🗣️ Transcrição automática de voz para texto.
quando nós falamos de da liberdade de informação eh nem sempre estamos a falar exatamente da mesma coisa e eu costumo comparar a forma como a constituição dos Estados Unidos e as e as constituições da maior parte dos países europeus sobretudo da Europa Continental tendem a tratar este assunto e que eu acho que é muito diferente portanto ou substancialmente diferente a nos Estados Unidos está sempre para falar da chamada primeira emenda portanto que é uma Emenda que é introduzida na Constituição logo na altura em que ela é redigida portanto logo ali no nascimento dos Estados Unidos e essa primeira emenda basicamente diz eu vou enfim não vou citar de cor mas vou citar o sentido diz basicamente assim o governo não poderá de forma alguma limitar a liberdade de expressão a liberdade de religião a liberdade de manifestação portanto repara estamos em 1775 portanto estamos há 250 anos Isto é um é algo que foi escrito há sensivelmente 250 anos portanto numa altura em que portanto não tinha havido Revolução Francesa não tinha havido nada dessas coisas portanto e tem muito a ver com o espírito original da da da Revolução Americana e com também aquela ide com algo que é genético na no espírito daquela nação que foi em boa parte ela nce porque são fugitivos das Guerras religiosas da Europa nós às vezes tendemos a esquecer isso e que encontram um espaço de liberdade não apenas física grandes espaços à sua à sua volta mas também do ponto de vista da daquilo que é a a sua relação isto nem sempre foi Pacífico como sabemos Há muitas outras questões que desde o princípio estiveram em causa e depois temos a maior parte das construções europeias e a nossa em concreto que dizem uma dizem isto de outra forma e dizem basicamente o seguinte ponto um é garantida à liberdade de informação ou a liberdade de expressão ponto dois o governo estabelecerá as as formas de regular e garantir a liberdade de expressão portanto no fundo o que o que é que diz enquanto num lado se diz o governo não pode fazer nada no outro diz que a o exercício da liberdade depende dos poderes públicos isto é uma grande diferença e é uma diferença que por exemplo permite que no na própria cultura das instituições haja comportamentos muito diferentes por exemplo nos Estados Unidos uma notícia errada publicada no jornal pode não dar origem a nenhuma condenação se se provar que foi foi publicada de boa fé há caso há um caso que chegou ao Supremo Tribunal de uma notícia do New York Times que estava errada que estava errada envolvia figuras públicas políticos eh mas demonstrou-se que eles tinham feito o esforço o jornalista tinha feito o esforço para chegar à verdade eh mas tinha mas no fim não tinha conseguido todos os elementos e a notícia estava enganada mas o Supremo Tribunal disse não houve má fé e portanto não há condenação Ora bem eu em Portugal fui protagonista de um caso não fui eu fui eu e outros jalas do público em que publicamos uma notícia verdadeira sobre dívidas do Sporting à Segurança Social e o tribunal em Portugal o Supremo Tribunal português condenou noos porque porque considerou que mesmo sendo verdadeira a notícia ela afetava o bom nome do Sporting mesmo sendo verdadeira mesmo sendo verdadeira provou-se que era verdadeira e anos depois eh eh eh depois Portugal foi condenado no tribunal europeu por por causa disso mesmo e foi obrigado a devolver o dinheiro que nós tínhamos pago de indemnização nós público tínhamos pago de indemnização e há mais casos parecidos com estes isto reflete culturas diferentes relativamente ao que é ou não é a liberdade de informação e ao papel que tem ou não t os radores públicos e daí eu acho que é necessário ir um boquinho ao princípio como é que surge a erc a erc eu diria que é uma daquelas falsas boas ideias portanto antes da erg O que é que existiu a seguir À Revolução começou por ver uma coisa que era o conselho de imprensa mas que era um órgão que enfim muito nascido dos próprios jornalistas portanto muito ligado ao sindicato e que portanto não tinha digamos assim muito futuro e portanto a certa altura é criada a auto autoridade para a comunicação social que sempre foi controversa mas que eu devo dizer que hoje é quase de boa memória comparando com a erc quase de boa memória a e a seguir ali na viragem para este miléo portanto e antes de Recordar foi Quando apareceram apareceu a internet A internet chegou a Portugal os primeiros órgãos da internet em Portugal são de 1995 ali por volta de 2000 2001 Há até