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[Música] foi o coordenador da comissão de acompanhamento da resposta em urgência de ginecologia e Obstetrícia nomeada pelo anterior governo H considera que na altura foi afastado por razões políticas e não técnico-científicas Diogo Aires de Campos vai agora direto ao assunto perante o estado das urgências pouco mais de um ano depois de ter sido exonerado bem-vindo obrigada por ter aceitado o nosso convite Ah muito boa tarde neste último ano o senhor lamentou que os encerramentos de urgências e blocos de partos se tenham Tornado o novo normal Digamos um ano depois vê alguma medida que tenha sido bem tomada quer por este governo quer pelo anterior ou que sendo até uma boa medida ainda não seja possível medir resultados houve algumas medidas do no governo anterior que foram boas medidas e acho que progredi alguma coisa n algumas áreas ol nomeadamente na na área da dos da da intervenção dos Enfermeiros de saúde materna e obstétrica dos enfermeiros especialistas na no na na na vigilância do trabalho de parto acho que isso é uma mais valia clarificou algumas eh atitudes clarificou Quem eram responsabilidades e autonomias isso acho que foi uma coisa positiva mas aqui o o grosso das medidas que tiveram a ver com a eh o normalizar desta situação das maternidades encerradas de uma forma rotativa e se manteve-se durante 1 ano e meio e acho que não não não contribuiu nada para para nem para a segurança nem para o conforto das grávidas que precisam de ter noções de quando em que sítio é que vão poder ter os seus os seus filhos e neste momento não o t uhum o senhor fazia referência aos enfermeiros especialistas precisamente esta semana a ordem dos enfermeiros veio sugerir que os enfermeiros especialistas nesta área do Obstetrícia possam garantir o acompanhamento de grávidas de baixo risco para libertar os médicos obstetras para caso mais complicados vê algum Inconveniente nesta solução e que se pode traduzir em resultados imediatos eu acho que é um um um mal entendido não é as as as situações de gravidez de baixo risco não são vigi em Portugal não são vigiadas por médicos obstetricos são vigiadas por clínicos Gerais nos centros de saúde de maneira que os enfermeiros especialistas poderiam substituir os os médicos de medicina geral e familiar mas os obas estão nos hospitais e não são esses que seguem as gravidezes de baixo risco para o problema atual que é o problema sobretudo das urgências essa é uma medida que não tem não tem Impacto não é pode pode algo que pode ser considerado e que acho que está no no no plano de emergência do governo mas de facto não é neste momento para este assunto mais perente não é relevante eh o diagnóstico que o senhor fez faz passa pela falta de médicos que que o serviço Nacional de saúde precisa resgatar ao privado e também à prestação de de serviços mas também passa por eh problemas de organização o que é que é possível fazer desde já para ter urgências mais funcionais uma assistência de qualidade e com segurança para as grávidas eu acho que a partir do momento em que como nós fizemos em Portugal desde os anos 90 do século passado abrimos A Urgência a todas as situações há uma triagem há de facto as situações mais graves que são vistas em primeiro lugar mas todas as pessoas são vistas e quando isso acontece todas os 24 sobre 24 isto tem consequências as consequências são que é preciso um número muito grande de médicos permanentemente Nas urgências para assegurar as escalas ou se de facto forma muitos médicos e retém Porque neste momento o problema não éem formação de médicos nós formamos médicos até mais o problema é retê-los no SNS se se nós temos esse estas urgências de facto permanentemente abertas vamos precisar de reter e precisamos ter muitos Mais Médicos emente nas escolas de urgência ou nós conseguimos de alguma forma fazer com que algumas dessas situações sejam vistas noutros locais onde o atendimento é das 9 às 5 da tarde e são atendimentos programados e não coisas urgentes ou ou conseguimos limitar esse número de pessoas que vai à urgência como outros países o fizeram este este problema não é só nosso mas no por exemplo no norte da Europa ninguém vai à ência do Obstetrícia Sem ligar primeiro E é assim que S se consegue orientar algumas situações via telefónica para os locais mais adequados e reservar as urgências mesmo para as situações que são mais urgentes e necessitam de ser avaliadas imediatamente uhum e e fazia diferença que as especialidades de ginecologia e Obstetrícia estivessem eh voltassem a estar juntas e no plano de emergência para a saúde sim eu eu eu esse esse esse esse esse elemento do plano de de emergência nunca nunca percebi muito bem qual era o sentido porque neste momento a especialidade é única é obas na ecologia em Portugal na Europa pelo mundo de fora é algo que se conseguiu ao longo de 50 anos e que nos permite ter médicos eh nos hospitais mais centrais que se dedicam mais à obstetricia e noutros que se dedicam mais à ginecologia mas nos nos hospitais mais pequenos as pessoas fazem as duas coisas e é assim no mundo inteiro ninguém eh mudou nada de maneira que neste momento se nós dividíssemos a especialidade com consta do plano do do de urgência iríamos ter muitos muito menos médicos disponíveis para fazer urgência porque aqueles de ginecologia iriam dizer não eu não vou fazer urgência de Obstetrícia porque não é a minha especialidade acho que isso só iria piorar a situação que nós