🗣️ Transcrição automática de voz para texto.
nós achamos sempre que faremos as melhores escolhas Se tivermos a informação suficiente vamos portanto começar por algo que a mim me parece ser particularmente Evidente e que nem sequer penso eu que tem qualquer tipo de enquadramento político eh fumar faz mal e parece-me ser evidente que fumar faz mal temos evidência que chque que prove que fumar faz mal mas contudo muitas pessoas fumam tendo toda essa evidência diante dos seus olos Portanto o facto Até de nós termos informação e de ser Evidente não nos impede de fazermos a escolha que a evidência em princípio diria para não fazermos portanto e aqui a chamada escolha errada sim é uma eu acho que há o direito à escolha não é o que depois não se pode fazer é fazer de conta que não se que não se sabia não é e viver tudo como uma grande surpresa agora depois quando entramos para outras áreas nomeadamente para essa que que aí referiste não é se congelar o preço dos as rendas o preço dos arrendamentos deixa de subir ou se aumentar o capital dos bancos vamos ter mais estabilidade bancária ou por exemplo uma outra pergunta ainda um pouco mais complexa ou mais complicada vale a pena tratar todos os cancros ou seja o grande problema da evidência é que havendo evidência que prova que sim que se congelar as rendas os o preço dos arrendamentos vai subir ou quanto mais não seja vai faltar vão faltar as casas para arrendar apesar de tudo isso nós temos eh um problema que eu eu optei por um termo popular que não não creio que se calhar os nossos convidados vão vão aceitar mas que é o problema da evidência é é o Óbvio ou seja se nós entendermos o Óbvio como aquilo que nos parece mais direto mais imediato mais 1 + 1 igual a 2 portanto se eu disser que congelo as rendas então é parece ser óbvio que vai haver vai haver casas com rendas baixas bem não será necessariamente assim mas passando agora para um outro plano mas só interromper aqui o povo na verdade tem tem várias expressões para para isto que nós vamos tratar aqui hoje temos o entrar pelos olhos dentro o saltar a vista um mais dois mas também tem aquele muito não sei se hoje ainda se pode dizer não é mas que é o pior cego é o que não quer ver não é portanto não é por falta de que nós estamos neste dilema e depois há aquela que desconstrói tudo as iludas aparem Ah pois e há para todos os gostos agora vamos voltar aqui a área da saúde é sempre muito interessante e e vamos voltar a um a um período a um momento em que aliás um dos nossos convidados de hoje poderá falar bem sobre isto até porque terá sido ele o protagonista que é eh em 2009 eh e sem ser infecciologista e baseando-se apenas nos nos dados científicos eh esse médico eh estimou que naquele ano a gripe A não mataria mais de 100 pessoas em Portugal e então propôs à ministra da Saúde da da época porque era uma ministra era Ana Jorge que não não se comprassem vacinas para aquele surto gripal especificamente gripar nós estamos a falar depois das outras vacinas para a falar em 2009 2009 atenção 2009 é muito antes do covid sim sim porque era inútil era inútil Claro a ministra Ana Jorge não lhe pôde dar ouvidos porque politicamente isso era isso era mortal na verdade ele estimou que aquele surto de gripado não mataria mais de 100 pessoas matou-se 80 Eh agora nós sabemos que politicamente é muito difícil teria sido muito difícil eh tomar uma decisão daquelas nós vimos por exemplo mais recentemente como durante a pandemia durante a covid eh nós até tiv um pouco uma um confronto isto agora aqui dito de forma grosseira eh depois daquela surpresa Inicial e daquela estupefação Inicial as autoridades de diferentes países optaram por por grandes confinamentos pelas máscaras por hospitalizações e houve um país depois houve outras questões políticas eu eu não não queria contaminar isto depois com a politização que se que veio a acontecer mas houve um país na Europa geralmente tido como eh evoluído avançado bem governado sobretudo bem governado em que eh o governo foi as autoridades o governo resolveu eh tomar as suas decisões como base nas nas nos conselhos de um epidemiologista não Anders tegnell e não apenas dele mas de mas mas também dele e portanto os suecos não tiveram confinamentos como nós tivemos não usaram máscaras como nós usamos não fizeram testes como nós fizemos portanto foi sempre os os outros os países do norte da Europa seguiram mais ou menos esta linha embora com variantes pronto e os seus resultados não foram para a covid piores que os dos outros países e para as outras doenças eh porque não suspenderam propriamente o seu funcionamento dos seus Serviços Hospitalares os resultados foram melhores portanto eh foi uma decisão que se pode dizer grosseiramente com base na evidência mas politicamente teria sido ou não possível ter ter decidido de outro modo Sobretudo com a politização que nós tínhamos nesse momento mesmo mais tarde já quando já estávamos com as vacinas a dado momento coloca-se a questão vale ou não vale a pena mais uma dose de vacina tudo indicava que não mas politicamente era possível dizer isso portanto a a evidên pode diz-nos