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para a conversa com a ajuda do comandante dos Bombeiros de Loures Ricardo Correia que se junta a nós em estúdio Comandante seja muito bem-vindo ao fala Portugal começo por lhe perguntar Quais são as maiores dificuldades para os operacionais que estão nesta altura no terreno bem antes mais Agradecer o convite que nos interessaram e permitam-me que comece por uma parte muito importante nós hoje perdemos três almas três bombeiros que infelizmente perderam a vida no combate às chamas e são apenas mais uns a juntar à tragédia que que já temos respondendo a a questão que me está a colocar eh começamos logo pelo facto de Há muitos dias os operacionais estarem empenhados neste combate ao incêndio estas dificuldades que estão a ser sentidas no combate depois também se refletem naquilo que é a gestão do cansaço dos operacionais são muitas horas muitas longas horas muitas vezes com eh sujeitos condições meteorológicas mais extremas a dificuldades naquilo que é sua hidratação na sua alimentação isso tudo também depois se reflete não só na sua capacidade física no seu na sua eficácia e também em última instância por vezes eh pode até ser uma consequência para acidentes des Viação toda toda esta toda esta Esta esta esta casuística que estamos a a enfrentar leva também a cansaço extremo também até naquilo que é a gestão dos próprios incêndios rurais falamos do e como é que se gera Comandante para quem tá lá em casa e não percebe como é que é feit esta gestão de esforço esta gestão de esforço numa altura em que já estão 6000 operacionais no terreno eu diria que é dantesca porque não é de todo uma operação fácil e responder a todas as solicitações de toda a gente que está a ser investigada pelos incêndios e falamos de centenas ou ou dezenas de milhares de pessoas que estão neste momento a enfrentar o incêndio na porta das suas De suas casas e toda a gente quer um veículo de Bombeiros junto à sua habitação e e é muito difícil depois até do ponto de vista emocional eh gerir todos os pedidos que chegam de ajuda Muitas delas às vezes até São pessoas que estão alarmadas o incendo está H quilómetros ainda das suas habitações mas as pessoas já estão alarmadas porque já viram nos meos de comunicação social algumas habitações perdidas alguns negócios perdidos e depois é preciso todo um tratamento de informação de anesco que permite que efetivamente quem está a tomar decisões as tome de maneira consciente de que efetivamente os meios são empenhados os que há ou nos locais mais precisos ainda assim temos ouvido críticas de vários autarcas a queixar-se da falta de meis no terreno O que é que está a falhar ou porque é que os autarcas têm essa opinião nós nós em 2017 Aprendemos muitas coisas sobre incêndios rurais parece que já passaram alguns anos e alguns Nós já nos esquecemos e após 2017 e tiramos todos da caixa da Pandora que precisávamos de investir na prevenção eh criamos inclusivamente uma agência para o efeito fizemos uma série de investimentos tentamos ao máximo e quando digo tentamos falo de Portugal tentou ao máximo retirar eh Ou pelo menos não aumentar o a despesa com o combate e fortificar aquilo que é a despesa com a prevenção eh e o que é facto é que temos tido se calhar também temos sido banhados pela sorte não temos tido episódios meteorológicos como estes que estamos a registrar agora se que estamos a registrar estes episódios meteorológicos e voltamos a ter uma tragédia muito semelhante à 2017 à 17 felizmente com muito menos vidas Mortais perdidas e que que assim se mantenha e há outros sinais que são precisos ser lidos e na minha opinião obviamente há um abandono do espaço rural há um abandono daquilo que são as atividades rurais há uma clara alteração do clima e essa alteração do clima leva este tipo de fenómenos meteorológicos falamos de uma temperatura que não está assim tão alta não estamos a falar de temperaturas de 40 45º estamos a falar assim de umidades relativas muito baixas que mesmo no período noturno não recuperam e isso provoca muita dificuldade ao combate porque por norma os bombeiros sabem que a noite e o aumento da humidade é uma janela Por trazer ainda mais dificuldade Comandante vamos aproveitar aqui