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José Manuel lá para os teus lados lá para Cintra também está a acontecer este fenómeno do regresso de algumas espécies que julgávamos ter em desaparecido de Portugal para sempre quase quase agora vamos ter ai é e enfim não numa em Cintra na parte de Cascais na metade de Cascais da Serra de Cintra há uma quinta que é uma quinta muito engraçada casc faz faz trabalhos ao contrário de cter que infelizmente sido um desastre mas que as caias têm uma atividade na área da da enfim percursos de natureza e outras coisas assim e tem uma quinta uhum chamada Quinta do pisão conhe bem uma área muito grande eh com percursos aliás é de visita gratuita e vai ter lá agora Ah boa vai lá ter eh o 11 em cercado ou não não Liv lives à Solta à Solta à solta quer dizer aquilo é é uma quinta morada portanto mas mesmo assim Nem sei como é que eles vão fazer porque a quinta é morada mas temum portões e os portões que vão estar abertos portanto e enfim vom andar por lá nós ciclistas agradecemos não é um sítio é um sítio muito e muito bonito sim muito muito simpático e vai ter porque os ajudam ao equilíbrio daquele daquele espaço por exemplo uma das coisas a que os ajudam é e de desbastar por assim dizer as ervas e sobretudo os arbustos em excesso isso é muito importante para a controlar o fogo aliás eu há muitos anos ainda ainda dei dou a minha mulher sobretudo fha foi na altura que eu conheci melhor o atual eh responsável pela agência dos fogos rurais porque ele também andou a andou a ajud a ajudar-nos nisso tentei ver se era possível colocar cabras na serra de na serra de Cintra para controlar um bocadinho o excesso de de de ervas ou de materiais finos que é aquilo que muitas vezes que se incendeia facilmente não é bem aquelas espinhas e Eto agora não teve sucesso mas agora há Pronto agora vai haver bem mas eh não sei há quantos séculos é que não haveria em Cintra porque aqui estamos a falar de séculos Eh agora não há sei lá ursos isso ainda não há e não se prevê que haja e seria um pouco mais delicado a ver porque apesar de tudo os ursos são um animal menos muito simpático mas não é bem o ursinho de dos desenhos animados não é gostarias de ter Lobo Claro claro antes teria ter lobo mal é que haja Lobo antes an pois Aliás o ah como sabes já ten javalis não é e em abundância tenho eu tenho a rábida onde o icnf Portanto o Instituto de conservação da natureza e florestas contratou Caçadores para matar Lobos e eu tive a ver uma reportagem perdão para matar javalis e e os e os banhistas ficaram muito tristes apesar dos javalis andar pelo meio da praia às vezes a ir aos saques das pessoas há aliás uns vídeos em que uma senhora ia a correr atrás do javali porque el tinha levado a mala às vezes não levam só não levam só a comida levam também a mala enfim toda uma experiência toda uma experiência eh bem mas a questão A questão aqui importante é o que é que está a acontecer eu acho que há uma coisa que é fácil de perceber tu devese lembrar seguramente foi há muito pouco tempo quando todos para casa por causa da da covid Sim e as cidades fecharam e de repente em muitas cidades começaram a aparecer e vida selvagem outra vez não é eh isso foi muito houve imensas reportagens sobretudo cidades norte-americanas onde esse interface é mais próximo mas e citados italianas falou-se em em ganos que punham ovos no passeio enfim sim mas enfim mas tudo apareceram no caso deles apareceram no meio da uhum e enfim naquelas aquelas estradas e ruas onde habitualmente nós só vemos carros não é nem árvores tê eh e portanto nós hoje também sabemos outra coisa uma das zonas eh da Europa onde a vida selvagem neste momento está mais pujante são os arredores do Chernobil uhum a central nuclear porquê porque enfim eles não os animais não têm também já lá estive já lá foste já lá fui sim a a área exclusão área de exclusão da central nuclear de chens tens coragem h não não não é muito assustador não até porque o guia não não te deixa sair quase da estrada e só se fazem paragens e técnicas em sítios com baixa radioatividade aliás vai ser interessante verificar o que é que vai tá a acontecer com essas espécies que estão a regressar uma vez que não há quer dizer is tou dar is sempres para quê quando o homem desaparece ou vai-se embora a vida a