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saldos de verão observador até 31 de Julho assinaturas a partir de 3€ por mês em observador.pt tenha acesso a todos os conteúdos do Observador para ler onde quiser até na praia apoio o jornalismo independente esta éa do dia ador o grande Dilema do chega viabilizar o orçamento do estado ou contribuir para eleições antecipadas nomeamos uma comissão específica para a negociação do orçamento do Estado sei que o governo também o fará com o partido socialista mas deve compreender a tempo e a horas que é impossível ter um orçamento que agrada ao partido socialista e que agrada ao che à direita portuguesa André Ventura tem procurado encostar o governo de Montenegro à parede ou negoceia o orçamento do estado com o Chega ou negoa com o PS mas Ventura ainda não tomou uma decisão sobre o que vai fazer em relação ao orçamento e p simplo não a estratégia é de estar preparado para todos os cenários até mesmo para eleições antecipadas com que cenário tem o chega mais a ganhar e quais os argumentos dentro do partido de quem é a favor de manter o atual governo e de quem está mais inclinado para precipitar eleições São questões para a conversa com Miguel Santos carrapatoso editor adjunto de política do Observador eu sou o João Santos Duarte e esta é a história do dia de quarta-feira 31 de Julho Olá Miguel bem-vindo Olá João Miguel normalmente a política também costuma ter aqui uma andamento durante o verão para depois ter as famosas ran TR em setembro embora também nos últimos anos as coisas já não sejam bem assim não é e este ano chega promete não tirar férias no verão Porquê qual é aqui A Estratégia do partido no fundo André Ventura comunicou aos deputados do do partido de que o que o cenário de eleições antecipadas É um cenário real porque terá percebido eh pelo menos no seu entender que Luís Montenegro não estará disposto a aproximar-se das posições do do chega em matéria orçamental que Pedro Santos desconfia André Ventura H está numa posição difícil e pode mesmo não dar a mão a Luís Montenegro e portanto H é preciso no entender de André Ventura mais uma vez é preciso manter o foco e continuar a fazer trabalho político junto dos eleitores do chega sou pena e o partido de ser apanhado sur sesa com uma eventual crise portanto no fundo foi essa a mensagem que segundo para O Observador e André Ventura passou aos seus deputados é possível e é Real o cenário de eleições antecipadas e portanto o partido não pode desmobilizar nesta fase Uhum Então para percebermos bem todo este processo recorda-nos também só aqui os timings do próximo orçamento do estado e qual é o calendário das negociações entre os partidos E quando é que depois o orçamento vai começar a ser discutido e muito rapidamente as negociações eh retomam em setembro logo depois do verão eh o orçamento será discutido e e votado na generalidade alguns em outubro em novembro e depois disso arranca o debate Na especialidade se o orçamento não for logo chumado eh na generalidade eh na especialidade acabará o processo culminará alguns em novembro retomam em setembro porque já tivemos algumas agora em agosto mas eh eh muito iniciais não é não sim cumprimentos basicamente abertura e do processo não é antes de irmos eh ao chega qual deverá ser a estratégia de Montenegro para tentar forçar o PS o chega a deixarem passar o orçamento nós já temos tido a oportunidade de explicar aqui no observador que Luís Montenegro recebeu h a decisão de Marcelo rubel de Sousa de promulgar por atacado aquelas medidas que foram aprovadas pel oposição contra a vontade do do governo como uma belíssima notícia isto porquê Porque permite ao governo alimentar a narrativa é isso que tem que tem feito desde esse momento de que PS e chega Já conseguiram aprovar uma série de medidas no Parlamento que custarão segundo as contas do governo qualquer coisa com 1000 milhões de euros e que portanto não podem chegar e à mesa das negociações orçamentais exigir ainda mais portanto Luís monten acredita que tem eh a narrativa política do seu lado porque é muito