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eu creio que esta questão não é uma questão menor Porque apesar de a constituição portuguesa não conferiu ao presidente da república muitos poderes e por ventura menos poderes do que às vezes se imagina e até porque houve em 1982 portanto há 40 anos uma revisão constitucional que retirou alguns poderes ao presidente da república por exemplo o poder de e na altura por exemplo o governo dependia e da confiança da Assembleia e da confiança do presidente deixou de depender da confiança do presidente Portanto o presidente no fundo não pode demitir um governo e aquilo que nós tivemos no princípio da nossa democracia que foi os chamados governos de iniciativa presidencial tivemos três um que não passou na assembleia na obra da Costa um que teve lá em algum tempo com mota pinto e finalmente um que foi muito controverso que foi o Maria e Maria de L pinta silo nunca mais repetiu Nunca mais houve nada de parecido A partir dessa revisão de 1982 e às vezes eh quer dizer nós temos de alguma forma uma contradição no nosso sistema dizia-se que ao princípio tínhamos um sistema que era semipresidencialista no de alguma forma parecido com o sistema francês mas na prática nós sabemos que o sistema francês tem de facto o presidente no centro ainda hora estamos a assistir a isso não é o presidente está em guerra digamos assim com a Assembleia não di que esteja em guerra mas está em intenção com a Assembleia com os resultados eleitorais e foi é ele que escolhe mesmo o primeiro ministro não é indicado pelo partido mais votado ou uma coisa assim desse géo portanto E acabamos por ter um sistema que tem um algo que às vezes pode parecer problemático mas para o qual eu creio que encontramos algum equilíbrio e que é termos um presidente da república com poderes relativamente limitados no no sentido neste sentido quer dizer no que diz respeito à ação política dos governos à direção política do país e dos assuntos de estado não tem Assim muitos poderes e diretos poder de influência e tem seguramente pode ter poder de veto e exerceo com frequência mas é um É é quase que um poder à posterior E no entanto é o único a titular de um cargo político que é eleito diretamente Porque mesmo os presidentes de câmara são eleitos numa lista uhum quer dizer nós sabemos que o presidente de câmara é o cabeça de lista da lista mais votada mas for substituído a meio do mandato não há problema vai o segundo e e aqui não acontece isso Se o presidente desaparecer Tem que haver nova eleição portanto é nem o primeiro-ministro é eleito diretamente ao contrário C contrário do que parece ao contrário do que parece primeir Ministro não é eleito diretamente Como de resto já aconteceu já aconteceu o partido mais votado não conseguir que o seu Líder fosse primeiro-ministro portanto eh e tivemos situações também em que houve mudanças de primeiro ministro a meio do do mandato a meio do mandato Portanto o que temos é uma situação de facto eh em que é uma grande de projeção até de expectativa do eleitorado e da dos eleitores e do Povo no fundo na figura do presidente e o presidente exerce o seu o seu mandato de uma forma que se nós olharmos bem para os cinco presidentes que já tivemos não não podemos dizer que todos eles o tenham feito da mesma forma e até com passado o tempo já houve enfim muita literatura cons literatura de constitucionalistas esta matéria sobre o que deve ser ou não deve ser aquilo que às vezes se chama magistratura de influência E por aí diante portanto agora há uma coisa sobre a qual não há muitas dúvidas não é nós tivemos cinco presidentes da da República que exet num caso em que houve uma segunda volta eh portanto nas eleições todas tiveram maiorias log francas sobretudo nas suas reeleições sem sem grande eh contra Estação portanto muito digamos muito consensuais eh e que eram figuras todas elas e com peso com muito peso em em Portugal eh por razões diferentes e recapitulando rapidamente porque nem todos os que nos estão a ouvir tem memória deste tempo todo o primeiro presidente da república foi António ramal Anes que chegou à presidência muito novo mais novo todos 41 anos não era era muito novo era muito novo aliás basta notar que nós tivemos cinco presidentes e e os dois que vieram a seguir a ele infelizmente já morreram ambos um deles aliás fof faz faria este ano 100 anos estou a falar de Mário Soares que faria em dezembro dest ano 100 anos portanto eh e ele continua aí enfim não é uma pessoa nova mas continua aí de vez em quando tem intervenções públicas ramalhos ramal anos Portanto ele era um militar e na naquele momento naquela circunstância estávamos a sair da revolução Estávamos num período de transição do Poder dos militares para os civis ser um militar era de alguma forma a garantia de que essa transição se Faria Sem mais sobressaltos até porque ele era um militar que se tinha destacado sobretudo pelo papel que teve no 25 de novembro e eh o 25 de Novembro pôs termo ao período mais conturbado da da da revolução às tentativas de criar aqui um regime não democrático é preciso ser claro sobre isso e portanto ele foi eh sofrada isso foi sofrego por um por uma maioria muito expressiva Portanto ele foi apoiado na altura por muitos