a chamada bolha da internet multiplicam-se as publicações há as primeiras as tentativas de fazer publicações só online e há uma revisão constitucional ali no princípio portanto 2003 ou 2004 sve erro há uma revisão Constitucional a última revisão constitucional importante que tivemos e nessa revisão constitucional surge a ideia de criar um órgão regulador que associasse de alguma forma a eh digamos o novo espaço eh das telecomunica ações à comunicação social e portanto o que faria algum sentido e então vendo a 20 anos de distância faria todo o sentido porque muitas coisas passam-se fora dos órgãos de informação tradicionais mas não foi assim que os legisladores PS e PSD que é quem decide as revisões constitucionais determinaram e em vez de fazer de digamos termos aquilo que hoje temos que H um regador das telecomunicações chamado anacom que tem poder Tem dinheiro tem estruturas e depois eh portanto e que poderia naturalmente ter uma um um subdepartamento digamos assim que tratasse de alguns assuntos que eu já vou dizer quais é que poderiam ser eh relativos à comunicação social temos dois reguladores eh sendo que o da comunicação social como é também tradicional é sempre objeto de enorme eh luta política nós a atual eh entidade reguladora esteve muito tempo para ser nomeado porque PS e PSD não se entendiam ponto não é portanto é um é um é um Digamos que é um é quase tradicional mas é mas é um sinal é um sinal que estamos perante um órgão administrativo com um em que quatro dos seus membros são nomeados diretamente pela Assembleia da República pois escolhem 1 quinto e portanto isto acaba sempre por ser e é um órgão com muito poder efetivo é um óg com um poder efetivo mas que é um poder efetivo que em boa parte deriva de leis que são na minha perspectiva demasiado intrusivas e demasiado e abusivas mesmo eu vou dar um exemplo eu ontem tive a ver com enfim o o site não é muito amigável e não é muito fácil ver todas as deliberações da erc mas fazendo umas buscas consegue-se mais ou menos chegar lá e uma das coisas que eu nem sabia que er que fazia devo dizer é verif se as rádios só online portanto estamos a falar de rádios que só são transmitidas online cumprem ou não a lei da rádio que foi uma lei feita no tempo em que não havia online repara porque é que a atividade de rádio Onde nós estamos é diferente da atividade de publicação online quer dizer quando nós lançamos o há 10 anos não tivemos dizer nada a ninguém Hum temos fazer um registo olha vamos lançar Isto é assim eh os acionistas são estes o estatuto editorial é este o diretor é este Boa tarde muito obrigado mais nada quando lançamos a rádio há 5 anos foi uma atrapalhada enorme autorizações para aqui alterações para lá e passamos a vida nisto há uma parte isto que se justifica porquê porque estamos a emitir no espaço aciano e o espaço aciano é limitado portanto não pode não é o caos não é não pode transmitir toda a gente ao mesmo tempo ao contrário da internet onde pode ir tudo ao mesmo tempo no espaço erano não pode portanto quer dizer poderia ir mais se a tecnologia fosse diferente da que temos hoje e no futuro provavelmente vai ir mas neste momento não pode e portanto é houve há muitos anos 30 e tal anos um concurso para rádios frequências quem fica com esta quem fica com aquel legalização das então rádios piratas exatamente para acabar com as rádios piratas tu nem te lembras disso os mais velhos lembram-se isto há muito há muita gente já não nem tem ideia que que não era assim e portanto isso faz algum sentido e depois uma vez que estás a usar para todos os efeitos um espaço público que é o espaço artesiano tens algumas obrigações mínimas digamos assim de serviço público por exemplo sobre as canções que transmites Cota da cota de L língua portuguesa entre outras coisas podemos discutir se faz sentido se não faz sentido mas há uma lógica agora eu pergunto que Lógica tem isto na internet nenhuma zero na internet podes ter milhões de rádios podes ter uma só com a mália aliás Amália não é um bom exemplo podes ter uma só com chutes e pontapés ou o que tu quiseres ou ou ou uma só com a banda do teu bairro podes ter tudo o que te apetecer porque não há limite portanto porque é que eu eu estou a a aplicar uma lei que não foi feita para e para a internet Há internet portanto não não não tem a online não não não tem sentido no entanto é uma das coisas com quem er que se ocupa é uma das coisas com que com queer que se ocupa o que mostra que que ou ou ou tem tem um problema se calhar de ociosidade