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[Música] [Música] sejam muito bem-vindos a mais um popup um programa que é um verdadeiro amigo aquele que vos dá as melhores dicas sobre cultura popular um amigo que na verdade tem três caras Maria Ram Silva Bruno viira Amaral e Pedro bucheres que esta semana estão entre nós vestidos de anos tenta para um episódio de memória cinematográfica e arranca na boa dica a culpa disto tudo é de duas pessoas A primeira é Roger corman realizador argumentista e produtor nome de enorme importância na história do cinema independente influência decisiva para gente como scores e ocola e o outro culpado da conversa desta semana é o Bruno veira Amaral que a propósito de Roger corman perguntou então isso falássemos sobre o cinema dos anos 70 Bruno viira Amaral aceitamos a tua proposta é muito inteligente como sempre aliás h e por isso mesmo vou começar por ti que é para dar a volta a isto que não é costume não é ficas sempre para o último É verdade e vou começar por te perguntar e sobre isto dos dos cinemas dos anos 70 até porque sugeriste isto o tema com algum entusiasmo o que eu agradeço o que se o o que é que esta década no cinema tem de especial e se é possível eh apontar uma tendência uma marca que atravessa a década toda bem isto falando de do cinema norte–americano porque há muito mais para além do do cinema norte-americano mas centrando no cinema norte-americano é possível detetar um uma uma tendência que está relacionada com a influência dos autores europeus do pós-guerra como o Rosselini e o Bergman mas também os da novel vag como godar o TRF nesses realizadores americanos muitos jovens que começaram a filmar ali no final da década de 60 e no início da década de 70 e que foram os primeiros ou dos primeiros na na indústria norte-americana ou no cinema norte-americano a pensarem como autores como artistas como autores que faziam filmes para transmitir uma visão pessoal ora e isso era muito difícil de conseguir Porque mesmo os grandes autores do passado trabalhavam dentro da da indústria e mesmo que conseguissem eh passar um pouco da sua visão pessoal eram essencialmente vistos como técnicos como tarefeiros claro que a geração do dos KR do cinema procurou ver as marcas autorais nesses realizadores como o Howard doxs ou o John Ford o Witch coock e eh levou-os a esse estatuto que a partir daí se tornou quase eh sagrado o estatuto do autor e eles próprios esses novos realizadores norte-americanos viam-se como eh herdeiros e de desses outros realizadores e como verdadeiramente autores queriam fazer filmes pessoais mas era difícil conseguir fazer filmes pessoais eh no que é uma indústria sempre foi e era na altura e e é aí que entram também a personagens como o Roger corman que deu a oportunidade a alguns realizadores no início de carreira de fazerem não não grandes filmes mas de trabalharem pelo menos e também de de de se treinarem eh no Exercício da da da das suas funções O que é sempre importante para quem está a a começar não fizeram aí os seus melhores filmes mas têm filmes que ajudaram também a ganhar essa essa tarimba depois até para outros projetos que vieram a fazer dentro dentro dos estúdios no caso do do copola do e do do do scores e muitos outros que que ele ajudou e essa é a tendência desses desses novos autores também como o Peter bogdanovic que talvez fosse até o o que tivesse mais consciência teórica da da da história do cinema o grande Admirador do John Ford e e que procuram então Eh trazer essa vei a autoral para o mainstream para para o cinema que eh de de grandes massas e o cinema também dentro do estúdios o o padrinho do do copol é um filme de estúdio eh que ele depois do qual ele depois se vai apropriando e cada fazendo aquilo cada vez mais uma eh a sua transmitindo mais a sua visão a sua visão pessoal E então eu creio que essa é essa é a tendência sobretudo ali no início dos anos 70 que é de ter estes realizadores a ganhar o seu espaço também muda um pouco o paradigma em relação ao ao que deve ser um um ator o protagonista à estrela eh que vinha dos anos 40 50 e ainda 60 e há aqui uma uma uma mudança com a autores com atores de de outras origens étnicas hh e e e e muito um um pouco diferentes daquilo que se entendia ser lá o Galante estilo rock Hudson do eh do cinema dos anos dos anos 50 surgem os Jack Nicholson o alpacino o Robert De Niro que são autores muito diferentes atores muito diferentes muitos deles influenciados eh pela escola do meto Luis strasberg também teve grande influência nesta nova geração de de de atores Elen burstin por exemplo e tudo isso marca a a paisagem humana mas também eh a paisagem eh geográfica dos filmes só há muitos filmes O urbanos em que eles pegam nas