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ai está tanto calor o que me ape mesmo era assim uma coisa fresca inovadora mas rigorosa uma sereia ó Rita o que tu queres é um observador fresquinho Ah era mesmo isso mas quanto é que isso me custa a partir de 70 cêntimos por semana mas só se assinar O Observador até dia 23 de agosto então é mais barato que um gelado e tuia já assinaste eu e [Música] os políticos podem Aproveitar as férias para esfriar a cabeça do esfrio é o título do artigo assinado esta segunda-feira no site do Observador pelo ex-ministro da Saúde Fernando Leal da Costa muito bem-vindo obrigada por ser o nosso colonista do dia ah muito obrigado eu é o governo desde logo que deve tomar esse do frio por causa da gestão do plano de emergência e das expectativas que criou eu penso que como eu como eu escrevia é generalizada a necessidade de todos encontrarem alguma calma e retirar do combate político e acima de tudo retirar alguma linguagem que tem sido utilizada neste neste combate político em torno da saúde em que se tem notado algum excesso de eu diria por um lado tinir otimismo de um lado por outro lado pessimismo do outro enfim acima de tudo com afirmações muito generalistas desde logo com esta questão que não é nada fácil de resolver em que cada um se enfim a fadiga em tentar demonstrar que este ano é melhor ou pior que o ano passado o que manifestamente não é não é possível de afirmar assim com essa ligeireza e portanto desse ponto de vista eu penso que toda a gente de alguma maneira deve separ enfim descansar um bocadinho respirar Aproveitar as férias para descansar e depois enfim seguir em frente tentando resolver os problemas onde eles verdadeiramente existem o próprio primeiro-ministro fez essa comparação do de como é que está Eh agora o SNS E como estava antes com o governo de António Costa e o o o senhor aponta a propósito vários erros em vários momentos um deles foi este erros do próprio governo Claro sim claro quer dizer eu penso que entrar nessa nessa lógica de combate político não ajuda ninguém porque além do mais é uma afirmação indemonstráveis que hoje estão melhor do que estavam há um ano atrás Há outras coisas que estão manifestamente pior como é do do enfim do do conhecimento público e de divulgação pública nomeadamente naquilo que se prende com as urgências da obstetricia e não só há muita outra conta e tendo em conta já agora Fernando Leal da Costa que este plano de emergência era um plano de emergência e como o próprio o nome indica eh ficou desiludido tendo em conta aquilo a expectativa que foi criada o desenho que foi feito 8 anos na oposição também seria de esperar aqui uma estratégia mais consolidada eu penso que sim eu não diria fiquei desiludido acho que o plano nos termos em que foi feito em em poucos dias e para aquilo que era possível fazer é necessariamente um plano curto pelas circunstâncias que foram elas elas próprias geradas pela sua pela sua forma de manufatura digamos o que me parece E aí sim há aqui um problema da Democracia Portuguesa que não não se prende só com com com o PSD e com o CDs ou com enfim com com com os partidos que estão no governo prende também com os outros É que na verdade por circunstâncias que T que ver com a maneira como a democracia está organizada cada vez que um partido chega à à enfim ao governo naquilo que se prende com a saúde começa a resolver aquilo que são os problemas do dia a dia ficamos sempre com a ideia que não há um pensamento estruturado e que resultante do tempo passado na oposição para encontrar soluções de fundo e esse tem sido de facto um dos grandes problemas da da enfim da política da saúde em Portugal desde desde sempre e se calhar deoutros setores acho que o partido social-democrata neste momento estava francamente bem preparado assim tudo indica naquilo que se prende com as áreas das das das Finanças eh não estava nem pouco mais ou menos tão bem preparado naquilo que se prende com a solução das políticas de saúde hum manifestamente não e e O Observador de resto e para falarmos de exemplos concretos noticia o hoje a conclusão de cinco auditorias da inspeção-geral de atividades em saúde nos hospitais de Portimão Barreiro Montijo São Francisco Xavier em Lisboa Garcia de ortem em Almada e hospital de Braga São inspeções que foram feitas numa semana crítica de Junho ainda em 2022 portanto Há dois anos confiados ali pelo meio eh mas vem mostrar vem revelar falhas na gestão das férias dos médicos a conclusão é que há hospitais que aceitam que os médicos tirem Férias ao mesmo tempo eh para não correrem risco o risco de saírem do do s con eh e isto tem um Efeito Dominó nas equipas disponíveis para as urgências surpreende o aquilo que ficamos a saber com esta auditoria hoje não de forma nenhuma eh Aliás a senhora ministra e muito bem eh eu tive ocasião de o dizer na altura própria repito agora entendeu que era preciso fazer eh algum processo também de auditoria que será seguramente um processo pedagógico aos recursos humanos e à questão dos recursos