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um problema estrutural é o título do artigo de opinião assinado por n Gonçalo poas hoje no observador e que fala sobre a evolução do PSD e também do governo de Luís Montenegro desempenho do governo de Luís Montenegro bem-vindo e Desde já obrigado pela disponibilidade eh o o PS o PSD não foi sempre um partido apelidado daqueles de katol e que por isso tem os que Ach como Sousa Franco que é de centro esquerda e os que como Almeida Mendes o vem como um partido do centro direita isso não fez parte sempre destes 50 anos do PSD Mudou alguma coisa pelo caminho em parte bem relativamente ao caso do profor Sousa Franca em concreto mudou bastante até porque o PSD fez fez ali um realinhamento a determinada altura Pelo menos antes da da criação da Ad e o professor Sousa Franco saiu do partido na altura do do da crise doz inadiáveis não é p em 79 hum pá em bom Rigor obviamente o o PSD foi sempre um partido um catos Pudo a partir determinada altura e e não deixou talvez de ser eu diria que talvez até em fase alguma um partido de Matriz mais socialdemocrata assim se quiser dizer h embora não estatista Ou seja calar durante os anos do do do professor Cavaco Silva e depois de de pass Coelho teve uma matriz um bocadinho mais liberalizadora da a a no sentido económico da coisa H Embora tenha tido sempre algum pendor social is tambm Mas é isso que parece mais equilibrado e mais e mais abrangente o que eu acho é mais do que isso não tem tanto a ver com com com o com o PSD não acho que origem do problema não não não esteja não está necessariamente no PSD eu acho que a sociedade portuguesa por si está mais estatista Talvez nos últimos 25 30 anos do que esteve por exemplo e ou do que era e na altura da primeira d ou até no na altura dos governo do profor cag Silva e acho que essa tendência aquilo que eu espira uma espécie de espiral recessiva em termos culturais do liberalismo em Portugal eh se tem vindo a acentuar e portanto a minha a minha ideia é que a sociedade de facto está mais dependente do estado mais e mais mendicante se quiser de alguma maneira nós habituarmos a estas pequenas molas eu acho que P ter sobre ler isso e de alguma maneira po pode vir até a ter sucesso com essa com essa estratégia escreve que o governo decidiu seguir o trilho do socialismo é é é um recado para a opção que está a ser tomada ou entende-se que haja aqui uma pesca ao eleitorado não at eu não não não tenho relevância eh suficiente para mandar recados mas eh enfim aquilo que me parece realmente é há há uma tendência mais eh estatista se quiser ou pelo menos no no sentido em que o Governo está a responder às necessidades do país eh mas tá também uma uma tentativa de ir ao eleitorado que deu a maioria absoluta a António Costa Pois é precisamente isso ou seja H às necessidades da parte do país que o PSD pode pode pode entender que que podem vir a dar uma maioria uma maioria absoluta acho que a estratégia é essa desde o início não é h e portanto tá a ir à procura dela a questão é se dá de facto ou não como garantido que que o seu lado mais direito vá lá eh está garantido eu não acho que isso seja tanto assim Hum e portanto sinceramente neste cenário quer dizer também não vejo propriamente um resultado um resultado eleitoral futuro seja o mais próximo ou mais distante muito muito muito diferente daquilo que nós tivemos em março mas os dois partidos digamos da alternância do Poder não foram sempre um um pouco mutáveis o PSD andou mais à direita mais à esquerda o próprio PS fez o o mesmo se nos lembrarmos do partido socialista de António Guterres enfim foram a questão a questão é que durante algum tempo hh ou durante a maioria do tempo os partidos eram alternantes mas também compunham eh alternativas um ao outro h e eu hoje em dia muito sinceramente desde março até agora eh a alternância de facto verificou-se ela é saudável Na democracia hh o problema é que eu não sinto que tenha havido hh tão tão grande alternativa assim portanto no fundo Isto é quase hh a maioria a maioria absoluta de António Costa por outros meios não é hã e e enfim Talvez isso depois se se se venha a refletir até na na na altura da aprovação do orçamento de estado enfim com os partidos a fazerem a sua a sua tática e a e a impor as suas narrativas como como entendem H que lhes venha a ser mais proveitosa mas no fundo é um bocadinho Isso quer dizer é é é quase o império do situacionismo não é portanto já já não há grande expectativa sequer de que o país possa vir a fazer as reformas que de facto precisa e este governo tem essas condições políticas para ser reformista ou está mais ou menos obrigado a ter que ser não eu isso eu isso too barado quer dizer há há certas há certas condições políticas que pode ter para reformar determinados setores pode reformar algums setor algumas áreas de atividade alguns setores de governação com o PS pode pode pode pode reformar outro com o com o chega com iniciativa Liberal por exemplo h e acho que também não vinha Air mal mal nenhum ao mundo era importante é que