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[Música] e hoje o colonista do dia é Leonor gaião mestre em psicologia Clínica e da saúde que assina uma crónica com o título Voto no candidato que me divertir mais Leonor bem-vinda à antena do Observador Olá boa tarde obrigada partilha com os leitores uma reflexão sobre as redes sociais e o uso que delas fazem agentes políticos e demais cidadãos sendo que esta crónica começa com uma conversa entre uma conversa imaginária entre dois norte-americanos que vivem em tempos diferentes eh conversam sobre o quê leonore conversam sobre o mundo sobre como está a sociedade sobre a política um deles já vive no mundo que tem o tiktok que tem as redes sociais e o outro está a conversar com aquele amigo que parece quase um um Alen vindo de um planeta que vive de forma diferente é é um artigo um bocadinho uma reflexão sobre eh o papel do tiktok na sociedade na política porque no fundo tiktok já não é só uma plataforma de entretenimento é é muito mais do que isso eh eh por exemplo eu tenho uma pessoa quando acompanha conversas de de mais jovens outro dia em conversa Ouvi uma pessoa dizer um um jovem português ah eu eu eu se votasse nos Estados Unidos votaria na camala e eu depois fiquei curiosa e pensei mas porque é que rotarias na camala e e e as razões são muito enganosas muito superficiais é não porque ela é Popular porque ela está na moda ela ela até tem tiktok e e ou seja essa essa conversa fez-me refletir e depois pensei nessa nessa ficção H nessa reflexão Hum e e como é que e como é que o cidadão norte-americano de 1964 interpreta e acolhe o tempo presente com essas características que linor acaba de anunciar pois eu penso que com muita estranheza como se fosse ainda mais uma a ou seja o fingimento que já que já existe e sempre existiu na espécie humana e que já existia em campanhas políticas certamente nos nos anos 60 como se de repente estivesse muito mais exacerbado e a um nível que nunca se esperava não é Lon sugere sugere de resto que cada um de nós tem pelo menos duas versões a versão do que cada um é realmente e a versão tiktok em que todos somos lindos osos com uma vida super interessante de fazer inveja exatamente Pois porque no fundo quer dizer o tiktok e as redes sociais para além de serem enganosos não são nada imparciais não é nós por exemplo falamos muito e fala-se muito da questão do algoritmo não é São redes muito parciais porque é curioso que nós vemos um conteúdo e o conteúdo que vem a seguir vem quase confirmar a crença que nós já tivemos com aquele outro conteúdo por exemplo nós em psicologia chamamos a isso quase um um viés confirmatório mas isto é perigoso porque porque depois há uma as ideias ficam muito uniformes na na nossa cabeça no tiktok há facilmente uma comunidade de influencers e de vídeos que por exemplo odeiam trump e depois há outra comunidade que odeia camal haries e é muito fácil por exemplo P por exemplo para um jovem para jovens que estão a começar na na idade de votar identificarem-se facilmente com um desses grupos e é uma idade em que há muita necessidade de de construção de uma identidade Mas ou seja o ti que é é inteligente ou então não para se adaptar a essas crenças e depois impede-nos de formar crenças novas e e esta realidade esta nova realidade veio a mudar e presumo que seja isso que sugere os critérios que cada um de nós segue para escolher em que candidato ao partido vota Talvez o artigo é um bocadinho cómico se calhar um bocadinho pessimista embora também possamos vê-lo como realista ou seja esta ideia de votar na no candidato que seja mais mais divertido que nos divirta mais quase como se o mundo já fosse um reality show não é porque o tiktok também e as redes sociais no geral promovem muito é muito fácil promover o o endeusamento de uma figura ou ou pelo contrário a diabolização de de certas personagens h e e acho que isso depois se traduz ali numa certa uma certa preguiça do pensamento há um Aconchego em perceber que há há milhões de pessoas que pensam como eu então é porque esta ideia faz sentido e por exemplo hoje em dia já ninguém por exemplo nessas conversas com com mais jovens que dizem eu vou votar neste porque porque sim mas as informações que eles têm à disposição no tiktok depois nunca são confirmadas Ou seja é é irónico que nós estejamos na época em que é mais fácil aceder a qualquer tipo de informação a qualquer tipo de livro temos livros online temos uma plataforma gigantesca Mas cada vez sabemos menos procurar essa informação porque a informação está toda no tiktok só que não é uma informação eh muitas vezes não é fiável é enganosa é superficial h e e temos consciência Todos nós temos consciência dessas limitações da informação produzida eh por exemplo no tiktok uhum eh eu acho que sim ou se no artigo eu até faço uma pequena provocação de o o a personagem de de 1964 que não sabe o que é que é o tiktok que fica indignada como é que eles eles sabem que isto está a acontecer lhos mas permitem ou seja uma certa permissão de nós próprio nós sabemos que estamos a ser enganados sabemos que passamos horas e horas a consumir aquele conteúdo H por exemplo os pais e eu tenho falado falei mais de jovens mas eu eu acho que nisto já não é uma crise só da Juventude acho que é muito intergeracional porque a geração dos nossos pais Pode não estar no tiktok mas estão no Facebook estão no Instagram e hoje em dia já essas linhas já já se des bateram e eu acho que por exemplo a geração mais velha tem noção eh dessas limitações e muitas vezes queixa-se do olhar que os jovens têm sobre isso mas eu acho que já é já transcende qualquer geração e é uma ameaça a democracia Leonor um tapete vermelho por exemplo ao populismo Hum isso ten tenho algum receio de dizer que é uma ameaça à democracia eh acho que é mais difícil traçar essas linas eu acho que é uma ameaça ao pensamento é conseguirmos e o pensamento e conseguir pensar fora da Caixa ou fora dos contornos habituais não é porque no no tiktok nas redes sociais facilmente eu eu noto que há uma bipolarização do pensamento não é É ou sim ou não é o certo e o errado é o é o Deus a personagem Deus e a personagem diabo e e Isso sim é uma ameaça à democracia e uma ameaça a qualquer avanço a qualquer ago porque é uma incapacidade de pensar tornarmo-nos muito estamos a tornar-nos cada vez mais preguiçosos mais o tiktok está cada vez mais rápido e nós estamos cada vez mais mais lentos se calhar em oposição e essa reflexão que a Leonor gaião nos traz num artigo que pode ler em observador.pt com o título Voto no candidato que me divertir mais Leonor Obrigado pela sua desidade e pela sua presença neste colonista do dia até breve obrig obrigada até breve h [Música]