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[Música] quando o Galileu escreveu o seu diálogo sobre os dois grandes sistemas do mundo fê-lo em italiano e não só em latim para ser compreendido por pessoas comuns e não apenas por outros sábios porque que é tão importante a comunicação de ciência Joana Lob anunes é investigadora professora do mestrado de comunicação de ciência da Universidade nova e comunicadora científica ional filho do psiquiatra e escritor António Lob anunes formou-se cá em ciências farmacêuticas doutorou-se em química orgânica pela Universidade de Santiago de Compostela passou pela Universidade de Pádua ela pauta a sua vida e a sua cruzada pela divulgação da ciência vamos conhecer melhor esta profissional da ciência e da comunicação que está convencida como Carl Sagan que se não soubermos explicar uma coisa complexa é porque não estudamos o suficiente Olá Joana e bem aja por ter aceitado este meu convite bem-vindo à rádio observador Olá viva Boa tarde obrig um grande prazer falar contigo aqui para arrumar só este assunto eh filho de António Lob anunes tu ele impulsionou alguma coisa nesta carreira de pela ciência e não pelas letras não de tudo hum sabes que nós em em casa não se fala muito de trabalho e aliás é uma das coisas que eu continuo a cultivar é não não se em casa falamos de outras coisas somos outras pessoas e somos outras coisas há muitos anos houve alguém que que que veio ter comigo e queria saber coisas do meu pai e do que é que o meu pai fazia e o que é que eu dizia mas eu não falo que meu pai do trabalho dele e depois a pessoa perguntou-me tanto e eu comecei achar se calhar su que não me interessa o suficiente e esse dia e a pessoa disse não nem sequer sabes como é que se chama ao livro que o teu pai tá a escrever eu disse não e nesse dia cheguei a casa e disse ó pai como é que se chama oo livro que o pai tá a escrever ele achou aquilo tão estranho que eu nunca fazia perguntas de trabalho nunca falávamos nada olhou para mim meia deia e disse se for o rapaz chama-lhe Manel e pronto arrumou conversa e e portanto não falamos de trabalho e mas eu para além do meu meu pai é foi médico durante muitos anos e para além de para além de escrever e o meu avô com quem eu eu vivia numa casa e praticamente por cima da praticamente Não mesmo por cima dos meus avós o meu avô era médico e era professor e era investigador e provavelmente este bom eu eu acho que sempre me interessei por ciências ao contrário da minha irmã que sempre foi minha irmã mais velha sempre foi mais humanidades para mim era muito claro que eu queria fazer ciências e a influência do meu avô talvez tenha tenha ajudado mas eu desde muito pequena Gostava de ir nunca vou fazer aquele disclaimer como nos filmes que nenhum animal foi maltratado durante as minhas impressões mas eu ia com i ia à praça e ao mercado e as senhoras já me conheciam e eu pedi-lhes sempre animais para fazer dissecações e autópsias em casa elas achavam a maior das Graças e davam peixes davam tudo aquilo que eu quisesse para levar para casa e fazer ver ver ver o que é que como é que as coisas eram feitas por dentro que já mortos portanto sempre tive interesse nisso mas uma das coisas que me que também me marcou foi ao longo da minha vida eu sempre meei com pessoas não necessariamente das ciências Ok e uma das coisas que eu sentia é que era é que havia aqui um eu a falava de ciências e e ostracizar algumas pessoas e porque parecia que falar de ciências era um assunto complexo e complicado e foi uma coisa que me foi ficando era quase um Guilty pleasure sabes de ler livros divulgação de científica interessar-me sobre aquilo quase como como se fosse um um prazer que eu tivesse de esconder porque não era não é propriamente por exemplo uma pessoa pode terf conversa de cafa de café Tu Podes falar do livro que estás a ler livro do febre o stepan jold escreveu uma coisa sabiam que claro ficamos ficam a olhar para nós e pensar que chata né que chata chata e portanto esta paixão pela ciência vem muito de casa também vem de leituras ou de programas de televisão muito leituras sabes que já tive des calizar isso porque muitas vezes convida-me para falar sobre como é que se chega a ser ciência exato e quando eu era miúda não havia aquelas coisas que hoje em dia há centros de ciência viva não havia quando era pequena não havra as as coisas as coisas da televisão que havia eram normalmente sobre a natureza e portanto as coisas de divulgação a que eu tinha acesso era essencialmente pelos livros livros de devação portanto eu cresci a achar o fean e este J de coisas assim fean eu era super fã o perqueno BR mais ele tem muita graça e e ter muita graça é uma coisa que me conquista sempre extraordinário e as histórias do são absolutamente incríveis e passa a vida a citá-lo mas era era muito pela leitura e portanto eu cresci a achar que para uma pessoa ser divulgadora de ciência tinha de ser cientista e depois nos teus tempos livres escrevias livros sobre divulgação de ciência para que as pessoas pudessem desfrutar desse conhecimento portanto quer ser que tiveste muitos anos ainda não sei isto tem dado os porquês aqu tens essa curiosidade nata não é como todos os os cientistas e sim e sabes uma das coisas que nós sabemos é que quanto mais sabemos mais perguntas temos portanto quem entra na idades fechando e gavetas Não nunca fechas abres sempre novas É verdade É extraordinário o que é que tu querias ter quando eras pequeninha queria ser cientista quer dizer eu quis ser muito aliás há uma uma das coisas que nos preocupamos muito na na ciência bom no mundo em geral é na na na igualdade do