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está no ar o explicador da Rádio observador esta manhã falamos sobre o crescimento dos salários em Portugal e para isso convidamos para estarem connosco Mário Mourão secretário geral da ugt e hermino Monteiro presidente da cip a moderação da explicador é feita pelo Paulo Ferreira e pelo Bruno Vieira Amaral muito bom os dados do iné e foram revelados e há poucos dias no último trimestre os salários aumentaram em média 64% para 1640 € descontando a inflação o aumento Real foi de 3,6 por. Mário Mourão bem-vindo a este explicador eh o que lhe pergunto é perante este ritmo de crescimento de Salários se isto é satisfatório eh no fundo para aumentando obviamente o poder de compra e e e e recuperando algum rendimento real dos trabalhadores Portugueses e muito bom dia cumprimentar também o presidente da cip drino Monteiro e dizer o seguinte de facto segundo os dados do iné a aação mensal subiu de 6,4 em termos homólogos entre Abilo e junho mas também concluir que uma parte foi absorvida pela inflação ou seja Isto é positivo mas de facto a inflação prova que também tem comido aquilo que é eh o aumento dos salários eh dos trabalhadores quer dizer que eh eh os aumentos verificados eh eh em termos reais apenas subiram 3,6 é de realçar que o acordo de Médio prazo celebrado eh em consultação social tinha o referencial de negociação de 5% eh e portanto eh eh em term termos reais estamos longos 5% em termos homólogos naturalmente que ultrapassamos 5% podemos concluir que os salários têm vindo a subir mas os ganhos não são visíveis em todos os setores e também é notar que apesar dos aumentos ficados term vindo a acentuar-se e aumentos consideráveis a alguns produtos consumo o que faz com que os aumentos sejam comidos muitas vezes pela infração entretanto eu não posso deixar de considerar que há alguns setores em Portugal e e setores que têm condições de remunerar melhor os seus trabalhadores não fazem ignorando a negociação coletiva Aliás o referencial para a negociação coletiva aprovado e e em conação social foi de 5 5% e alguns setores eh recusam a negociação aplicando eh Arari m eh eh São aumentos de 3% qu quer dar exemplos Mário Mourão de que setores são estes desde logo o setor da banca o setor de seguros eh São setores que têm tido resultados astronómicos e ainda bem que os têm é bom sinal e nós não somos Contra isso mas aquilo que é as propostas de aumento salariais aos seus trabalhadores é é é por exemplo na banca neste momento está eh eh na deer a numa fase da filiação eh a banca decidiu aplicar os 3% eh fugindo à negociação coletiva tendo os lucros que teve e portanto eh é é é um setor é um dos setores que vai naturalmente beneficiar da baixa do irc e aqui se vê de facto que importa muito pouco aquilo que são os trabalhadores que contribuem para os resultados mas esse até é um setor em que os vencimentos o salário médio é mais elevado acha que mesmo assim é um setor em que poderia haver um valor um aumento substancial eh do dos salários eh sim eh eu acho que era UMS setores que deveria dar o exemplo Aliás foi um dos setores que precisou da ajuda de todos os portugueses e do Estado em determinada altura h e e precisou muito do do sacrifício de muitos trabalhadores não se não podemos esquecer que no tempo da troica e no tempo em que houve uma reestruturação na banca foram milhares de postos de trabalho que perderam houve instituições que reduziram os seus salários e os sindicatos eh eh estiveram também nessa negociação porque foi uma negociação em que eram confrontados com o fecho do do dos bancos ou e ter que haver um processo de reestruturação que implicava a redução de salários e os setores ultrapassaram e ainda bem que ultrapassaram muito à custa daquilo que foi o trabalho desses est e a banca hoje não reconhece isso e enfim e vê faz propostas de aumento de 3% deixe-nos e Mário trazer à conversa Armindo de Monteiro Presidente Bom dia também Armindo de Monteiro bem-vindo a este explicador e olhando agora novamente aqui para para para aquilo que é a média da economia os dados do iné Este ritmo de crescimento dos salários e pode ser perseguido pela pelas empresas Olá bom dia Bom dia Paulo freira Bom dia acompamento também com com com muito gosto Geral do ogt Mário Mourão Bom dia H eh Este é um problema de facto complexo nós eh não podemos encontrar soluções simples soluções fáceis para problemas que são completos e a primeira questão que é importante nós pmos aqui em