as reformas de facto se fizessem eh a questão é que eu acho que depois isso compromete a esta esta espécie de estabilidade que que que se procura obter precisamente para corresponder a essa ou ou à perceção do que é a maioria do do eleitorado que pode vir a reforçar eh uma maioria do Governo da mas consegue-se fazer reformas sem maioria absoluta é possível depende há pode haver maiorias absolutas de vários partidos nãoé não tem que ser não não tem que ser um partido único mas é possível fazê-las eh depende da habilidade depende da o o Dr António Costa era era muito era muito elogiado sempre por causa da sua habilidade uhum hh e essa habilidade por exemplo permitiu ao PS eh contra toda a sua história hh governar durante se anos com com o bloco de esquerda e com e com o PCP e portanto eh essa habilidade não é não é exclusiva de uma só de uma só pessoa e e acredita que Luís Montenegro poderá revelar essa habilidade no futuro e que para já está só naquela fase de corrigir os problemas que geram descontentamento social ou não acredita que depois o caminho vai ser o o o do reformismo não sei primeiro não sei se ele quer e eu acho que esse é o faz um grande problema é porque nós podíamos estar a sentir neste momento que o PSD e não tinha só capacidade para fazer h e que no fundo estava só aqui a calular uma série de uma série de situações em concreto e enfim sossegar alguns setores da da sociedade mais e eh mais pontos estat tários para depois então vir vir a reforçar essa essa maioria e e poder então fazer fazer outro tipo de reformas hum a questão é que eu em primeiro lugar não sei se se o Luis Montenegro o quer e e também não sei se se depois seria de facto capaz de o fazer ou não hum mas o os os os ditos novos partidos à direita chega a iniciativa Liberal não acabaram por empurrar o PSD para um quadrante mais à esquerda mas depende quer dizer em 85 quando o professor cavac ganh as eleições a primeira vez o o grande partido Liberal não era o PSD H era o CDs do caspit e e o e o PSD não foi empurrado para a esquerda por causa disso Aliás o PSD empurrou para para uma via mais liberalizante precisamente por causa disso portanto não não há necessariamente uma obrigação e com isso até acabou por por arrumar o CDs Vai lá se me permi a expressão no no logo em 87 portanto passados dois anos H Sinceramente não não não não acho que que a coisa funcione tanto assim não é Ou seja isto não é não é um jogo de blocos em que uns empurram os outros pode pode haver H mas um bloco pode destruir outro pode pode consumir H politicamente ideologicamente e outro outro partido ou seja Aliás o quer dizer aquilo o espaço que hoje em dia antivo liberal e o ch ocupam Hum e o CDs é historicamente espaço da espaço da Ad não é espaço da Aliança democrática todo todo aliás basta olhar para as pessoas em concreto quer dizer Tod toda aquela gente em 2015 toda a gente sabe onde é que aquelas pessoas votaram não é hum onde é que votariam em 79 onde é que votariam em 85 onde é que votariam em 2001 uhum eh ou 2011 portanto quer dizer aquele espaço não é um exclusivo agora dos novos partidos as pessoas não são ou os partidos não são Donos das pessoas e portanto eh o a questão é que o PSD e E isso também foi feito durante muito tempo e durante durante os mandatos que do R Rio e depois com com o lism negro de facto essa expectativa de que isso se invertesse e a verdade é que não inverteu acho que o PS acabou V Prof Canton também um bocadinho H aquela ideia do tor R rio que o PSD era um partido estritamente social-democrático portanto que era um partido de centro esquerda etc isso hoje em dia não é eh não é dito objetivamente dessa maneira ou diretamente dessa maneira hh Mas talvez o PS desse ou esteja talvez até com alguma dificuldade em assumir que é neste momento o partido do centro do regime ou seja aí aí Luís Montenegro até nem seguiu propriamente O Legado de cavac Silva que está sempre a evocar mas talvez acho Talvez ele acho que sim H mas eu acho que não sim H quer dizer O Legado de Cavaco Silva é precisamente o contrário não é o PSD faz uma reforma do seu próprio programa em 1991 que o torna e mais parecido com com com o CDs de 85 do que propriamente com o PSD da das opções de inviáveis ou c p Mat pinto do bloco central por exemplo será será porque Luís Montenegro acha que é mais fácil ir roubar votos à esquerda no curto prazo do que propriamente dentro da Il e do chega pois eu esse é que esse é o ponto eu não não sei se será necessariamente à esquerda mas é pelo menos a um à crença que o PSD tem neste momento de que a sociedade eh quer Eh quer esta política e no fundo talvez olhe para isto só como como se o como se a maioria absoluta do PS tivesse caído mais por cansaço do que propriamente cansaço das pessoas e do e da das coisas que que que foram acontecendo e dos casos e e enfim tudo aquilo que nós sabemos hh e não propriamente da da política e talvez em parte tem a razão esse esse Talvez seja até o meu o meu meu problema e o meu meu pessimismo maior Se quiserem talvez talvez o governo de facto tenha