acesso às coisas não é porque existem alguns cursos onde ainda T muita predominância masculina e aqui há uns tempos começaram a haver umas algumas campanhas que era não quero ser princesa quero ser astrofísica E eu sempre me perguntei eu não tenho de escolher eu posso querer ser princesa e cientista P eu queria ser tudo ex olha e porque as ciências farmacêuticas foi afinal de contas da tua licenciatura olha eh acabou por ser eu eu queria claramente qualquer coisa ligada com a saúde Ok não tinha a certeza se queria fazer medicina se queria fazer investigação científica e o curso de Ciências farmacêuticas então na altura eram bem ainda hoje acredito que é é dos cursos que se mantém ainda muito grande era um curso que nos dava uma preparação incrível uma muito grande grande le de assuntos exato um grande le de assuntos tanto nas ciências básicas na química química orgânica uma grande paixão pela química orgânica mas tambéms daste nisso sim a química orgânica passou a ser uma uma coisa muito interessante inesperadamente interessante que que na verdade a química orgânica era uma Muitas pessoas têm muito medo da química orgânica e porque não a percebem como no fundo da matemática eu acho que há muitas parecenças entre a química orgânica e a matemática na ver matemática as pessoas ainda pensam que olha é uma é uma disciplina que depois uma vez formada nisso até podes a resolver problemas não só necessariamente com números mas resolver problemas são muito empregados por bancos e coisas assim como sabes mas aqu orgânica Em quê Em que é que a pessoa sente que pode ser usado Aica orgânico em tudo para já para já para já é muito divertido sabes às vezes tenta-se vender aquela coisa de que a ciência pode ser próxima a toda a gente e pode ser divertida isso é mentira a ciência só é divertida quando uma pessoa Adina E aí pode-se de facto divertir com ela e e portanto aí a ciência pode ser divertida a química orgânica pode-te dar apenas um prazer intelectual pode dar o prazer da descoberta mas a química orgânica tão tem implicações em milhares de coisas não só na na descoberta de novas moléculas eh evidentemente como na na compreensão de como é que aquelas moléculas funcionam como é que aquelas reações H acontecem como é que nós podemos então criar novas moléculas conhecendo o tipo de reações já estou a ver que pode ser por exemplo para terapias genéticas este g de coisas por exemplo sim bom para terapia genética temos de perceber dos genes mas os genes também são feitos de moléculas e no fundo também são são moléculas química orgn que fazem não sei o qu e provocam sim também isso é mais bioquímica também e depois mas a química orgânica dá um bocadinho todos nós quando gostamos muito de uma ciência achamos que ela é a base de todas as outras não é portanto eu sou completamente envasada aqui eu já uma vez promovi sem querer uma discussão horrível entre um física e um matemática em que cada um deles dizia que Su é que era a base de todas as outras e o bom n aqui felizmente não há ninguém para discutir comigo mas admito logo à cabeça que sou completamente envasada porque porque como gosto não é porque como gosto muito e compreendo defend da tua dama Claro obv consigo não é só isso também consigo ver como é que as outras nascem a partir daquela não é e portanto isso torna-se assim muito muito claro e trabalhaste 3 anos e meio na universidade de Pado aliás onde o Galileu que eu citei on onde ele vivias na rua dele o que é muito engraçado foi uma experiência extraordinária olha todos os dias eu ia de manhã todos os dias para a universidade de bicicleta e todas as manhãs pensava como o raio aqu o galador Conseguiu ver o que quer que fosse porque Pádua é é do Nordeste italiana e é conhecida por ter uma nebulina tremenda Eu só pensava mas como é que como el conseguo como é que ele conseguia ver alguma coisa ali mas ele não ia el ia aquele funcionava naquele Observatório não sei qu não não o Observatório posterior ele ele trabalhava precisamente no eu vivi virado para o Terraço sim virado para o céu telescópios que inventou sim Sabes eu eu foi para mim foi muito importante ter vivido Vivi dois anos em em Santiago Compostela e depois mais 3 anos e meio em Pádua e foi foi muito importante para mim este este meu período em que tive amigos de todo o mundo porque sabes uma e e e e estimulo sempre muito muito os estudantes universitários e e outras pessoas que não são que não sejam estudantes universitários ter uma experiência internacional porque aprendemos muito sobre nós mesmos para além de aprendermos sobre o mundo não só aprendemos sobre quem é que nós somos quando tiramos tudo porque nós aqui em eu sou de Lisboa e e e sou sou de Portugal e aqui em Portugal nós temos uma série de filtros e uma data de sinais que nos permitem identificar tribos e pessoas e grupos e quando sais do teu dessa zona de conforto digamos assim dessa tua Raí tu tu começas a ir coisas de ti mesmo que que que não sabias que não notav que lá estavam por Mesmo muitas camadas não é Clarim e pronto e descobres coisas que sabe que gostas de comer e que coisas gostas de cozinhar e coisas que tens saudades quando não tás cá bem também não é e também e e e e aprendes a filtrar os teus amigos por filtros diferentes daqueles que tens quando estás na tua terra natal não é porque os filtros passam a ser das pessoas por elas mesmas independentemente daquilo de onde é que elas são de onde é que elas vivem de onde é que elas vêm para onde é que elas vão NS temos a última pergunta temha a ver com n nesta tua preparação temha a ver com o teatro enquanto estavas a fazer o doutoramento enquanto