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Esta é a história do dia da Rádio observador é desta que Vladimir Putin pode passar das ameaças à ação e retar contra a [Música] Nato é a nova linha vermelha de Putin o presidente russo considera que autorizar a Ucrânia a usar mísseis de longo alcance significa que os países da Nato entram em guerra Direta com a Rússia com todas as consequências que isso pode ter só que não é a primeira vez que Putin traça uma linha vermelha já o fez antes e quando é ultrapassada as ameaças do presidente russo revelam-se apenas retórica agora pode esta ser a gota de água para Moscovo a autorização para a Ucrânia utilizar sistemas de mísseis de longo alcance pode vir a significar finalmente a grande escalada no conflito vou falar com o major General João Vieira Borges coordenador para área da segurança e defesa das sedes à associação para o desenvolvimento económico e social e ainda presidente da Comissão Portuguesa de história militar eu sou o João Santos Duarte e esta é a história do dia de segunda-feira 16 de setembro [Música] bem-vindo senhor General João vira Borge muito obrigado pelo vamos perceber primeiro o que é que está aqui em causa que tipo de armamento longo alcance é que os ucranianos querem já há muito tempo aliás poder usar sem restrições bem o tipo de armamento que pretendem usar no fundo Eles já usam mas em território ucraniano não usam é com o alcance que querem não é sim já usam e e também não é com o alcance S duas situações primeiro relativamente aos ataques que temos visto na Crimeia e n algumas partes mas sobretudo na Crimeia que exige maiores alcances Eles já utilizam o stor Shadow Portanto o míssil que tem o nome de scalp diferência portanto é um missil Cruzeiro Franco alemão que tem cerca de 250 km de alcance e depois há outra questão o outro sistema de armas aí norteamericano que é o atacam que é o Miss balista tático ou seja H que tem cerca 300 km e que é lançado da mesma plataforma do imars que nós estamos habituados a ouvir Ora bem eh O problema é que os americanos não autorizam que este sistema utilize bata algos na Rússia que OAC se bate alvos na Rússia e os e os e os britânicos também não autorizavam o ST Shadow a utizar alvos na Rússia Ora bem independentemente disso eh os alcances apesar de tudo são reduzidos nós estamos a falar de 250 km nos casos missil Cruzeiro e do micil balístico de 300 km é preciso muito mais do que isso para bater determinadas bases aéreas e determinados centros logísticos da Rússia que batem alvos na Ucrânia E porque é que a Ucrânia diz que precisa desta capacidade que que que Alves é que quer atingir no fundo muito bem É é tem reforçado essa questão na medida em que no combate numa guerra de atrito que é a designação que dão agora eh numa guerra de atrito eh só se consegue eh digamos ter eh alguma supremacia quando há superioridade ou supremacia aérea e quando há combate em profundidade com maior incidência de uma das partes Ora bem isto tem mesmo a ver com combate em profundidade é preciso bater os alvos à retaguarda eh neste caso da Rússia o caso das bases Aéreos dos Paiol de munições dos centros logísticos para que ela não ataque sistematicamente a linha da frente e até a área da retaguarda porque a Rússia tem essa capacidade de bater até o vivo que já fica na fronteira com a Polónia portanto temos neste momento numa guerra de atrito ao longo de 1200 km uma potência que tem capacidade para bater todo e qualquer tipo de algo enquanto que a Ucrânia está muito mencionada sistematicamente está a ser batida com fogos nas suas unidades militares mas muito pior do que isso que é naquilo que são as centrais elétricas naquilo que são digamos até objetivos civis quer por efeitos colaterais quer propositadamente nunca saberemos e portanto isso é um uma desigualdade tremenda em termos de guerra em termos do teatro de operações e por isso faz apelos não só para a defesa aérea que é importante para proteger instalações e pessoas não é uma arma ofensiva Mas é uma arma importantíssima para proteger a