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[Música] partimos agora para a análise com a ajuda de Joaquim Sandi Silva especialista em ecologia do fogo que se junta agora em direto por vídeochamada Boa noite e bem-vindo o geógrafo José Rios Fernandes afirmou esta semana que Portugal Tem excesso de floresta e árvores partilha desta opinião eu diria que se carar é mais as espécies erradas e Floresta errada não é porque neste momento enfim o Eucalipto é uma espécie importante do ponto de vista económico mas cerca de metade às estimativas nesse sentido cerca de metade do eucaliptal está está ao abandono e portanto H Nós deveríamos era ter uma floresta diferente mais gerida e se calhar apostar mais na floresta de conservação que é algo que não se fala praticamente no nosso país e porque é a floresta que proporciona uma série de serviços à à sociedade desde a regulação do do regime hídrico até à proteção dos solos até prot que estamos a falar estamos a falar essencialmente das Árvores nativas as árvores que sempre cá existiram e que estão de acordo com os nossos ecossistemas e que são aquelas que se dão bem nas nossas condições e que ainda por cima há alguns trabalhos científicos que demonstram que em certas circunstâncias são árvores que até conseguem eh parar o avanço do do incêndio não não quer dizer que consigam fazê-lo em todas as condições mas em condições digamos assim medianas têm grande vantagem relativamente ao Pinheiro e e ao eucali Mas porque é que não se avança com essa ção que acabou de apresentar a resposta é muito simples porque a maior parte da floresta do país é privada e porque são espécies que não dão dinheiro aos proprietários e portanto é só por isso e neste caso no no que toca à fiscalização também torna-se bastante difícil porque há terrenos que não são reclamados pela pelas pessoas e muitas das pessoas que T que detém estes terrenos também não têm propriamente fundos para mandar limpá-los precisamente Portanto o o problema da titularidade dos terrenos é um problema muito antigo em Portugal e da fragmentação dos terrenos também eh portanto há há neste momento uma iniciativa em curso que é o balcão único do prédio em que as pessoas podem fazer um registro provisório eh enfim um um uma delimitação aproximado dos seus terrenos de modo que pouco a pouco vamos conseguindo montar o o enorme Puzzle que é H as as muitas eh eh propriedades que nós temos no país eh e portanto é um trabalho uma corrida de fundo como se costuma diz dizer não é portanto começou há há pouco tempo e há muito caminho ainda a trilhar A esse respeito mas no que toca Joaquim eh em relação à limpeza dos terrenos O que é que está a faltar mais fiscalização mais prevenção O que é que está a falhar neste momento eu digo aquilo que sempre tenho dito a este respeito portanto é esta ideia de que nós vamos conseguir ter uma floresta chamemos-lhe limpa não é porque é um é um termo que só se utiliza em Portugal esta ideia de que a vegetação é sujidade é uma coisa muito Nossa muito cultural Nossa não é portanto a vegetação é vegetação tem o seu seu lugar sempre existiu tem o seu papel hh mas é uma é uma Utopia nós não conseguimos manter porque ainda por cima eh não é um trabalho que se Que permaneça no no no tempo é um trabalho que necessita constantemente ser renovado porque a vegetação está sempre a crescer ainda por cima num clima com uma grande produtividade quando comparamos com outros climas europeus em que a vegetação cresce muito depressa e portanto rapidamente esse esforço esse investimento é completamente anulado e portanto não não não vale a pena continuarmos a a pensar que vamos resolver o problema dos incêndios com base na limpeza das florestas Porque isso nunca vai acontecer portanto eh por exemplo mudar o tipo de Floresta que temos para outras árvores nativas seriam medidas de médio longo prazo para o imediato O que é que sugere ol no imediato o que é necessário é nós pens no que vai acontecer a seguir a a esta semana eh muito má que que passou não é com Com estes problemas todos que tivemos E então há há dois problemas que eu ont vejo a curto prazo um deles tem a ver com a a existência decorrências e de possíveis alimentos de terras em em áreas declivosas onde a severidade do fogo foi elevada e portanto potencialmente podendo causar problemas de Proteção Civil e um outro eh que é menos percetível pelo pelas pessoas é o avanço grande das espécies invasoras após estes incêndios porque estes incêndios estão a ocorrer imediatamente antes das chuvas ou seja as sementes libertadas por áquas por eucaliptos e por Acácias têm as condições ótimas para germinar e portanto nós já temos esse problema grande aliás esta imagem que estamos a ver é claramente de uma área invadida por eucalipto porque ninguém vai plantar Eucaliptos com esta densidade e esse problema vai continuar a a ocorrer e vai agravar-se nestas condições particulares em que estes incêndios eh ocorreram Joaquim éem jeito de balanço como é que olhou para esta semana Olha eu olhei na na perspectiva de quem acha que não aprendemos nada com o passado e e quem acha que eh não enfim não há coragem suficiente para mudar aquilo que precisa de ser mudado E ainda por ca quando ouvimos um primeiro-ministro a a a fazer declarações eh a apontar o possíveis incendiários e e interesses escondidos por trás dos incêndios Então acho acho que está tudo dito portanto não não não vale a pena dizer mais porque de facto andamos a passar ao lado do problema sem querer encarar aquilo que é oag da questão e portanto ISO encarar querer atacar a raiz do problema não Joaquim muito obrigada por esta análise no fala Portugal boa noite e até uma próxima boa noite muito obrigado boa noite h