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bem-vindo ao clube dos 52 esta é mais uma conversa no âmbito das 52 personalidades que convidamos para assinalar os 10 anos do Observador e os 5 anos da Rádio observador o nome de nun Sá pode não ser imediatamente reconhecido mas certamente que já todos vimos e já todos nos maravilh com o trabalho dele imagens subaquáticas em canais como a BBC em Blue Planet RT zdf ou as Produções da Netflix Disney National Geographic ou da RTP mar A Última Fronteira todas elas têm a assinatura deste operador de câmara e diretor de fotografia que um dia se apaixonou pelo mar e pelo Oceano no Sá muito obrigada por estar connosco muito bem-vindo o que é que nos falta conhecer sobre os oceanos Obrigado pelo convite é ótimo estar aqui h o que que nos falta conhecer eu diria que a pergunta Sepe ao contrário é o que é que já conhecemos porque realmente conhecemos muito pouco Hum e provavelmente vamos falar falar muito sobre números hoje h mas o que é certo é que H cerca de 80% da da vida subaquática existe no nosso planeta especialmente o mar profundo não é conhecido e aliás estima-se Que nós conhecemos mais sobre a superfície da da lua ou mesmo de Marte do que conhecemos dos nossos oceanos profundos de maneira que e como é que isso é possível é porque nos desinteressar ou Tecnicamente ainda não conseguimos lá chegar é as duas coisas nunca houve uma corrida para conquistar os oceanos eh e também tem um problema muito grande é que Especialmente quando falamos de oceano profundo e de alto mar estamos a falar de um bem que é que é público e que pertence a todos e e e e que há muitos acordos e entre Estados e estados membros da União Europeia a nível mundial e para aí fora H agora e em relação a Portugal nós temos realmente uma sabemos temos uma riqueza e biodiversidade únicas a nível Mundial nós temos uma uma característica e única que é nós temos uma das maiores zonas económicas exclusivas do mundo a segunda ou terceira maior da Europa Hum e e e realmente nós se pensarmos em Portugal Continental o arquipélago da madeira que está bastante mais a sul e que tem uma vida quase Tropical eh e os Açores que são realmente as Galápagos do Atlântico é um hotspot de de S é um encontro de várias várias Cordilheiras eh montanhosas que vem de milhares metos de profundidade e de repente há aquele Oasis de vida no meio do Atlântico e que eh acumula uma vida de basicamente tudo o que é plágio e que está a atravessar os oceanos para ali é um pitstop da dos grandes migradores atlânticos e e de maneira que se nós juntarmos isto tudo há muito poucos países que consigam ter eh habitar climas tão diferentes e de maneira que nós temos uma riqueza e biodiversidade únicas a nível Mundial nós por exemplo muito poucos portugueses nós infelizmente valorizamos muito pouco e temos muito pouco orgulho no nosso património e natural eh por exemplo muito poucos portugueses sabem que nós temos na na na Ria Formosa no Algarve a maior população do mundo qualquer espécie de cavalos marinhos e ou que temos na madeira a foca mais rara do mundo ou que temos nos Açores tudo um bocadinho de tudo desde do maior animal que alguma vez existia no nosso planeta maior do que qualquer dinossauro a baleia azul h e ao maior peixe do mundo o tubarão baleia de maneira que nós nós nós não sabemos e genericamente a população mas eh a comunidade s científica sabe o que é que tem sabe a Preciosidade que tem e sabe reconhecê-la é eu diria que em relação à comunidade científica acho que fazemos muito com muito pouco e de maneira que temos bastante conhecimento para os meios que que temos disponíveis e para as verbas basicamente temos disponíveis para para conhecermos a nossa vida marinha H mas posso dizer que por exemplo estávamos a falar do maior peixo do mundo tu Barão baleia nós temos a única população da Europa inteira tuaran baleia de maneira que se isto fosse de um país com com com bastante mais H recursos financeiros do que nós seria altamente estudado e é uma coisa muito pouco estudada e que e que e que aliás eu eu fiz parte do dos dos Eu fui a primeira pessoa a fotografar o maior peixe do mundo e em Portugal o tubarão baleia em 2008 em 2008 E desde aí que tenho trabalhado com cientistas da Universidade dos Açores a tentar perceber de onde é que eles vêm para onde