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é curioso nós estamos Dea cidade que tem uma memória de alguns séculos uma das coisas que era quando as cidades ardiam não é as grandes capitais europeias foram marcadas pelos incêndios e quando a construção era de madeira e Lisboa teve e é uma das partes daquele daquela espécie de Inferno da Terra que foi o o sismo de 1755 Ora nós Eu por acaso estive a ver como é que e como é que nós chegamos aqui noticioso e a certo a certa altura B daqueles dias em que nós sabíamos que a Rússia ia invadir a Ucrânia estávamos à espera à espera que acontecesse não é e todos os dias havia mais um título e vinha um crescimento daquilo que se percebia e que eram os sinais só não tínhamos a tal mesa muito grande mas percebia-se que ele ia chegar primeiro foram os avisos da meteorologia depois tivemos os alertas vermelhos e E íamos tendo os sinais de quem esperava de facto um inimigo um atacante que nós já conhecíamos de outros momentos sabia-se que ele ia chegar era era era praticamente impossível que não chegasse só não sabia onde não é e e de repente começam a chocar os primeiros sinais os primeiros incêndios Oliveira do hospital guiria velha Saira e depois pronto tivemos O Ritual porque é quase um ritual que invariavelmente se cumpre verão a verão tivemos as imagens do desespero das populações as imagens da destruição os o o os o as declarações das pessoas e e a H há muito isto que eu abri a janela e vi o fim do mundo eu vi passar o inferno h e claro a notícia das primeiras vítimas Mortais neste momento são quatro e estamos neste momento pendentes do que pode acontecer nas próximas horas ou seja olhando nós temos as notícias no site do ipma sabemos que haverá uma alteração substancial das condições de meteorologia e e portanto é por aí que se espera eh penso que o luí Montenegro esteve bem quando disse que vai ser difícil uhum muito difícil e e portanto não tentar de algum modo dizer que está tudo resolvido porque não está e curiosamente há alguns dias acreditava-se que este ia ser um verão sem fogos o verão sem fogos tornou-se uma espécie do título que se sabe que pode ser desfeito no dia seguinte nós tivemos títulos como este está a ser o ano com menos área ardida da última década isto Claro até alguns dias não é o um relatório referia menos 53% de incêndios rurais e menos 86% de área ardida relativamente à média anual dos últimos 10 anos no continente até 31 de agosto mas quem fez a notícia acrescentou um esta Prudente frase incêndios de Setembro podem alterar balanço portanto é um pouco o saber-se que que vai poder chicar ou seja esta esta ideia de pode ser Que este seja o verão sem fogo e que também já tínhamos vivido isto em 2023 quando isso aí aconteceu em agosto agosto trouxe os grandes incêndios numa semana mais do que duplicou a área ardida do ano estou a referir-me aqui a 2023 em 2023 e e e um e um dado que eu depois acho que gostaria que pudéssemos falar neste ao longo do programa com os nossos convidados porque eles sim sabem sobre incêndios eu só sei sobre notícias sobre incêndios que é mais de metade da área ardida em 2023 dados provisórios ardeu num num período num espaço temporal muito curto os primeiros oito dias de Agosto não é sim portanto é como se de repente esta ideia do verão sem fogos que se sabe que pode ser alterada a qualquer momento passasse a ser substituído pelo Verão quase que esteve quase a ser sem focos até que de repente houve uns dias em que se concentraram realment de fogos de enorme violência que caminham progridem com uma enorme velocidade porque sim o número dos incêndios das ocorrências baixa mas depois temos ali aqueles dias eh e portanto nós temos aqui na hora de combater os incêndios como dizias temos de perguntar no nosso território com o nosso clima o fogo combate ao gers Esta é uma pergunta que em Portugal é um bocadinho eh não vou dizer que é um tabu mas que é um assunto complicado porque nós temos nesta área alguns dogmas um certezas que são absolutas certezas até ao dia em que são substituídas por outras certezas igualmente certas e depois ninguém se lembra das certezas anteriores eu vou elencar a lista dos responsáveis pelos incêndios ao longo dos últimos anos natureza zangada condições atmosféricas atípicas curiosidade inconsciência mas também já tivemos os os pastores os fumadores os madeireiros os agricultores os reacionários Claro em 75 os fagote as celuloses e os promotores Imobiliários e certamente em cada um dos períodos estes foram os responsáveis