partidos e e exerceu o seu primeiro mandato de forma que gradualmente se foi tornando mais controversa e mas seja lá mas mesmo assim foi reeleito contra outro militar portanto suar Carneiro que era um candidato de Sá Carneiro digamos s carneiro morreu praticamente na vésper da da eleição eh foi reeleito e neste processo eh no final dele em boa parte contra a vontade de ramalan é preciso também ser claro houve uma transição de de de uma democracia que estava incompleta em 1976 havia uma parte da tutela militar que se Manteve enquanto houve concelho da revolução e depois com a revisão constitucional de 1982 83 não só acabou o concelho da revolução como a boleia digamos assim de algumas das controvérsias relacionadas com a forma de atuar de de de ramales tivemos tivemos uma redução dos poderes do presidente para isso convergiram e dois políticos que são determinantes nesta nesta revisão constitucional que tiveram ambos relações tensas com ramal Anes falo Mário Soares Mário Soares recordemos em na na na reeleição de Ramalho Anes não acompanhou o seu partido autosuspend de secretário-geral uma coisa única na história da nossa democracia mas maor parte das pessoas já nem se recorda disto portanto foi aí de resto começou a sua atenção com o chamado e secretariado e depois ex secretariado autosuspend e diz que terá votado em hotel sva de Carvalho Não não sei se isto está confirmado não eh se el alguma vez assumiu esse esse voto mas não votou em eh disse que não era capaz de acompanhar eh o apoio do seu partido a ramal Anes e depois tivemos o outro o primeiro-ministro da altura Francisco Pinto Paulão portanto que ainda aí está portanto é o fundador do presso por aí diante etc etc etc e que chegou ao ponto de levar gravadores para as reuniões como com ramar anos por causa da tensão que existia entre os dois portanto é um tempo eh é um tempo diferente digamos assim às vezes nós hoje em dia falamos muito ai Montenegro está zangado com Marcelo ai Não Contam tudo um ao outro bem quando voltamos a esses tempos as coisas eram um pouco diferentes pronto mas apesar de tudo é um é e o balanço é com ramal Anes houve a transição de um regime que tinha uma tutela militar para um regime civilista e para uma democracia completa e isso para todos os efeitos é é algo que fica e ela era uma figura muito incontornável entre as forças Armadas e na garantia que as forças armadas não tinham sobressaltos e depois tivemos quatro figuras que de uma forma ou outra e tem enorme peso na sociedade portuguesa portanto Mário Soares Mário Soares é figura determinante digamos é uma figura determinante para não dizer mesmo a mais determinante no período de transição para a democracia eh ele é eleito por dois mandatos no primeiro mandato há uma portanto é uma eleição muito mais renhida de sempre com uma necessidade de segunda volta nunca tivemos uma segunda volta e há muita diferença na forma como ele exerceu o primeiro e o segundo mandado muita dif quem cresceu nos anos 80 lembra-se bem dessa dessa eleição de 86 86 86 eu fiz a campanha eleitoral ali na rua Andi na estrada como se costuma a dizer nunca mais tivemos nada de parecido com isto e creio que nunca mais vamos voltar a ter quando nós falamos ação po doal mas faz contrafeitas doal até as crianças levavam autocolantes no no peito tudo tudo tudo e quer dizer nós entr eh hoje em dia uma nas escolas era por todo lado não é portanto todo lado Sim era um tempo de em que se via a política de uma forma como os no se vive Apesar de nós às vezes andarmos muito excitados anda quer dizer o povo todo viia a política se calhar com a bolha que a nossa bolha vive eh Mário Soares procurou criar a imagem da tal magistratura de influência mas eh isso eu diria que isso ficou um bocadinho influenciado pela diferença entre o se o primeo e o seu segundo mandato o primeiro mandato é um mandato em que ele se procura ser o o presidente de todos os portugueses reparemos que ele é eleito numa eleição 50 praticamente 50 50 enfim um bocadinho mais não é porque ele foi eleito eh fala-se muito que era a diferença de um estado da luz é um bocadinho mais e foi um bocadinho maior que a diferença de estado da luz mas pouco mais e portanto temos um período de reconciliação ao ponto de eh eh PSD o apoiar na sua reeleição e depois temos um um segundo mandato de muita tensão com o primeiro-ministro da altura cavac Silva e de e até com lideranças do partido socialista com ele organizar congressos da oposição alternativos aos congressos do partido socialista portanto a coisa foi portanto a intervenção dele era muito muito presente digamos assim a seguir veio um presidente que de Tod que eu diria que de de todos os tivemos talvez tivesse sido menos marcante não fosse um acontecimento preciso falo do Jorge Sampaio mas Jorge Sampaio era também alguém que tinha um currículo antigo portanto tinha um currículo de alguém que tinha começado na política eh como presidente da Assembleia enfim dos Estudantes de Lisboa numa crise académica tinha estado ligado a vários momentos da da oposição tinha entrado no partido socialista enfim ele não é um fundador do partido socialista vem da esquerda do movimentos à esquerda do partido socialista mas depois entra acaba-se por tornar