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Helena Matos bom dia bom dia com que espírito acompanhas tu a visita do Papa a Ásia olha com o imenso interesse em respeito de quem está a ver e a viagem que está a ser feita por um líder espiritual e Isso é óbvio mas também por um chefe de um estado muito antigo um um estado que não tem qualquer poder militar eh realmente os o o papa não tem eh divisões no sentido Militar do termo quando estalin perguntou isso mas a verdade é que eh o estado do Vaticano está cá é influente tem uma influência enorme e move-se no grande palco de política Internacional na diplomacia e projeta-se para além daquele Pequenino estado chamado vatican portanto isso é possível com uma diplomacia Hum muito muito de grande nível e portanto não é irrelevante de modo algum e o destino escolhido pelo Papa nem Os destinos para que viaja e eh é óbvio que ver um um homem que já tem e fragilidades físicas começar uma viagem na qual serão percorridos 32.814 km que vai atravessar quatro fusos horários diferentes desde a partida do aeroporto de filan Chino até a retorno a Roma e que vai estar eh em países como a Indonésia Timor de Leste para pô nova guineia e Singapura que vai procir preferir 16 discursos e homilias que vão ser pronunciados em italiano e também em espanhol nós temos de perceber que há aqui um enorme investimento eh até físico do Vaticano eh nesta viagem esta viagem vai ter e depois portanto a cada viagem católica o Vaticano por US um conjunto de documentos e tem sempre uma linguagem adequada a cada uma dessas viagens eh nós temos esses princípios que foram delineados na evangel gaudium eh que tem a ver com a unidade sobre o conflito Todo sobre a parte o tempo sobre o espaço e a realidade sobre as ideias tudo isto tem sempre todo um um enquadramento H muito muito interessante do ponto de vista espiritual e também do ponto de vista retórico Eh agora nós temos de de entender e não há e não há gestos inúteis ou seja em primeiro lugar nota-se uma grande preocupação e uma grande tónica por parte do Vaticano em dizer que esta viagem já estava planeada já estava planeada em 2020 e que simplesmente ou para 2020 mas que a pandemia não é impediu que que acontecesse e agora eh portanto está a ser concretizada eh é interessante que seja concretizada ou seja para o ao Papa e nós vemos o Papa deslocar-se em cadeira de rodas esta é um Este é um esforço físico muito grande e portanto não é irrelevante que a viagem se tenha resolvido fazer 4 anos depois eh tudo aqui são são momentos há momentos simbólicos e do ponto de vista espiritual Talvez um dos mais interessantes tenha tido lugar na Indonésia e nós sabemos que a Indonésia é o país muçulmano mais populoso do mundo nós aqui na Europa somos muito confrontados com um uma versão do Islão muito muito radicalizada eh não quero dizer que seja muito expressiva mas por mais minoritária que seja é muito expressiva numericamente é muito expressiva do ponto de vista de alguns atos eh e e temos quase que uma uma imagem e temos uma imagem de um da dificuldade de de contacto eh com o Islão sobretudo em países como é o caso por exemplo da França eh Depois temos todo o norte da África mas não é isso por exemplo que acontece na Indonésia em que eh por exemplo na na na Mesquita em Jacarta onde esteve eh também presente Claro a receber o papa e de uma forma até muito efusiva fisicamente muito efusiva o grande imã eh vimos eh essa Mesquita foi construída sobre e as e as ruínas de um castelo Holandês Portanto o poder colonial e essa Mesquita tem uma eh tem ao lado foi com construída está uma igreja uma a Catedral católica que estava era anterior Mas o que foi construído é um túnel que liga a grande Mesquita a a essa a essa Catedral católica e isto tem um um simbolismo extraordinário não só porque estão lado a lado mas porque há um túnel que as liga não é esta ideia de que é possível ali um diálogo e essa Mesquita já agora que é maior da da região não é do Sueste asiático foi desenhada por um arquiteto cristão o que eh não também interess muito o e quando nós vemos as dificuldades que temos eh noutro noutras geografias tudo isto é apreciável eu sei Aquela fotografia do imã e do Papa portanto numa grande proximidade Física mesmo abraçando-se na medida em e abraçando sento que o Papa está sentado numa cadeira de rodas portanto há ali algo que nós aqui é nos quase uma imagem estranha às vezes não é em Portugal apesar de tudo as questões são mais nacionais e temos um bom diálogo interreligioso mas quer dizer quando vemos esta imagem do país muçulmano mais populoso do mundo é sem dúvida eh um muitíssimo importante temos aqui e em princípio e o o conceito nesta nesta viagem a Indonésia tem a ver com a questão da unidade e o conflito Depois temos a a a visita que para nós portugueses pessoalmente é muito importante a Timor Leste não é o tempo e o espaço e eh Timor Leste parece ser em termos percentuais e eu sublinho em termo em percentuais um dos países o país com mais católicos no mundo eh em termos percentuais eh não é a primeira vez que um papa visita Timor João Paulo II já esteve em Timor na altura eh essa é uma viagem muito complicada para João Paulo I porque a Indonésia ainda eha ocupava Timor e por outro lado o Papa João Paulo II se é certo que sabia como a resistência à ocupação em em Timor é era muito protagonizada pela igreja católica mas também sabia que estava a visitar o país muçulmano onde os católicos conseguem eh viver sem sem serem perturbados na sua segurança na sua tranquilidade nos seus projetos de vida portanto há aqui um um lado muito Foi uma foi uma uma viagem Sem dúvida muito importante para o Papa João Paulo II para os católicos para Timor E agora temos aqui eh o Papa FR foi em 1989 é é uma viagem