estavas também já a dar aulas não me engando é lusófona descobriste esta coisa do teatro esta esta cqd Associação cultural tem a ver com isto através do teatro e outras Artes performativas pode-se e deve-se comunicar a ciência sim sim olha foi ol ser o teatro Porque é tão importante nas aulas todos os professores universitários deviam ter aulas de teatro e exão corporal e colocação de voz não é eu acho imenso que sim olha foi exatamente esse o caminho eu quando quando voltei para Portugal comecei estava a escrever a tese do tormento e comecei a dar aulas como como bem disseste e de repente uma amiga minha falou-me que havia um workshop de de teatro que era uma técnica desenvolvida pelo dramaturgo Augusto Boal que é uma coisa chamada teatro Fórum em que nós fazemos que que é mesmo para ser feita para não atores e em que tu tu representas e e e serve para para tratar de temas sociais coisas complexas e e era muito usado em bairros complexos como com com em prisões e e então o grupo do teatro do a primir de Lisboa abriu fez este workshop com perito do Brasil e eu decidi ir experimentar e achei uma coisa absolutamente extraordinária e comecei e comecei e entrei nesse grupo e comecei a fazer isso e ao mesmo tempo estava a dar alos e comecei a perceber que a minha viagem de autoconhecimento da da postura do corpo da voz eh de de olhar para as pessoas e estava a mudar-me enquanto professora e comecei a pensar isto isto é muito interessante e e tal como com que tu chegaste Eu também cheguei que é eu sou professora Universitária e ninguém me ensinou a dar aulas ninguém me ensinou como é que eu enfrento esta esta plateia a mesma plateia todas as semanas durante um semestre inteiro como é que eu agarro a plateia Como faz ouvir no no Luna lá atrás como é que sim é como no teatro A última pessoa a última a última fila também pagou bilhete não é Portanto tem tem tem deve ter um espetáculo tão bom como aqueles da primeira fila e e nas aulas da faculdade temos temos quer dizer as aulas às vezes podem ser muito aborrecidas eu ti essas aulas aborrecidas espero ter dado poucas aulas aborrecidas mas seguramente dei algumas e aquilo que eu comecei a experimentar eram estas técnicas que eu achei que me fazia o melhor professor então desafiei o Romeu Costa que ator e era o meu ensinador e disse Romeu vamos começar a dar workshops também h a professores e investigadores e foi por aí que eu comecei o meu percurso na comunicação da ciência foi a começar a ajudar pessoas e depois um tempo mais tarde fui até fazer um workshop com o Augusto Fui a Paris eh conhecer o Augusto Boal e fazer um workshop com ele e depois uns anos mais tarde quando comecei no meu postdoc fui ao Alan Alden no C Spring Harbor em em Nova York porque eh o o Alan Alda fez um percurso um bocadinho inverso ao meu que ele era ele ele é ator como como como sabes não é eu conhecia do do mas quando eu era miúda dava na televisão e depois dos filmes do Woody Allen e e ele fez um percurso inverso ele ele contou-nos o percurso quando lá tivemos em 2012 quando lá fui fazer esse esse curso que eu queria saber como é que eles tinham montado isso lá porque iia montar uma coisa Idêntica cá na universidade nova e ele contou que a scientific American pediu-lhe para ele ser o anfitrião de um programa de televisão e ele disse aceito Só Se me deixarem ser eu a fazer as entrevistas mesmo porque eu gosto imenso de ciência interessa-me imenso e eu tenho ideias muito concretas de como podemos comunicar melhor ciência Porque os cientistas são muito dentro das suas cabeças e eu acho que as artes performativas os podem ajudar a serem melhor comunicadores Portanto ele fez o caminho contrário ex examente depois foi foi fez parcerias com c Spring Harbor e com a escola de Jornalismo e começaram a usar técnicas de teatro e de jornalismo para ensinar cientistas e nós fazemos o mesmo em Lisboa é muito engraçado que um dos meus filhos quando quando foi tirar o curso na universid coles em Londres as primeiras semanas e Joana não dava matéria nenhuma as primeiras semanas toda a universidade dedicava-se a ensinar soft Skills como dar aulas como fazer resumos como estudar mais eficazmente como usar materiais acessórios Como usar o espaço como consultar bibliotecas como citar artigos nas suas teses Como divulgar as matérias ees estd senam que dar uma aula Tod senam que fazer é muito engraçado isso sem darem na matéria não entramos na neurociência neste caso vamos vocês vão aprender a usar uma biblioteca e a citar um artigo e e e a usar powerpoints por exemplo sim sim iso é muito mso importante ter isto ninguém me ensinou a estudar na vida mas ensinavam técnicas para estudar mais eficazmente porque há técnicas mais eficazes que outras Com certeza mas agora felizmente is está a mudar desde na na universidade nova onde eu estava antes começamos a a Esta escola doutoral onde nós começamos a dar estas era são só eram só cursos de soft Skills para dar a todos os tantos de doutoramento e alguns pós doutoramento Universidade nova e agora no técnico também vamos começar e eu espero que Com estes bons exemplos mais universidades e mais insos de investigação façam façam coisas do do mesmo gênero este mestrado de comunicação e ciência passa por ti hoje és professora nesse mestrado também passaste também pelo Campus Gutenberg comunicação e cultura científica isto em Barcelona passaste primeir coisa a aprender aquela houve aquela in Science and society activities no no porto Summer institute é o Alan al que já falaste H assume então Esta função Desde há 12 anos que és comunicadora científica profissional primeiro no no itqb depois na