tratados e e e e as e e as orientações e recomendações europeias o nosso alinhamento em termos de defesa nacional com o Pilar Atlântico e com a Nato eh tudo isto tem que ser discutido ao mais alto nível entre o primeiro-ministro eu diria e o líder da oposição e e e haverá sobre isso seguramente entre o PS e o PSD eu admito uma enormíssima convergência que sempre existiu desde que a democracia em Portugal está instalada e entre desde que esta na maioria dos casos a alternância entre os outros partidos tem acontecido outra coisa são as questões de detalhe agora o que é que me preocupa é que sobre as matérias que dizem respeito ao futuro esse acordo não seja possível porque eu vejo como muito preocupante que e por exemplo o governo tenha que se encar nos extremos e aqui só há um extremo que é o extremo do lado direito para tomar decisões que são decisões estratégicas o o partido socialista perdeu as eleições por pouco mas perdeu tem toda a legitimidade para fazer tudo neste momento para recuperar a confiança maioritária dos cidadãos e daqui algum tempo vir a ser poder agora eu eu creio que há um tempo certo para as coisas acontecerem não parece que seja uma crise política em novembro deste ano que vá favorecer o partido socialista que vá favorecer o governo e acima de tudo que vai favorecer os portugueses portanto eu espero que por um lado o governo perceba que não tem maioria absoluta por um lado o partido socialista perceba que não abdicando os seus valores e seus princípios tem obrigações de estado e tem obrigações que estão para além do interesse exclusivamente partidário e que nós não não não não não se não se envolva nesta discussão repar o que está a acontecer na Europa é dramático claro que os sistemas eleitorais ajudam porque a Inglaterra com 33% dos votos tem 63% dos lugares no Parlamento britânico e em França a segunda volta faz com que o partido mais votado acabe por ficar em terceiro lugar o sistema político em Portugal é diferente mas o que está aconteceu na Europa é que o desgaste da das forças políticas mais moderadas que tradicionalmente fizeram a Europa social construíram o estado social construíram a paz está a ser muito grande e as pessoas estão muito cansadas e muito predispostas para experimentar e qualquer coisa de diferente mesmo que no seu consciente entendam que as propostas são absurdas eu dizia Há dias que se o programa do Mel lanchon fosse fosse aplicada em França ao fim de 2 anos França estava fora dos critérios dos tratados europeus porque de facto 10% Daquele programa Rebentava com com as contas públicas francesas portanto eu espero que agosto setembro vai haver com certeza Muito muitos recados vai haver as festas de verão do Pontal Vai haver a rentre do do partido socialista vão vai haver muita oportunidade mas que os portugueses esperam que prevaleça de facto um sentido de estado entre entre os dois melhores partidos portugueses mas há pouco dizia que o PS eh perdeu por pouco e deve agora fazer tudo para voltar em breve ao ao ao governo esse isso pode passar por o PS eh dinamizar uma frente esquerda eh não me parece não me parece o Aliás sou por natureza e por princípio muito pouco sensível ao adbo dessa ideia dos fentis Eu acho que o partido socialista tem uma identidade e uma própria histórica tem um peso político específico e deve preservar a sua autonomia estratégica e uma coisa é dialogar com todos outra coisa é dizer aos portugueses que apenas equaciona voltar ao poder se vier numa lógica de frente ou numa lógica diferente eh veja o que aconteceu em França o partido socialista renasce eh num projeto que é um projeto comum mas que tem apenas como razão derrotar um inimigo e que era um inimigo que era comum a todos que era o partido que também existe em Portugal um inimigo semelhante sim e mas quer dizer é pouco porque Qual é o conteúdo programático qual é qual qual é o modelo de sociedade Qual é a liderança em França ninguém percebe o que se passou naquela frente de esquerda é é de facto uma uma resposta de oportunidade de conjuntura seria para o PS em Portugal seria um suicídio não é uma questão de suicídio Eu acho que o PS ganha tudo em nunca abandonar o eleitorado do centro político nunca se ganham eleições em Portugal Ninguém ganha eleições em Portugal rejeitando ou hostilizando o centro político veja Quais foram os grandes resultados do partido socialista desde a