fácil convencer os eleitores potenciais eleitores de que o governo já se deu em muita coisa que o orçamento é finito não há dinheiro para para pagar tudo que a oposição no caso PSI chega H Já conseguiram ganhos de causa avaliados em quase 1000 milhões de euros e que portanto ninguém compreenderia e é essa mensagem de luí Montenegro ninguém compreenderia que o PS e o chega que Pedro Nuno Santos e André Ventura fossem agora para a mesa das negociações exigir muito mais e portanto eh o governo acredita que está aqui numa posição de força e que está em condições de não ceder muito mais a às reinvindicações do partido socialista e do chega e acredita-se no governo que se chegar ao momento em que esta narrativa for perfeitamente aceite por quem faz opinião e potencialmente por quem vota e o governo poderá achar útil romper as negociações atirar-se para o chão gritar penalti e provocar uma crise política e eleições antecipadas portanto no fundo Estamos numa fase em que cada parte está a tentar passar a sua narrativa ou condicionar as negociações de uma forma que lhe seja mais favorável Mas entre chega IPS estarão neste momento certa forma a ver qual a melhor forma como seist passar a batata quente um ao outro não sim nem Pedro Nuno Santos nem André Ventura estão numa posição fácil porque quem viabilizar o orçamento de estado ficará associado associado ao governo e deixará o caminho de líder da oposição para o outro e portanto Pedro n Santos e André Ventura também se estão a medir e neste momento o cenário ideal era que os dois votassem da mesma forma eventualmente com uma abstenção E aí já ninguém ficaria a rir-se do outro h o que pode acontecer e isso é algo que também vai passando pela cabeça do do núcleo mais duro de Luís Montenegro é que durante este processo Pedro Santos e André Ventura h vinem de tal forma as respectivas posições Eh que cheg que chegue o momento em que já não tem margem de recu e que portanto e terão de votar contra o orçamento do estado se os dois se pensarem da mesma forma o tal Dilema do do prisioneiro é uma imagem muito utilizada ex E pode dar-se o caso do orçamento ser chumbado e pelas posições estarem de tal forma radicalizadas e portanto isso é um risco sendo que Pedro nundo Santos e André Ventura vão esperar até ao fim para para tomarem uma decisão no cenário ideal quer André Ventura quer Pedro nun Santos preferiam não estar Associados a este orçamento mas alguém terá de estar se for de facto para salvar o orçamento do Estado uhum já vamos então ao chega para já em relação ao PS que que que sinais é que o partido tem tem estado a dar da Estratégia que que que está a tentar seguir vimos Pedro no Santos a a reclamar Vitória quando Marcelo rubil de Sousa promulgou os tais diplomas a redução do Iva da eletricidade o fim da escuta a redução do IRS todos estes diplomas aprovados contra a vontade do governo Pedro n Santos aí reclamou Vitória eh mas reagiu de forma muito intempestiva quando percebeu que que Luís Montenegro ou quando percebeu os sinais vindos do governo e de que esta margem para negociar o orçamento era quase nula por parte da aliança democrática Pedro n Santos fez questão de vincar que com alguma razão razão parcial pelo menos que as propostas promulgadas por Marcelo foram aprovadas na Assembleia da República num momento diferente o momento que agora se inicia é uma negociação orçamental e portanto o governo se estiver de boa fé terá de ouvir algum e e Respeitar pelo menos algumas das reivindicações do partido socialista Pedro n Santos não gostou de ver Luís Montenegro ou ver Luís Montenegro sugerir que a margem agora era nula ou qu ou quase nula o que antecipa um um um radicalizar de posições e um estreitar de caminho para aprovar o orçamento do Estado nós eh dias antes nas semanas anteriores víamos um partido socialista muito mais disponível para pelo menos aparentemente para sentar-se à mesa das negociações Pedro nun Santos deixou cair o tal praticamente impossível e agora já dizia estar muito otimista em relação ao orçamento do estado à aprovação ou a viabilização do