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[Música] o aumento da esperança de vida e a diminuição da natalidade têm provocado mudanças na estrutura etária das populações em vários países do mundo as nações unidas estimam que em 2050 globalmente o número de pessoas com mais de 65 anos tenha duplicado facee a 2021 as estimativas demográficas dizem que em 2080 a população portuguesa deverá ter diminuído para 8,2 milhões de habitantes Nessa altura haverá cerca de 1 milhão de jovens com menos de 15 anos e 3 milhões de pessoas com mais de 65 Isso significa que o país também terá menos pessoas em idade ativa ou seja entre os 15 e os 64 anos segundo as estimativas do Instituto Nacional de estatística o número deverá cair para os 4,2 milhões em 2080 mas não é preciso chegar a 2080 para sentir o impacto destas alterações demográficas no mercado de trabalho esse efeito já é visível o envelhecimento da população e o aumento da idade da reforma fazem com que hoje haja uma maior coexistência de trabalhadores mais jovens e mais velhos nos mesmos locais de trabalho nas empresas chega a haver quatro gerações em simultâneo mas como é que os trabalhadores de idades diferentes se veem uns aos outros há estereótipos Associados aos trabalhadores mais velhos e mais jovens até que ponto a experiência do idadismo se faz sentir nos diferentes grupos etários com o apoio da fundação Francisco Manuel dos Santos uma equipa coordenada pelo investigador David patient estudou durante 3 anos o idadismo no mercado de trabalho em Portugal o estudo mostra que os estereótipos e a discriminação em relação à idade realmente existem entre os trabalhadores mais jovens e os mais velhos cerca de 20 inquéritos foram realizados ao longo dos 3 anos do projeto usando diversas metodologias e amostras os dados foram recolhidos de painéis nacionais e internacionais incluindo um estudo com uma amostra representativa da população portuguesa uma experiência online foi conduzida para demonstrar de forma mais rigorosa os efeitos do idadismo nos trabalhadores e nas organizações nós investigamos não só a perspectiva dos alvos de idadismo mas também a perspectiva dos detentores de crenças idad distas e obviamente investigamos não só o idadismo Face aos trabalhadores mais velhos mas também Face aos trabalhadores mais jovens que tem sido menos estudado tanto em Portugal como internacionalmente este projeto é um dos primeiros a estudar o idadismo Face aos mais velhos e aos mais jovens no contexto português utilizando uma amostra representativa os resultados do projeto mostram que 1/3 da população portuguesa reporta níveis moderados a altos de discriminação com base na idade s sendo o grup etário dos mais jovens o que reporta índices mais altos de discriminação os nossos resultados mostram que o idadismo tem consequências negativas tanto para os trabalhadores mais velhos como para os mais jovens e tanto para os que são alvo de idadismo como para os que são detentores de crenças idad distas a discriminação com base na idade está associada a uma maior perceção de conflito no trabalho a uma menor satisfação no trabalho a um maior desejo de sair da organização e ainda ao aumento do estress e aer a da Saúde física e mental em resumo o idadismo é uma questão muito séria também em Portugal para as pessoas para as organizações e paraa sociedade em geral ainda que dois terços dos portugueses sintam um baixo nível de discriminação devido à idade há 34% que admitem ter vivido situações de discriminação moderada ou elevada Por este motivo essa discriminação foi vivida por 42% dos trabalhadores jovens uma percentagem maior do que entre os trabalhadores como mais de 50 anos em cargos de sfia é menos frequente sentir-se discriminação devido à idade pelo contrário os trabalhadores com salários mais baixos sentem essa discriminação com maior intensidade segundo os resultados do inquérito fatores como o tamanho da empresa a localização geográfica o setor de atividade ou até o género e o nível de instrução dos trabalhadores não parecem influenciar a intensidade da discriminação devido à idade a fundação Francisco Man procurado realizar editar e divulgar eh grandes estudos sobre os problemas mais importantes da sociedade portuguesa o estudo que hoje apresentamos é um estudo sobre o idadismo no local de trabalho um tema da maior relevância na nossa atual estrutura demográfica do país verificamos hoje que convivem no mesmo local de trabalho por vezes quatro gerações diferentes isto