sua Fundação já não falo nas batalhas de Mário Soares e digamos naquela e na afirmação da democracia e em que todo o centro político e até mais do que o centro político se organizou em torno de uma ideia de defesa da Democracia Mas vamos mais à frente os resultados de António Guterres os resultados de José Sócrates e os resultados de António Costa nalguns casos com a maioria absoluta foram resultados que resultaram que que que tiveram como ponto de partida uma postura moderada uma postura de diálogo com o chamado centro eleitoral ou centro político todos eles Aliás a última maioria ab luta de António Costa foi disso Um Bom exemplo o PS tem força tem energia tem instrumentos tem história eh tem pergaminhos para se afirmar como uma alternativa de centro esquerda a um governo de centro direita com políticas próprias e não adotando causas que não são causas matriciais suas e não trazendo para dentro do bordo não é verdade de passageiros de oportunidade e de conveniência sobretudo num quadro em que a política está-se alterar a geografia política está-se alterar é uma velocidade extraordinária repare que os partidos à esquerda do PS desde a maioria absoluta de António Costa da última maioria absoluta não param de perder espaço político e eleitoral e portanto claro que o diálogo é importante que claro que a cooperação política é importante mas o partido socialista para ganhar Lisboa ou para ganhar o porto ou para ganhar o governo da República precisa apenas de ser aquilo que tem sido ao longo dos últimos 50 anos uma referência da democracia Ach e e e e e da proteção das pessoas e da Defesa do estado social acha que em Lisboa também não faz sentido uma frente esquerda quer dizer já houve nem sequer era novidade não é há muitos anos problema sabe o problema é eu ouço muitas vezes essas análises de que nós corremos como temos a imprudência de analisar o tempo e o contexto atual à luz de experiências passadas ora resultados passados não garantem sucessos futuros os contextos mudam o Partido Comunista em Portugal já teve em Lisboa mais de 20 muitos por de de intenções de voto eh os contextos digamos económicos e políticos eh há 20 anos há 10 anos eram outros o chega não existia esta geografia esta esta nova geografia eleitoral que se está a desenhar em Portugal e na Europa eh se nós a imaginássemos há 10 anos atrás acharíamos que era absurda a juventude está a ter uma atitude em relação à política diferente daquela que tinha nesses tempos portanto eh nós temos que perceber os sinais concretos do do do tempo em que estamos a viver e portanto Ok a história é importante como elemento de reflexão como elemento de ponderação mas eu sinceramente acho que depende muito mais do projeto político que é apresentado e do protagonista que encabeça esse projeto político e e e e portanto hoje em dia as pessoas votam muito pela pelas ideias por aquilo que possam ser as causas às vezes até causas de raiz populista Temos visto isso aqui em Portugal e noutros países as pessoas vão atrás eh de uma satisfação de necessidades aparentes que t o sendo sensíveis a um discurso que é um discurso muitas vezes profundamente populista e responsável e vão também atrás e do protagonista eh Há Há uma personalização maior da política repare se calhar o chega sem o André Ventura não passava 3% e se calhar o eh calhar o PS com outro Líder que Pedro Santos também possa ser mais Atrativa isso isso isso podemos sempre dizer isso em relação a qualquer Líder ninguém dava Nada também toda a gente dizia que o Luís Montenegro não não sobrevivia e que não não não chegaria nunca a ser primeiro-ministro e que iria já se falava na nos movimentos de substitução de Luís Montenegro e a longe é primeiro-ministro e ao que julgo saber até com uma perceção pública bastante simpática e portanto está-se a afirmar como líder o o poder é um cimento extraordinário para transformar lideranças alegadamente frágeis em lideranças fortes lembremos de Cavaco Silva quando chegou à política e depois quando sau da política Mas voltando ao PS acha que o atual Líder Pedro n Santos h e os dirigentes do PS que lhe são próximos eh não não vem com bons olhos essa frente esquerda eu ouvi as declarações Ouvi as declarações de de Alexandra Leitão Há dias e pareceu-me que ela estava motivada satisfeita mas Eu interpretei essa motivação mais pelo senti útil de que Aquela aliança fez uma barreira