na faculade de cências sociais e humanas da nova H foste diretora executiva do centro de ciência viva de Cintra h hoje em dia é chefe de comunicação do do técnico do is não é grande escola eh a partir de 2019 Se não me engano e onde tu organizas reuniões periódicas com já os 24 unidades de investigação eu adoro isto o teu entusiasmo porque de facto a gente depois vai ver e é eh Instituto de sistemas e robóticas microssistemas e nanotecnologias o centro de materiais de matemática computacional e estocástica nem sei o que isto é laboratório de instrumentação e física de partículas tecnologias nucleares todos estes centros o centra o C2 TN ou não sei quê estão todos nesses reuniões onde vocês dão dicas que dá para eles divulgarem para o que é que podem fazer hoje em dia já não se atribuem bolsos na Europa sem pessoa dar um plano de divulgação do que tu vai fazer é muito importante isso é muito importante Aliás quando eu fui para o técnico O Desafio Foi mesmo isso foi eh o técnico é é como sabes é muito grande é uma escola muito grande e tem muita coisa lá dentro e e e era preciso e e nó estávamos a sentia-se que não se estava a comunicar completamente bem toda a ciência que lá é feita toda a pojan e toda a qualidade porque há coisas absolutamente incríveis eu entrei no técnico e eu e senti-me entrar na Gruta do alibabá tesouros e tesouros e tesouros como é possível isto estar aqui e o país e o mundo não saberem que isto E então aquilo que eu deci foi para começarmos a fazer isto temos eu não posso andar à pesc linha pelos edifícios todos então o que faço que instituí foi uma reunião mensal em que junto todas as unidades de investigação como disseste são 24 e juntei depois começaram começar a fazer tantas coisas que mais estruturas se foram se foram juntando a dizerem também também Queremos estar nisso e aquilo que fazemos é às vezes somos nós na comunicação do técnico fazemos desafios tipo queremos Celebrar O Dia Mundial da Água que investigações é que vocês têm que tenham a ver com a água e de repente saem coisas incríveis desde ros submarinos a pessoas que fazem jogos com água a pessoas que vão analisar os microorganismos da água olhar para a água dos vários pontos de vista isso ajuda não só a mostrarmos às pessoas de fora do técnico O que é que nós fazemos como também as pessoas dentro do técnico não não sabem o que é que umas e outras fazem não é ser melhor aquela comunidade de conhecer-se melhor também claro claro CL é tão importante é engraçado porque a ciência moderna só só só foi possível depois da invenção da da da Imprensa obviamente mas o o papel da ciência no mundo Depende muito da sua divulgação porque é que é tão importante comunicar ciência não só entre pares mas à população em geral porque aí tem que ter tantos cuidados Hum Olha eu acho que existem in há inúmeros motivos para para as pessoas fazerem divulgação Científica o meu principal motor e aquilo que eu considero a minha missão de vida quase é de aumentar a cultura científica das pessoas ou seja não me interessa tanto quer dizer se tiver esse e feito secundário Com certeza que é entusiasmar pessoas para carreiras científicas se entusiasmar em tudo bem mas eu acho que ainda é mais interessante dar cultura científica às pessoas independentemente de não irem para carreiras científicas exato mesmo que sejam sei lá serralheiros ou agricultores ou políticos exato exato tanta falta faz às vezes tanta falta faz mesmo terem cultura científica que são ferramentas para discu ificar o mundo e para entender e e e e para entender para entender o mundo que nos rodeia e é muito importante também não só comunicarmos o resultado do trabalho científico não é aquele célebre cientistas hoje Descobriram que que que Normalmente sai muito nos nos mídia mas nós a divulgação de ciência queremos ir além disso não é não queremos simplesmente que que os cientistas venham divulgar o final do do resultado não é e seria quase como por exemplo num jogo de futebol a única coisa que as pessoas sabem é o resultado final sim seria equivalente não é nós queremos que as pessoas sabam o que é que é o jogo como é que se joga ao jogo quem é que são os jogadores quais é que são as regras e como é ccia é isso as pessoas fixam-se muito no resultado final inventou-se não sei o quê descobriu-se a vacina não sei de quê e não tanto o processo de tudo aquilo como é que aquilo surgiu às vezes H histórias extraordinárias como é que às vezes é por acaso grande parte às vezes é por acaso e essas quando lz um bocadinho dessas histórias das grandes descobertas científicas sim sim o por acaso o por acaso nunca é por acaso não é como aquela história do que o acaso só favorece os espíritos preparad ó não era isso que se procurava e foi uma consequência dessa pesquisa que se fez por exemplo acontece Às vezes não não não não só acontece como às vezes são os resultados mais interessantes ninguém à espera Ah messas histórias incríveis Aliás o o motivo pelo qual nós temos vacinas covid foi porque a kathlin Caricó ela insistia em investigar uma coisa que na universidade dela acharam que aquilo não levava lado nenhum e foi convidada a sair da Universidade não é e ela o que vale é que ela não desistiu insistiu na na na na ideia do dos RNA mensageiros como possíveis vacinas e graças a isso hoje podemos ter vacinas tão rápidas como a covid não é ai que estranho como é que conseguiram porque exist muita gente e muitos cientistas desconfiavam disso como isto demora anos como é que a pessoa num ano já tem uma vacina Isto é dif foram décadas foram décadas e há coisas que são por acaso Olha Há Há uma das histórias que eu gosto muito