câmaras vão para as ruas e sente-se muito essa atmosfera Urbana na no no cinema do do início dos anos 70 e depois claro que há muita diversidade há muita variedade mas eu diria que essa é a tendência principal uhum eh Pedro Bueri Mendes eh na preparação elaboradíssimas todas as semanas e passei por muitos títulos e de filmes dos anos 70 e entre as várias tendências há uma que é há muito crime há muito homem desesperado há muita guerra há muita não é é o Taxi Driver e o e o Caçador do chimino e e o Rocky tem um lado de superação mas também tem ali muita gente miserável não é há muita decadência a decadência é uma coisa extraordinária nos filmes dos anos 70 há muito grit não é aquela palavra isso eu gosto atenção sim e há muitos carros grandes não é cá boas perseguições faz sempre castanhos não é é tudo muito escuro muito sujo muitas suíças e ou patilhas não é como se diz ex e sim e e o música muito boa não é ali um Chase assim assim meio sempre então estamos a falar mais uma vez do do cinema americano uhum sim um jaz e e e enfim sem querer aqui ser mal interpretado H as mulheres surgem muito bem filmadas acho muito bem muito bem vestidas filmadas maquilhador eh muito protagonista das histórias ou seja esses heróis que tu falas torturados quase sempre há uma mulher há um interesse amoroso há um interesse romântico ou ou uma perspectiva que que é um tipo de mulher que antes da supermodelo não é antes da da mulher da mulher super Model anos pronto exatamente e e é uma mulher de amor livre Não é porque também não tinha sido inventada a SIDA ainda este aqui tá entrá paraas clar mas empoderada não é como se teoria hoje sim é é é uma mulher eu não sei se não e filmada de forma diferente s é isso é isso Eh empoderada claro mas o Tarantino tenta captar isso e eu consegue de alguma forma em alguns dos seus filmes a imagem e a imagética do tarane desendente desta altura sim exatamente dos anos 70 eu devo dizer que quando era miúdo eh no jornais via sobretudo não via sobretudo aqueles filmes catástrofe não é tipo piranha o havia umas o eh meteorito acho que era meteorito ou uma coisa assim ou terremoto uma coisa assim um um a ter a torre do inferno assim uns filmes esses filmes que eu o aeroporto o aeroporto exato e esses filmes tinham uns anúncios no jornal muito sugestivos portanto era uma espécie de ilustração quer dizer eu teria dado como como eu disse ontem teria dado o meu braço esquerdo para poder ver o a torre do inferno depois entretanto tive a investigar exato tive a investigar e nem sequer faz parte dos melhores filmes dos anos 70 Eu por acaso pensava Mas isso não interessa querer sim pronto também é o tempo do do mas tinha ó ó Pedro desculpa eu tinha um elenco formidável quer dizer não é porque porque era um e espécie de star Quality para para atrair os espectadores não é e também é o tempo do gre e do staying Alive desses filmes F do Sábado à Noite do Super Homem com o marl que eu fui ver ao cinema com a minha mãe e examente e o Marlon Brando eu não percebi bem qual era o interesse do Marlon Brando porque parece relativamente pouco não é só parece no início sim mas eu lembro-me ter adorado o Christopher Reeve a voar lembro de me ter adorado e e e e e é um é um é um época que eu hoje h e vou dizer assim papo todas as séries passadas que decorrem nos anos 70 e sempre que apanho um filme dos anos 70 que não é assim tão comum também os vejo com interesse porque eu eu eh percebo que vou vou aventar esta hipótese por acaso gostava que o Bruno comentasse que esta coisa dos meios eletrónicos dos computadores e dos e dos telemóveis estragou uma parte interessante da ficção Hum que é o desconhecido não é o desconhecimento ou seja ah encro contigo nos anos 70 e tu não apareces eu não sei porque é que tu não apareces não é não te vou mandar uma mensagem não há há um grande filme que nem é dos an não é dos anos 70 creio que é dos anos 50 que é an Fair To Remember o grande amor da minha vida com o Carry Grant is se não estou aí com a Debora k e em que eles não se encontram eh Há um acaso não se encontram quando se deviam encontrar ela depois é atropelada e tudo poderia ser resolvido como com uma chamada telemóvel com uma mensagem escrita mas não vi filme mas este lado de e apesar de de de na ficção irem muo cabinas telefónicas resolvem assim mas este lado de que que o cinema dos anos 70 tem obviamente o cinema dos anos 80 também mas o cinema dos anos 80 já começa a ter computadores o c o cinema dos anos 70 é um cinema mais eh de um tempo diferente em que em que a narrativa precisa que que as pessoas façam coisas não é nadamente vão lá não é vão à loja perguntar e vão interrogar e depois dão un soos sim e por exemplo e tu vês agora a diferença que há um