pelos incêndios Portanto acho que se calhar temos que discutir aqui alguma coisa sobre e eu não eu não digo que estas pessoas não tenham provocado incêndios não é não tenham estado lá com com com os fósforos com os maçaricos com aqueles objetos que se diziam que se atiravam de um um para o meio dos Pinhais mas talvez a pergunta as pergunta tenha uma resposta mais Eh mais profunda do que esta fanizza depois passamos para a questão dos meios em Portugal eh nós temos eu agora em vez de ser eu a dizer eu eu vou citar temos atração política de responder com reforço de meios de combate vemos todos os dias os noticiários 18 a serem abertos com os cve eu aqui estou a citar José Cardoso Pereira Professor catedrático de Engenharia Florestal no Instituto Superior de agronomia Depois temos por exemplo Paulo Fernandes que diz o sistema de combate a incêndio está divorciado do sistema de prevenção por muito tentador que seja não é possível justif esta anormal vaga de incêndios exclusivamente com a anomalia meteorológica eu estou a falar de Paulo Fernandes especialista em incêndios investigador no departamento de ciências florestais da Universidade de trás os montes e alto deouro e depois aqui alguém que hoje já está aqui sentado connosco é o Henrique Pereira dos Santos que a dada altura escreveu podem mandar vir os cov que quiserem mais os cader o que quiserem não é possível combater diretamente um fogo com a carga de combustível que está no terreno é como se nós tivéssemos em casa a ideia de deixar os bicos de gás acesos e dizer meninos agora ninguém risca um fósforo ou ninguém faz uma faisca o Henrique Pereira dos Santos depois explicará melhor o que o que quer dizer com isto Depois temos também uma outra uma outra certeza e que é esta Esta esta esta o questionar de ou dizer às vezes a verdade pode valer pode pode levar a que se pea à cabeça de uma pessoa isso aconteceu com Tiago Oliveira que é presidente da agência de gestão dos fogos rurais e Tiago Oliveira no Parlamento declarou há municípios a gastar meio milhão de euros uma barbaridade de dinheiro nos bombeiros quando não gastam dinheiro a gerir a floresta Isto é verdade mas levou a que se pedisse o lugar de Tiago Oliveira também Poderemos falar sobre isto e depois aqui ainda mais complicado deve-se defender primeiras Claro toda a gente concorda que se tem que defender as pessoas e as casas mas quem defende a floresta Rui Gonçalves que era presidente da florest galo uma empresa pública de gestão e desenvolvimento Florestal escreveu um artigo no público eh é quando ainda tinha esse cargo porque depois deixou de ter não é e e ele e questiona ele escreveu o seguinte antes procurava-se desenvolver medidas e ações estruturais e operacionais relativas à prevenção e proteção das florestas contra incêndios agora visa-se a segurança e salvaguarda das pessoas animais e bens em áreas edificadas e nas demais áreas instalações estabelecimentos e infraestruturas eh mas quem é que defende a floresta perguntava dele perguntava ele isto foi dito de uma forma Se quisermos mais dura pelo Luís fereiro Filipe que é do Conselho de prevenção civil e analista de ricco e que diz que às vezes deixar arder as casas em detrimento das árvores Porque as casas rapidamente se constroem e as árvores são aquilo que nos garante oxigénio e linhas de água é é este é um programa mesmo é contracorrente não eu só eu só disse que de incêndios eu não sei mas sei notícias não é e por fim porque o programa Vai continuar certamente a nós temos aqui também quando temos incêndios este ano por acaso essa ideia já passou um pouco mas que é a ideia de que há árvores e espécies que ardem mais do que outras e portanto que que os incêndios decorrem da natureza da da das espécies que se encontram naquele local e e e aí como é óbvio enquanto chegamos ao inevitável eucalipto que o Eucalipto representaria na área ardida 10% portanto só ardesse o que tem eucalipto estaríamos ótimos não é porque o problema é que arde muito que não tem eucalipto aqui e arriscando me a dizer isto na presença do Henrique Pereira dos Santos mas eu tirei esta citação assim de um sítio mais ou menos certo eh o que está lá e até porque eu venho de uma área a minha família de uma área que arde ciclicamente e portanto posso confirmá-lo eh pela observação o que de facto é determinante para a r da progressão do incêndio é a presença de combustíveis finos não sei se a terminologia deverá ser essa e e portanto E ess isso conta mais do que a natureza das espécies que lá estão