que que ve veio dar o Prémio Nobel a descoberta de uma proteína que é uma proteína Verde florescente que hoje em dia é usada como etiqueta eh bioquímica não é para nós pomos essa etiqueta em proteínas sinalizamos e conseguimos seguir por onde é que essa proteína anda e essa proteína foi descoberta quase por acaso os os japoneses Chegou a um laboratório ele queria muito trabalhar naquele laboratório deram-lhe um projeto que estava completamente entalado que era de isolar esta tal uma uma uma esta tal proteína fluorescente que era quase impossível havia um grupo nos Estados Unidos que estava a tentar lá mais de 20 anos e ninguém conseguiu eles deram-lhe aquilo para um canto para ver se o calavam pel darl um projetinho qualquer ele tá na prateleira e ele com tanta persistência que conseguiu isolar a contra todas as probabilidades conseguiu isolá-la e e e pronto e depois veio a dar-lhe o Prémio Nobel e é uma coisa que hoje em dia usamos em todos os laboratórios em todo o mundo esta esta coisa que que tinha era era simplesmente P enxer So isso estava agora a pensar agora a investigar as tuas entrevistas e as coisas que tu que tu fizeste são tantas e tão boas ainda por cima Eh tava a ver e eh Joana que tu ninguém trabalhas no técnico és oficialmente a chefe de comunicação do do técnico e mas ninguém conhece o museu de geociências dcio Tadeu e acho que é um dos espaos mais ilustres do técnico porquê eu fiquei curioso eu tive lá história não não conheço parte cara mais recente depois de eu ter saído já sai há 40 anos mas mas mas eu devia conhecer olha nãoc falar nisto é de facto V M pena e como este Como aquela câmara an coica que a gente tive lá e que tive sa um minuto que não aguentei mais esse gente há assim umas surpresas extraordinárias que aquela casa contém o que é que este museu de ge cências Porque que o que é que faz levar as pessoas a visitar isto olha neste momento o Museo de geociências serem essencialmente um propósito pedagógico as pessoas que que estão que estão no curso de engenharia de Minas ou geociências ou georecursos têm aulas baseadas nesse nesse nesse museu ele é visitável por marcação por grupos de visitas ou quando nós fazemos Dias abertos por exemplo não não está normalmente aberto ao público e temos não apenas o museu de geociências como também temos o museu de engenharia civil e temos também o museu farad de de deica de eletrotécnica exato o técnic tem 113 anos de História o técnico tem é um tem tem tem tem objetos absolutamente magníficos e dentro do Museu de geociências eu fui descobrindo alguns objetos lá que me deixaram absolutamente fascinada e que me levaram um projeto que que que que que está agora em exposição e em livro para as pessoas desfrutarem que era a tal gruta do alibaba eu quando cheguei ao museu de geociências havia uma vitrine lá está como não é um museu de Aberto ao público não tem as etiquetas normais e todas as explicações para toda a gente e de repente eu vej uma vitrine e vej uma coisa que pareciam dentes mas uns dentes muito grandes e chamei o Manuel Francisco na altura era o diretor do do museu e disse ó ó Manuel que é isto isto é o quê são dentes de dinossauros ele não são dentes de mastodontes e eu mas diz aqui vinda de Roma e else sim então mas há há 3000 milhões de anos aqui o sítio Onde nós estamos tinha mastodontes que eram os antepassados de elefantes portanto Dantes e eu comecei a fazer uma viagem no tempo mental e a pensar incrível incrível e depois de repente noutra vitrine vejo um meteorito E eu como é que este meteorito veio aqui parar el dis Então esse meteorito caiu em Ponte de Lima foi um senhor que encontrou este meteorito no chão e Na altura foi há há mais de 100 anos o fundador do técnico era muito conhecido Engenheiro Alfredo benem saúde que era engenheiro de Minas e as pessoas conheciam como tal então um senhor em Ponte de Lima vê uma pedra que era muito estranha muito diferente das Pedras daquela região meteu-a no correio mandou-a para o técnico ao cuidado do do do Professor Alfredo bem saúde que era o fundador do técnico parais estudar e era o meteorito e era efetivamente o meteorito que caiu em Ponte de Lima preciosidades de facto E a propósito disso começamos a eu comecei a pensar mas isto está mesmo cheio de joias e decidimos então contar a história do técnico a partir dos seus objetos e pulados por esses dois e muitos outros que estamos a de geoc temos mais um crânio de crocodil também daí o teus c0 histórias objetos este podcast extraordinário nãoé comeou em 2021 ex que agora é um livro e é uma exposição podem ir visitar alguns destes objetos ão estão de entrada livre no technic innovation Center que abrimos é na antiga eh garagem ali do do cego que foi durante muito tempo deves lembrar que era uma estação de autocarros exato neste momento é o técnico exatamente recuperamos o edifício e temos lá esta exposição e estão lá os objetos desde desde todo estes que o que Eu vos estou a dizer falamos em podcast obviamente teria que falar neste neste teu 90 segundos de ciência começou com o itqb ainda é do itqb É verdade sim e que aliás há 8 meses tivemos aqui o Adriano que era um dos seus produtores H se est me engano ontem Acho que foi o episódio 1823 ou uma coisa assim eh isto que diariamente na Antena 1 H estão disponíveis no 90 segundos de ciência PPT H também apoiado pela Desde o ano passado pela pela FCT que chega milhares e milhares de ouvintes o António graná testa ideia com com com ele H É incrível incrível porque em no no minuto e meio dás voz à aqueles eh investigadores sejam do dos Açores do Minho de madeira a covilhã Algar e Bragança ou alguns