razão Olhe para o país e perceba que de facto as pessoas não querem uma coisa muito diferente desta escreve precisamente que os partidos acam com a manutenção do status qu para manterem os resultados eleitorais é possível diga diga não é precisamente isso era precisamente isso que eu estava a dizer sim a questão que que se põe é é possível virar as costas a esse status q ou sem virar as costas ao eleitorado não eu percebo queer diz ninguém ganha eleições disseram às pessoas para fazer uma coisa que elas não querem não é H A questão é que pá em determinadas alturas isso foi possível e é possível com habilidade política com alguma com alguma destreza se quiser portanto um partido que é kall tem que ser tem tem que ter um Líder que que saiba ser catshop H neste momento eu não não não estou muito seguro que que isso seja que isso seja necessariamente assim é o portanto continua a ha muitos chos à direita mas Há muitas pessoas que que que desejam reforma que que desejam alguma mudança queiram em determinados setores que as coisas sejam de outra maneira H mas mas de de alguma forma quer dizer até o próprio chega Hum Com todas estas parangonas e ao que nós já estamos habituados também não deixa de ser um partido eh estatista não é portanto todas estas alianças ou ou acordos e informais que que se vão fazendo com o PS para aprovar determinadas coisas V também caminham nesse sentido e portanto praticamente todos os partidos têm um bocadinho essa percepção fundo esta coisa que que transforma o estado numa entidade que dá coisas às pessoas não hve um ligeira Bando do status CL por parte do chega quando conseguiu por exemplo ir buscar os abstencionista Não porque eu acho que aquilo que as pessoas querem votem ou não é um bocadinho é um bocadinho a mesma coisa as pessoas estão um bocadinho cansadas mas também não sabem do quê uma vez também escrevi um texto sobre isso di que no fundo é é aquilo que sempre pode chamar a doença Nacional do ftis as pessoas estão fartas mas também não sabem muito bem do quê na verdade também não querem propriamente que as coisas mudem por aí além não é Acho que até ambicionam de facto que que que as coisas sejam diferentes para os filhos e portanto recomendo-lhes que emigrem só para terminar o que não querem é que as coisas mudem para elas Eu acho que isso relativamente às reformas às reformas Isto é a às pensões por exemplo é uma coisa muito Evidente ehh nós neste momento não estamos a discutir eh As Reformas das pessoas que que que neste momento estão a pagar as reformas eh as reformas que estão a ser pagas E daqui a 15 ou 20 anos por exemplo Estas pessoas vão estar eh com com com reformas ainda mais baixas e e com uma grande diferença para para com o seu o seu último o seu último ordenado e nós não estamos a falar sobre isso portanto portant estamos a satisfazer aquilo que é o que é o que é o eleitorado agora houve houve um estudo aí há uns anos da Go enquin uma coisa muito interessante que dizia que no fundo havia uma uma esmagadora maioria dos portugueses que que que tinha uma grande preocupação com o futuro das novas gerações e depois quando se perguntava até que ponto é que as pessoas estavam dispostas a abicar de alguma parte do seu rendimento em benefício dos rendimentos das das futuras gerações a percentagem era mínima portanto quer dizer se calhar os partidos sabem só ler ler ler as coisas como elas são e e estão a corresponder tenho pena que assim seja Mas e quando é que Portugal teve Fases em que tinha essa ambição reformadora por exemplo os governos de Cavaco Silva já foram aqui dados como exemplo quando é que terá acabado essa ambição reformadora da da população ou do eleitorado Eu acho que eu acho que talvez em em a grande grande oportunidade eu sei que estas coisas são sempre muito muito ainda geram alguma polémica mas mas enfim as coisas são como são Eu acho que o país perdeu uma grande oportunidade com resultado das eleições em 2015 H acho que o país podia ser uma coisa muito diferente hoje acho que que que que se estava num caminho de devolver o mais poder à sociedade civil mais mais Liberdade mais autonomia mais responsabilidade quer dizer eu acho que nos últimos pelo menos desde que eu me lembro mas mas atendendo até aos aos factos históricos que eu vou consultando e e ao pedacinho de história que eu ainda sei da da Democracia portuguesa acho que de facto H houve quro anos em que os portugueses foram tratados como adultos foi entre 2011 e 2015 e e portanto perdeu-se um bocadinho essa oportunidade nós hoje podíamos ser um bocadinho diferentes e depois com Com estes 8 anos acabamos por por nos viciar outra vez um bocadinho nesta coisa da das esmola um bocadinho esta mendicidade rica não é tem que centrar na fase do desmame novamente Pois vamos ver isso tem sempre custos e tem sempre um preço não Don Gonçalo passas Muito obrigado pela talidade para se juntar a nós no colonista do dia da Rádio observador o advogado que assina um texto de opinião intitulado um problema estrutural foi hoje publicado e está disponível no site do Observador