para juntar-se à conversa Joaquim Sande e Silva especialista em ecologia do fogo a quem agradece a sua presença por vídeochamada aqui no Fala Portugal e começo por lhe perguntar como é que como é que se chegou esta situação tão dramática e delicada Joaquim Eh boa noite e obrigado pelo convite onto eu pego um bocadinho nas nas palavras do do Senhor Comandante que ainda apanhei um bocadinho antes de de iniciar a minha intervenção de facto há questão há uma questão Inter contornável que é que é a questão do da das alterações de uso do sol que houve nas últimas décadas e que resultaram numa paisagem com uma grande eh combustibilidade e portanto com com grande facilidade de de progressão dos incêndios H mas eh eh enfim depois podemos falar das das condições meteorológicas que de acordo com um relatório que nos chegou da da da agência para a gestão integrada de fogos rurais a nestes dias teremos atingido H valores perto de máximos históricos eh em termos de de de perigo meteorológico de incêndio Hum mas eh quer dizer é verdade que já tivemos situações muito perto destas no passado portanto eh lembramos muito bem de 201 aprendeu-se alguma coisa Joaquim desde 2017 até 2024 eu diria que nós conseguimos reduzir o número de ignições porque em termos de daquilo que vemos nas estatísticas as pessoas apesar de tudo têm posto menos fogo que aquilo que punham antes mas continuam portanto a população a sociedade de modo geral não vale a pena estarmos a a atribuir este estas causas a um grupo específico de indivíduos portanto é é a sociedade como um todo que é responsável mas apesar de tudo aí fizemos eh melhorias eh a nível a haver falhas na prevenção perdão continua a haver falhas na prevenção pois quer dizer eu não eu sou daqueles que não acredito que possamos fazer muito mais do que tem sido feito em termos de da prevenção estrutural porque temos um grandes constrangimentos em termos da da propriedade ade Rural portanto que é é basicamente privada H com uma boa parte do território e que nem sequer tem dono reconhecido e portanto não se consegue perceber como é que Ah ainda por cima com com espécies muito agressivas que que crescem muito rapidamente como é o caso do do eucalipto que rapidamente repõe a biomassa que que tinha ardido basta olhar e ir a a pedrogam e ver o que o que lá está neste momento portanto está tão mal ou pior que que estava quando ardeu em 2017 e e portanto eu não não vejo como é que o país consegue eh mobilizar a recurso de forma a mudar a paisagem que temos portanto se calhar temos é que tentar eh atuar por outras vias e e perder um bocadinho esta veleidade de que vamos conseguir mudar a paisagem em Portugal de forma eh significativa de forma que isso tenha uma grande influência no no comportamento do fogo muito bem Comandante eh olha and agora para esta noite O que é que podemos esperar pela sua experiência quais serão as maiores dificuldades Eu penso que as maiores dificuldades vão-se centrar e eu H pouco antes de entrar em direto convosco fui fazer uma análise meteorológica daquilo que é o espaço de S Verde voga e e o que nós podemos esperar é um aento do vento e que até agora tem sido vento forte mas não tão forte como nas próximas horas uma uma grande dificuldade na recuperação da humidade muito pelo contrário a humidade vai se manter muito baixa Mesmo durante a noite e parece-me que o cenário da acalmia pode chegar a algures ao final do dia de amanhã segundo as previsões met lógicas que eu pude acompanhar Isto significa que a tal janel de oportunidade que falávamos há pouco perdeu-se ainda agora nas imagens que partilhavam connosco via-se a dimensão e e a velocidade a que o incêndio se propaga é impossível do ponto de vista de segurança para os meios terrestres pant falamos de Bombeiros fazerem combate direto a Chamas daquela dimensão com aquela intensidade E principalmente com o risco associado e provavelmente também com aquilo que iriam ter de em benefício do risco que estavam a correr Portanto vamos se calhar continuar a ter a ver aquilo que temos visto nas imagens na televisão nas últimas horas que é os bombeiros a tentarem proteger as habitações não dá muito mais para fazer e que conselhos é que deixa a população que está a ser neste momento