vida selvagem regressa por assim dizer passou até às cidades durante o covid enfim foi um parênteses porque depois passaram uns tempos tudo voltou à normalidade mas em Chernobil onde não é um parentes aquilo vai estar assim abandonado durante muito tempo por lá anda não é por lá anda Lobos enfim cavalos cavalos que regressaram exatamente Ora bem aquilo que está a acontecer em muitas regiões da Europa e em Portugal em particular e na polícia mérica em particular São eu diria vários fenómenos ao mesmo tempo uns tem tem a ver com proatividade das autoridades no sentido de as autoridades procurarem restabelecer condições para o regresso ou para a conservação para o regresso de espécies desaparecidas ou para a conservação de espécies em risco já vamos falar um pouco sobre isso mas mas pois há outra coisa que porventura é mais relevante ainda que isso que é eh Há um abandono das áreas rurais H zonas onde enfim toda a paisagem foi transformada de forma Quase industrial mas nós às vezes esquecemo-nos esquecemo-nos mesmo que eh as florestas europeias não foram devastadas no século XX foram devastadas no século sei lá menos antes de Cristo boa parte delas sobretudo as da área do Mediterrâneo eh a partir do momento que há agricultura a partir do momento que há cabras e e pastorícia que eh os topos das montanhas foram enfim não todas não todas as florestas europeias algumas nunca desapareceram porque eram de facto muito pujantes sobretudo mais a norte mas aqui na na área Sul e quase tudo desapareceu não é portanto eh e em Portugal em concreto por exemplo até ao final do século XIX e depois sobretudo até diria quase até meades do século do século XX aquilo que nós hoje vemos como serranias cobertas primeiro de Pinheiros depois de eucaliptos ou então h já uma mistura doss dois ou às vezes já sobretudo mais recentemente com o aparecimento de outras espécies deriva de uma de uma ação das autoridades uma ação de reflorestação que foi levada começou em algumas regiões e ainda no final do século passado e mais recentemente e portanto depois houve uma grande campanha e nos anos namente durante o período de estado novo por quem os como é que se chama não é porque osos dobram quando os quando os louos sim R Brandão não é ririn Ribeiro retrata precisamente situações desse género Isto é quando os h quando sobretudo em terren Bal de Olo são florestar exatamente os terrenos de bal ros baldios os chamados baldios que aa hoje de vez em quando é um problema os baldios eram usados pelos pastores e quando os baldios quando o estado toma conta dos baldios quando os serviços festa tomam conta dos baldios e põem lá pisco penis que é semente de Pinheiro que foi O que foi feito em grande parte do país quando isso aconteceu eh os pastores deixaram ter onde para onde levar o os seus rebanhos e isso Deu muitas revoltas em muitas regiões do país mas mas estamos a falar de revoltas eh com um caráter de violência muito muito grave aliás os agentes dos Serviços Florestais foram alvo de eh tentativas algumas delas consumadas de morte que Neste período quer mais tarde depois em conflitos com Caçadores eh era uma atividade de de algum risco sim aliás por exemplo a regulação da caça eu eu quando comecei a trabalhar enfim Há muitas décadas a caça em Portugal era livre livre toda a gente podia caçar portanto eu toda a gente podia caçar em qualquer sítio portanto Isso foi uma uma coisa que aconteceu sobretudo depois do 25 de Abril pegando ainda havia umas cotadas umas coisas assim não portanto eu punha Metin dentro do carro com a minha caçadeira com um grupo de amigos ia para para um sido qualquer do país onde me apetecesse e caçava à vontade O resultado é que a caça tinha desaparecido praticamente não é e o lóbi dos Caçadores era poderosíssimo mas poderosíssimo quando diz caça tinha não desaparecido a atividade mas a não quando digga a caça é as Perdizes os coelhos as lebras as tudo isso tinha desaparecido tinha desaparecido praticamente e foi um cabo dos trabalhos fazer uma legislação eu creio que foi ainda no an os anos de cavaco que foi feita essa sim sim começa sim foi foi feita essa legislação portanto uma legislação que criou muita Olha uma das reformas não é às vezes fala-se muito de reformas aquilo foi uma reforma impopular impopular porque porque era Ah vão arar os