dispositivo que agora é cada vez mais usado tanto nos filmes como nas séries que é aparece o texto que a pessoa está a escrever no telem e aqui e nós estamos a ver não é faz parte da imagem já agora eu lembro-me quando quando quando comecei a ver séries com mais atenção por razões profissionais há 15 anos imagina 15 20 anos os argumentistas tinham muita dificuldade em incorporar os telemóveis na na ação portanto Muitas vezes os personagens apesar de já Todos nós temos telemóvel no bolso os personagens ainda não tinham Por exemplo agora naquela série da qual nós já falamos aqui o baby reindeer sim Está tudo muito bem encaixado sim sim sim isto agora mas eu prefiro H apesar de ser um velhote prefiro ficção sem esse tipo de de dispositivos prefiro uma em que de facto tens que ir ao tens que ir à lavandaria dar uns chocos no tipo ou então imaginas sim o aquilo que não acontece o espectador imagina que também é também é interessante não é Maria Ramos Silva H aqui noutro campeonato E isto é o campeonato que te diz muito ao coração eh nos anos 70 também eu não não sei dizer se aparece ou não mas sei que ganha toda uma nova importante por causa do Bruce Lee que são os filmes das artes marciais e sim até porque o Bruce Lee vive muito também e ganha com todas as aspas do mundo como é evidente ou ganhamos nós com esse esse essa construção do mito a partir da Morte precoce do bruceli não é porque breli morre em 73 portanto é praticamente também no começo da is queres saber uma coisa curiosa que eu descobri por acaso conta Brandon Lee faz esta semana 30 anos que morreu pronto na rodagem do Corvo fic a saber examente o filho nãoé o filho pronto era só para outra perdeu com o com o Brad Pitt né naquele combate com o Brad Pitt naquele combate do filme do tantin Ah era uma vez agora agora está Desculpa deste uma volta sim mas há o o Bruno falava de uma coisa também interessante e que tem muito a ver com o brce le que aquela transição brutal na perceção sobretudo que os norte-americanos tinham do dos asiáticos Porque quando eles começa a aparecer na tela de facto há ali uma o Bruno falava um pouco disse não é a forma como Também passamos a ver estes protagonistas e sobretudo a diversidade no protagonista eu a que a palavra é sobretudo essa para marcar esta esta década em termos de produção no cinema é diversidade porque quando tu Olhas para a quantidade de géneros e a quantidade de filmes que foram feitos h de tudo portanto estás num abundante bufê de casamento em que tanto tens o caldo verde a torre de camarão do anos Exatamente exatamente era aí que eu queria chegar é que tu Na verdade o grande filme depois acaba por ser e o Star Wars mais no final o o Lucas e e o spel com o tubarão eram garotos não é um tinha 28 salver outro tinha 33 por aí e há também aqui a construção o o o a consolidação se quiseres do Blockbuster de verão o o o tubarão e depois o Star Wars vem vem muito em linha com isso e aquela ideia do Box Office não é do grande filme que leva toda a gente ao cinema ex mas há uma data de outros subgéneros porque tu tens desde o neon noar tens correntes Ultra feministas como tens Ultra conservadoras e portanto tu apanhas ali um um um caldeirão em termos de de facto de de diversidade nos géneros incrível que apanha muito bolei à aquele Eco ainda da contracultura dos anos 60 julgo eu eh também fruto dos tempos e isso também toca muito com aqueles os tais conteúdos mais negros e mais violentos que vocês falavam com a guerra em fundo há um desfeito do Vietnam há o Watergate T todo um contexto político também explica muito esta e outra coisa que é eh a indústria estava em termos de de dinheiro na modo baixo portanto há aqui uma capacidade também fazer muito com pouco não é esta ideia do do low Budget de repente antes de chum ou Épico de facto precisa já de muito dinheiro porque Calculo que o Star Wars não tenha sido provavelmente barato ex mas há aqui a capacidade de encaixar estes estes registros todos eh e se quiseres ali um conjunto de pérolas vintage Talvez uma última década esse último suspiro de de de coisas que nós hoje consideramos absolutamente vintage até pegando nessa imagem que o Pedro falava da representação eh dos protagonistas do guarda-roupa o o próprio Tom do filme A Banda sonora ali um conjunto de ingredientes que de facto os anos 80 e essa depois o advento de uma série de tecnologias acaba por compensar obviamente de um lado mas descompensar outas que desapare sim sim Acho que sim já Agora és fã do Bruce Lee eh sou eu não é não sou assim um daquelas grandes cromas do Bruce League H acho que há ali um conjunto de de filmes de mais de de artes marciais que talvez marquem mais nos anos 80 depois com uma série de figuras mais de série B C assim