dos portugueses que estão espalhados pelo mundo para falarem da sua dos seus descobertos as suas áreas de conhecimento que O que é que eles fazem não é fácil em 990 segundos arranjar todos os dias assunto e e maneira de conseguirem explicar isso muito bem Tem alguns exemplos extraordinários Vocês também vão que lições de há um houve um por exemplo lições de tirar do passado para promover a paz no presente foi um deles a Júlia Daniel investigação sobre o ativismo social e político em Israel a participação portuguesa pública na gestão da floresta pode ser muitos muitos assuntos arranjam sempre gente que consegue explicar isso bem vocês dão uma dicazinha porque não deve ser fácil às vezes cá está a falarem noutra linguagem com outros temas para as pessoas comuns sim sabes este este temos temos o maior dos orgulhos nesse nesse projeto começamos para por um ano e e de repente vamos vamos em 8 anos de programa e inesperadamente e e e e e e se assim pudermos continuaremos a ideia a ideia deste deste deste programa já já já tive de eu discutir inúmeras vezes em várias fal E H sempre queem F é só 1 minuto e meio nós é mesmo para ser só 1 minuto e meio isto veio de uma de uma grande frustração eu e o António Granada e outras pessoas discutíamos muitas vezes que há pouca ciência nos órgãos de comunicação social em Portugal na rádio temos um bocadinho nos jornais um bocadinho mais na televisão então praticamente Não temos nada é absolutamente desolador e chegou uma altura em que nos decidimos vamos deixar de nos queixar e vamos fazer alguma coisa sobre isto e daí nasceu a ideia de as próprias Universidades em parceria neste caso com a quant mas com com a rádio e estamos disponíveis para trabalhar com toda a gente e temos temos o meor gosto porque nós queremos é é é conseguir pôr mais ciência na conversa e a ideia foi um shot 1 minuto e meio que é quem só ouvir aquilo e perceber alguma coisa já chega quem quiser saber mais no nosso site pomos links coisas para mais conversas bibliografia nos Exatamente exatamente quem quiser aprofundar pode aprofundar quem ficar contente com aquele minuto e meio pelo menos alguma luz lá fica e a ideia Inicial era até mostrarmos a variedade de investigação e a qualidade da investigação que temos porque e e e no início as pessoas pensavam Ah vamos lá só fazer as ciências duras não não não fazemos todas das Human à Artes engenharias à biologia tudo e tudo e tudo é mesmo para ser o mais abrangente possível e e HS tantas acabou por por ser está a ser no fundo um retrato da ciência em Portugal dos cientistas que temos neste momento de acordo com a fundação Francisco mal Santos que tem aquele projeto incrível da pordata e por isso temos muitos números que eles cigem de de várias fontes de acordo com esses números existem cerca de 50.000 cientistas portugueses portanto a 1800 nos falta uns quantos até chegar a 50.000 e há sempre novos a chegar portanto não temos problema nenhum de chegar ao fundo do taxo acho que temos muito material quanto a dicas Sim claro os os cientistas obviamente não falam só de minuto e meio tem o Adriano Cerqueira cá tiveste que faz a conversa com ele nos primeiros tempos eu acompanhavam em todos as entrevistas e agora o Adriano falas sozinho e muito bem as conversas sempre um bocadinho mais longas é foram raríssimos aqueles que conseguiram resumir ir bem num minuto e meio é muito difícil muito difícil muito difícil pouco e dizer o que tem que ser dito e e para passar para quem se dirige o para público dirige o teu target Claro Porque é engraçado que a tua área tem a ver com para quem é que vamos falar se é para uma coisa é para crianças outra coisa é para jovens outra coisa para adultos a linguagem pode ser diferente para estes três pú tem mesmo de ser tem mesmo de ser pode e deve ser diferente mas sabes que uma das coisas que nós fos de de um outro programa que eu também fiz que que é explica-me como se tivesse 5 anos e fizemos inquéritos às às pessoas que nos que nos seguiam e que pisemos pois investigadores do técnico a falarem para crianças de 5 anos que foi um desafio incrível e depois tinham perguntas em direto e tudo das crianças e aquilo que que depois o retorno que os nossos ouvintes e os nossos seguidores nos diziam era quando explicam para crianças de 5 anos eu que sou adulto finalmente entendem que são temas complicadíssimas como física quântica física de partículas Inteligência Artificial que não é assim tão bracos negros matérias não coisas muito complicadas matemática enfim coisas muito sábados às 11 da manhã era era o programa mensal também a ver com o técnico não era este programa Multimédia muit além das 110 histórias 110 objetos falarmos nisso uma coisa fascinante que vocês também tivesse envolvido à noite dos investigadores e os dias abertos são coisas que sempre sempre sempre os meus filhos seguiam religiosamente eu mor ali em oiras mesmo atrás o Instituto CL de ciência e do itcb portanto iam sempre e adoravam isto suscitou mesmo por isso é que eu tenho dois filhos cientistas madin por causa disso porque suscita eles vontade eses pequeninos que iam ver o adan da banana e e aquelas coisas do o azut líquido a partir as rosas e ess genteo de coisas isso marca os Miúdos muito sim asas coisas nunca podiam parar a noites investigadora também muito giro era ali na faculdade de ciências É sim eu faço noites investigadora Aliás foi eu comecei a conhecer a a comunidade de de comunicação de ciência quando fizeram outos investigadores em 2009 em Portugal começou a ser feita no ano anterior e eu entrei em 2009 precisamente a fazer teatro com cientistas portanto foi poro que eu