afetada pelos pelos focos eu eu tiraria as lições que tiramos 2017 e a resiliência que foi uma palavra que nós começamos aar tanto pós 2017 tem que ser essa também a palavra dos portugueses De hoje em diante e do passado em diante portanto as pessoas têm que ser resilientes têm que ter capacidade de se manterem nas suas habitações parece-me um sítio mais seguro para estar e tem sido isso que tem sido tem se vindo a provar temos V também visto também muitas imagens de pessoas que se MOV mentam para ver os incêndios como se num espetáculo se tratasse e e as pessoas têm que ter noção do perigo que isso é para elas de dos constrangimentos que criam também ao combate às Forças de segurança à GNR à PSP todas as pessoas que depois têm que se preocupar com a movimentação destas pessoas o incêndio não é um espetáculo o incêndio é uma coisa muito perigosa e as pessoas devem ao máximo resguardar-se nas suas casas proteger os seus bens a sua família E acima de tudo não se expor a riscos Se quiserem no futuro para evitar que estas coisas voltem a acontecer mantenham a sua propriedade limpa à volta das suas habitações e é a melhor forma que T de de se protegerem e deixarem estar em casa em segurança muito bem Joaquim só para fecharmos perguntava-lhes devem ser tomadas para que situações como esta não se repitam eu penso que temos que repensar o o sistema não é eh isto basta olhar para o mapa que que nós podemos aceder através do do sistema europeu de informação sobre fogos Flais para ver que os fogos se concentram dentro do território português portanto as diferenças não são em termos de devastação não há grandes diferenças entre o minha e Galiza por exemplo ou entre a beira baixa e extremadura h também não são em termos meteorológicos porque esta severidade meteorológica que nós tivemos no nosso país que estamos a ter também se verifica numa parte do território espanhol H mas isto é É um cenário que se repete todos os anos portanto há há aqui qualquer coisa que é inerente a a ao território português que e não se passa no Vitória espanhol e portanto nós temos em Espanha um sistema muitíssimo diferente de de prevenção e combate a incêndios que se calhar valia a pena olhar para ele eh e e olhar para este Bom exemplo até porque os espanhóis conseguiram reduzir a área queimada em praticamente 1/33 em em 30 anos ao passo que nós conseguimos aumentá-la eh e portanto eh basta olhar para estas estatísticas globais para saber que há alguma coisa que está errada no no no sistema de prevenção e e Combat incêndios em Portugal que atualment se des como gestão integrada de fogos rurais Joaquim muito obrigada pela sua participação assim como o senhor Comandante tenh ambos uma boa noite
7 comentários
Toda a gente fala das alterações climáticas, mas que eu saiba os eucaliptos ou pinheiros não começam a arder por vontade própia.
Grande parte dos incéndios começaram á noite ou de madrugada,e aqui támbém são as alterações climáticas?
Deixem de atirar areia para os olhos dos Portugueses!!
Tudo isto não passa de puro terrorrismo, de mãos criminosas com fortes interesses por detrás a patrocinar!
Seja a industria do papel,da madeira, ou outros grandes interesses, mas não tenho qualquer duvida que a grande maioria dos incendios são de mão criminosa!
Não sejam tão Fanáticos!!
Não é tudo fogo posto não! ÁH de tudo mas os oportunistas querem é causar
ALARME E FAZER
ACUSAÇÕES sem quererem
Ver a realidade e a Verdade !!
As pessoas têm posto menos fogo do que antes? Onde? Grande parte destes fogos foram às 2 das manhã. O presidente da câmara municipal de Sever do Vouga até confirmou que alguém é que acendeu o fogo em Talhadas. Isto é tudo fogo posto, já teve muitos dias de muito mais calor neste verão e no verão passado e nada disto ardeu aqui em Albergaria.
Sr Comandante dos Bombeiros ,dos outros ja se sabe que e o clima, agora o SR sabe bem que a grande maioria e fogo posto, e nao so o Estado tem de fazer a limpeza das matas o que nao o faz na grande maioria . A muita coisa a fazer para resolver o problema ,Nao a e vontade Politica dos traidores a pátria.
Ontem perdemos o brasileiro Carlos Alberto, 28 anos. Trabalhando. O guerreiro foi carbonizado, tentando salvar máquinas…😢😢😢.
Todos os anos é isto😮😮
😢