que era importante ter sido feita ao avanço da Extrema direita Eu penso que as declarações foram nesse sentido daí extrapolar e também já ouvi há poucos dias o Pedro santes dizer que não está em cima da mesa nenhuma discussão relativamente a nenhum fentis nem nenhum acordo portanto eu creio que nós temos que ser objetivos naquilo que que na análise que fazemos por um lado Alexandre Leitão que é uma pessoa com peso e com influência dentro do partido sinalizou com satisfação o papel que a esquerda em conjunto um conjunto de uma esquerda muito multifacetada porque no fundo nós temos Os Verdes temos o o os temos o o partido seão Mel lanchon temos o partido socialista andá ali um mosaico muito multifacetado mas era toda a gente celebrou na Europa esta barragem que foi feita ao avanço da Extrema direita imagino o que era a Extrema direita h a liderar o governo de França num quadro em que temos guerra com a Rússia em que o seu putinho desejava intensamente que isso acontecesse embora também sobre o melenchon eu aí Acompanho a a Ana Gomes quando diz que o Senor melenchon é na prática a senhora le pende de calças e portanto eu também não tenho em relação ao senhor melenchon a mínima confiança estratégica em relação a isso mas para para responder à sua questão acho que o presidente socialista como como qualquer Democrata celebrou o papel que esta unidade de esquerda teve na barreira ao crescimento da Extrema direita agora cada um terá que seguir o seu caminho eu não me surpreenderia que em França o partido socialista iniciasse um caminho autónomo começou a ter já dimensão para tal e pode inclusivamente ser um um um protagonista político importante no diálogo com o próprio Presidente macron para que uma nova uma nova fase em França se abra depois da implosão do PS que foi simultaneamente provocada pela conjugação do papel do françis Holland e do próprio macron eh passados estes anos todos o PS francês renasceu e isso eu creio que é bom para a França e para a Europa não reaia o entusiasmo súbito em Portugal entre os socialistas portugueses por causa do que aconteceu em França hum Essa é a questão dos entusiasmos tem que ver se são entusiasmos que tem que ver com isso que eu lhe disse com a satisfação da barreira que é feita à esquerda e pela esquerda em França em relação à à extrema direita outra coisa é analisar a realidade Portuguesa e e e as coligações eleitorais que se possam vir a colocar que é para as autárquicas queer sobretudo para um exercício político muito interessante que vão ser as presidenciais eu creio que as presidenciais vão ser aí vai ter que haver uma convergência não é de esquerda não necessariamente como sabe a iniciativa das candidaturas é individual Nós não sabemos quem é que se vai candidatar e portanto aí os blocos vão-se definir e eu acha que seria melhor a esquerda h e declarar apoio a uma personalidade logo de início depende da personalidade imagino eu não sei se o Almirante ou veel se vai candidatar acho que já defendeu o Mário Centeno não foi eu defendo o Mário Centeno como um belíssimo nome mas repar uma coisa Imagino que o almeirante com vml que que as sondagens apontam como sendo uma das pessoas mais bem colocadas se se anuncia como candidato acha que os partidos da Extrema esquerda vão apoiar o almeirante com v mel é que as frentes não surgem neste caso as presidenciais têm que ser geradas A em função da da propositura de cada um e Mário centena era claramente um um um candidato com Prestígio com respeitabilidade com confiabilidade que agradaria agaria ao PC e ao bloco sim mas para ganhar as presidenciais Não Contam para ganhar as presidenciais eu creio que sobretudo nós temos que considerar como eu dizia no princípio da conversa que é o eleitorado central e moderado que vai defenir quem ganha as presidenciais não vai ser o eleitorado de nem de extrema esquerda nem de extrema direita repar uma coisa eh os últimos presidentes da república eh foram eleitos com que base eleitoral basta analisar tudo isso o que se passou sou e nos últimos 40 e tal anos de eleições presidenciais e portanto vamos aguardar acho que em relação às presidenciais Há caminho para fazer e há que ver quem são os protagonistas quer à direita quer à esquerda e portanto há muito tempo para para pensar sobre isso e a histora da Verdade fica por aqui volto a agradecer a Adalberto Campos Fernandes pela participação