não tem coisas suficientes para fazer admito eu repara aquilo gasta uns milhões de Euros por ano não são muitos milhões de euros gasta uns milhões de Euros por ano e penso que o grosso desses milhões de euros vem dos órgãos de comunicação social que como sab estão andar em dinheiro portanto são é a crise não é é crise dos me de comunicação social crise do me de comunicação social portanto Isto é apenas um exemplo eh de algumas destas coisas Em contrapartida a erc naturalmente que tem imensas dificuldades Até porque não tem capacidade para isso nem nem a própria lei prevê que a regule as redes sociais e nós hoje temos uma coisa que eu acho que temos que ter todos consciência disso A começar por nós jornalistas que é o nosso papel na sociedade a nos a nossa nosso papel social mudou mudou portanto eh eu ainda sou do tempo em que para saber as notícias enfim eu vou dizer uma coisa mesmo muito antiga mesmo muito antiga portanto eu sou de um tempo em que saíam um jornal de manhã um jornal à tarde e havia um noticiário da televisão à noite portanto não era isto 24 horas por dia e recordo-me de ser miúdo portanto década de 1960 e os meus pais saírem de casa para irmos até ao rciu em Lisboa onde havia uma loja do diá notícias e por cima da loja do diá notícias havia uma fita de luzes elétricas onde passavam as últimas notícias e quando havia assim uma coisa mais eles iam lá ver as últimas notícias mas repara há aqui além da intermediação da fita de luzes tudo isto é feito por jornalistas ou era feito por jornalistas portanto nós trazíamos levávamos e trazíamos as notícias portanto fazíamos esse trabalho hoje todos sabemos que e boa parte desse trabalho de dar a notícia foi desaparecendo no sentido mais literal do termo portanto a há os diretos onde apesar de tudo ainda há jornalistas mas depois há tudo o resto que circula de todas as as formas possíveis e imaginárias não é só através do Instagram do tiktok do Facebook é é do WhatsApp é de é é dos mails em que as coisas circulam as informações passam de um lado para o outro eh sem Nossa intermediação e nós há duas coisas que eu acho que temos que perceber aqui a primeira é e é uma coisa que portanto é como é que vivemos num mundo em que muitas vezes as eh digamos o nosso público sabe a notícia ao mesmo tempo que nós Ou até antes de nós Portanto o nosso papel designadamente o papel de levar e trazer informação passou mais a ser um papel de interpretar explicar enquadrar essa informação que era antes uma coisa muito M enfim nós pegamos no jornal antigo e não é isso que lá vem ou raramente lá vem não é eu gosto sempre de citar a primeira notícia do primeiro dia notícias não sei se sabes de qu Qual é que é o estado de saúde suas majestades suas importâncias mas estados estão bem nos seus importantes estados de saúde exatamente portanto era primeira notícia do primeiro dia a notícias há 150 anos um boquinho mais eh e portanto e isso este mundo é diferente portanto primeiro é saber como como é que adaptamos o nosso trabalho a este mundo diferente sendo que como é óbvio interpretar e enquadrar é e já vamos a isso melhor ainda mais subjetivo do que apenas transmitir informação como é óbvio não é apesar da própria transmissão de informação ter uma carga subjetiva quer dizer aquilo que eu escolho se eu estou a ouvir um primeiro ministro a falar a um líder da oposição ele fala 5 minutos e eu eu seleciono 15 segundos há uma carga subjetiva na escolha desses 15 segundos portanto não não amos ilusões bem esse é o primeiro ponto o segundo ponto é e é mais difícil é aquilo que eu acho que muitas vezes não lidamos bem com ele é porque é que nós perdemos esta centralidade Isto é até que ponto é que houve uma parte do nosso público que deixou os órgãos de informação tradicionais que estão a perder a audiência em todo lado em todo o mundo quer dizer no mundo desenvolvido e não é apenas os jornais são os jornais são as televisões as televisões então é dramático neste momento em todo lado eh e os outros órganos são tradicionais e as pessoas estão a ir buscar a sua informação a outros lados e h mesmo portanto porque é que isto está a acontecer Qual é o nosso grau de responsabilidade redes sociais sobretudo é rede tudo de redes sociais mas repara as nós quando falamos de redes sociais tendemos muito a falar daquelas redes sociais e de partilha de partilha direta não é nós pomos lá uma um post e fica toda a gente a ver portanto estamos a falar do Instagram do Facebook do Twitter mas e hoje em dia eu diria que uma das principais