mais obscuras mas que fazem parte do nosso Imaginário não é é assim a minha o meu ío digamos assim mas pronto Mas compreendo perfeitamente o interesse não e acredito que feno não é sobretudo para quem foi garoto naquela altura que havia antes e que nãoa a Sim há ali também uma dimensão muito física que chega nos filmes que tu não tens não é CL ex e porque de facto aquilo que eram as competências que tu esperavas das personagens e o Pedro também falava disso e bem a própria a mulher deixa de ser a dona de casa que está na cozinha não é e de repente Isso é uma transferência brutal entre em termos de habilidades de competências não é e e esta personagem com esta este Apu todo físico também marca muito essa aquilo que nós podíamos esperar de repente das pessoas que víamos no no ecr e há avanços tecnológicos não é a cor por exemplo a cor é diferente essa evolução da película e da cor eu não sou especialista nem de perto nem de longe mas nós conseguimos enfim identificar o que é que é um filme dos anos 70 olhando Ou pelo menos P menos crua porque que é assim sim a imagem é diferente exatamente tem uma patina não é que hoje hoje é uma patina na altura devia ser uma coisa espetacularmente revolucionária exato sim bom seguimos em frente e antes do final da primeira parte vamos começar a lançar as sugestões da semana com o postit Bruno Vera Amaral vamos começar por ti outra vez esta semana É extraordinário é surpreendente inovador desconfiar e e esta semana queres sugerir noos o novo livro de salmon Rusty é chama-se faca e é um livro sobre aquilo que lhe aconteceu em agosto de 2022 quando inesperadamente porque ao fim de de tantos anos eh com a sua vida a correr risco depois da da fátua do aiatola comi eh foi atacado e e quando quando já não se esperava quando a sua vida já tinha retomado alguma normalidade eh foi atacado esteve às portas da da Morte esteve bastante mal acabou por por perder eh o olho direito ficou também com eh os movimentos da mão esquerda bastante afetados e este é um livro sobre essa experiência H sobre o problema que é um um escritor ver-se definido por algo que é exterior aos seus livros isso já lhe tinha acontecido salman Rusty já era um escritor premiado mas eh a fátua eh tornou uma celebridade Mundial eh contra goosto não é ele preferia ter outro outro tipo de celebridade mas para o público em geral ele ficou sempre associado a algo que é exterior aos seus livros não não aos seus livros a uma polémica e quando isso aparentemente já teria passado dá-se este ataque e ele volta a ser agora o escritor que foi atacado eh por um por um tipo radical ele não fala muito do do atacante eh neste livro É uma opção não não não não refere o nome e e não Não Fala muito fala muito da faca e faz aqui um exercício eh de tentativa também de compreensão daquilo que aconteceu das improbabilidades disto disto tudo até da Sobrevivência dele mas acima de tudo o que me parece é que ele não acreditando em Deus e refereo também no livro acredita na ficção e procura ler aquilo que lhe aconteceu à luz lá quase das regras da da ficção h não não será dos pontos altos da da carreira literária do salman Rusty mas é um livro e bastante interessante at porque que explique em por menor aquilo que aconteceu e em agosto de 2022 muito bem eh amigos Pedro e Maria e esta semana são vocês que esperam aqui pelo nosso regresso chegamos ao final da primeira parte do popup voltamos depois de um curto intervalo até [Música] já em 1980 um avião Da TAP com 83 passageiros a Bordo é desviado para para Madrid entrou por ali dentro e apontou noos a arma mas o sequestrador que tem uma arma carregada apontada aos pilotos não é um pirata do ar comum chama-se Rui vive no Feijó e só tem 16 anos pá levo uma pistola que o meu pai tem então mas est a pistola de facto mostrou-nos a pistola Este é o piratinha do ar uma série para ouvir em seis faz parte dos podcast Plus do Observador é narrada por mim Margarida vilva e a banda sonora original é de David FCA pode acompanhar todas as semanas no site do Observador nas plataformas de Podcast e no [Música] YouTube estamos de regresso ao popup com Maria Ramos Silva Bruno ver Amaral e Pedro bu mentes todas as quintas-feiras à da tarde rádio observador e sempre em podcast siga-nos na sua plataforma favorita antes de avançarmos nesta segunda parte vamos voltar aqui às sugestões da semana H Pedro bucher mentes tu queres falar-nos provavelmente não sobre um livro em especial mas sobre a a a memória e a obra vá de Alice Monroe que morreu esta semana sim Alice Monroe a canadiana que foi Nobel em 2013 morreu esta semana a senhora enfim tinha 90 já mais de 90 anos verdade demência creio eu h e e e eu eu fico sempre um pouco admirado que que que existe