qual que seria a decisão mais aconselhada mas não quer dizer que politicamente ela seja sustentável e a minha pergunta aqui agora uma das minhas dúvidas é se em sociedades tão mediatizadas como as nossas em que é tudo muito imediato e a evidência conta com geralmente um tempo para provar o seu a sua a fundamentação conta na minha opinião depois veremos se os nossos convidados concordam ou não precisa de tempo de um tempo médio ao passo que o Óbvio precisa de um tempo imediato portanto é é imediato é óbvio é um tempo e numa em sociedades particularmente mediatizadas nós temos H um um um um problema que é nós temos dificuldade com tempo médio e muito mais com tempo longo é chamado problema de miopia é como economia da informação também esse problema é é um é um problema de miopia pois ou populismo não é assim também diz o Ricardo e depois sim e depois nós temos às vezes Há outras áreas em que ainda é mais difícil nós tivemos recentemente ou vivemos uma uma crise de inflação e a dado momento eh talvez a evidência aqui será mesma evidência eh a questão dos juros dos juros mais altos e mais baixos durante a a a as crises inflacionárias e víamos como por exemplo havendo existindo vários várias instituições banqueiros centrais instituições transnacionais ao nível financeiro que estavam a seguir uma política de juros altos como uma forma de contenção da da da inflação víamos como o discurso político procurava apresentar essa decisão dos juros altos às vezes quase como uma falta de sensibilidade social por parte de quem estava a decidir esses juros altos sabendo–se que se se deixasse a inflação prosseguir a as consequências para a vida das pessoas seriam calamitosas portanto mesmo sabendo e penso aí o Ricardo depis poderá explicar Isto certamente melhor da muito grosseiramente das coisas que se sabe que funciona em crises inflacionárias é subir os juros de alguma forma secar o dinheiro não é que está em circulação politicamente é muito difícil eh apresentar essa solução e vemos mesmo os governos que beneficiam e que concordam e que precisam desse controle da inflação através dos juros altos no seu discurso político do dia a dia a falarem como se talvez agora os maus dos dos dos do FMI dos bancos centrais tudo isso vão vão vão vão vão deixar eh vão que se baixem um bocadinho os juros para diziam eles ajudar as pessoas portanto há aqui uma eh daí que da miopia Eu acho que o caminho até a populismo é é s muito é muito da miopia ou populismo é que e eh eh o ser humano desconta mal aquilo que está longe no tempo ou seja não consegue perceber bem as consequências de de eh de longo prazo eh e nesse sentido as decisões que são tomadas que foram tomadas durante a durante a pandemia do ponto de vista económico de pagar às pessoas mesmo estando elas em casa sem terem o mesmo grau de produção que tinham que tinham antes induzem necessariamente inflação e sobretudo aquilo que se notou e é engraçado que isso tenha acontecido e Há Há muitas coisas boas que resultam daí nomeadamente as pessoas terem dinheiro eh mais dinheiro é que a taxa de poupança aumentou imenso uhum O que quer dizer que as pessoas não estavam a gastar o dinheiro Ou seja que não precisa não é que não precisem do dinheiro para a poupança mas estavam a guardar o dinheiro porque não tinham onde o gastar da mesma forma como teriam se tivesse continuado a vida a vida normal o que quer foi logo um indício de que os os estados estavam a pagar demais estavam a pagar demais precisamente nessa perspectiva do curto prazo as pessoas estão com medo tão assustadas nós não podemos deixar de lhes pagar e portanto vamos alimentar aqui e a a economia desta maneira a consequência imediata disto é que essa taxa de poupança faz imediatamente subir não apenas a inflação mas também as as e eh eh alguns impactos depois sobre sobre taxas sobre taxas de Júri as respostas do Banco Central foi aquilo que a Lena descreveu que é vamos deixar as pessoas manter o dinheiro poupado investido e não começar a descarregá-lo sobre a economia Porque se o fizerem vamos rápidamente ter um efeito de inflação que pode à Semelhança do que a evidência passada indicava ser galopante e portanto E terá sido galopante em alguns contextos onde estas medidas foram usadas ao exagero por exemplo na Argentina ainda para mais com medidas populistas E eleitoralistas aí sim claramente nada de miopia H mas mas podia ar numa circunstância galopante de inflação que já aconteceu em muitos países desenvolvidos portanto não é só um fenómeno h de de de economias mais exóticas H travar a fundo com isto tem as consequências que agora estamos a ver na política mas aí é que o longo prazo chega não é ao médio longo prazo a termin altura acontece mesmo e e e somos confrontados com ele mas há coisas se essa parte da inflação eu estava a pensar quem é que se quem quando se um ministro um secretário deado um subet de estado Vie diz queha dado dinheiro a mais à pessoas durante a pandemia era a útima coisa que dizia pois era mesmo era nessas funções parece que S hoje politicamente é muito difícil não
1 comentário
Obrigado Helena. Sempre perspicaz e objectiva.