vida dos ucranianos mas também precisa de armas ofensivas para impedir esse tipo de ataques da parte da Rússia uhum eh pelo que temos visto o Reino Unido tem estado na linha da frente não é nestas movimentações para autorizar que a Ucrânia possa usar mísseis de mais longo alcance daí também a visita do primeiro-ministro britânico kir starmer à Casa Branca Porque é que o Reino Unido precisa desta aprovação dos Estados Unidos e para avançar e mesmo que sejam só os mísseis britânicos o Storm shado não é precisa por duas ordens de razão a primeira dimensão polític estratégica uhum não quer ficar isolada digamos tem que ter apoio Tácio dos principais Aliados isso é normal para não ficar diretamente associada a alguma situação que venha acontecer imaginemos os ucranianos usarem a arma para bater uma central nuclear e portanto ficava conotada o Reino Unido ficava com todas as culpas do processo e portanto é preciso que seja na dimensão político ou estratégica eh é preciso que haja Digamos que os aliados apoiem nem que seja com cavados ou seja com alguns condicionamentos em segundo lugar na dimensão operacional e tática é fundamental porque os sistemas não trabalham sozinho ou seja há de e digamos por exemplo a questão do GPS mediamento a questão do comando e cont control Isto são tipos de armas que trabalhamos nós na Nato e portanto estão integrados num sistema e quando trabalham isoladamente obviamente T limitações uhum portanto nessa dimensão é preciso também ter Sobretudo o apoio dos Estados Unidos porque os Estados Unidos em determinadas áreas que eu acabei de falar obviamente que tem que fazer algumas sões para que os tom cheson tenham a máxima precisão uhum e tendo em conta aquilo que vemos neste momento e o atual contexto da Guerra eh enfim Que motivos é que podem levar a esta autorização para que a Ucrânia utilize estes mísseis de maior alcance o fato também por exemplo da Rússia estar a ser fornecida pelo irão e ter mísseis balísticos iranianos pode ser também um fator ou seja foi o fator principal já vimos da parte de linon o secretári estado norte-americano usou logo essa linguagem a partir do momento em que há missis balísticos do Irão que é alvo de sanções por toda a Comunidade Internacional tal como é a Coreia do Norte eh que também tem mas tem artilharia peloo ainda não há mísseis balísticos eh mas no caso do Irão obviamente foi a razão ou foi o ponto de viragem eu diria que há um segundo ponto de viragem tem situação no teatro de operações de grande dificuldade para a Ucrânia eh não só na zona do dombas em geral mas no fundo em toda a frente de combate tá-se a viver momentos muito difíceis hh porque a Rússia tem uma indústria de guerra e ainda por cima tem esse tipo de apoio desses países pelo menos desses dois que acabamos que acabei de referir e portanto tendo em conta essa grande dificuldade em função também naquilo que é o combate em profundidade da Rússia precisa de uma resposta para combate em oportunidade Tem que haver armas de longo alcura e portanto é a segunda razão ou primeira depende eh eh da perspectiva e e portanto é uma altura crucial para a tomada de decisão independentemente dela ter que ser analisada com todo o cuidado tendo em conta aquilo que são as respostas da Rússia designadamente Putin ontem que estabeleceu isso como linha vermelha mas ele já estabeleceu al linhas vermelhas várias que foram ultrapassadas inclusivamente a a linha vermelha principal que era a invasão do território Russo e que com a operação militar especial de curso que foi ultrapassada essa e outra não é já regressamos à conversa com o major General João via Borges na segunda parte vamos falar dos potenciais riscos desta decisão E se a reação de Putin vai continuar a passar pela retórica ou pode ir mais além estamos de regresso à conversa com o major General João veira Borges senhor General este esta autorização para levantar as restrições ao uso por parte da Ucrânia de armament de maior alcance Implica também riscos ou não Por exemplo imaginemos que é suposto a haver um ataque de