orçamento do Estado eh Este último momento e tornou a posição quer do partido socialista quer do governo muito mais radicalizada o que e não antecipa um não antecipa um processo negocial muito fácil já regressamos à conversa com Miguel Santos carrapatoso editor adjunto de política do Observador na segunda parte vamos falar do grande Dilema do chega contribuir Para viabilizar o orçamento do estado e dar um balão de oxigénio ao governo ou contribuir para um cenário de crise política e possíveis eleições antecipadas Esta é uma história de intrigas segredos e traições é uma história de agentes secretos e de um agente secreto em particular Vl Vl est a história escondida de como Vladimir Putin montou uma teia de poder e guerra que começou no e acabou na Ucrânia um espião no kremlin é uma série para ouvir em seis episódios e faz parte dos podcast Plus do Observador estamos de regresso à conversa com Miguel Santos carrapatoso editor adjunto de política do Observador Miguel pco sabes neste momento existirão opiniões divergentes dentro do chega sobre o que fazer em relação ao próximo orçamento quais os argumentos dos que defendem dentro do partido que o chega deve viabilizar o orçamento e não provocar aqui uma crise política não deixa de ser curioso e antes de responder à tua pergunta não deixa de ser curioso que haja opiniões divergentes dentro do cha nós estamos habituados a olhar para para o chega com um partido de Um Homem Só eh de facto André Ventura é indiscutivelmente o líder do do do chega é ele quem define a orientação política eh mas não deixa de ser curioso que haja eh divergências tão Profundas dentro do chega sobre uma um tema tão sensível como a viabilização ou não do orçamento do Estado quem defende que o Sega está obrigado a a viabilizar o documento H defende essencialmente por um motivo por entender que quem ficar responsabilizado ou quem for responsável por uma crise política neste momento está a cometer um suicídio político naturalmente hã há uma frase aliás muito engraçada neste texto hh de alguém de um dirigente do chega que diz Eh estamos a jogar a jogar chadre com luí Montenegro e a coisa não está a correr de forma perfeita portanto há a perceção interna de que eh Luís Montenegro tem uma vantagem política assinalável e há também e a história recente ajuda a validar de alguma forma eh esta tese sabemos que no passado quem provocou crises políticas ou quem foi mais do que quem provocou Quem foi percecionado como sendo o causador de uma crise política o que parecendo que não é diferente e o o exemplo mais e Célebro é o prd em 87 que provocou uma crise política oleado ou aliando s ao partido socialista e isso deu uma maioria absoluta Cavaco Silva mas também a esquerda bloco de esquerda e PCP que foram percecionadas como causadores de uma crise política também à boleia de um orçamento do estado e ficaram reduzidos a mínimos olímpicos portanto a história recente H diz-nos isso aponta para essa para essa possibilidade depois também há um outro argumento este não ligado à história mas aquilo que tem sido o desempenho do governo eh nestes meses que leva em funções de alguma forma existe também no interior do chega quem já tem apercebido que Luis monegro está a tocar em em segmentos eleitorais muito importantes para o partido eh forças de segurança Forças Armadas H alguns setores ligados à justiça também que de alguma forma estavam hh em em suflar o o chega e que Luís Montenegro está a a tentar E aparentemente a conseguir condicionar e talvez recuperar esta esta parte do eleitorado portanto numas eleições antecipadas resultantes de um chumbo orçamental e o chega Ou pelo menos há quem entenda que o chega não só seria prejudicado e penalizado porque eh quem contribui para uma crise política é sempre penalizado ouum ou foi sempre penalizado no passado como há perceção de que luí Montenegro já conseguiu falar a segmentos eleitorais que são muito importantes para o chega e isso pode a enfraquecer o partido e pode significar um um uma redução da bancada parlamentar em cerca de 20 a 30 deputados Uhum mas