evidência é que é diferente o salário bruto do salário líquido isto parece uma evidência uma verdade lápiz mas o que eu quero significar com isto é que eh as pessoas já se des habituaram em Portugal de perceber quanto ganham as pessoas apenas reparam Quanto recebem mas para as empresas eh tme sempre presente quanto pagam o que eu quero significar com isto é que os custos sobre o trabalho são extremamente elevados e não comparam ou comparam muito mal com aquilo que acontece com eh o espaço onde nos inserimos o espaço da União Europeia nós temos de facto e temo-lo dito uma fiscalidade e custo sobre o trabalho e próprios de um país rico e no entanto Nós não somos um país rico os salários efetivamente são a os salários e medidos por aquilo que a empresa consegue produzir e por aquilo que Portugal no seu todo consegue produzir estou a falar naturalmente do pibe estou a falar da produtividade e e estas variáveis são variáveis objetivas não não vale a pena nós ignorarmos a produtividade Quando falamos em salários não vale a pena temos que ter sempre isso muito presente e por isso é um problema complexo que só se consegue com uma um um um aspecto que é compromisso e esse compromisso é encontrarmos soluções para fazer subir os salários mas ao mesmo tempo conseguirmos que isto seja sustentável O que é que isto quer dizer que não pode ser por decreto tem que ser por aquilo que a economia produz por aquilo que a economia consegue alcançar E se nós conseguirmos encontrar formas de estimular o investimento porque naturalmente a produtividade não se resolve sem investimento se nós conseguirmos formas de estimular o investimento se nós conseguirmos forma seja eu esse investimento interno seja naturalmente externo ora falando do investimento externo se nós não conseguimos criar em Portugal condições de atração de investimento é óbvio que outros investimentos serão feitos fora de Portugal portanto eu creio que nós temos que olhar para este problema na C temolo feito de forma de compromisso de forma de propor soluções que permitam efetivamente o aumento do dos salários o aumento do rendimento dos trabalhadores mas sem que isso eh não tenha em conta aquilo que é a a real capacidade das empresas pagarem melhor salário isso no no setor no setor só para terminar naturalmente que como como referiu o senhor secretário Geral do GT há setores e setores naturalmente haverá setores que terão porventura uma folga maior mas é preciso ver que há muitos setores que estão naturalmente já no limite no limite para eh o o o fazer e isso não é não é ignorando ou ou ou ou dizendo ou nivelando que que a economia portuguesa eh está toda a um nível de folga que nós falamos em em em em eh em vontade eh unilateral dos dos empresários portanto a vontade depende muito das condições efetivamente do mercado se não fse nós estando emo emprego não haveria razões para efetivamente que isso não acontecesse eh Mário Mourão não sendo possível resolver eh tudo por por decreto o que é que é possível fazer em termos de políticas do governo para que haja um aumento real e do dos salários em Portugal um aumento da produtividade passa também pela fcal deix deixa-me dizer relativamente à produtividade eh de um estudo que foi feito que é público a produtividade é Portugal subiu 10,8 por e os salários subiram três entre 2016 e 2022 portanto nós usamos muito o pretexto da produtividade para manter os salários baixos em Portugal e eu acho que é consensual e e julo o Dr Armindo também e comunda dessa ideia que há baixos salários em Portugal e não é que os baixos salários que a produtividade aumenta é os salários são uma componente muito importante para a motivação dos trabalhadores e para o aumento da da produtividade e portanto o que eu acho é que há muito caminho a fazer nós estamos em consultação social e lá se discute grandes e as questões relativamente à resolução deste problema dos baixos salários em Portugal e é preciso que os empresários estejam disponíveis para isso isso é preciso que os empresários eh Vejam as empresas como um um um um um um um um equipamento fundamental para que o país cresa para que o país se aproxime daquilo que são os os países com gênes europeus Maria Mourão falou da concertação social o governo anterior de António Costa tinha deixado um acordo um acordo na concertação social com referenciais até para o crescimento salarial o o que lhe pergunto é se esse acordo deve ser revisto agora eh por este governo eh ou se no seu entender deve continuar em vigor