precisão para atingir um alvo militar e acaba por atingir um alvo civil na Rússia este tipo de coisas são são riscos podem ou não acontecer são riscos efetivamente são H mas e digamos que tem a ver Sobretudo com a utilização do tipo de armas que na resposta de putino diz que muda a própria natureza do conflito e que implica que os países da Nato entram em guerra com a Rússia eh Ora bem eh é é é evidente que e a Coreia do Norte e oriente também estão a apoiar a Rússia não estão em guerra com a Nato não é portanto e por outro lado Afinal há guerra eu pensava que putino achava que não havia guerra que era uma operação militar especial Ora bem mas retirando esta ironia eh eu Julgo que o risco é fundamentalmente o risco de dimensão político estratégica aquilo que é a pressão sobre portino não só do medd mas da maioria dos seus assessores mais extremistas no sentido de marcar uma resposta e essa resposta pode ser eh a resposta à utilização de uma dessas armas de longo alcance na Rússia pode ser eh digamos devastadora para para a Ucrânia e e e independentemente de se utilizar uma arma nuclear tática ou não porque ele sabe que isso é uma linha vermelha para a China e para a Comunidade Internacional mas tem capacidade tem poder de fogo para obviamente bater determinado tipo de objetivos de digamos concentrar o esforço num determinado objetivo com uma grande destruição e grandes efeitos colaterais e e justificar isso em função da ameaça que feito e da a resposta digamos de uma resposta a essa decisão da Nato ou decisão do Reino Unido ou dos Estados Unidos Esse é o risco que corremos mas a guerra desde o primeiro do dia que putino corre risco e todos nós correndo os riscos e o problema da Ucrânia tem sido exatamente o facto de não ter o apoio que devia desde o primeiro dia porque se tivesse tido o apoio desde o primeiro dia dos Aliados e estivesse nas mesmas condições a jogar um jogo Limpo em que cada uma das partes tinha dispunha dos mesmos meios obviamente que a situação no terreno seria completamente diferente e não teria 20% do território ocupado pela Rússia e Putin avisa de facto que o uso de sistemas de armamento longo alcan significa na opinião do presidente russo uma mudança na guerra e uma entrada em definitivo da Nato no conflito a questão que que levanta é que os ucranianos também não podem operar esses sistemas sozinhos precisam sempre da Nato e nomeadamente penso que de informações de satélite da Nato ora e até que ponto já falamos aqui das Linhas vermelhas que foram sendo passadas e Putin nunca passou da retórica até que ponto é que pode neste neste caso passar da retórica e o que é que poderá fazer exatamente panto nós já tivemos várias linhas vermelhas em que a ameaça foi a mesma se me permite a primeira grande ameaça e basta ver o discurso eh quando da invasão hh eh exatamente logo nesse discurso diz que se houver alguma potência mundial que apoie a Ucrânia seja De que modo for será alvo de um grandes grandes repercussões em termos militares foi logo no primeiro dia não é de resto log nesse dia foi liido por todos nós como uma ameaça nuclear A quem apoiasse e portanto Essa foi a primeira no primeiro dia de operação sucederam-se as de utilização de combates carros de combate leopardo suceder iam-se as de utilização de sistemas de armas de longo alcance que lá estão no teatro de operações Como eu disse há pouco estes dois sistemas já estão mas a fazer fogo sobre território ocupado eh sucederam-se também e em função da utilização das aeronaves dignamente do f16 também já lá estão e portanto e o risco eh de Bluff ou de efetivamente ser verdade a Ameaça é é é enorme nós nunca sabemos perante um homem que está no poder há 23 anos e que descaradamente no próprio dia anterior da da entrada na Ucrânia nem os seus aliados mais próximos sabiam e portanto ele mentiu declaradamente e tem mentido declaradamente comit e sucessivamente Portanto o risco é grande não é um ditador que se que obviamente acredita nas suas próprias mentiras e é muito difícil de gerir perceções da parte dos Aliados há