humanos no serviço Nacional de saúde há várias coisas que têm corrido mal ao nível da gestão dos recursos humanos essa é uma delas é a incapacidade que os serviços têm demonstrado isto prende-se não só com as administrações com os conselhos de administração mas também com a gestão intermédia a incapacidade de planear férias o que obviamente Depois tem consequências altamente negativas no sentido das respostas à à população se vai tudo de férias pois naturalmente não há médicos parece-me evidente que isso é uma consequência natural de um processo que está a ser gerido de forma não Muito não Muito normal digamos mas esse é como lhe digo é muitos dos aspectos que estão que de alguma forma escondidos e que agora precisam de ser enfim esclarecidos Para que sejam melhorados ao nível da gestão do serviço Nacional de saúde a ministra da Saúde tinha razão ao dizer que há lideranças fracas na gestão do dos hospitais eu acho que o senhor ministro da saúde o que disse eh e desse ponto de vista também já tive ocasião de o referir Ela Não apontou especificamente àquela ou àquele outra e gestão específica mas é evidente que há problemas de liderança e há problemas de gestão ao nível do serviço Nacional de saúde que precisam de ser corrigidas Mas como lhe digo é um processo que também passa por uma melhoria Global daquilo que se prende com a escolha dos administradores e já agora porque não diz ele se calhar com a sua remuneração nós precisamos de olhar com atenção para aquilo que é o processo de recrutamento e de fixação de gestores no serviço Nacional de saúde o que manifestamente não tem sido feito nos últimos anos eu diria desde há muitos anos esta parte e a esse nível e depois dessa declaração da ministra foi uma declaração que teve um grande Eco tendo em conta a assertividade já podia ter sido feita alguma coisa ou ou não passou e muito tempo assim P oa a a afirmação é feita e como eu também já TVE ocasião de des descrever e dizer cria uma enorme responsabilidade por cima da senhora ministra Porque a partir do momento em que o faz como como disse muito bem a Vanessa vai ter que fazer qualquer coisa para resolver o problema Eu imagino que entre aquele tempo que decorreu da afirmação e da constatação do problema e o momento que corre agora não passou muito tempo agora aquilo que foi dito é que iriam ser enfim iniciadas as Tais auditorias com um aspeto eminentemente pedagógico sobre as administrações dos hospitais e e necessariamente também daí resultará a necessidade de olhar para o regulamentar do pessoal do serviço Nacional de saúde para torná-lo também de alguma forma mais percetível porque há ainda hoje muitas inequidades ao nível da gestão do serviço Nacional de saúde e agora mesmo mencionou uma ao hospitais que seguramente farão melhor a sua planificação de férias do que outros e portanto temos que encontrar uma maneira do sistema ser mais uniforme na sua relação com os profissionais e criar condições para aqueles que queiram continuar a trabalhar no serviço Nacional de saúde e não será seguramente ol olhando olhando para o exemplo que conhece melhor é médico no hematologista no no Ipo de Lisboa também há problemas de escalas no IPO felizmente não temos tido esse problema mas também repare nós temos sido capazes de alguma forma gerir o pessoal que temos enfim com as condições que temos acima de tudo porque também há que reconhecê-lo nós não temos a necessidade de ter uma urgência 24 sobre 24 horas aberta para a Rua temos um sistema de atendimento B programado que necessariamente necessita de muito menos pesso pessoas e portanto o exemplo do IPO não é digamos utilizável para que se possa ser comparado com os hospitais que têm urgências abertas para R urgências emergências médicas digamos 24 sobre 24 horas com equipas que necessariamente têm que ser maiores Uhum E que quando há polémicas seja na saúde ou noutras áreas vamos assistindo muito ao passa culpas pelo menos é essa a perceção que fica e também ao mesmo tempo ao desviar da tensões foi isto que este governo fez a propósito da das listas de espera para doentes comc eu não diria isso o que eu diria é que esta medida que é positiva e já com resultados muito positivos como eu também tive razão de escrever não tanto por ter tratado daqueles que estavam à espera em 30 de Abril Mas acima de tudo porque criou um mecanismo que feito à comparação hoje já há menos doentes à espera de ser operados para para enfim tratamento do cancro do que existia há há 3S meses atrás a verdade dos Factos é que não sendo uma manobra de distração é uma manobra positiva é uma manobra ainda insuficiente mas tem que se começar para algum lado e desse ponto Vista acho que começaram por uma por um por um lado muito relevante porque se há matéria se há digamos patologia na qual a espera Cirúrgica é particularmente preocupante e a oncológica como todos nós sabemos o tempo que Medeia entre o diagnóstico e o início da cirurgia pode terminar a curabitur abilidade de uma doença e portanto desse ponto de vista foi uma excelente escolha e