redes sociais para circulação de informação é o WhatsApp onde só no só no nos nos que é muito mais fechada nós temos muito menos visibilidade sobre o o que é que se lá o que é que se lá está a passar não é portanto muito menos visibilidade portanto há aqui eh e um mundo quer dizer e eu depois há redes sociais que nem saberem como funcionam como por exemplo o telegram que é mais parecido com o WhatsApp do que com do com as outras é cada vez mais está cada vez mais parecido mas está cada vez mais parecido mas que não não não não ten quer dizer descarrega a aplicação Mas não uso e e portanto não sei não não sei avaliar portanto is isto e isto faz com que portanto em parte isto aconteceu penso eu porque houve por razões diversas uma uma uma separação quase que às vezes uma dissonância entre aquilo que são as preocupações e dos órgãos de informação tradicionais e aquilo que são as preocupações de boa parte da sua audiência os e isto está mais ou menos estudado conforme os países mas e a primeira vez que eu vi uma referência a isso devo dizer devo dizer-te foi uma referência muito curiosa num pequeninho livro que eu li há muitos anos de Um Jornalista do Lemon diplomatic que é um dos jornais mais de esquerda da Europa chamado Sérgio alimi o jornalista chama-se os novos cães de guarda e ele dizia lá uma coisa que eu achei muito curiosa e nunca mais me esqueci Portanto ele dizia isto a perspectiva de alguém que era muito à esquerda mas eu acho que isso é válido para todos os aspectos políticos ele dizia assim uma uma das coisas que se nota ele falava da empresa francesa mas eu acho que isto é universal uma das coisas que se nota é que há problemas que deixaram de surgir na imprensa Porque nós deixamos de andar nos mesmos transportes públicos dos trabalhadores e das pessoas comuns eu nunca mais me esqueci disso devo dizer-te e acho que é pensava que isso era atribuído ao monte alban essa frase não depois houve mais gente que fez fo isto depois foi quer dizer provavelmente também ao montalban eu acho que isto é muito verdade Isto é muito verdade eh a sociedade ficou em alguns aspectos mais fragmentada quer dizer e nós de uma forma ou outra e depois naturalmente potenciado pelas redes sociais fomos nós próprios quer dizer se nós falamos de outras bolhas e bolhas de desinformação nós próprios também vivemos numa numa outra bolha numa bolha em que é e dos Jornalistas muitas vezes das elites dos políticos eu ontem à noite estava a interrogar-me mas quantos portugueses neste momento estão realmente preocupados a saber quem é que enviou a carta a quem por causa diste do orçamento Quem enviou primeiro Quem enviou depois eh Será que a reunião é secreta não é secreta Quantos estão ocupados com isto quer dizer quantos não estão preocupados com outros com com de facto com outros temas e sabemos também porque M agora acabamos de viver a semana passada uma uma uma situação dessas que só vamos ao interior quando há incêndios quer dizer alguns de nós não é o meu caso devo dizer porque eu sou lisboeta lisboeta mesmo mas alguns de nós têm raízes no interior Portanto tem a chamada terra não é como a gente às vezes dis portanto vão lá de vez em quando cada vez menos porque vai ficando mais distante do tempo em C a migração para as grandes cidades e ainda tem uma ideia mas é uma ideia um bocadinho também falsificada porque é a ideia de uma visita breve em que muitas vezes preocupação é outra portanto eu acho que isto a primeira vez que houve um choque provocado por esta dissonância foi claramente a eleição americana de 2016 portanto a vitória de trump a Vitória trump que ninguém viu ver ninguém viu aparecer porque de facto eram mundos diferentes os as pessoas que votavam que votaram em trump e que ainda hoje votam em trump não muitos deles não coincidem praticamente com o mundo do Jornalismo e portanto não se são mundos invisíveis não se vem um ao outro e não se entendem um ao outro Isto foi foi naturalmente acentuado pelas redes sociais porquê porque eh tu aprendeste nas escolas e eu também que um dos princípio do jornalismo é o princípio da proximidade portanto nós estamos e o público tem mais interesse por aquilo que lhe é próximo habitualmente nós associamos isso à vizinhança quer dizer Nós ligamos mais à seleção portuguesa do que à seleção espanhola ou aos jadores portugueses jadores de outros países ou Se quisermos às notícias da minha da minha Aldeia ou da minha cidade do que H notícias de outros sítios e portanto quando nós nós temos que nos preocupar com essas