grandes cotados os grandes senhores quer dizer e de facto em Portugal Temos vários regimes o regime das cotadas onde o regime o chamado regime do Da Da caça associativa onde onde os acores têm que ser membros de uma associação e depois tem zonas portanto no fundo voltou a ser gerido ora isto parece que não mas foi uma das coisas que ajudou termos uma termos termos uma caça ordenada controlada ajudou à recuperação do lin e Vale a pena ir um pouco atrás e recontar um pouco esta história como é que isto começou como é que se começou a falar do lince começou a falar-se do lince e na ali no final dos anos 70 início dos anos 80 e porque houve um biólogo que estava a acabar licenciatura chamado Luís Palma que foi portanto na altura as licenciaturas eram um bocadinho enfim eram licenciaturas longas não eram de Bolonha e no final sobretudo quem seguia quem não ia para a carreira pedagógica de ser professor quem ia para a carreira se bonava ir para a carreira científica tinha que fazer uma tese uhum eh um portanto um trabalho e eh o luí Palas escolheu fazer uma coisa sobre linces e esteve na Serra da malcata portanto mas onde ainda havia lin Nessa altura e na altura percebeu que enfim estava muito ameaçado o Lin é um animal um animal muito esquivo consegue-se estudar de forma indireta através das pegadas dos dejetos das coisas assim e eh ele e outras e outros colegas na altura portanto todos eles muito novos estamos a falar de 20 e Poucos Anos e diamente um depois mais tarde seria presidente da liga da parção da natureza o Jorge Palmeirim t e mas que já estava ligada à liga tentaram com a juntamente precisamente na liga lançar uma campanha e essa campanha surge na liga da proteção da natureza e a famosa campanha do salvem Olin da Serra da malcata Serra da malcata nunca foi assim uma coisa muito interessante em termos nem pass nada nada eu quando cheguei lá foi uma desilusão não serre da mocata exatamente o nome é maravilhoso não é tem um bonito por par um bonito nome mas aquil não foi uma coisa muito interessante mas era onde havia ainda umas populações depois não era só aí havia mais outras ondas do país e fez essa campanha essa campanha é muito interessante e muito relevante Serra da malcata só para situar os nossos ouvintes ali bem perto de pena maor exatamente entre pena maor idanha e portanto Castel Branco distrito de Castel branco o o lince é o símbolo da Serra da malcata exatamente Ora bem eh o o essa campanha teve reparamos não estamos no tempo da internet não estamos no tempo das petições online estamos no tempo em que era precisa senão papel eh portanto picar a um e nessa altura foi a campanha foi a segunda campanha pública com mais assinaturas da história de Portugal tin havido uma pouco tempo antes a pedir a despenalização do aborto e esta um tema muito mais aparentemente muito muito marginal Portugal estava a sair ainda da revolução ainda vínhamos muito os tempos da política muito muito intensa e que aliás manteria durante uns anos muito mais intensa do que hoje mas Hoje sabemos que há muita polarização muita anticidade mas aqueles anos foram diferentes e esta foi uma campanha muito muito importante que teve imenso Impacto 50.000 assinaturas não foi 50.000 assinaturas que é conseguida porque os as jornais que oferecem espaço um pequeno espaço é o espaço era muito pequeno de Publicidade aqu el tinha uma não não havia texto era só salvemos o Lin e sal havia tinha um cart um cartaz um aut muito bem ensenado muito bem conseguido muito bem conseguido por acaso houve daquelas coisas de marketing bem conseguidas uma na prática um um o perfil o perfil não é ferente do Lino é um desenho do rosto do linso do rinho do Lino e o e o fing lin é muito bonito porque é um animal Bonito não é um animal bonito eu tenho um carar desses eu eu andei com andei com autocolantes desses no carro colado no carro eu tinha na altura uma Renault 4 branca e mas já não tenho já não ten já não tenho já não tenho bem eh e isso cria cria um movimento e depois a partir daí a a correm eu diria duas ou três coisas que permitem a recuperação das populações de Lins ou repar isto acontece em Portugal e em Espanha em Espanha apesar de tudo na altura havia populações mais significativas designadamente numa zona que é uma reserva natural muito importante que é o coto Donana