é que eles vão que comportamento é este ainda pim eles vêm acompanhados de milhares e milhares de atuns e e usam os atuns para se conseguirem alimentar bolas de disco de pequenos peixes sab eh falta conhecer muito sabe-se sabe-se pouco sobre o tub é uma baleia falta e posso dizer por exemplo aqui estamos a falar do maior peixe do mundo de maneira que é o equivalente de nós de repente descobrirmos que temos e elefantes nas nossas florestas eh e só há 3 anos atrás é que ficamos a saber de onde é que eles vinham e para onde é que eles vão eh de maneira que De onde é que vem e para onde é que vão hum não vêm todos do mesmo sítio mas eh 90 e tal por deles vêm da da da América Central eh mas ainda H deslocam-se até onde eh deslocam-se é curioso porque provavelmente por causa do aquecimento global eles estão a conseguir ir mais para Norte e conseguir chegar aos Açores mecas só aparecem nos Açores nos anos em que a temperatura média da água é mais é mais elevada isso acontecia esporadicamente antigamente e e hoje em dia nos últimos talvez 5 anos temos tido regularmente uma quantidade muito grande de tubarões baleia n aqui is quer-nos dizer provavelmente que com o aquecimento global eles vão começar a fazer parte desta fauna Marinha fantástica que nós temos não pelos melhores motivos porque porque estão-se a ter que adaptar no espaço de uma vida a mudar de de hábitos de rotas migratórias de comportamentos de caça e para aí fora com com o impacto depois em todo o ecossistema Claro evidentemente agora há imensas histórias ainda por até em relação ao tubarão baleia que vem acompanhar de milhares de atuns de onde é que vem este atuns que como é que ele conseguiu descobrir que Se trabalhasse em conjunto com os atuns com conseguia se alimentar melhor e por aí fora mas isto é só uma história de muitas e que que realmente mostra que ainda há imenso por conhecer e e ainda há imenso para sabermos eh sobre estas estes organismos marinhos sobre os quais estamos a ter um impacto não é hum eh e aqui há e espaço de facto para eh para os cientistas conhecerem mais e depois a sua área a área de divulgação do do reconhecimento pode também tem aqui um papel importante para para preservar a nossa biodiversidade eu acho que sem dúvida e eu eu aliás sou o melhor exemplo disso porque eu formei-me em direito na Universidade Católica portuguesa muito perto aqui destes estúdios eh e no primeiro ano do meu curso de Direito tirei o meu primeiro curso de mergulho e e apaixonei pela vida marinha e quando cheguei ao final do curso achei que não não não ia passar um um o resto dos meus anos no nas Barras do tribunal e queria ter um contacto diário com Mário mudei-me para os Açores e uns anosis comecei a trabalhar numa empresa de observação de ST ver as minhas primeiras baleias e golfinhos Nuna tinha visto uma baleia na vida eh e uns anos mais tarde eu confesso que ia com o sonho de um dia me tornar um cameraman subaquático e eu fui não portanto não um já que costou como como diz no Como escreve no artigo idealmente Sim idealmente sim cim e tudo mas o que é certo é que eu sou o exemplo perfeito de uma pessoa que mudou a sua vida pelo contacto com estas Produções Eu quando estava no segundo ano direito saiu o Blue Planet da BBC Que para terem uma noção eh foi visto por mais de 1 bilhão de pessoas no nosso planeta quer dizer nesta altura nós éramos menos de Éramos 5 se bilhões de pessoas no planeta inteiro Quer dizer uma em cada cinco ou seis pessoas viu esta série isto tem um impacto imenso na nossa maneira como nos envolvemos em termos de conservação e para aí fora e de maneira que eu acho que eh nós só só protegemos Claro o o que conhecemos o E especialmente conhecemos as coisas com os quais temos uma ligação emocional e com com que nos identificamos se pensamos por exemplo nas as baleias na década de 80 nós conseguimos criar esta moratória internacional para abolir a caça à Baleia porque a baleia é um animal qualquer um de nós olha para este animal é um mamífero quer dizer é um é não ficamos indiferentes com o animal deixa morrer h e de maneira que eu acho que só quando temos esta ligação emocional eh com o animal é que nos envolvemos e e e e queremos protegê-lo e é é muito através da imagem seja fotográfica seja de vídeo que nós conseguimos criar essa ligação emocional das pessoas