foi uma boa medida agora é preciso fazer tudo o resto que falta porque como também eu escrevi o tratamento do cancro não é só cirúrgico nem todos os cancros Infelizmente são eh resolúvel apenas com cirurgia uhum e portanto é preciso fazer mais uhum e eh mas é uma boa medida eh como eu disse o problema é que as pessoas ficaram muito com a ideia de que o plano de emergência logo pelo nome iria resolver todos os problemas da saúde pública em Portugal isso manifestamente era era impossível e portanto até do meu ponto de vista eu teria sido mais cauteloso na própria designação do plano houi um problema de comunicação par governo sim teria se possível ter feito uma coisa mais abrangente e como não tanto com medidas tão limitadas como aquelas que constam do plano de emergência e portanto enfim é uma questão de opção estratégica Mas como lhe disse provavelmente deveria ter havido um pensamento mais longo mais maturado e mais profundo que eventualmente até fosse ele próprio na altura apresentar na campanha eleitoral e não apenas ter utilizado sistematicamente a ideia de que se formos eleitos Vamos fazer um plano de emergência isso colou nas pessoas a ideia de que se fossem eleitos iriam emergent resolver todos os problemas o que manifestamente era impossível uhum eh eh o Fernando Leal da Costa foi a secretário de estado e ministro da saúde sublinha de resto neste artigo que quem diz que a atual ministra revela alguma dificuldade de gestão política deve explicar o que quer dizer com isso pergunto-lhe se vê essas dificuldades no exercício de funções até agora de Ana Paula Martins e porquê caso olha acima de tudo sim repar acima de tudo o que eu vejo é uma pessoa que chegou há pouco tempo ou uma pasta com imensas dificuldades repare que quando quando nós na altura chegamos ao governo é evidente tínhamos imensas dificuldades financeiras mas apesar de tudo tínhamos uma estrutura que e era capaz de responder neste momento passados os anos que se passaram entre 2011 e 2024 aquilo que nós temos neste mento é um serviço Nacional de saúde onde tem sido metido dinheiro mas falta pessoal e faltam estruturas e logo aqui o desafio é porventura ainda mais difícil há que reconhecê-lo e depois por outro lado estamos a falar de uma pessoa que não é política por natureza não é uma pessoa que de alguma forma tivesse feito toda uma preparação em termos de eh gestão política para isto porventura nem terá a melhor equipa porque nem sempre é fácil encontrar pessoas que hoje em dia se queiram dedicar aí e eh enfim a tempo inteiro esta perdão a esta difícil tarefa e portanto eu não não me parece que se possam assacar erros importantes Há momentos em que efetivamente poderá não ter dito a melhor coisa mas também nós não podemos só e apenas julgar a a a intervenção política por aquilo que é dito para aquilo que é dito é muito mais importante julgá-la por aquilo que é feito e até agora verdade seja dita tem feito tudo da aquilo que poderia fazer e que estava ao alcance das possibilidades que tinha uhum eh eh pede também no artigo numa das notas de rodapé que não haja mais visitas espetáculo ao Santa Maria como eh com com o Presidente da República primeiro ministra ministra ministros acabou por ser contraproducente e diminuiu por de algum modo a autoridade da ministra da Saúde Oi tudo depende do que nós quisermos olhar para estas coisas ou ten um olhar outos terão outra há quem olhe para isto dizendo Olhe foram lá todos mostrar que estão com a senhora até apoiam muito eu penso que teria sido mais producente do meu ponto de vista ter lá ido sozinha e ir e enfim de alguma forma mostrar a sua autoridade sem precisar de bordões manifestamente o senhor presidente da república enfim eu tenho a opinião que tenho o senhor Presidente da República tem uma tendência para aparecerem em em todo o lado desde desde a praia à inauguração de supermercados passando por chafarizes e hospitais mas é a maneira de ter senhor presidente já nos fomos habituar a isso acho que a passagem do senhor presidente nesta neste tipo de visitas é completamente inconse Porque neste momento senhor presidente em boa verdade é uma personalidade politicamente inconsequente a passagem do do Senhor primeiro-ministro do meu ponto de vista também era também era desnecessário até porque fez algumas afirmações que provavelmente não deveria ter feito no contexto em que as fez e portanto do meu ponto de vista politicamente quando quando diz por exemplo que as grávidas hoje estão mais seguras do que estavam o ano passado enfim não tenho nenhuma base para poder fazer uma afirmação destas por amor de Deus Este é aquele TPO de afirmação política que não não não colhe nem percee e portanto Sinceramente eu teria preferido que a senhora ministra tivesse lá ID sozinha ela não precisa de acompanhamento e não foi por ter lá ido toda a trup que de alguma maneira resulta que se o senhor ministra sai com mais força do meu ponto de vista até esta necessidade que alguns sentiram de ter que mostrar apoio a uma maneira de de alguma forma sublinhar