esse reio mas J que as decisões já agora que vão tomadas quer da parte do Reino Unido quer da parte dos Estados Unidos ou dos Aliados hão de ser decisões que não sejam vão ser decisões que sejam digamos muito bem medidas no sentido em que só podem autorizar ou só vão autorizar a Ucrânia a atizar perante demonstração Clara de que o objetivo é x ou dir que o objetivo é y e que não há efeitos colaterais possíveis em facee eh da do ataque a esse objetivo tiver muito próximo de populações não poderá ser atacado eh obviamente que isso levará se isto se vier a concretizar passado pouco tempo passado alguns ataques e que a Rússia se aperceba dessa situação passará a colocar obviamente depois determinados sistemas de armas junto das populações portanto isto Como dizia ontem o brinon é caso a caso a situação Vai sendo decidida e e e vai ser ajustando a situação que no fundo é o que putino tem feito também vai ajustando as suas decisões apesar das ameaças em função da situação não só internacional mas sobretudo nacional e depois do teatro de operações eh no fundo ambas as partes estão a decidir em função da evolução da situação uhum olhando aqui também para o lado dos Estados Unidos e para o contexto político que se vive nesta altura Enfim estamos em plena campanha eleitoral para as eleições presidenciais esta é também uma questão sensível para para biden gerir neste momento o que se fala por exemplo é que enfim os Estados Unidos poderão concordar com com com o uso dos mísseis britânicos Storm Shadow mas não quererão que os os os mísseis americanos sejam usados para esse tipo de iniciativas V lá é uma é uma situação que sinceramente vejo isto dois pontos de vista primeiro eh se biden fosse candidato e e estivesse na disputa presidencial era diferente da situação que tem agora tanto a situação do médio Oriente como a situação da Ucrânia eu Julgo que biden tem maior liberdade de ação independentemente a camala do partido ser do partido democrático ser vice-presidente hum dá-lhe maior Liberdade da ação porque se falhar obviamente é uma decisão dele e não será ele a continuar como presidente e camala ou seja camala ou seja trump que vier a seguir pode corrigir digamos decisões menos boas pode é prejudicar a vice-presidente dele não é exatamente eh se a decisão tiver resultados positivos Julgo que camela ganha mais do que perde obviamente num cenário desse e portanto essa Liberdade da ação sobretudo para o médio Oriente essa não tanto para aqui essa liberdade da ação eh faz com que os Estados Unidos possam avançar um pouco mais eh do que avançavam há meses atrás Julgo que é isso que está acontecer independentemente dos condicionamentos que vão impor na utilização dessas armas porque agora tem um argumento Como eu disse há pouco que é o argumento do Irão uhum portanto e tem informações seguras independentemente do desmentir do cremon que já desmentiu 500 coisas que efetivamente eram verdade portanto eh mas só o farão se eh provarem que efetivamente essas armas estão lá e esse foi o argumento principal Aliás a união europeia quando comunicou a questão dos mísseis balísticos do Irão em território Russo eh os Estados Unidos ainda não tinham informações e e tinham uma posição diferente foi ali uma diferença de 2 TR dias e portanto houve troca de informações certamente e tiverem prova disso esse é o argumento Esse é a espoleta para uma tomada de decisão que na minha perspectiva será sempre condicionada eh será Nunca será totalmente aberta em termos de discurso político não será certamente uhum muito obrigado senhor General João Vieira Borges muito obrigado eu o major General João Vieira Borges é coordenador para a área da segurança e defesa das sedas a associação para o desenvolvimento económico e social e ainda presidente da Comissão Portuguesa de história militar esta foi a história do dia neste Episódio usamos ainda um som da BBC News a sonoplastia é de Mariana Sousa Aguiar a música do genérico do João Ribeiro eu sou o João Santos Duarte até amanhã
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