porque a maior parte das pessoas não são molhadores e não andam a ver esta vida marinha no dia a dia não é E e essa e essa ponta é importante mas também há e sobretudo cá em Portugal há muito a ideia às vezes quando descobrimos um tesouro da natureza que é melhor não divulgar muito porque vamos estragar imediatamente vai haver um maior afluxo de pessoas a procurar a querer conhecer a mexer e a estragar Essa é possível calibrar a presença do homem na natureza como é que isto consegue há o risco aliás falou aqui da observação de baleias nos Açores há o risco de estragos se conhecermos bem demais ou muito de perto eu acho que não Sinceramente penso que numa fase futura quando a humanidade estiver um bocadinho mais madura e e e e tivermos desempenhado melhor o nosso papel em termos de conservação e termos um melhor equilíbrio no nosso planeta sim eh mas eu acho que nesta fase o que precisamos é que o máximo de pessoas vejam estas baleias e e e conheçam uma pessoa que vai num num bar watching por exemplo nos Açores ou na madeira ou mesmo aqui em Portugal Continental H é uma pessoa que não vai ficar indiferente se de repente nós decidirmos voltar a caçar baleas Como faz a Islândia ou Noruega ou ou vários outros países do do mundo e de maneira que nós precisamos rapidamente do máximo número de porta-vozes da natureza possível e e felizmente eu vejo que a geração à medida que as gerações mais novas são as gerações que sabem mais e que e Eu muitas vezes sou convidado para ir a escolas fazer apresentações sobre isto so sobre a vida marinha Portuguesa e ag giríssimo porque há sempre dois ou três minutos na fila da frente sabem mais os tubarões de baleia Ou seja que for do que eu sabem com exatamente Quantos metros têm quantos anos é que vivem tudo mais e de maneira que são muito interessados eh e eu acho que passa muito por isso é pelo despertarmos o interesse das pessoas aliás no nos últimos anos até podemos Creo que podemos dizer nas últimas décadas houve um crescimento de de movimentos ambientalistas de muitas preocupações com com alterações climáticas em que medida é que isso se traduziu eh em mais conhecimento em mais divulgação e em mais preservação há uma rela consegue encontrar essa relação ou ou ou ou até até mais do que isto estes movimentos ajudaram eh a termos mais esperança no planeta eu acho que sim sem dúvida agora acho que também H ehara estamos no na a nossa estamos num momento de excesso de informação eh e que às vezes é muito difícil para um por exemplo um consumidor saber o que é que chega ao supermercado o que é que é o o que é que é eu de comprar e estas o que que é sustentável o que é que é sustentável por exemplo comer Camarões comer ou tá a comer Camarões que são produzidos em cativeiro com uma Pegada Ecológica gigante ou tá a a comer Camarões que foram pescados em alto mar e que para pescar 1 kilo de camarão é morre cerca de 7 kg de biomassa de baets eh mas toda esta informação é difícil de nós obtermos não não temos por exemplo um rótulo que nos diga esta este produto é sustentável ou não e is isso seria uma coisa básica que se nós pensarmos bem hoje em dia já temos rótulos que nos dizem eh Que tipo de nutrientes é que existe num produto mas não nos dizem Qual é a Pegada Ecológica deste produto E até ter chegado Às nossas mãos e e que papel é que nós vamos ter como Consumidor quando o compramos h e isso é só um exemplo e Mas precisamos de um acesso mais fácil a nos fazermos ouvir e a fazer e e basicamente fazemos pressão sobre os nossos dirigentes para que exista exista mudança eh Mas mesmo sobre a questão da sustentabilidade eh temos respostas já certas sobre o que é que é eh menos mau o para h para preservar o ambiente O que é que tem menos Impacto nós podemos enfim não não é na sua área Mas a questão é está está a ser muito quente relativamente por exemplo aos carros elétricos Qual é o impacto maior Qual é que é o impacto menor na questão do Oceano sabemos Qual é o caminho a seguir já eu diria que em termos de ciência sabemos eh e sabemos há muito tempo a posso ser que por exemplo a comunidade científica há mais de 30 anos que nos diz que para nós a pmos um termo a esta espiral de perca de habitados e biodiversidade precisaríamos de eh proteger no mínimo 1/3 dos nossos oceanos ou 30% dos nossos oceanos Eh agora isto O