estamos a viver Mas qual foi o racional então da Separação das duas especialidades não não sei tenho que perguntar a quem fez esse o plano de emergência eu acho que não faz sentido neste momento em 20024 estamos a outra vez a voltar para aquilo que tínhamos em 1970 que eram do duas sociedades separadas hum Diogo Aires de Campos disse há pouco que não se formam médicos a mais em Portugal mas estamos sempre a ouvir que há falta de médicos isto tem que ver apenas e só com o facto de haver muitos médicos no privado e em regime de prestação de serviços e pergunto-lhe isto E se também se quer dizer que é médio e longo prazo para resolver o problema os problemas vários a que temos assistido não é preciso criar mais vagas nas escolas de medicina eu acho que todos os indicadores que nós temos em termos de número de médicos por população São até Acima da Média Europeia o nosso nosso número de médicos em Portugal não é inferior à média Europeia o que nós temos é de facto poucos médicos n algumas especialidades no SNS e e e isso tem sido devido ao facto de ser muito mais atrativo para a socialidade do obas naine Ecologia para outras especialidades que também são bem conhecidas é muito mais atrativo os médicos vem para a privada e para para a prestação de serviços são na prestação de serviços às vezes fazem uma ou duas urgências por mês e ganham a mesma coisa que ganham os médicos estão todos os dias nos quadros hospitalares e na privada Então nem nem nem se fala é uma diferença enorme e depois não há aquela pressão grande que há na na no fns de fazer mais mais horas extra mais horas extra Isso é o que faz com que a especialidade de facto não seja muito Atrativa neste momento no no no FMS ó soutor só para que consigamos melhor perceber de facto as diferenças nesta área de especialidade no setor privado e e e no serviço Nacional de saúde a diferença de salário do médico obstetra com com os mesmos anos de carreira digamos com a mesma experiência no privado e no público é de quanto essa diferença mais ou menos is seria bastante de privado para privado e de região para região e também da experiência do do próprio médico mas é uma ordem de grandeza e é é é é no mínimo três vezes superior uma coisa desse género e às vezes pode ir até mais eh portanto eh será inevitável que se o governo quiser eh manter médicos desta área de especialidade no serviço Nacional de saúde e cativar também médicos para o SNS terá Obrigatoriamente de aumentar os salários passa essencialmente por aí a resolução do problema de falta de médicos de obstetricia e ginecologia eu acho há muito Há muitos médicos que estm CNS eh sabendo que não vão ganhar tanto mas que tão porque tê um um espírito de Missão mas quando começam de facto a ter dificuldade em pagar as suas contas nomeadamente nas cidades nas nas grandes cidades que tem tem preços mais elevados E já começa pensam duas vezes não é porque precisam de facto ter um mínimo de rendimentos que permita enfim educar os filhos arrendar uma casa e e e e de maneira que não acho não é preciso fazer com que os salários cheguem ao ao valor do do privado é só preciso que tenha um salário Digno enfim para aquilo que se que espera numa numa das grandes cidades onde é o grande problema de facto é nas grandes cidades mas o outro aspecto não é só não é só os ordenados tem a ver também com a carreira não é uma certa progressão que H que havia na carreira de Anes e que ortant foi toda ela congelada e depois tem outro outro aspecto que é sentirem que que os serviços estão organizados e que de do do do do do do ponto de vista do apoio que tem das das instituições superiores políticas e hospitalares que têm confiança nessas instituições Ou seja que essas instituições antes tomarem decisões que que afetam a população toda e os médicos inclusive que ouvem aquilo que é a opinião dos do dos médicos e dos peritos na área uhum antes de tomar essas decisões e se não houver essa confiança também é é mais um incentivo para as pessoas não ficarem no sms uhum eh o plano de emergência do atual governo tem como segunda prioridade bebés e grávidas em segurança assistimos esta semana a um caso que esteve no topo da das notícias fez manchetes eh de uma grávida que teve um aborto espontâneo e que num primeiro momento eh foi-lhe recusado atendimento e no eh Hospital das Caldas da Rainha é um que estou só aqui a trazer mas para lhe perguntar como é que avalia este plano de emergência e a execução até agora e e a postura também da ministra Ana Paula Martins antes antes de de de se responder diretamente essa pergunta deixa-me só dizer que eu acho que quando se imagina uma um um todo toda uma estratégia de atendimento que implica urgências fechadas de uma forma rotativa d-se obviamente a correr a alguns riscos de acontecer em situações onde as as as as grávidas sem saber qual é a urgência que está aberta recorram a urgências que estão fechadas e criam-se este tipo de problemas não é eu sinceramente em relação ao ao ao caso de que que ocorreu nas causas de rainha não não não há versões contraditórias e acho que não neste momento não é altura para dizer nada sobre esse assunto mas o que eu acho é que de facto neste momento depois de ver a a a o a a publicação do plano de emergência tem que começar a ver medidas não é o plano de facto delía Quais são as as as a estratégia principal mas é preciso de facto haver neste momento as medidas concretas que fazem com que a situação se possa começar a reverter uhum eh eh Há alguma