resulta em larga medida do aumento da esperança de vida do aumento da idade da reforma e depois também ao facto de Os Jovens terem vindo a integrar o mercado de trabalho eh neste estudo olhamos para o idadismo de uma perspectiva bidirecional queer o idadismo que se dirige aos mais velhos e que olha para os mais velhos com preconceito relativamente às suas capacidades e à sua atualização mas também aquele que olha para os mais jovens com desconfiança relativamente à sua experiência ou à sua capacidade de trabalho e verificamos que em muito casos estas discriminações resultam de perceções erradas de preconceitos que não têm fundamento o estudo contém também um conjunto de recomendações designadamente dirigidas a evitar estas discriminações e a garantir que no mesmo local de trabalho elas não existem e portanto que daqui para o Futuro no local de trabalho possamos conviver com diversas gerações Cada uma com a sua contribuição O que é tão tão importante numa estrutura demográfica envelhecida como é o caso da Portuguesa neste momento em geral as atitudes positivas Face aos trabalhadores mais velhos até são mais comuns do que as atitudes negativas Mas então de onde vem a discriminação o estudo mostra que mais de 90% dos trabalhadores jovens concordam com a ideia de que os mais velhos devem dar lugar aos mais novos também é entre os mais jovens que se verificam mais atitudes negativas como achar que os mais velhos têm menos capacidade de adaptação menos competências valiosas menos consciência organizacional E pior desempenho quase Metade dos trabalhadores mais novos reveem nessas opiniões as perceções positivas em relação aos mais velhos são mais frequentes nos trabalhadores com mais de 50 anos nos que ocupam posições de sfia nos que têm salários mais elevados nos que trabalham em empresas mais modernas e nos que têm uma orientação política mais à esquerda em sentido oposto são os trabalhadores mais velhos que mais concordam com os estereótipos em relação aos mais jovens por exemplo acham que os mais novos devem aceitar A Hierarquia e têm de ser dinâmicos proativos criativos e com Domínio das tecnologias os mais velhos acham também que os mais jovens devem mostrar-se comprometidos a longo prazo com os seus locais de trabalho em geral estas posições relativamente aos jovens são mais comuns entre quem tem uma orientação política próxima da direita e menos comuns entre quem tem um curso superior um dos estudos centrais do nosso projeto foi feito com uma amostra representativa de mais de 1000 trabalhadores portugueses cuidadosamente selecionados para espelhar a população Portuguesa em termos de idade gênero e distribuição geográfica de forma que os resultados apresentassem um retrato fiel da realidade em Portugal os nossos resultados mostram que entre todos os grupos etários os mais jovens são aqueles que mais detém estereótipos negativos em relação aos trabalhadores mais velhos e vice-versa são os mais velhos os que mais detêm estereótipos negativos em relação aos mais jovens os trabalhadores mais velhos os trabalhadores mais jovens são também aqueles que mais se sentem alvo de estereótipos Isso demonstra que existem tensões intergeracionais entre os diversos grupos etários em Portugal os resultados do projeto também mostram que ser alvo de estereótipos pode ter vários efeitos negativos de forma geral sentir-se estereotipado está associado a um menor comprometimento e compromisso organizacional foram também encontrados efeitos específicos para os diferentes grupos etários para os trabalhadores mais velhos senti-se estereotipado foi também associado a um menor desempenho a menos comportamentos de entre ajuda e a mais absentismo para os trabalhadores mais jovens senti-se estereotipado foi associado a um maior nível de estress a uma maior deterioração da Saúde Mental e aá um maior desejo de sair da organização não restam dúvidas de que é crucial que sejam feitos investimentos na promoção da sensibilização sobre os estereótipos as tensões intergeracionais as suas consequências para as organizações e para os trabalhadores de todas as idades muitos estudos têm mostrado que estes preconceitos têm um impacto direto na saúde porque agravam doenças crónicas ou doenças mentais e geram mais insegurança financeira e Menor qualidade de vida a prevalência de a discriminatórias pode mesmo ser um obstáculo para reter os trabalhadores mais velhos nas empresas por destruir a sua autoconfiança também pode levar a que estes avancem