tempo passa e isto passar de uma informação que a comunidade científica tem para algo que os nossos dirigentes políticos implementem H infelizmente é uma coisa que não acontece em Portugal e que não acontece em praticamente o mundo inteiro se nós pensarmos em Portugal por exemplo eh cerca de 8% da da da do nosso mar é protegido mas cerca de saiu recentemente uma uma entrevista muito gira com uma representante da wwf que dizia que H cerca de 0,02% do nosso e mar territorial H é protegido e e e ou Ou seja é protegida protegido no papel muitos deles não são monitorizados mas mas que onde não se pode fazer atividad extrativas e quando falamos falamos da nossa zona económica exclusiva 0,001% da nossa zona económica exclusiva não permite atividades extrativas se nós pensarmos que os que os cientistas dizem há 30 anos que nós temos que proteger 30% o mais rápido possível estamos muitíssimo longe de de tomar medidas eficientes de gestão do nosso património natural na especialmente no mar porque o mar é uma coisa que ninguém vê não é eh e e vemos as praias Vemos as beatas na areia exato exato mas esse é um excelente exemplo nós preocupamos muito mais com a beata na areia do que o que se está a passar à frente da nossa Costa não é se nós pensarmos por exemplo eu eu ainda recentemente fiz uma viagem eh fiz duas ou três saídas no canhão de Lisboa estamos a falar nas águas a três ou 4 km fora da das praias da Costa da Caparica e e vi uma infinidade de espécies desde baleias como uns e várias espécies de golfinhos vi talvez uns 10 tubarões azuis vi espadins vi vi uma quantidade imensa de vida até vimos orcas H aqui perto aqui perto Lis exato e mas as pessoas estão na praia para elas ver uma biata no chão vai incomodá-los muito mais do que saber que todos os anos nós pescamos cerca de 100 milhões de tubarões dos nossos oceanos e que o tubarão azul que tá ali mesmo à frente é é a espécie mais pescada a nível mundial e que muitas pessoas ouvem falar disto de que se faz a sopa de barbante tubarão na China que é um que é uma coisa inadmissível mas o maior o maior porto desembarque de tubarões do mundo e de venda de carne tubarão do mundo é em Vigo poucos quilómetros de de Portugal e de maneira que temos uma uma perceção muito limitada do que que o que que realmente tá acontecer nos nossos oceanos se tivesse a acontecer nas nossas florestas tínhamos cruzávamos com ela no dia a dia e era muito mais palpável e afetava noos muito mais diretamente e esse é sem dúvida um um problema muito grande porque estamos a falar de um uma vastidão cobre 70% do nosso planeta não é e e por isso o trabalho do Nuno sai é muito importante eh ainda tem uma curtíssima carreira menos de duas décadas não é pelas contas que que aqui nos está a fazer já viu muitas mudanças no no oceano neste espaço de tempo h eu acho que não vi mudanças enormes eh o que eu vejo é eh eu comecei como fotógrafo subaquática em 2008 quando mudei para os Açores h e e depois em 2014 tornei-me videógrafo sub Aquático E aí comecei a trabalhar muito para a BBC para a ntion Geographic para para Netflix e para aí fora e hoje em dia já mergulhei desde o Ártico Antártida um bocadinho em todos os os oceanos do nosso mundo do nosso planeta h e o que eu vejo é que a nossa pegada está em qualquer Sítio do nosso planeta isso é incontornável Eu já eu já eu estive por exemplo a filmar uma sequência para o Bull Planet 2 da BBC na nos fiores da Noruega 300 km acima do circular circular par Ártico de maneira que num sítio mais remoto que existe e e adverso e difícil para sim e assistir a um espetáculo uma coisa incrível do de de e chama-se a grande migração do arenco são são existe nesta altura do ano mais arenco nos fiores da Noruega do do que seres humanos nosso planeta são biliões de arenques que e vê milhares de de baleias para se alimentar deles orcas baleias de bossas e para aí fora e e filmamos uma sequência incrível que ainda é das sequências que mais marcou por achar que realmente agora Cheguei ao que eu queria ao meu sonho concretizei meu sonho Estou a ir aos sítios mais remotos do mundo ver os maiores espetáculos da natureza e e no dia a seguir e até tínhamos ido festejar nessa noite Eu estava muito mal dormido saímos para o mar não fosse conseguimos fazer mais umas imagens e Encontramos uma enorme baleia de bossas