comecei com o igc com este Clube em criente de ciência e o itqb e e e e era o ibmc e o imm na altura e e e a ideia e a no doos investigadores é sempre a última sexta-feira de setembro fica fica à nota não se esqueçam de pôr na agenda eh que há temem várias cidades do país e aliás como é europeia há em várias cidades da Europa São eventos e e o dia aberto muitas das instituições têm Dias abertos que é um dia ao ano em que abrem portas e TM os cientistas diretamente os Miúdos e pel verem que tentarmos fazer coisas lá está como essas que falaste que são visualmente apelativas não é que que não nos saem da memória eu lembro-me uma vez que fizemos um um dos primeiros dia abertos do técnico tivemos uma maravilhosa investigadora grande grande grande professora Isabel Ribeiro do técnico que é especialista em robótica e e tem um sentido cênico absolutamente extraordinário e é uma parceira parceira indispensável estas coisas e o sentido cênico dela estava a falar de robôs e mostrou uns vídeos e tínhamos Os Robôs escondidos atrás de cortinas e de repente ela manda-se abrir as cortinas e os Miúdos que já estavam entusiasmadissima com a conversa toda dela e dos Robôs eh nos ecrãs quando abrem as as cortinas e veem que tinham uma data de robôs fisicamente lá e a mexerem interagirem com eles tu não pões na tua ideia os Miros levantaram saltaram das cadeiras e foram a correr quase queriam dar beijinhos aos robôs e queriam interagir com os robôs foi uma coisa absolutamente incrível incrível esta coisa também do Dio Fascínio pelas plantas uma coisa muito engraçada Tu fizeste uma série de anos 2012 a 2019 por exemplo sim sim isso não fui eu que inventei isso foi é é uma é uma iniciativa da the European Plant society organization ou seja aquilo que eles sentiram organizaram esse dia porque sentiram que as as ciências de plantas tinham pouco destaque que eh na sociedade em geral então decidiram Celebrar o dia do Fascino das plantas que se não me engano é dia 18 de Maio eh para tentar chamar a atenção da da da investigação que se faz em plantas e em Portugal o grande parceiro era o itqb fazse lá na altura eu estava no itqb faço lá investigação em plantas e eu empenhei imenso na divulgação eh desse dia do Fascino das plantas que é um nome bastante bastante invulgar tanto que HS tantas vieram-me dizer Joana vais ficar um bocadinho zangar com isto e o quê é que de repente um daqueles programas H cómicos que gozam um bocadinho com a realidade Este era do Miguel Guilherme já não me lembro qual é que me se chamava o programa gozaram com o nome do dia do Fascino das plantas e eu achei Mas isso é uma crua de Glória chegarmos ao mainstream de tal forma que brincam com o nome da fascina das plantas fazer uma piada porque de facto o nome é um bocadinho intrigante não é o é que é uma pessoa fascinada pelas plantas andá beijinhos alfaces nãoé abraçar à árvores exato faziam algumas piadas e eu bem eu fiquei tão contente eu pensei que bom quer dizer que estamos a comunicar tão bem ex exat mim falem de mim exatamente é melhor do que ignorarem claro que sim estamos a comunicar este dia passar seriedade e credibilidade não é incompatível com o humor de todo mas é muito importante isso sermos levados a sério é muito importante mas a linguagem do humor e e é importante para chegar também a mais gente sem dúvida Sem dúvida aliás Ah eu eu tambm precisas de humoristas na tua equipa e Joana Pensa bem nisso ah bem eu eu eu acho que acho que tu gostas tanto de clipes multidisciplinares gosto gosto gosto go gosto gosto muito muito e e acho absolutamente indispensável sabes H há uma uma das coisas que eu que eu sigo muito são são TED Talks e a Ted Talk mais vista de sempre é uma do TD Robinson que fala sobre se se as escolas andam a matar a criatividade e é absolutamente é uma é uma ver aquela tetol é uma masterc sobre como dar palestras científicas de forma cativante e emocionante e com muita graça porque ele faz a estrutura dele da tetol que é quas como se fosse um espetáculo de standup porque ele faz faz o setup e faz a punchline e depois a seguir a dizer a piada que as pessoas estão ali desmancham e tão descontraídas Pumba uma informação científica e depois de novo um setup e p Pumba informação científica e vai estruturando aquilo até chegar ao final e e eu acho que é impossível alguém não concordar com aquela com aquele com aquele com aquela linha de argumentação que faz que é que é muitíssimo muitíssimo interessante e eu acho que o humor bom tem tem de ser tem de ser depende do humor sabes que às vezes é muito perigoso eu lembro-me da primeira vez que dei uma uma uma palestra estava a falar sobre o meu projeto pós-doutoramento que era que era em em comunicação da ciência e chamei e queria lhe falar sobre estas coisas das técnicas do teatro e storytelling para para para comunicação científica e chamei-lhe are you talking to me que é como aquela frase do Taxi Driver não é e achei e achei que uma boa maneira de começar era era era era dizer uma piada de início e eu disse uma piada de início e ninguém se riu e eu pensei estou tramada correr muito mal mas depois percebi que eram pessoas que não tão habituadas a aquilo ser assim numa determinada estavam à espera de outra coisa não era contexto depois houve outra vez que eu fui dar uma uma palestra à universidade de Coimbra e chamei-lhe era também sobre estas coisas e chamei-lhe como dar uma palestra de Ciência sem adormecer a audiência e depois entre parenteses a não ser que queira mesmo e de repente começa a ir para Coimbra e c-me fixe e começo a pensar mas porque Raia que eu dei um título engraçadinho à minha palestra é que