cotana é na enfim na zona de do Delta do guadalquivir que é o outro o rio que fica ainda a sul do guadiana portanto aí sempre houve uma Enfim uma vida natural intensa e havia e havia outra outro outro cuidado e portanto havia linces e que foi muito importante esc interromper para a dar algum fundamento ao discurso de que a gestão da caça podia ser importante Exatamente porque H com caça era um cote Cot era o cote tanana era um cote de caça bem eh o o o que aconteceu foi que neste nestas nestes anos não é entretanto passaram mais de 40 anos por um lado houve um esforço de reint produção do Lins portanto houve houve foram criadas alguns postos de reprodução e depois colocar os linos na natureza e e foi feito também um esforço designadamente pela Liga da Porção da natureza para não apenas lançar linces na natureza mas proteger o coelho o lince e quase só só quase só se alimenta de coelhos coelhos bravos não é é um felin muito Caprichoso exatamente quer dizer pode comer outras coisas tiver muo aflito pequenos outros pequenos mamíferos coisas desse gnero mas basicamente é coelho bravo e o grande problema do linso mais do que o calí como às vezes dizia o grande problema do Lino foi que aqui há 40 50 anos houve uma coisa chamada mixom mitose que dizimou e outras doenças mas basicamente a micom mitose dizimou praticamente a a população de coelho bravo F os caçadores também tiveram influência e portanto e com o Regresso do coelho bravo o Lin começou a ter que comer e portanto começou a regressar e portanto isto não é um detalhe Isto é mesmo é mesmo muito importante e às vezes as pessoas têm dificuldade em entender estes equilíbrios quer dizer e e uma das coisas que por exemplo quem está a reintroduzir os no pisão diz Portanto o responsável pelo planeamento daquela daquela zona diz que a expectativa é que com os e com o trabalho que os fazem por assim dizer de comer certo tipo de de de de de vegetação que outras espécies não comem seja possível ter mais Perdizes e mais coelhos bravos naquela zona portanto não é para caçar aquil não é uma zona de caça mas com Perdiz e com olhos bravos por exemplo naquela zona é possível que aquilo que é uma preocupação neste momento também em Cintra que é a preservação das águas águias de Bonelli ou águias perdigueira seja mais fácil aqui há uns tempos conhecia enfim há um há um ninho portant entra H águias Bonelli nidificantes e e eu recordo-me de um enfim daqui H uns tempos se contar que um vizinho meu que era inglês andava a largar coelhos na serra para alimentar as as águias de boneli e eu não eu eu eu agora vejo muitas águias na na na na minha casa não é portanto estão sempre lá sempre com águias por cima Aliás elas são também outro problema para quem tem galinhas em liberdade Como é o meu caso de vez em quando vão às galinhas sim hã sim sim faz parte é a vida é a vida é assim a vida não é portanto eh e panto há nota-se esta recuperação dessa dessas espécies porque deixou de haver caça furtiva e caça eh selvagem eh passou a haver mais eh pequenos mamíferos e pequenas pequenas aves e tudo isso permite que toda a cadeia trófica toda a cadeia de alimentar esteja esteja alimentada e depois mas há Outro fator que não em Sintra mas noutras regiões do sobre nas regiões do país onde se nota mais este regresso que é o abandono Rural Portanto o abandono rural e o abandono das atividades tradicionais quando foi o incêndio de 2017 eu eh na altura acompanhei de perto um projeto que Aliás foi financiado aqui por acionistas do Observador na zona de naquela zona que tinha ardido mais eh que tinha ardido mais e eh portanto uma Freguesia de Alvares que fica é uma Freguesia ao longo da história Nacional número dois não no concelho de pedrogão mas já no concelho de Gois que é logo a norte e quando lá cheguei a primeira vez e fui lá com até com que já tiveram aqui quando falamos de foco Às vezes vem cá o os o animador da associação de de de de de produtores florestais não é enfim proprietários eh Uma das coisas que fiquei que eles me contaram aquilo foi eram enfim eram era lunar ir lá portanto era uma coisa incrível passar por aquela Estrada onde morreram as pessoas que era fica muito perto e depois andar por aquelas zonas todas devastadas e de repente estava ver aquilo e tal e e alguém me disse Ah pá depois isto nos