enrolada em em cabos de pesca e artes de pesca com várias boias à volta de de si e e e aliás não se conseguia manter à superfície e rapidamente passamos de de fazer imagens para trocar a câmara por uma faca e a a a retirar os Seus cabos e e e e tenho visto isto ainda há meses atrás tive na Antártida verse plástico V se vê se animais animais com com com com plástico À Volta do seu do do seu pescoço e por aí fora nós estamos presentes A nossa pegada é é essa é a grande mudança que que existiu que foi os documentários que eu vi quando era miúdo do jacoo costou nesta altura achava-se que o o oceano era uma coisa tão infinita e tão grande que nós como seres humanos nunca iríamos ter um impacto nela era impossível nós esgot armos este recurso infinito que que era os oceanos e bastaram três décadas para nós percebermos que o nosso Impacto está em qualquer ponto do planeta e nas últimas três décadas Metade dos Corais do do nosso planeta desapareceram por causa do aquecimento global e da acidificação da água 90% dos dos peixes grande porte como espadins atuns e por aí fora desapareceu nos nossos oceanos mais de 100 milhões de de de de tubarões são retirados todos os anos do dos nossos oceanos enquanto injetamos 40 milhões de toneladas de de plásticos todos os anos é é um é um impacto enorme que nós estamos a ter sobre os oceanos e e é preciso realmente agir agora porque se não agirmos agora também não haverá nada para salvar não é como é que como é que viê os oceanos Daqui a uma década não sei eh Há há umas pequenas luzes ao fundo do túnel não é só uma mas há acordos especialmente da ONU de prot termos 30% dos nossos oceanos até até 2030 e protegermos 30% do do mar que pertence a todos nós em que sobre sobre o qual Nenhum de Nós tem jurisdição e isso é uma ótima iniciativa Apesar que só 10% deles é que forão realmente ser com com com sem pesca digamos e porque muitas vezes nós queremos as as as reservas no papel e depois nós implementamos e e e pode-se fazer este pesca mas não aquela e para aí fora e a e também existe o o objetivo de cada país até ao final de 2030 proteger um terço 30% da sua das suas águas e e dem Man que são excelentes notícias e são as melhores notícias que houve para os nossos oceanos nas últimas décadas se isso vai ser implementado e se vai ser uma coisa que realmente vai funcionar já tem algumas dúvidas tem algumas dúvidas para aquilo que tem visto no nos últimos anos e pelo que tem sido a evolução nas últimas três décadas Sem dúvida O que é que vai ser preciso fazer ou mais o que é que nós todos vamos precisar de mudar para conseguir salvar essa essa diversidade toda eu acho que temos que ter a noção de uma coisa que é H eh os nossos oceanos se nós falarmos com qualquer pescador velhote ele f fala-lhe de coisas fantásticas Que el viam no mar uma abundância de peixe e de espécies que já desapareceram completamente a nossa Costa e que eu já nunca vi já nunca vi h eu eu vi um vislumbre dessas dessas eh dessa abundância de vida em áreas Marinhas protegidas eh existem áreas Marinhas protegidas não tanto aqui em Portugal Continental mas mais nos Açores e na madeira a madeira é o grande Pioneiro de criação de de áreas Marinhas protegidas em Portugal e por exemplo se existe uma reserva foi a primeira reserva criada especificamente para o mergulho no Funchal chama-se a reserva do gajau e uma pessoa que mergulha ali vê uma abundância de vida que é uma coisa incrível vê meros com com mais de 1 m de comprimento que vem ter consigo e querem festinhas e cumos peix por todo lado agora mal metemos o pé fora da reserva Marinha não se vê absolutamente nada não se vê um peixe com mais do que um palma dois hum e de maneira que nós temos que o o ideal seria pmos uma garrafa de mergulho às costas de toda a gente e levarmos para debaixo de água e mostrar a diferença entre o que é que os nossos oceanos eram e o que é que eles são hoje pelo menos uma vez na vida pelo menos uma vez na vida eh mas tendo em conta que isso não é possível eu acho que é por estar e muito na literacia Azul muito em especialmente em Portugal nós estamos a falar de um de um Portugal é mar quer dizer não é não é invocar e paias marítimas do passado mas 97% do território português é mar nós temos um território marítimo 40 vezes superior ao nosso território H terrestre e de