Vídeo: Helena Matos: Portugal tremeu. Estamos preparados para lidar com um sismo de grande magnitude?

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nós temos a memória histórica do 1755 a memória quer dizer pono ficou até porque o terremoto 1755 é considerado por muitos como a primeira eh grande catástrofe ou tragédia moderna e porquê moderna porque ela vai desen ela vai ter uma resposta eh pel do por parte do Poder quer Eh são adotadas novas medidas para a construção São é é re equacionada à própria cidade portanto nesse sentido foram tomadas medidas não foi apenas o sofrer a catástrofe foi também eh a forma como se reagiu essa catástrofe quer em termos locais não é nós temos sempre aquela mó o marquees de Pombal a reconstrução da cidade mas pela própria discussão em termos filosóficos que ela gerou não é porque a questão e a questão de Deus não é o que o o o o que é que estava aqui de modo a que houvesse uma uma tal um tal castigo pois isto vai ter depois mesmo uma grande discussão entre vários pensadores europeus à época vai inspirar peças de teatro óperas portanto há aqui toda uma uma forma como se olha para 1755 que é já um olhar moderno neste sentido mas Lisboa tinha tido isto do que é passível de haver registo também já um grande cismo em 1531 portanto E aí já aí com menos com menos registo mas tivemos um grande cismo em 1531 outro em 1755 o 755 temos também o registro do que aconteceu no Algar depois no em escala numa escala Regional muito curta mas com um impacto terrível foi de 1909 em benavento que é um um sismo muito localizado que só não teve um maior impacto em termos de vítimas Mortais porque acontece durante o dia as pessoas estavam a trabalhar no campo só que é é muito é muito é é é muito diferente Ou seja em 1909 portanto não havia rádio não havia telefone e apesar de ser ali mesmo em Portugal até se saber o que tinha acontecido em Benavente passa quase que hora e tal até que a notícia chega a Sant Aranha e depois tivemos nos Açores não é o no dia 1 de janeiro não é de 1980 eh e que é um aí já temos uma presença muito grande da televisão o que depois também dá uma outra dimensão tudo isto não é eh o de pode dizer-se e o de Lisboa 1969 eu era uma criança na época posso dizer que não tem nada a ver com o que nos aconteceu esta noite é muito muito muito pior porque não apenas pela intensidade Mas pelo tempo que demora porque o o grande eh a grande o grande susto não é apenas o o o haver um grande não é depois haver muitos safanões durante tempo e aí perde-se percebe-se o que é realmente o pânico e o e o terror e o medo profundo que que este este acontecimento suscita mas já Agora esse esse sismo em 69 Helena foi durante o dia eh não também foi durante a noite também foi durante a noite eh foi a 28 de fevereiro de 1969 e e sim também foi durante a noite eh no caso por exemplo eh no muitas vezes a hora que acontece pode ser determinante para o tipo de consequências que sobretudo porque aqui agora chegamos a a uma parte que eu penso que será eh até um e tem sido Tem marcado muito das intervenções ao longo do dia de hoje e que é nestas escalas eh porque Claro depois haverá outras escalas de destruição Total mas não é disso que estamos a falar eh a grande consequência resulta não não não tanto do cismo em si eh e só estou a falar do cismo depois não estou a falar dos tsunamis né É tudo isso mas mas sim do do das construções não é eh o o o grande o o as grandes consequências at vem das pessoas que ficam soterradas que que que portanto é é aí do construído não é que vem que vem Geralmente as consequências é claro Depois temos outras escalas E no caso de Lisboa em 1755 aquilo que a seguir acontece não é é muito mais complexo porque a seguir temos tsunami depois tivemos os incêndios portanto é é completamente diferente agora aqui hoje eh neste dia 25 neste dia 26 de agosto não é em que era era suposto estarmos a discutir os referentes exato era isso que estava previsto para a contracorrente de hoje mas fizemos aqui agilizamos as coisas de outra maneira para naturalmente responder aqui à à atualidade Sim claro e e e aí aquilo que nós vemos hoje em dia porque já se reage ou procura reagir-se de uma forma moderna à catástrofe que nós temos é ao contrário do que acontece com outro tipo de de catástrofes naturais esta não se consegue antecipar sim e nesse sentido isto causa noos uma enorme sensação de fragilidade as nossas sociedades procuram a segurança através da antecipação eh em todas as coisas nós vemos por exemplo as questões de sanitárias tudo isso nós geralmente J na antecipação e a responsabilidade que pedimos aos nossos políticos É no sentido da antecipação ou seja porque é que tendo os dados não atuaram eh aqui no caso dos sismos não é assim tivemos até uma e temos aqui um caso na Europa muito complicado que foi em Itália com um sismo em que teve em Áquila que depois houve uma condenação de alguns responsáveis porque Eles teriam dito às pessoas que não havia isto antes não havia razes para se preocuparem é é é um é um é uma via muito complicada porque de facto em relação aos sismos não existe essa possibilidade de antecipação embora muitas vezes as autoridades tenham uma uma opção por um discurso de tranquilização até onde é que o discurso de tranquilização pode ir sem que seja considerado uma irresponsabilidade Áquila esteve aí a suscitar essa discussão mas daí e voltando agora aqui a é esta questão da intranquilidade e da insegurança nós não conseguimos antecipar e nós precisamos cada vez mais como sociedade de antecipar e depois no nosso caso português muito concreto e sobretudo português aqui da da orla Costeira Sul ou a suriano o problema e aqui mesmo muito em particular aqui