basta alguém bocejar durante a minha palestra e eu morri morri como é que eu vou explicar e portanto às vezes é preciso ter cuidado com a audiência não é porque se vamos dizer algumas piadas e as pessoas são tão Preparadas para ouvir piadas aquilo pode ser meio estranho não é é um problema não ver os jornalistas mais jornalistas especializados nisto na divulgação de gência é é e Mas como tu dizes tem que saber alguma coisa mas não tudo não sabem demasiado depois não fazem as perguntas boas é verdade é verdade não aliás ainda no outro dia dizia isso a a um a um colega que eu acho que uma pessoa é é melhor divulgador de ciência quando não sabe completamente tudo sobre aquela ciência não é por exemplo eu no técnico Eu sinto que é uma vantagem eu não ser engenheira porque eu eu eu eu há ali sempre coisas que há Pronto já eu já já começo a saber demasiadas coisas sobre algumas áreas mas há sobre outras que eu ainda não sei eu preciso mesmo que expliquem porque enquanto eu não perceber eu não vou conseguir explicar aquilo às pessoas e uma das coisas eu não só acho importante ha ver jornalistas que saibam de ciência para saberem que perguntas fazer porque senão estamos estamos sempre no no jornalismo muito fácil não é das perguntas só da cobertura só do chanti em vez deir ao ao ao cor do bolo camada mais profunda exatamente mas mais que nada voltando à àquilo que eu te dizia que eu achava muito importante a cultura científica nós precisamos muito que os editores e os diretores dos órgãos de comunicação social tenham cultura científica para perceberem os dados que nós temos dizem-nos que as pessoas querem informação de ciência mas que estão a ter informação sobre política e desporto precisa as pessoas querem ter mais informação científica e eu acho que os editores os diretores ainda não chegaram a esseos europeus que dizem isso não é que é H necessidade de ter H existe essa necessidade de de ser e depois e depois levamos com o p ciência que é um que é um cancro quer dizer que dá coisas como tu dizes é muito emocional é muito superficial não tem profundidade nenhuma e levamos com Fake News mas também não ajuda a ver como aconteceu na infodemia como tu dizes quando foi a pandemia é a ver esta informação cientistas encartados da Harvard a dizer que as vacinas estão a pôr Nan robôs dentro o nosso sangue do nosso corpo que foi uma coisa perfeitamente descalabro também também cientistas não é só o comentador e depois para os cientistas a falar de coisas que não tem nada a ver com a área deles e a s de confusão podia ser uma boa oportunidade que searam foi completamente de sucesso é infelizmente eu penso que não não a conseguimos aproveitar completamente bem mas teve a ver com com uma míngua muito grande os cientistas cientistas não não eram normalmente levados a a comentarem em realidade nunca noutra altura da nossa vida houve cientistas a comentar a realidade todos os dias em quase todos os órgãos de comunicação social como na pandemia não é E era uma oportunidade incrível o um problema que foi eh voltando à metáfora do futebol não é normalmente as pessoas estão habituadas a ouvir o resultado final 15 a 0 não é e aquilo que nós estávamos era Estávamos na preparação física dos jogadores para o jogo não é e portanto muitos dos dos cientistas diziam Não sei ainda não sabemos E H uma Grand coisa que eles dizem Ainda não sabemos é que é o ideal para ouvir tirasse humildade poder dizer isso ainda não se sabe sim mas mas para para a maior parte dos Jornalistas exist er um problema porque não virar a televisão não é notícia não é Ainda não sabemos não é notícia e portanto isso causou aqui um problema então Aqueles que conseguiam em vez de dizer Ainda não sabemos dizerem outra coisa qualquer e darem sua opinião em vez de darem factos isto levou-nos a ter de muitos de nós termos de andar a explicar aos pessoas a diferença entre facto E opinião são duas coisas muito diferentes não é e uma das coisas que tinham voz estavam sempre disponíveis e tinham voz não é claro ali dava pouca antena a outros que deviam estar se calhar no ar e mas que não tinham certezas todas clo Claro um um dos motivos pelos quais há uns quantos cientistas que aparecem na televisão é um motivo muito simples são aqueles que atendem o telefone porque muitos outros estão disponíveis não é chega uma altura chega uma altura em que são sempre os mesmos a comentar tudo são aqueles que não Ai sim eu vou eu vou eu vou não tenho medo nenhum do protagonismo mesmo que não saibam inventam qualquer nem sequer a área deles muitas vezes e que já comentam coisas fora da ciência e tudo que é muito mal Joan L anun do nosso tempo voou e já sabia e vou deixar aqui uma dica só para para quem quer querem saber um bocadinho mais sobre ti também já agora este livro da desassossego estas esta editora do grupo eh saída de emergência nesta colação Eu amo ciência tem este o fim do mundo em cuecas onde há uma série de de de cientistas e jornalistas que falam H investigadores muitos deles um deles é a Joana Lob anunes ela tem este este Capítulo aqui na página 105 o fim do mundo por causas naturais muito importante fala da constipação do Rin no vírus da dos negacionistas é é muito importante ler este ler este livro com a contribuição dela e de uma série de outros cientistas fica aqui esta diga um livro organizado pelo Hugo Van dering e com ilustrações dele Joana foi muito bom por teres passado aqui voltarás S estes congressos e estas comissões de de comunicação de ciência esta rede que tu fazes parte e que tu fundaste Isto é muito importante para nós e o país precisa disto bem ajas obrigada obrigado [Música]