que ela está da mesma a precisar de apoio portanto enfim mas isto cada qual faz política como quer eu nunca nunca gostei muito deste tipo de exibições acho que é enfim muito propaganda para enganar os tolos e os portugueses são tudo também mas menos tolos e no imediato Fernanda Leal da Costa e até pela experiência que teve enquanto Ministro e enquanto secretário de estado o problema resolve-se das urgências resolve-se agora com essas negociações com com os médicos a questão da remuneração que que falou há pouco é preciso a atacar por aí e há um acordo que já tinha sido feito pelo Dr Manuel pisar que tem que ser concretizado mas há várias coisas que têm que ser tratadas com os sindicatos e que têm que ser resolvidas nomeadamente algumas coisas do meu ponto de vista neste momento não fazem muito sentido acho que o limite legal que neste momento está definido o limite máximo legal para a idade a partir da qual os médicos escusam de ou estão escusados de fazer urgências e de fazer urgências noturnas tem que ser revisto a os 50 os 50 anos eh sim os 50 e os 50 55 anos tem que ser revisto penso que é manifestamente pouco acho que vai ter que haver um esforço de concentração de algumas urgências acho que a quantidade e a qualidade dos médicos que fazem as escalas vai ter que ser revista acho que vai ter que haver um maior uma maior intervenção ao nível daquilo que são a prestação dos cuidados primários de saúde Eu por exemplo não entendo e não concordo com esta ideia da criação dos centros de atendimento Clínico Enfim uma rev ação dos SAP nos grandes centros acho que onde onde eles fazem falta na realidade é fora dos grandes centros urbanos não é em Lisboa e no porto h e no porto manifestamente não parece que faça qualquer tipo de falta acho que será também necessário de alguma forma renegociar o limite máximo de horas extraordinárias a que os médicos possam estar obrigados manifestamente não faz sentido os limites existentes porque são números muito insuficientes e depois também me parece um bom caminho havendo o pessoal eh avançarmos no sentido da criação de equipas fixas de urgência nos grandes centros equipas com multidisciplinaridade operacional não estou tão convicto ainda de que seja essencial a criação da especialidade de medicina de urgência Mas enfim a seu tempo ver se há poderá ou não ser uma uma vantagem não me não me comprometo sobre essa matéria e por falar nessa nessa parte da formação eh é professor na escola nacional de saúde pública termina o artigo de resto dizendo que o problema da falta de médicos no SNS não se resolve no imediato com mais faculdades de medicina e seria até possível criar na sua perspectiva Mais vagas na Universidade do Algarve transformando o curso num currículo inteiro de 6 anos porque é que acha que isso não foi considerado até agora não sei eu acho que o o sinceramente Com todo o respeito acho que a Universidade do Algar foi enfim construída com uma ideia que foi trazida da Holanda enfim por por um colega nosso muito iminente de que haveria lugar à criação eu não diria de um minicurso mas de um curso mais mais pequeno para pessoas que já tivessem licenciaturas aou formação na área da saúde e eu acho que o processo não resolve assim aquilo que deveria ter havido era como existe noutras universidades de resto era a criação de um curso inteiro comparável a todos os outros onde eventualmente pudessem entrar profissionais já com formação noutra área outras licenciaturas e depois far-se-ia o processo de equivalências que fosse possível fazer consoante aquilo que com as formações já tidas aquilo que acontece neste momento é que me parece que há profissionais que manifestamente entram para este curso de medicina eh sem terem a formação prévia necessária e depois em 4 anos são tornados médicos e eu pessoalmente sem estar a pôr em causa a qualidade da formação do curso no Algarve penso que teria sido melhor aumentar o número de vagas criar um curso sólido como se vai fazer em em Aveiro que me parece bem E com isso aumentar a capacidade de formação de médicos Como eu disse não é por haver mais médicos a serem formados a partir de agora que o problema se resolve hoje teremos mais médicos daqui a 10 anos é boa notícia agora a questão é a mesma nós podemos formar os médicos que quisermos nós estamos temos formar 20.000 médicos por ano se não houver condições de caráter laboral que os convide a quererem ficar no SNS vamos estar a formar médicos para eles irem para outros países o que também não fica mal mas é uma realidade portanto não é por criarmos mais médicos que vamos ter mais médicos no SNS nós vamos ter mais médicos no SNS se eles lá quiserem ficar é preciso pensar no no curto e no no longo prazo muito obrigada Fernando Leal da Costa por ter sido o nosso colonista do dia dos frio é o que apela neste artigo que assina no conservador muito obrigada e até à PR vai ser importante também podermos contar com a sua análise noutras fases deste plano de emergência e do do futuro do serviço Nacional de saúde muito obrigada [Música]