que existam pessoas que gostam de ler manifestamente gostam de ler como sabemos todas as pessoas dizem que gostam de ler depois dizem que não têm tempo mas depois de vez em quando percebemos que há pessoas que de facto gostam de ler e é uma coisa importante para elas e fico sempre surpreendido que não conheçam ainda a obra de Alice monro o the guardian chama-lhe a Titã do conto H as as as short Stories Os Contos não é ela é é uma das grandes contistas h e e e vale a pena eh Enfim nem que seja a boleia da do seu desaparecimento investigar a obra dela está traduzida cá em Portugal pela relógio d’água aconselho a vida de Castle rock ou demasiada felicidade são livros de contos h e e é uma oportunidade para aqueles que não conhecem conhecerem o talento absolutamente Extraordinário de lidar com o banal e o banal para nós para cada um de nós o nosso banal é coisa mais importante do mundo não é as nossas desilusões os Nossos amores as nossas paixões as nossas traições H portanto Alice monrow que morreu esta semana qualquer dos livros da autora e Maria Ramos Silva para e fazemos aqui uma trilogia literária Juan Gabriel Vasques sim caderno de Setembro eh eu penso que foi ditado em março pelor exclamação eh uma tradução do Nuno judice talvez conheçam melhor o colombiano por títulos como o brulho das coisas ao cair ou outras antologias também de contos ensaios enfim mas o eu penso que o prefácio que é que é aqui assinado pel Luís Garcia monteir deixa muito claro uma coisa importante é que isto não é um livro de de de um romancista a escrever uns poemas é é um livro de facto de um poeta a escrever poesia isso é é penso que é uma uma apresentação suficiente eh para recomendar a a leitura e para descobrir este caderno de Setembro barriguinha cheia de Livres hã bom vamos seguir em frente H esta semana a propósito da morte do realizador argumentista e produtor Roger corman estamos a falar sobre o cinema dos anos 70 eh particularmente o cinema americano hum Bruno Vera Amaral vamos continuar contigo e vamos e vamos referir aqui Spielberg Star Wars o padrinho e e qual é a tua opinião e toda esta Malta esta rapaziada que trabalhou isto que hoje em dia São enormes sucessos incontestáveis clássicos absolutos eh obras primas Será que perceberam na altura estavam a fazer este tipo de clássicos Imortais ou ou estavam apenas a esforçar-se para fazer o melhor possível e o e o ou se calhar o mais diferente possível Hum eu eu creio que no caso de de copola e de de de Spielberg eles não tinham noção do do que é que osam a arranjar não não não tinha o mesmo Aliás o o copol é contratado para para fazer o o o padrinho porque porque tinha vindo de um de um grande fracasso enorme de um filme estr íssimo para aqu aquele final de década ainda há pouco estávamos a falar dessa transformação e dos filmes e dos cenários e no no final da década de 60 início da década de 60 e no final da década de 60 o copola que até já tinha feito coisas muito mais arrojadas faz um musical e com Fred Aster o Valdo arcoíris que quer dizer que já era uma coisa perfeitamente obsoleta naquela altura e que foi um fracasso de público e e o estúdio contratou para fazer o padrinho por diversas razões porque era eh Italo americano porque era argumentista também eh tinha escrito o argumento aliás premiado do do pattern do filme com o George C Scott um grande argumento e eram um Zé ninguém na altura na na altura o estúdio achou que que que podia manobrar A ideia era essa eles tinham que fazer ainda algum investimento e e preferiam ter um realizador eh que a quem pudessem dar indicações sobre aquilo que queriam eh e ele não sabia muito bem ele até nem gostava muito da da daquela eh daquela daquela história do do do do filme do do do livro eh do Mário puso porque o com Paul cri fazia filmes pessoais e aquilo era era tudo menos uma história pessoal e é quando ele descobre um pouco a forma de transformar aquilo aquela história do padrinho também numa história pessoal que começa a encontrar ali um caminho que depois vem vem resultar no filme que é mas de início ele não tinha ideia de que iria ser o que foi nem para para a carreira dele eh nem para a história do cinema e o mesmo aconteceu com com o Spielberg também é adaptação de um de um de um livro de de um bestseller de do Peter Bley de grande sucesso é é um jovem realizador que está ali um pouco eh de mãos atadas com aquilo que o estúdio lhe diz para fazer as as filmagens correm muito mal H há há atrasos estão a gastar muito dinheiro e ele achava mesmo que o filme Era o fim da carreira dele que ele não ia ter uma nova oportunid de de fazer um filme e depois daquele daquele fracasso todos aqueles problemas a que ainda por cima recebia ordens do estúdio e o sucesso