dias seguintes uma das coisas que era muito impressionante era ver o número de javalis de e de corsos mortos e eu e corsos há aqui e corsos Ah há imensos aliás Um dos problemas da reflorestação com espécies que não o Eucalipto é que os e corsos comem pois portanto com aa portanto se puser um Castanheiro um Carvalho uma Nogueira aquilo quando chegar assim ao meio M bem sei bem sei BL portanto portanto e e é preciso vários dias de gatas a plantar árvores para numa noite os javalis destruírem tudo enfim sim mas aquilo nem era aquil aconteceu acontece pronto e portanto Às vezes as coisas quem não tá no campo não tem noção do que as coisas como é que as coisas se passam e eu fiquei surpreendido porque eu enfim Há muitos anos atrás H 40 anos atrás fiz uma na altura de uma praticamente uma volta ao país para um trabalho que fiz na altura estava nopro que se chamava o país Fantasma e que era sobre locais abandonados não sei quê Coisas assim do género e uma e lembra-me que na altura eu até eh uma das ondas Que Atravessei e disse pá pode ser que tinha sorte Pode ser que feja um porque na altura não via de lado nenhum era uma Herdade que fica na e no distrito de Beja chamada idade da Contenda onde hoje há imensos já na altura er poucos do PA onde havos porque eu ia a caminho de Barrancos para ir a nodar nodar é uma povoação abandonada também muito é um castelo muito muito muito muito bonito muito interessante cor não sei quantos graus não estava com essa temperatura quando eu lá Fi não é não estava essa temperatura em bar lá Foi bem eh e e lemro que na altura havia na Serra da Nogueira nos cercados havia no JS também nos cercados que Aliás foi os primeiros que eu vi e no Jardim lógico foi no jês ainda era miúdo mas estavam en cercados e agora h aviados para o país todo e agora H para o país todos H aviados há corsos eh portanto porque é que está a acontecer está a acontecer porque de facto deixou de haver a competição com o homem em muitas em muitas onas Há muitos terrenos abandonados eh enfim não é portanto nós olhamos às vezes para o Ri tej e para o alente deixamos est tudo assim tratad Dinho tratad Dinho tratad Dinho quando vamos para o o Hum e o norte do país quando para a região Centro sobretudo e também para para trás dos Montes vemos que houve um enorme abandono Rural muitas terras em succ já não ninguém lá isso é um problema para os incêndios porque quando a abandono Rural cresce e uma vegetação que não é apenas qu quando Aquilo é vegetação Industrial tudo bem quando não é vegetação quer dizer Industrial tratada preparada para isso quando é apenas às vezes mato e aquilo que sobrevive ao mato é parte muito facilmente de de fogo mas também permite que regressem aí muitas espécies o lobo por exemplo o lobo há uma enfim o lobo já falamos aquilo dele uma vez num programa e o Lobo recuperou muito no norte de Espanha e no norte de Portugal enfim já chega não acho que não a sul do monde que é capaz de não haver ainda que se trazos reais mas um dos nossos problemas com isto é que nós fazemos eu creio que sobre o Lou houve um inventário a sério feito em 2002 2003 depois houve outra atualização em 2015 mas o resto é tudo muito esparo muito esparo e muitas vezes nós não temos uma noção Clara do Estado destas destas espécies isto para dizer o quê Porque de facto tem quer dizer nós não estamos piores do que estávamos há 10 20 30 ou 40 anos eu quando era muito muito muito miúdo portanto estamos a falar há 60 anos havia golfinhos no Tejo depois deixou de haver porque o tejo era um esgoto a céu aberto quase e entretanto e a indústria e as áreas urbanas passaram a ter os gotes tratados e as águas do Tejo eu diria que enfim professor Marcelo Voltasse a mergulhar junto à Torre de Belém porventura não correria os riscos que correu quando mergulhou há 40 anos para fazer a sua campanha há quase 40 anos para fazer a sua campanha eleitoral fracassada para para Lisboa o t tem as águas muito mais limpas Há muitas zonas por exemplo no t talvez não creio que não mas no sado isso já acontece em que é possível voltar a ver crescer Ostras por exemplo havia havia ostros no tej at zona do Barreiro há déc ainda há ainda há ainda háa se caminhares pela praia da albor RCA no Barreiro encontras eu vivo no Barreiro e o Arial tá cheio de ostras de considerável dimensão