em albe nós temos esta eh esta espécie de Encontro Marcado Para data indeterminada sabemos que vai acontecer mas com um de grande dimensão não é portanto nós quando a terra treme o problema não é tanto que ela está tremer naquele momento mas é se se repete algo com a intensidade de 1755 isto porque não temos ou não tivemos o registro dessa forma de 1531 embora se saiba que teve uma proporção foi também devastador portanto a nossa de cada vez que a terra treme não é tanto que ela está a tremer naquele momento mas é se ela se se aquilo que nós estamos a a sentir está a antecipar algo similar ao que aconteceu em 1755 Essa é porque a memória não é nesse sentido tem aqui Um um papel importante logo aqui para lá disto e para lá desta sensação não é desta espécie de encontro que temos antecipado temos um por exemplo e cada vez faz mais sentir essa discussão e que é o que é que do nosso património está preparado para um sismo Eu recordo que nós tivemos nos últimos temos uma grande discussão em Lisboa a propósito da construção do novo grande grande grande Hospital eh o hospital oriental de todos os santos note já houve em Lisboa um hospital chamado todos os santos foi considerado à sua época estamos a falar século X um um dos mais eh ele começa a ser construído século XV ainda com Dom João I eh o mais evoluído no seu tempo estou a falar no seu mundo mundo conhecido e e agora este e e que vem a ser uma das grandes vítimas do terremoto 1755 eh e agora quando se está prevista a construção de um novo grande hospital em Lisboa Oriental a grande discução que aliás chegou ao ao ao Tribunal de Contas é se está é que não não não estava integrado no custo orçamental do hospital a a construção de estruturas que efetivamente o tornassem seguro durante um um sismo Esta é uma discussão que tem acontecido até porque o Hospital de Santa Maria o hospital de São José de São José explicar por razões ó embora embora ele tenha resistido o edifício ao sismo de 1755 porque os os doer do hospital de todos os santos de facto foi abaixo parcialmente depois são levados exatamente para aquilo que é que nós hoje conhecemos como hospital de São José mas que era um edifício religioso daquelas ordens perseguidas pelo Marquês e portanto temos São José temos corri Cabral temos o Santa Maria que não eh e sabemos o que poderá O que representa para Lisboa o Santa Maria não funcionar não é portanto eh nesse sentido essa discussão eu acho que ganha agora aqui outra acuidade e outro Impacto não é portanto essa questão em relação ao hospital de todos os santos pois temos também a questão que se coloca e que volte M surge em relação a algumas das estruturas rodoviárias da Capital nomeadamente em relação alguns dos viadutos da capital portanto é muito nesse sentido de nós não conseguimos antecipar os sismos mas nós podemos porque sabemos antecipar algumas das suas consequências não no edificado E aí podemos fazer alguma coisa outro Outra área que também é importante é a Área das construções escolares não é eh muitas vezes a funcionarem em edifícios não propriamente que que tenham um uma grande intervenção nessa área e temos de entender que contudo nós temos uma legislação nesta área que é não está completamente atrás de muitos países temos é uma localização muito especial agora podes perguntar-me mas tendo um sismo pod ter no cismo a dimensão que tem e Vale quer dizer o resultado Isso não é um bocadinho como aquelas instruções nos aviões que nós achamos sempre bem quer dizer se coloca-se já alguém alguma vez salvou com isto que é sempre a pergunta que nós fazemos eu acho que basta olhar para o Japão eu acho que é das coisas mais impressionantes é quando nós vemos houve um sismo no Japão e nós vemos como tudo aquilo está aquilo treme treme treme quer dizer nós hoje temos aqui alguns vídeos de a tremer mas ali quando chegam do Japão treme muito mais e treme muito E vemos como tudo está preparado e portanto e queria só perguntar-te uma coisa Tu fizeste anos hoje ou ontem ontem ontem Ah estou desde o princípio do programa mas isso agora não vem ao caso min vem vem vem vem porque ficará sempre a lembrar-te foi V não tenho tenho outra tragédia pior que o incêndio do chado que foi a 25 de Agosto desculpa mas olha mas queria queria te perguntar até quando é que vamos ter essa discussão Ou seja já sabemos que H agora hoje estamos a discutir isso da prevenção o próprio primeiro-ministro em exercício Paulo Rangel também disse que serviu para como um teste real no caso uma catástrofe vamos discutir isto que é durante o dia de hoje e depois vamos esquecer a prevenção dos sismos bem em relação à ao funcionamento do da das autoridades eh Paulo ragel disse que estavam que tinha corrido bem quer dizer daquelas coisas não é não o teste o verdadeiro teste para ano quando fizeres anos Verê lá o que é que arranjas tá bem portanto mas eu acho que sobretudo em relação à parte do património à parte do edificado à parte do que se constrói aí sim eu acho que temos que ter essa discussão até porque se está em atualização constante porque é óbvio que a forma como se constrói os os materiais com que se constrói em no século XX não são os mesmos de 1970 80 90 não é Ou do que era no passado portanto Aí sim e os sítios onde se constrói eh outras questões eh por exemplo também que poderemos aqui discutir onde que é a parte dos Seguros portanto essa parte sim e aí está está sempre em evolução constante e tem de se estar sempre em evolução constante e muito provavelmente aquilo que se fazia há 10 anos não é aquilo que vamos fazer daqui aqui por por outros crises agora temos é de discutir e continuar essa discussão e continuar essa discussão é como tu fazes anos todos os anos Não exatamente