mais depressa para a reforma antecipada O que representa uma perda e um custo significativo para as empresas por outro lado a discriminação dos mais jovens faz com que estes tenham menos oportunidades para evoluir nas empresas recebam salários mais baixos para funções semelhantes e tenham menos acesso a benefícios isso leva a que se sintam pouco valorizados e menos competentes por isso o idadismo tem mesmo custos no mercado de trabalho tem sempre qualquer atitude de discriminação tem Impacto nas pessoas em particular nas pessoas mais velhas em contexto de trabalho esse Impacto é notório é evidente e a ciência já mostra efetivamente que tem repercussões muito negativas na saúde no desempenho e na produtividade do pessoa ao longo de toda a vida estas condições agravam significativamente os resultados de saúde saúde física saúde mental e efetivamente implicam transformações no contexto de trabalho na capacidade de adaptação ao local de trabalho na probabilidade de empregabilidade ao longo de toda a vida e tem repercussões muito significativas também na Integração Social os mais jovens também são vítimas de alguma discriminação em contexto de trabalho Com contornos diferentes em cenários diferentes mas necessariamente isto também pode provocar um impacto não só na sua saúde como também do ponto de vista da sua evolução profissional numa altura da Vida em que eles têm que se integrar no mercado de trabalho e tem que ter verdadeiras oportunidades de desenvolvimento profissional para alavancarem obviamente o seu percurso eh e evolução de carreira é inevitável que um ambiente discriminatório em que há eh de facto não há uma verdadeiras igualdades de oportunidades de desenvolvimento vai afetar a saúde dos indivíduos não só a saúde individual como a sua produtividade e por isso afeta também a saúde da organização e os seus resultados por outro lado tem um impacto social que vai muito além só do indivíduo vai extravasa também para a família e para o meio social onde este indivíduo está inserido por isso é de facto uma responsabilidade muito grande que as organizações não podem ignorar o estudo mostra que as pessoas que concordam com os estereótipos idad distas em relação aos trabalhadores mais jovens ou aos mais velhos também têm elas próprias piores condições de saúde mental por isso provado o efeito negativo que o idadismo tem no local de trabalho a aposta num ambiente saudável pode aumentar o nível de satisfação de desempenho e de produtividade dos Trabalhadores combater o idadismo no local de trabalho que exige a participação de todos na investigação na sociedade em geral nas organizações e também n políticas públicas sabemos que o idadismo afeta mais pessoas do que o racismo ou sexismo mas curiosamente não temos prestado muita atenção a este problema na investigação Especialmente quando se trata dos trabalhadores mais jovens por isso uma das nossas recomendações investir mais investigação sobre este tema outra das noas recomendações é aumentar a sensibilização sobre o idadismo em Portugal a discriminação com base na idade ilegal mas é um problema social que muitos não reconhecem e uma das razões é que este tipo de discriminação pode ser muito Subtil e até normalizado portanto é importante sensibilizar para o facto de que o idadismo é muito prejudicial tanto para os trabalhadores mais velhos quanto para os mais jovens e também precisamos de investir em estratégias para combater o idad diso do trabalho sabemos que o mais eficaz é combinar formação com contacto positivo por exemplo as organizações podem oferec formação sobre idadismo e ao mesmo tempo criar oportunidades para interações positivas entre Trabalhadores de diferentes idades portanto tendo em conta a evolução demográfica em Portugal que tem implicações para as relações intergeracionais é muito importante que as iniciativas contra o idadismo reconheçam que esta afet tanto aos trabalhadores mais velos como os mais jovens ou seja não devemos favorecer um grupoo para combater o idadismo combater as atitudes idad discriminatórias no trabalho Dev ser uma prioridade em Portugal defendem os autores do estudo com o rápido envelhecimento da população e os desafios que essa evolução irá trazer os decisores políticos devem avanar com medidas para responder ao idadismo que afeta os mais novos e os mais velhos dedicando igual atenção a um grupo e a outro a existência de locais de trabalho mais inclusivos e sem tensões intergeracionais trará benefícios para todos [Música]