portanto muito produtivas muito produtivas bem portanto temos eh isto está melhor eu lembro por exemplo também outra outra espécie olha comoo Luís Palma eu conheci o Luís palma no tempo em que era também eu estudante de biologia eh e uma das um dos trabalhos que também fiz Nessa altura também para Expresso foi sobre a costa a costa ainda era a Costa Alentejana e a costa do Algar não eram parque natural como como são hoje e andei lá com eles com ele particularmente Mas enfim com outro com outro um outro colega que não me lembro não me recordo o nome porque eles estavam a estudar as águias pesqueiras porque na altura já só restavam dois ninos de águas pesqueiras na nesse nesse litoral e passaram os tempos desapareceu primeiro cai um e depois cai o outro estou a falar ninhos de águas pesqueiras que nidificam cá portanto que tem não não são apenas nós temos mais águas pesqueiras que vêm cá sazonalmente agora a nidificar e esses eram os dois últimos ninos que entretanto desapareceram só que entretanto elas regressaram mas para o alqueva aqui com ajuda designadamente olha novamente do Luís Palma que tem tinha um projeto público com com dinheiros da penso da União Europeia e foi possível reinstalar portanto com ninhos porque eh e criar condições para voltarmos a ter águias pesqueiras assim como voltamos a ter também eh a butes eu mais uma vez lembra-me de ser muito miúdo e a primeira vez que primeira vez que penso que fui a Sevilha no regresso com os meus pais portanto ainda era miúdo ou adolescente C altura paramos e havia uma dúzia de butes a voltear por cima de nós ficamos ali a ver fascinados depois eles praticamente desapareceram para se manterem inclusivamente eles ficaram quase restritos à zona do tej Internacional e do douro Internacional e com muito ajuda de e de digamos de eh humana digamos assim porque havia zonas onde eram colocados a carcaças de animais sim para eles se alimentarem mas é preciso ter em conta que que essa era uma atividade ilegal ou seja ilegal ou seja eu eu acompanhei pessoas que fizeram isso e mas depois tornou-se legal depois tornou-se legal eu fui visitar uma vez com Mário Soares hj internacional ou melhor ele foi visitar e nós a comitiva ficou um bocadinho longe porque não se podia visitar um um um desses um desses locais não é conos locais na no Douro internacional a legislação proibia que se depositassem carcaças de animal de animais ao ar livre e e portanto eles proliferavam em Espanha Não é e aqui deste lado por causa des envenenamentos em parte e por causa dessa legislação pron mas entretanto voltou a ver e volta a ver e eles voltaram a ficar em Portugal Os abut doos Pretos portanto há muita muita muita recuperação deste tipo de de eh pronto de espécies aliás temos o clássico exemplo da segonha não é que quase desapareceu e hoje a segonha a segonha verdadeiramente não quase desapareceu a grande o grande risco era com a segonha negra que essa que é relativamente relativamente rara a senora verdadeiramente quase não desapareceu e por exemplo no litoral na Costa Alentejana havia uma coisa muito curiosa eu não sei se is se ainda está assim mas uma das coisas curiosas e muito Espetacular devo dizer é que alguns dos antigos ninhos de águias pesqueiras foram tinham sido recolonizadoras que é uma coisa um pouco estranha e então nós víamos víamos nas rochas em cima da água com o maras eh eh com as ondas a baterem por baixo ninhos de segonha e às vezes comul das Torres das Torres mas até viamos por cima não é porque elas ficavam no nível inferior das Torres da EDP não é e em que nunca se elas porque é que elas escolhem umas e não escolhem outras e estão todas numas as Cegonhas nunca estiveram em Portugal a Branca assim tão ameaçada eu passei a minha infância em plena Lisboa com um ninho de segonha nas traseiras na numa quinta que havia que era da Quinta dos franciscanos e realmente havia um ninho de segonha e basta por exemplo a coisa que mais frustrava os os ornitólogos ingleses e que faziam enormes esforços para conseguirem ter segonha não conseguiam nada era chegar a Lisboa e e e poder ver-se ninhos de segonha em plena cidade de Lisboa nós temos eh ninhos de segonha em sítios que eh aparentemente nada os recomendaria mas a verdade é que eles estão lá e têm-se dado muito bem e e e basta fazer aquela viagem