preocupações das pitar perto delas Ora bem as redes sociais criaram uma realidade que é em que é o princípio da proximidade de alguma forma é o outro é uma proximidade de interesses eu posso estar ser um fanático de borboletas cor de laranja e não sou não sei nunca nunca testei Mas provavelmente se procurar bem enquanto grupos no Facebook ou no Twitter ou outro sítio de outros fanáticos Não Faz Mal nenhum preocupar-me com borboletas laranja mas se eu de repente começar a ti ideias estranhas eu posso de repente ficar fechado em em grupos que só partilham notícias que só partilham informação dessas coisas estranhas dessas coisas um pouco alías digamos assim e perco contacto com a realidade eh E isso tem várias consequências uma das consequências é que por exemplo a democracia mesmo antes de haver populistas a democracia tem um problema de funcionamento repara nós costumamos associar a democracia à Grécia Antiga e na Grécia antiga enfim não era democracia como nós havemos hoje não votava toda a gente não Deia toda a a gente mas havia uma coisa queem que toda a gente que que que fazia parte do processo de decisão que era os cidadãos reuniam-se na água portanto num espaço público e nesse espaço público discutiam partilhavam todos a mesma informação uhum e decidiam com base nessa informação comum com base na informação comum Ora se hoje deixarmos de ter uma informação comum deixamos de ter um terreno comum e em em relação ao qual nós possamos tomar as decisões e isto acontece está a acontecer portanto nós muitas vezes culpamos Apenas os populismos e os líderes populistas de degradação do sistema democrático mas há algo que está por trás disso algo que começou antes disso que é de haver muitos grupos de pessoas que não discutem as mesmas coisas portanto passaram a discutir coisas diferentes não tem não partilham o mesmo tipo de informação e e isto não se resolve eh da forma como muitas vezes as elites acham que se vai resolver que é e obrigando todos a a a a por assim dizer conhecer a mesma verdade até porque aqui coloca-se uma outra questão e isso tem a ver com os princípios velhos da da da da eh da Liberdade que é o que é verdade a responder o que é que é verdade portanto eh até porque nós estamos a falar muitas vezes de verdades e voltando à aquele tema da da da da da objetividade eh a forma como eu eu lembro de uma coisa Olha foi é uma história enfim é um dos protagonistas destas destes temas da eh da da entidade reguladora que é que é o José Rodrigues dos Santos ele uma vez ele contava penso que conta no na tese autamente dele ele conta uma experiência que uma vez teve em no Iraque eu penso que foi ou no Iraque ou no kuait Portanto ele foi lá guer guer na guerra na guerra era um perío em que não havia guerra e eh ele tava de ele trabalhava para RTP uma televisão a televisão precisa de imagens e o exército dos Estados Unidos e como é tradicional isto acontece em todo lado com todos os exércitos organizou uma ida de jornalistas a um exercício militar ou uma coisa que era uma simulação desse géo não era bem um exercício mas era uma simulação E então eh ele chegou lá E verificou que aquilo era uma era o que era portanto um grupo de jornalistas no meio do deserto com os tanques ao fundo andarem de um lado para o outro para a fotografia fez o seu Vivo não é como na televisão você se faz não é fez o seu Vivo e quando regressou e digamos ao hotel onde ia montar a peça queria explicar que de facto não estava a acontecer nada o que estava a acontecer era uma encenação problema o operador de câmara que tinha levado só tinha imagens da encenação e portanto ele nem sequer conseguiu noticiar isto nem se quer dizer nem sequer Conseguiu dar conta de que quer dizer aquilo que parecia uma guerra era isso mesmo era apenas parecer uma guerra que ainda não era ISO ainda foi num período em que depois aquilo acalmou e não penso eu e não não houve guerra logo houve só uns anos depois portanto mas isto está uma ideia de como aquilo que nós dizemos assim eu vi eu vi eu vi na televisão não é é uma coisa que todos nós dizemos eu vi na televisão às vezes não é exatamente assim como agora dizemos se calhar com mais frequência está na internet está na internet ou ou está no Face ou está no face como está no Face vi no Face pronto que é uma uma expressão muito comum portanto eh isso tudo tudo isso cria problemas e depois ainda há outra questão e é a questão onde muitas vezes entra a nossa entidade reguladora e o noss a nossa erc e este comunicado mais recente e a ideia de