de ambos os filmes e a carreira que eles Depois vieram a fazer Foi algo que lhes aconteceu de de forma um pouco Inesperada tendo em conta o o arranque do do do processo o George Lucas já tinha feito o American Graffiti e e e o thx 1138 e eh e o American Graffiti tinha sido um um um um sucesso eh um grande sucesso e eu creio que ele já tinha uma ideia muito clara do que queria que fosse o Star Wars não sei se conseguiu antecipar o sucesso Acho que ninguém conseguiu quer dizer ex houve uma coisa que é que ele ficou com os direitos do do do merchandising H Conseguiu sacar isso ao Estúdio Portanto ele provavelmente já tinha uma ideia tinha que havia ali eh uma mina e que os estúdios não estavam a ver bem Todas as possibilidades ninguém viu nisso ele foi um visionário se calhar até mais nesse aspeto do do do dos lucros que se poderia fazer à volta eh do filme do que propriamente do filme em si Mas eu creio que ele tinha uma ideia até do ponto de vista eh comercial Ou seja negocial do que do que tinha em mãos os outros Creio que não tinham essa ideia eh Pedro bucher mentes lembrei-me muito de ti na minha na minha viagem pelo pelos anos 70 do cinema americano antes deste programa porque eh fui par nomes como je hackman não é e e fui parar há muita o aquele polícia sacana que é quase bandido é dos anos 70 também os filmes do Dirty Harry Se não me engano o teu a tua a tua relação próxima com o Jean hackman começa com estes filmes desta altura o Jin hackman também já foi o Lex Luthor foi o inimigo do Superhomem não eu eu não sei não sei mas h de facto como eu dizia há pouco é um é um tipo de de de narrativa não muito complicada mas no entanto bastante complexa à medida que F po ter muitas nuances não é isso à medida que vamos envelhecendo enfim falo por mim e vamos sabendo mais coisas também falo por mim imagina sobre eu eu eu eu dei por mim Desde há uns anos é ligado muito mais aos automóveis dentro dos filmes eu eu não não apesar de gostar de Fórmula 1 não sou um especial quer dizer não tenho nenum automóvel clássico nem quero ter não sou esse tipo de pessoa mas H A forma como como os automóveis aparecem e como servem para caracterizar os personagens é muito é muito interessante nos filmes dos anos 70 hum o o o Jan hackman que ainda é vivo não é um homem ou nem era nunca foi um homem particularmente bonito ou assim assim um galã ex o centista tentavam que ele fosse mais galã no no Dirty Harry mas ele e entregava não é e sempre preferia eu acho que hoje posso dizê-lo em voz alta sem ser processado pela polícia do gosto sempre preferi ainda prefiro o Jin hackman ao Alpino por exemplo uhum H mas mas é na na na na relação de fruição Não não é numa quer dizer não é aqui numa uma Apologia da artisticidade de cada um deles mas esse polícia de facto que tem normalmente um casaco Cabedal não é assim também castanhado ISO um um normalmente entra num sítio joga dá umas tacadas de bilhar ou de Pool não é mas e que tem muito estilo mas ao mesmo tempo parece que tem todos os problemas do mundo sim mas isso todos somos assim se leres el [Risadas] e e há uma coisa muito também muito presente no desculpa no no no no cinema dos anos 70 e há pouco ia para dizer que há muita cocaína não é Ah também há isso deve ter havido muita cocaína na na na produção dos filmes e na criação e já e já e já que está al mas depois havia muita cocaína nos enredos nesses enredos não é havia sempre muita muita cocaína H Assim muitos tiros não é assim muitos andavam sempre com umas armas enormes e e e uma moral assim meio Western não é aliás sim ép é um um um mas sim são grandes são grandes coboi adas no meio da cidade exat as cidades esta esta coisa do cinema americano mais uma vez estamos a reduzir Ou pelo menos eu estou a reduzir ao cinema americano e é isso e aconselho qualquer filme do Jean hackman nos anos 70 vale sempre a pena o jein hackman o jein hackman que é o protagonista do do filme que que o copola sempre quis fazer o filme verdadeiramente pessoal que é o vigilante da conversation e que é um dos grandes filmes dessa década mas que é um filme que funciona quase que como antítese do padrinho enquanto o padrinho é aquela coisa quase aquela epopeia aquele aquela narrativa épica e de de Uma Família do crime ali ali no conversation Está concentrado no numa história individual é uma coisa num tom menor É também um grande filme mas radicalmente oposto e era mais próximo daquilo que o c Paul queria fazer e que tem aquelas máquinas todas que nós assamos aos anos 70 aqueles gravadores aqueles binos e não sei quê também é uma estética que que eu gosto enfim e isso gosto e e o design próprio do do dos anos 70 que acho que tá Revival né também tá sempre tudo em Revival Claro e de revivalismo