alternativa este tipo de plano com urgências eh rotativas intermitentes eh vislumbra algo que seja melhor do que este plano eh eu eu acho que a a única H há duas alternativas não é uma delas e às vezes pode haver até as duas em conjunto uma delas tem a ver com arranjar uma forma de orientar as situações não urgentes então para os locais mais apropriados fazendo uma triagem e telefónica dessas situações eh isso faz que era talvez a primeira medida a fazer eventualmente a linha CNS grávida deveria fazer isso mas o problema da linha SNS grávida que é uma linha importante e que acho que dá alguma segurança as grávidas é que não é é suficiente para orientar para para as urgências mas não é suficiente para que não são os enfermeiros especialistas a fazer essa orientação não é suficiente para resolver algumas situações não Imagine que alguém que tem uma situação que não sabe se é urgente se não é urgente liga diretamente para um hospital hja um enfermeiro especialista que se pode orientar pode dizer assim olha nesta a sua solitação não é necessário vir já A Urgência mas marcamos lhe amanhã uma consulta ou vá ou dirija-se então ao centro de saúde on na amanh lhe vão lhe vai ser marcada uma consulta porque funcionando os hospitais nem como como o LS pode haver essa facilidade de ligação com os centros de saúde eh is isto é bastante mais eficaz que uma linha centralizada sns24 que não tem esta capacidade porque não tem enfermeiros especialistas eu acho que as duas coisas funcionam em conjunto e Mas esta solução de ser os próprios hospitais orientar é aquela solução que será implementada pela Europa fora com com bons resultados e com segurança e e a outra alternativa Era falou em duas outra alternativa é temporariamente se não houver equipas não é se não houver equipas suficientes na região de Lisboa e Val TJ tem que se concentrar recursos temporariamente que seja porque eu acho que de facto eh a Obstetrícia não é quantos mais partos num hospital melhor há um há um número limit partos a partir do do qual se sabe que a qualidade do atendimento eh começa a ser pior isso está bem estudado de maneira que é preciso haver um número de maternidades razoáveis mas nem que seja durante algum tempo se não houver equipas eu acho que é mais é é é mais seguro e é mais tranquilizador para as grávidas saber que esta urgência que está permanentemente aberta é que ela também está aí quais quais são aquelas que estão temporariamente encerradas e depois quando houver As equipas de facto se tomarem medidas para reter os os médicos quando houver equipas suficientes então abrir todas as as maternidades que que estão abertas que estão que deviam estar abertas neste momento e o o o senhor saiu da comissão de acompanhamento de resposta de emergência em Obstetrícia em desacordo com o então diretor executivo do SNS Fernando Araújo que avaliação faz do trabalho de Fernando arujo eh sabe que como como como pode compreender e em relação às às urgências fechadas de uma forma alternada eu sempre estive em desacordo com ess com essa medida eh e é uma medida foi sobretudo do Professor Fernando ruj eventualmente também com o apoio do do do do Dr Manuel Pizarro h de maneira que em relação à parte do Obstetrícia divergimos muito em relação à aquilo que é que devia ser a estratégia na altura Eu acho que eu a minha afirmação na altura é que isto iria isto não não dava segurança às grávidas e que tinha a tendência a piorar cada vez mais porque os os médicos não se sentiam bem com isto eh e a situação não não tinha tendência a melhorar porque o ambiente dentro dos serviços não era não não não não ia não iria melhorar e veio-se a demonstrar de facto que a situação tá cada vez pior não é já está um há há um ano e meio de maneira que nesse aspecto particular não não não não não não comamos da mesma da mesma estratégia e só para terminarmos diog gares de Campos tendo em conta que a ordem dos médicos acabou por lhe retirar até a confiança institucional na sequência de uma Norma sobre os paros um ano depois de todo este processo já com algum distanciamento e perante o estado pior Como diz que estão as urgências obstétricas sente-se injustiçado neste processo não injustiçado sabe acho que não não não é o não é o sentimento mais importante é preciso é arranjar soluções porque aquilo que está mais em causa de facto é o bem-estar das grávidas não é a minha vida profissional foi sempre no sentido de tentar no meu país e também na Europa dentro daquilo que são as minhas possibilidades criar uns umas umas para que o atendimento fosse o melhor possível e o que eu acho também em relação a essa situação do do do da retirada de confiança foi em relação a uma orientação que depois conseguiu-se resolver a situação e a orientação ficou publicada e acho que foi uma mais valia enorme para para Portugal em geral e com acordo muito alargado de todas as instituições representativas o que interessa no meu no na minha forma de ver o que interessa é tentar resolver os assuntos essas coisas na vida acontecem altos e baixos sem estados de alma diog guares de Campos muito obrigada por ter vindo ao direto ao assunto de nada muito Gosto muito gosto [Música]
1 comentário
Tiram os cursos á conta dos impostos do Zé Povinho depois os privados vêm buscá-los ao público.. cambada de sanguessugas… enquanto não houver alguém com eles no sítio que obrigue quem tenha tirado os cursos há conta dos nossos impostos permaneça no SNS durante cinco anos…acabava logo a mama aos privados.