para Sul para perceber que a natureza e que os animais têm comportamentos que não passam muitas vezes por aquilo que nós achamos que seria o ideal para eles pois sim o cachas às vezes estão TM nos ninhos é uma coisa Às vezes um bocadinho parece assim uma lixeira uma lixeira nas alturas uma lixeira nas alturas enfim bem e para terminar que eu já estou estender muito para estar aqui Isto é muito apaixonante para estar aquio tempo para falar sobre isto mas eh de facto este fenómeno acontece em mais citos da Europa nós quando falamos do Lobo aqui é um um ano sensivelmente foi por causa de uns Lobos que tinham atacado os poneis da senhora Vl eh na na Alemanha Eh agora nos últimos dias por exemplo uma notícia que eu acho bastante interessante sobre o facto de a roménia ter aumentado as cotas para abates de ursos portanto estamos a falar de um país onde se estima que hajam 8000 ursos pardos ursos pardos portanto urso Pardo é um bicho muito grande eh e houve recentemente uma situação em que nos carpatos num eles grandes caminhos pedestres que agora há por todo lado não é eh houve um rapaz que foi morto por um urso e portanto eles vão aumentar a cota vão poder abater quase 500 ursos por ano portanto uau quase 500 ursos por ano passou de 220 para 481 portanto Eh agora há zonas mais complicadas que são as zonas de agricultura intensiva e muito produtivas do ponto de vista agrícola não é e onde a ideia da renaturalização choca cho choca ou pode chocar com os e com com os agricultores até porque muitas vezes o que há é um choque eu diria um choque de fundamentalismos eh e uma das coisas que nós temos aprendido e que tem sido possível fazer é que a agricultura hoje não é agric não se faz da mesma forma da Agricultura daquele livro famoso da Rael Carson o Primavera silenciosa Silent Spring que é um livro dos anos 60 muito marcante sobre os efeitos de DDT que é uma das coisas até quase que está na base dos movimentos ambientalistas Hoje há pesticidas chamemos-lhe o nome feio que são muito inócuos em termos de impacto na natureza mas bastante eficazes na forma como permitem que nós eh sejamos alimentados e é bom não termos ilusões não é quer dizer é muito engraçada a agricultura biológica mas eu tenho uma pequena pequeníssima quase quintal da Agricultura biológica mas está certificado enfim dá muito trabalho e é muito e muito dispendioso e é dispendioso e ontem estava tinha de buscar um Pê a uma árvore e deparei-me com o problema habitual da Agricultura biológica é que tem vida uhum quase que mexia não é tinha lagartas lá dentro não é portanto que é uma coisa que hoje em dia nós nunca encontramos no no supermercado se comprarmos fruta não convé não não enc quer dizer não convém não não encontramos se convém ou não Eu costumo dizer é proteína olha mas eh mas é obviamente que há ali um período em que se pode conviver e depois outro período é aquilo fica tudo porro não é portanto e quando isso acontece a produtividade não é igual e nós temos que alimentar 10.000 milhões de seres vivos seres humanos à face da terra portanto há aqui um equilíbrio que muitas vezes é difícil de obter mas seja lá como for eu neste aspeto de uma forma genérica estou otimista porque nós reparamos que não é só em Portugal que em Espanha como há há por exemplo os ursos há 20 anos eu havia um dois ou três nos pineles era o que sobrava eh e até tinha uma coisa curiosa que era já viviam fora da zona do Parque dos pirinéus Eh agora há ursos enfim já na fronteira portuguesa já foram vistos nos gre eu lembro-me que quando era miúdo uma das coisas que mais me fascinava quando ia ao antigo Museu de História Natural que logo à entrada estava uma uma digamos uma cabra dos JS embalsamada que eram e depois havia as histórias da última que tinha sido batida ainda no século XIX e agora já temos outra vez cabras no jês enfim não é a cabra pirica lusitânica Porque essa já não existe mas é umaas cabras Pirina acas que foram trazidas da Serra de gredos e também e quer dizer mais uma vez começou pelo lado de Espanha porque nós em Portugal somos um bocadinho tímidos não é portanto elas foram largadas do lado de Espanha e passaram para o lado de cá e temos novamente cabras selvagens nos Aras enfim podia continuar aqui a contar histórias acho que isto apesar de tudo o o a a a tendência é positiva