Como está o o o e o o o acordo prevê que possa ser revisitado aliás em 2000 o ano em 2023 o acordo foi revisitado ou havia condições para que o salário mínimo pudesse ser superior àquilo que estava fixado no acordo foi para 820 e eram 810 que estava a fixar porque houve indicadores que permitiram que eh se se se voltasse novamente à negociação para melhorar algumas questões que o acordo tinha e isso é é é perfeitamente aceitável Julgo que o o o nas reuniões que tivemos já com com a atual governo o próprio governo eh manifestou a intenção também de poder virmos a ritar o acordo a ugt vai estar disponível venham lá as propostas desde que essas propostas não sejam apenas para desequilibrar entre aquilo que são as empresas e os trabalhadores e o o para haver um acordo um acordo fazse com a cedência de parte a parte é um acordo que tem que agradar a ambas as partes não pode agradar apenas uma a uma das partes senão não há acordo e portanto a ugt está disponível com o diálogo e conversação para que possamos chegar a acordo e melhorar aquilo que foi o acordo de rendimentos portanto nós temos metas nomeadamente relativamente ao salário mínimo e relativamente aos referenciais para a negração coletiva ve veja-se uma coisa o salário médio de facto estagnou não Isto são são são coisas mas as pessoas não sentem aquilo que foi os aumento do salário médio o salário médio faz-se muito à custa da negociação coletiva com os sindicatos se não houver essa predisposição das empresas de negociar com os sindicatos dos vários setores de atividade o salário méo vai continuar o salário mínimo vai ter uma trajetória positiva e vai se aproximar do salário méo e nó nós não queremos que aem Portugal os trabalhadores sejam todos salários mínimos e portanto é essa a consciência que é preciso ultrapassar mentalidades empresariais que é preciso ultrapassar Veja uma coisa falou-se da produtividade e E qual é o problema eh da prod já viram se o a produtividade não cresce por causa dos trabalhadores ou pela organização de algumas empresas de alguns setores hermindo Monteiro hermindo Monteiro deixa-me perguntar-lhe Se e as empresas estão disponíveis para essas negociações e para chegar a esse acordos com os sindicatos naturalmente que sim que estamos disponíveis nós gostamos de trabalhar sobre bases reais e e e por isso é importante e nós fizemos essa essa fizemos essa proposta na na concertação social que foi que todos tenham os mesmos dados que permitam partir da mesma realidade porque eh Há Há questões que nós podemos divergir em termos subjet a ter ideias diferentes mas a base de partida tem que ser Idêntica quando nós dizemos que a produtividade subiu eh este Ou aquele valor nós temos que ter a certeza de que assim é e por isso aquilo que nós dizemos é que efetivamente e demonstramos com números é que a produtividade tem sido inferior o seu crescimento que aquele tem sido o aumento dos salários a produtividade tem tido ganhos absolutamente marginais e para que nós consigamos aumentar a produtividade não tem aena a ver com motivação dos trabalhadores isso seria o mesmo que dizer que os trabalhadores não são aplicados ou não produzem aquilo que devem ou outro outra justificação que às vezes surge é e os empresários são mal organizados nas suas empresas é preciso nós percebermos que a nossa a produtividade da nossa economia não se mede na produção automóvel porque não produzimos automóveis não se mete em valores acrescentados de muitas indústrias que há pela Europa Porque nós não o fazemos nós temos baio baixo valor acentado na nossa economia eu vou dar um exemplo que é um exemplo agrícola que que que mas que é fácil de entender e e para terminar hermindo Monteiro só só para terminar se nós tivermos um trabalhador a produzir com uma enchada é um resulta uma determinada produtividade se trabalhador tiveram um trator é outra produtividade Qual é completamente diferente não tem nada a ver com o empenho nem com a organização da empresa tem a ver com o quê com o trator e o trator É o quê É investimento o que estou a tentar dizer de maneira simples é que o investimento é determinante para a nossa economia e se nós não conseguirmos medidas para promover mais investimento no nosso economia nós não conseguimos a tal produtividade que nos permite por isso também ter mais valor acentado por isso tambor armido Monteiro Mário Mourão agradeço a vossa presença neste explicador um bom dia um bom fim de semana bom dia muito obrigado bom dia obrigado bom dia obrigado