sabes tu e Maria Ramos Silva H também há uma indústria que que que se desenvolve de uma forma bastante maior que é a da pornografia e do cinema pornográfico eh e eu fico fiquei a questionar-me a mim próprio porque eu eu falo comigo próprio não é que Até que até que ponto e não só a indústria particular do cinema pornográfico mas que influência pode ter em termos de imagem ou ter de conteúdo no resto do cinema não é porque ganha uma dimensão diferente e de repente às estrelas do cinema for é uma era é uma era de liberdade não é ainda muito em linha com aquilo que estávamos a falar e que e neste caso eh bem nos outros casos também nos outros gneros também obviamente mas aqui e obriga-nos necessariamente a passar pela Europa até porque é da Europa que chega ex a a cadeira mais famosa também não é e port amos aqui o cinema americano porque estamos a falar a partir do pant é uma é uma é também o tempo sim é é o é a década da a cadeira da Emanuel é isso exatamente mas é também e é a década da da garganta Funda de feline e de de antonioni e de uma série de iconoclastas e e e de e de realizadores e de atores que trouxeram para o ecan de facto essa essa exuberância eh e esse atrevimento que de alguma forma explora essa era de de de liberdade h é muito engraçado ainda há pouco tempo estava a ver na dois sve erro o Malícia que é um filme italiano mais ou menos dessa altura super assim uma espécie de eh de filme erótico soft soft porn mas de facto quebra ali com uma série de costumes e que estreou em Portugal s em Maio de 74 portanto Imaginem O que é acabadinhos de sair de ditadura de repente haver ali aquilo e e de facto é é é é é muito curioso imaginar eu acho que o último Tang em Paris também só chega em 74 a Portugal é provável Sima S tu tens muitas coisas que que que vem ainda lá estado do finalzinho ali de anos 60 o caso por exemplo do Blue movie do waral que também muda ali muito a a e aquela onda mas mas há de facto h eu penso que tens um período Áureo em que há também uma coisa importante que é é o os Midnight movies não é aquela coisa da sessão de cinema que é mais alinhada com este tipo não vais à hora de almoço quer dizer podes ir mas mas mas não é um formato feito para as 10 da manhã digamos assim eh que depois acaba por ganhar esta dimensão de enfim cinema não é Ou seja não é um conteúdo de segunda linha é um filme que consegue ombrear com com os outros filmes mas depois tem o seu fim com o quê com com com com a videocassete pant quando começas a ter as cassetes de vídeo no final a partir de 70 início de 80 é é é é é um recolhe-se não é recolhe-se recolhe-se porque de facto depois o o que pode crescer de um lado em termos de atrevimento acaba por ser mais convidativo fazê-lo dentro de portas do que no cinema e o próprio cinema acaba poro com isso não é E aí nos anos 70 é de facto o período em que o cinema porno ou ou que não fosse mesmo porno mas de um cinema mais mais Arrojado fos mesmo explícito mais mais explícito lembrado do Império dos Sentidos eh o último tem em Paris também e há há muitos filmes é aquele momento dos anos 70 em que esse cinema sai do submundo eh onde onde era exibido e entra mais mais ou menos no mainstream em Portugal por razões também políticas e históricas Mas isso acontece noutro noutros noutros países também que não tiveram a nossa história de de censura eh acontece em quase todos os países nos anos 70 ou seja o cinema e porno aproxima-se do mainstream e é de facto nos anos 80 com o aparecimento do do VHS Eh que que volta a esconder-se a ficar escondido e e a ser visto se calhar onde dá mais jeito ser visto muito bem entramos aqui na ronda final eh a ver se ainda conseguimos a falar aqui de de de destes eh três tópicos que temos aqui na agenda Bruno vamos começar por ti eh os melhores filmes de Woody Allen são desta altura os melhores o meu preferido não é o meu preferido que continua a ser o crimes e escapadelas e e e ele tem outros grandes filmes feitos depois disso eh nos anos 80 acho que também tem ali uma série de filmes muito muito bons como Ana e as suas irmãs que também é dos meus preferidos depois o marido e mulheres que é se não é de 89 é de 90 eh e mesmo nos anos 90 até alguma coisa agora claro que os filmes que eh eh o instalam quase num trono eh do cinema norte-americano São dos anos 70 eh final dos anos 70 o enol que ganha ganha o óscar de de de melhor filme e o maneton e e é bom lembrar que é nesse nessa década que ele faz a transição daquelas eh comédias desopilantes completamente loucas como como bananas o inimigo público número um que ainda acho que é dos anos do final dos anos 60 para estes filmes que sendo comédias já se aproximam ali de um de um registo mais quase Berg manian em que ele começa