depois também há quem defenda que o chega não deve compactuar com com o governo de Montenegro mesmo que o custo possa vir a ser o de eleições antecipadas sim e e e por motivos igualmente ou ou com uma explicação igualmente interessante H há quem entenda que o chega não pode claudicar Luís Montenegro tem sido muito vocal e muito claro em relação ao não é não imaginar no chega a negociar com luí Montenegro sem conseguir qualquer tipo de ganho de causa seria aos olhos de alguns dirigentes do partido um erro caço h e e ISO junta-se outra leitura também também interessante que é pior do que perder uma bancada de 50 deputados e vê-la reduzida a 20 ou a 15 seria perder o núcleo duro do eleitorado do chega e há quem entenda que o núcleo duro do chega eh nunca aceitaria um um partido refém Luís Montenegro ou um partido satélite da Aliança democrática e portanto se não não existir como parece não existir vontade da Aliança democrática vontade do governo de ouvir vir e corresponder às pretensões do chega H há quem entenda que o partido não pode simplesmente ceder e e aparecer com a corda ao pescoço e aqui então o ideal para o chega seria ter o PS assegurar o orçamento de Monte Negro para depois insistir naquela narrativa do do do bloco Central né que se protege nãoé dos interesses comuns que se protegem isso seria o cenário mais fácil para André Ventura conseguimos antecipar os argumentos que que o líder do chega utilizaria até porque eh volta e meia tem tem repetido essa essa tese que há um um um bloco central de interesses entre o partido socialista e o PSD e e portanto no no fim do dia por muito que que troquem acusações no Parlamento o sistema eh protege-se sempre e seria sempre o cenário ideal o chega terá de tomar uma decisão eh pode ser um voto contra a favor parece-me os sinais que temos difícil H ou abstenção que eh também dá algum conforto a aos chega sendo que a abstenção do chega implicaria sempre a abstenção pelo menos do partido socialista Hum mas há um argumento que também pesa eh pelo menos junto de quem defende que o chega jamais deveria eh aceitar pelo menos nestes termos H eh aprovar ou viabilizar um orçamento Lu Montenegro que é a própria sobrevivência da do primeiro-ministro em funções ninguém ignora que eh quem está no poder como é o caso Luís Montenegro tem uma vantagem eleitoral eh adjacente eh aqui a questão e isso vai pesando também em quem pensa politicamente A Estratégia do do chega é que quanto mais tempo o Luís Montenegro esver em funções mais consolidado ficará no poder h a título de exemplo só dois chefes do governo perderam eleições Pedro Santana Lopes e José Sócrates e os dois em circunstâncias absolutamente excecionais refiro-me ao período inaugurado por por anível Cavaco Silva portanto salvar Luís montegro neste momento que é no fundo é essa a discussão que existe mais do que aprovar o orçamento ou viabilizar o orçamento é salvar o governo nesta fase acontecendo isso dá um seguro de vida importante a a Luís Montenegro que ganha um prazo de validade pelo menos até a início 2026 porque antes não pode haver eleições Marcelo ribelo de Sousa está impedido de convocar eleições nos últimos se meses de mandato e portanto salvar agora Luís Montenegro pode implicar um desfecho Ainda Mais Cruel para o chega para o partido socialista mas aqui estamos a falar do chega em específico que é dar ainda mais força à aliança democrática e tornar ainda mais difícil o sonho assumido publicamente de André Ventura de ultrapassar o PSD como a maior força política à direita portanto é um grande incentivo nesse aspecto há um grande incentivo aos para eh para que o chega Hã chumbe o orçamento já depis há os riscos todos Associados a essa decisão e este dilema existe mesmo por isso é que ainda não há uma decisão tomada e será ou serão precisos muitos dados até esse momento chegar ó Obrigado Miguel obrigado Miguel Santos carrapatoso é editor adjunto de política do Observador esta foi a história do dia a sonoplastia é de Bernardo Almeida a música do genérico do João Ribeiro eu sou o João santosarte até amanhã n