que e pronto temos que ser objetivos objetividade o que é que é objetividade naquele caso concreto na do incêndio onde há imensa emoção no ar digamos assim e onde essa emoção em si porque é uma emoção de aflição de aflições e vamos discutir é ou não é notícia É Notícia ou dar a notícia exploração de sentimentos Isto é um terreno que dava para a gente estarmos aqui a falar sei lá até quando não é portanto é muito é sempre uma avaliação repito subjetiva complexa que obriga a que nós tenhamos um sentido de responsabilidade nós jornalistas mas que não pode ser determinada e de longe e depois há outra coisa que é o que é verdade o que é que se pode ou não pode noticiar e aí entra muito as redes sociais estas discussões que está a haver agora portanto uma coisa é eu achar que portanto há sempre aquela definição complexa do que é ou não é discurso de ódio e por aí diante sabes não vamos entrar por aí mas eh nós já sabemos que houve alturas em que por pressão governamental ou por pressão pública algumas redes sociais estou a falar das maiores delas Twitter Facebook eh passaram a no seu algoritmo bloquear ou nalguns casos mesmo proibir certo tipo de posts e nós hoje verificamos que aquilo que era a verdade que levou a essa decisão no mínimo era discutível estou a falar de não se poder contestar por exemplo as políticas de lockdown durante o período do covid este período é um período muito muito interessante e vai precisar de muito estudo porquê porque é um caso é um daqueles casos quase del livro daquilo que é uma infelizmente para nós todos uma das formas que o mundo evoluiu é o medo para muitos regimes funcionaram por medo muitos se sobraram ou triunfaram por medo e ali nós tivemos uma coisa que já não sentíamos quase toda a humanidade ao mesmo tempo que foi medo e no medo houve muita coisa que foi feita que foi claramente um abuso e eu desse ponto de vista acho que quando as as essas entidades reguladoras procuram interferir e às vezes não são só entidades reguladoras são entidades judiciais são entidades judiciais procuram interferir para determinar aquilo que é ou não é correto dizer eu por exemplo Acho super incorreto combater as vacinas super incorreto combater as vacinas mas mas não acho incorreto que se debata se as vacinas mrna tem ou não consequências eu sei que há muitas teorias da conspiração mas é por causa delas eu não posso pensar que é omitindo o problema que resolve o problema portanto isso é que ess esse debate anda por aí quase só nas redes sociais nós jornalistas não lhe temos dado a atenção suficiente portanto e eu e e quando não fazer quando fazemos isso quando achamos que pela nossa omissão que alguma que de alguma forma no limite poderá ser uma forma de censura resolvemos o problema Apenas o agrav e isto não é também mais vez resolvido por entidades reguladoras portanto se eu posso deixar uma sugestão eu acho que há algumas competências da erc que não deviam desaparecer há uma que eu gosto muito nem sempre é bem exercida que é o a a transparência portanto Quem são os acionistas dos órgãos de comunicação social Quais são os resultados das empresas comunicação social a ver um sítio onde eu vou lá e tá lá tudo acho isso muito bem mas para isso não preciso gastar 6 milhões de euros num or ou sete ou oito nem sei quanto é que é neste momento num organismo com aquelas características e isso pode estar na anacom e anacom entretanto ocupar-se também de questões que têm a ver com as redes sociais como acontece noutros países portanto há um caminho que pode ser feito Eu não creio não não tenho nenhuma esperança que vai acontecer alguma coisa isto implica revisões constitucionais e as revisões constitucionais penso que durante muito tempo não vão acontecer em Portugal portanto eh eu diria que se calhar O melhor é rever a lei da erc e emagreca um bocadinho ela tem o último relatório que vi eu não consegui encontrar Como disse o seit não é nada amigável não consegui encontrar o relatório mais recente só o último relatório que encontrei Salv herreira 2021 tinha 87 funcionários eh na altura que à às vezes Inter O que é que eles andam a fazer portanto eh e procurar que aquilo que é um espaço de liberdade estejamos mais próximos se quiseres do modelo americano Eh que que eu continuo a preferir a um modelo em que se acha que o governo tem o governo ou o estado neste caso é é o estado é uma entidade administrativa tem sempre que ter alguma tutela sobre aquilo que andamos a dizer ou Não andamos a dizer sejamos nós jornalistas ou simples cidadãos