aliás há o interiors que também acho que é dos anos 70 ainda em que ele começa a deixar essa influência entrar eu diria que se é é o momento de afirmação de do Woody Allen como o autor eh de cinema sério ou ou por outra em que ele passa da sua fase marxista de groo Marx para a sua fase Berg maniana marxista esta que não esperavam H falarem marxista Pedro bucher Mendes Hum eu já sei o que é que vais dizer apesar de não concordar Mas tu achas que os melhores filmes de James Bond são dos anos 70 não é sem dúvida Sem dúvida sem dúvida e pá são os mais goofy não é são os maisos maisos divertidos com o Roger mo Roger Moore Claro vocês sabiam vocês sabiam que aquilo que eu tenho como para mim um dos piores filmes da Saga James Bond sempre que é o Moon raker é o da lua foi um enorme sucesso Mas uma coisa absurda e pá eu eu não consigo entender anotamos que tu Não gostas é pá tenho um problema com o Roger mour tenho sempre tive o os os filmes do James Bond acho eu que estaremos de acordo que ainda se sempre vê sempre se veem muito bem não é uhum talvez estes eu vejo talvez estes com o Daniel Craig um bocadinho menos porque são um bocadinho mais negros e um bocadinho saturnos Às vezes o casino roial não mas os outros depois o o spectre É assim que se o o o outro aquele a seguir ao não me lemb ag o nome a seguir ao Casino ral Quantum of solas isso isso e mas estes do James Bond dos anos 70 se nós tivermos numa de descontraídos etc tá um bocadinho esperávamos um ótimo dia de verão para ir para a piscina mas está um bocadinho frio e ficamos em casa a ver podemos ver se se nos apetece divertir podemos ver se estamos sozinhos em casa e a noite e não temos Son podemos ver ou seja há tanta há tanta forma de de nos aproximarmos do do homem da pistola Dourada do Liv and let die do do spy Who Loved Me e do Diamonds are forever esse ainda é com o Sean Connery que que de facto eu acho que são os filmes melhores mais completos mais extravagantes mais próximos dos desenhos animados os filmes do Bond são muito masculinos não é muito e em cada um de nós pelo menos dentro de mim talvez dentro do Tiago e talvez dentro do Bruno vive sempre uma criancinha que brincava com carros e com pistolas a brincar e e essa criança sai sempre enfim senta-se ao meu lado quando quando estou a assistir um desses filmes do do B eles são irresistíveis e pronto talvez não talvez se desse um com o Timothy Dalton eu não não não ficasse a ver mas de certeza que Se passasse um com o com o roch Moore deste tempo eu ficaria a ver e também os os anos 80 o o o octopus s é com não é sim sim e o aquele em Paris Living daylights também também sim com a canção dos Duran dã hum eh para terminar me R Silvia Vamos fazer um desvio de de dos Estados Unidos e do cinema americano porque os anos 70 o cinema em Portugal também as coisas mudam não é é uma fase de grande transição sim também tecnológica se quiseres porque eu penso que é a altura em que a câmara 16 mm começa a ser adotada Isto faz uma diferença brutal porque é só conseguir sincronizar s a imagem parece um detalhe mas não éum H mas é sobretudo uma fase eu penso que apanha ainda ali muitos títulos que são filmes de desespero antes de antes da Revolução eh uma fase que leva o cunh teles à falência porque ele andou a financiar filmes fundamentais como os verdes anos o blar minino E por aí fora até fazer o seu cerco eh que é de facto um dos filmes que marca ali muito o começo da da década é isso e é é um é um recomeço do cinema português não é é até porque Dep depois eu penso que que ainda há ali uma grande indefinição entre aquele cinema mais etnográfico porque também é década de coisas como sei lá mal de arroz não é e depois nós nós chegamos ao final da década com apanhar uma exato uma engrenagem uma Bia penso que diferente que depois seguirá com uma explosão mais consolidada nos anos nos anos 80 depois também temos também ali um Recomeço digamos assim do Oliveira e por aí fora quer dizer tem ali uma série de de etapas eu penso que ainda é uma fase de eh mas também de consolidação da produção porque tens ali coisas importantes como os canais públicos o surgimento de algumas cooperativas também de de produção produtoras Independentes eh o surgimento do do do Centro Português de cinema e portanto Semar ali pa é um país em convul e obviamente C muda obviamente um país em mudança que provavelmente naquela altura Não só está à procura daquilo pode e deve fazer mas também se calhar com curiosidade para saber aquilo vem de fora e que até ali não teve oportunidade de veral portant Admito que H aqui estas duas velocidades a correr até até pelo menos à década seguinte muito bem Chegamos Ao Final De mais um popup voltamos na próxima semana até lá l [Música]