maneira que nós temos que dar 97% da nossa importância da nossa atenção ao mar ou pelo menos muito mais do que damos até agora H E isso passa muito muito pela literacia Azul pelos Miúdos Desde da escola perceberem que nós temos um território vastíssimo e e que é gerido para nós e que nós temos a responsabilidade de o manter e de o conservar e de que as gerações que vêm a seguir possam ainda ter um vislumbre do que nós vimos e que os nossos papais e avós viram também e o nundo já já disse que vai às escolas vai falar sobre isto e nota nota essa eh predisposição e dos dos alunos dos jovens para para o ouvir para agir sem dúvida Sem dúvida muito Aliás já tive tive uma apresentação giríssima em que depois falamos sobre o plástico e para ir fora e depois houve um miúdo que se levantou e dizer o meu pai quando nós vamos à praia deixa sempre as embalagens plástico na aranha e mas esse pai provavelmente levar tanto nas orelhas do do filho provavelmente vai mudar de atitude e é que eu acho que a grande esperança realmente tá tá tá nas novas gerações e vamos ter que mudar de alimentação não Sá sobretudo os portugueses e o peixinho sim completamente vamos Isso vai ser muito difícil de dizer sim sim os nossos oceanos acaba por não ser só alimentação não os nossos oceanos nós temos olhar para os nossos oceanos como uma coisa que nos sustenta e que se se se tiverem maus Maus Lençóis nós todos estamos Em Maus Lençóis não é nós cada vez que inspiramos metade do do oxigénio que chega aos nossos pulmões foi produzido no no oxigénio eh o o os oceanos absorvem mais dióxido de carbono do que quatro florestas da Amazónia 40% do do dióxido de carbono que que produzimos emessa é é é absorvido pelo pelo oceano e de maneira que quer dizer os oceanos e toda a vida no nosso planeta veio dos oceanos e se calhar do nosso universo pelo menos até agora ainda não descobrimos que que não fosse assim eh e 94% de toda a vida que existe no nosso planeta está nos nossos oceanos e de maneira que nós temos que perceber que o nosso destino eh é nós andamos mandadas com o destino do dos nossos oceanos e se e e e e claro quando falamos na alimentação mais diretamente mais de 1 bilhão de pessoas no nosso planeta dependem diretamente do sustente conseguem tirar dos oceanos h e de maneira que sem dúvida que temos que olhar para os oceanos como um não uma coisa que nós estamos a proteger porque é uma coisa bonita e achamos graça é é uma coisa que nós estamos a a o nosso bem-estar futuro e das Gerações futuras depende dos nossos assentes censes e saudáveis precisamos mesmo deles eh é possível terminar com uma nota de otimismo não percebi ao fim desta conversa ter preparado ao fim desta conversa se daqui a 10 anos podemos estar mais seguros do que agora eu eu penso que se nós e esta esta este objetivo da ONU de de protegermos 30% nos oceanos pode ser um game changer e se nós como cidadãos H demonstrarmos que nós queremos que isto realmente vá para a frente e e que é importante para todos nós que isto Vá para a frente Se isso for concretizado acho acho que realmente há há uma luz de esperança e e e que podemos começar um um um retrocesso neste neste neste caminho que não dura não é muito grande isso é que temos nós temos ter a noção que no espaço de vida de uma baleia por exemplo um cachalote dura tem uma esperança de vida de 100 anos quer dizer ele ele nasceu num num oceano silencioso em que não havia acumulação de metais pesados no seu corpo não havia plásticos a ser ingeridos e acumular-se no seu sistema digestivo não havia embate com com embarcações que matam mais de 20.000 baleias por ano não havia esses perigos todos não havia um ruído ensurdecedor de explorações petrolíferas navios tudo tudo mais e Dem é que nós estamos a falar de um planeta que teve aqui durante milhões e milhões de anos um oceano em que era prestino e e que não havia uma ameaça em todos os cantos dos oceanos e de repente no espaço de vida de um animal eh está a ser bombardeado com com diferentes problemas e de maneira que temos que ter a noção que que nós temos que agir tão rapidamente como destruímos também temos que ser tão rápidos na encontrar soluções Ná muito obrigada por ter vindo ao clube dos 52 e continua a deslumbrar com as imagens que nos traz todas as semanas uma conversa olhar para o país na próxima década