eh difícil agora eh Claro depois o Papa vai a Singapura Não é esse expoente do desenvolvimento e crescimento também é claro que eh e esta pergunta também é formulada no programa Há ali um país onde o Papa não vai mas que está lá ao fundo a olhar esse país é a China e que não ignora a importância que as viagens têm neste momento em termos daquilo que é a diplomacia do Vaticano eh é preciso lembrar que foi 4 de janeiro de 1964 que o Papa Paulo VI se torna o primeiro Papa a entrar num avião e não não viajou para Itália não viajou dentro de Itália e na altura era excecional a saída de um papa de Itália tinha acontecido mas era excecional e por circunstâncias verdadeiramente excecionais o Papa Paulo VI enfiou-se no dentro de um avião eu posso dizer-vos que era eu não sei nada de aviação e agora até tenho ver uma uma gotinha de era um Douglas dc8 da al Itália al Itália sei perfeitamente até identifico logo essas coisas todas o Douglas D dc8 já é outra conversa mas pronto o que é interessante é qual é que foi o destino o Papa viaja o avião a terra na Jordânia mas na verdade o Papa foi a um país que na altura o vaticana ainda não reconhecia foi Israel eh como sempre Israel estava num momento difícil da sua existência eh tinha em termos militares em termos de ataques eh e o Papa foi eh foi a Israel e eh o que embora não tenha sido à época preferida nenhuma declaração de reconhecimento da da existência do Estado de Israel foi como uma espécie de o Papa vir eh a expressar a posição do Vaticano sobre o direito à existência porque era um pouco isso que estava em causa aí época portanto repare-se estava-se em 1964 desde esta primeira viagem de desta forma de João Paulo II até agora eh as viagens não foi uma questão de se terem Tornado uma rotina as viagens dos Papas tornaram-se uma forma crucial ou Central daquilo que é a afirmação eh da visão do V que o Vaticano tem do mundo é impossível esquecer aquilo que foram por exemplo as viagens a viagem de João Paulo I à Polónia não é o o impacto que teve Depois outras viagens que foram feitas também ainda por Paulo VI ao continente Africano portanto Esta esta esta afirmação pela presença do do líder da igreja católica e do chefe do estado do Vaticano num determinado destino tem uma leitura para lá da Leitura espiritual também uma leitura política nós neste momento eh e quando eu aqui referi a questão da da Ásia e quem diz Ásia diz China e por um lado é uma zona do mundo é uma região do mundo onde o número de católicos é grande Nunca podemos esquecer eh as Filipinas não é eh e depois temos eh circ temos a questão da China e na China eh Há um um um se há uma situação que para nós hoje quase que nos faz pensar quer dizer que estamos a viajar ao passado quando vi quando referimos isto há uma espécie de uma chamada igreja do Silêncio não é que é uma igreja católica clandestina porque eh quer dizer em princípio a igreja católica a sua hierarquia última leva ao Vaticano não é leva a Roma mas não foi esse o entendimento do regime e comunista chinês e portanto nós temos aqui uma espécie de uma igreja clandestina eh faça uma igreja que é reconhecida eh eh pelo reconhecida quer dizer controlada e com com lugares escolhidos pelo pelo por Pequim pelo poder político de Pequim e houve eh tivemos recentemente um uma notícia já este ano Eh que que que cada um interpretará como um como quiser mas que é o e como souber Porque isto aqui é mais uma questão de saber do que de querer mas nós tivemos um comunicado em agosto este ano dizia a Santa Sé toma conhecimento com satisfação que hoje 27 de agosto de 2024 o arcebispo Dom melior che onzen foi oficialmente reconhecido como Bispo de tianjin para efeitos do Direito Civil segundo o Vaticano esta medida representa um fruto positivo do Diálogo estabelecido ao longo dos anos entre Santa Sé e o governo chinês quer dizer isto é este é um processo muito muito muito muito complicado porque porque e há bispos que não são reconheci quer diz que não são reconhecidos por Pequim e isto cria noos uma situação para nós é como quase estamos a regressar não é mesmo estarmos a regressar a vário andar vários séculos para trás ao tempo em que sobretudo aqui em eh em em tempos de grande intolerância ou de perseguições religiosas não se reconheciam os bispos e escolhidos pelo Vaticano portanto temos aqui esta questão da China há aqui uma um PR entender que quando eh é é começa quando há todo aquele processo que leva à instauração do regime comunista na China o nunci apostólico saiu Eh fugiu eh quer dizer posso eu acrescentar deve ter fugido uma morte mais que certa e portanto fugiu foi para aquilo que nós hoje conhecemos como Taiwan e essa é uma situação e uma circunstância por assim dizer bastante complicada existe anúncio eh apostólico em Taiwan e e há um há aqui um um nós habituamos só a pensar nestas coisas em relação às à relação entre o Vaticano e Moscovo não é agora eh é como se tivéssemos a vir isso em relação ao Pequim e depois eh como lembrava o Ricardo Reis que hoje de manhã quando estava aqui a lançar o programa ele estava a vir o lançamento e podemos talvez também interrogar Qual é que é o faz todo o sentido o Papa nesta viagem é acompanhado por aqueles que é dado como um possível papa não é que é o Filipino o cal Luís António tagle e que agora está em Roma à frente da da congregação para a evangelização dos povos e que vem desse grande eh país católico que são as Filipinas mas que e segundo alguns Tudo indica que o próximo papa não sei se chamará Luís António tagle ou não mas que talvez já estamos já estejamos a mais que tempo de ter um papa vindo deoutra quer dizer os Papas já não vêm da Europa temos agora s da Europa já não vem só da Europa temos agora um Papa argentino quem sabe próximo Papa virá da Ásia