secretário-geral é presidente da Câmara de Lisboa durante e enfim mais que um mandato ele não completa o segundo mandato e portanto era uma figura política muito relevante no no país eh o seu mandato tem características diferentes mais eu diria mais cerebrais do que o Mandato menos emocionais do que o Mandato de Mário Soares e um momento crítico é eh 2004 uhum quando primeiro não faz a vontade ao partido socialista que era o seu partido e não de sol a Assembleia no momento em em que Drão Barroso parte para para Bruxelas como presidente da Comissão europeia e é substituído por Santana Lopes e 6 meses depois ou enfim mais ou menos 6 meses depois acaba por só ver o Parlamento em conflito com com com o Santan Lopes e essas duas decisões tornam-no eh ele acaba por ser contestado pelos dois lados ainda hoje o seu a sua memória marcada por isso a seguir vem o político com mais sucesso na democracia portuguesa portanto estamos a falar do único político que teve quatro maiorias absolutas duas como primeiro-ministro e duas com presidente da república porque aí é preciso maioria absoluta para ser eleito constituição oblig conção oblig Cavaco Silva e mesmo Cavaco Silva eh Cavaco Silva relaciona-se com dois primeiros-ministros eh três no no final porque acho que a a ainda apanha António Costa relaciona-se com três primeiros-ministros mas a sua relação mais próxima é com dois primeiros-ministros primeiro a José Sócrates onde a relação muda com o tempo e torna-se muito tensa no fim muitíssimo tensa no fim e com Pedro passos Coelho onde tem também momentos de grande tensão apesar de serem ambos do mesmo Partido designadamente Em questões que têm a ver com o tribunal constitucional e com e com essa matéria e no fim eh com António Costa ele procura evitar as ving conça mas com o presidente não tem muit poderes para isso não evita mas obriga uma coisa que eu acho que António Costa lhe ficou acabou por lhe ficar muito agradecido que é coros escritos portanto e é é evente é é é dos políticos da Democracia daqueles tudo no papel como antigamente daqueles Exatamente exatamente E agora temos Marcel Reel de Sousa Marcelo Rebel de Sousa era uma figura pública digamos assim durante todo o período da da da Democracia eh ele é ele é ele ele é logo Deputado constituinte não é portanto é um Jornalista muito conhecido vem de uma família de políticos o pai era Ministro tinha sido governador de Moçambique portanto era uma pessoa do do do do regime anterior eh ele tem uma uma carreira política muito muito distante disso tem uma candidatura à Câmara de Lisboa fracassada contra Jorge sanai estamos a falar de duas figuras muito relevantes 1989 tem algum bastante protagonismo ele depois é líder do PSD a a seguir à derrota do PSD em 1995 não chega a ir a eleições porque há ali uma uma coisa que corre mal enfim há muita coisa que se possa dizer ainda sobre isso corre mal junt com com Paulo Portas mas nunca deixou de estar presente no espaço público como comentador mesmo e ao mesmo tempo é um professor universitário um académico alguém que fim muito apreciado pelos seus alunos com muita relevância dentro da Faculdade de Direito de Lisboa portanto tem este percurso todo e como comentador desculpa prendes está na televisão todas as semanas o que lhe dá muita projeção examente Ele não esteve assim desde o princípio não começou nas televisões começou nos jornais depois na rádio e por fim nas televisões e nas televisões torna Nunca mais houve um comentador que tivesse A projeção dele o que aliás criou uma um uma originalidade portuguesa que agora parece que as televisões and não à procura de outro Marcelo no sentido de ter alg que só que não é fácil não é não há não há dois Marcelos no mundo diria arriscaria mesmo no mundo Portanto ele e nunca nunca eu não sei se ele próprio tinha tudo feito na sua cabeça para ser presidente da república durante todo este período são muitos anos em que ele é em que ele é comentador repara ele é eleito presidente da república em 2016 e tem um um problema com o primeiro-ministro do partido dele Santana Lopes em 2004 e já já na altura era comentador há muito tempo e vai trocando televisões e vai enfim muitas muitas questões portanto é uma figura pública indiscutível e alguém mas é alguém que que talvez ao contrário que cria um estilo de Presidência muito diferente das presidências anteriores mesmo da presidência de Mário Soares que era que era um político com grande facilidade no contacto pessoal e nas ruas e falar com as pessoas mesmo relativamente a Mário Soares ele cria um estilo de Presidência muitíssimo diferente eu acho que esse é um dos problemas que vamos ter para o futuro é a presidência Marcel R de Sousa e quia um estilo de Presidência diferente não e digamos pelo os atos substantivos da sua presidência podemos discutir alguns mais ou menos isto é ele não votou menos leis do que os presidentes anteriores ele talvez tenha usado menos o tribunal constitucional que alguns presidentes anteriores até porque próprio é constitucionalista eh ele aprovou leis controversas contra digamos o seu a opinião da maioria do seu eleitorado alum uma parte do seu eleitorado mas os pres presentes anteriores também já tinham feito isso Mário Soares fez isso Jorge sampai fez isso e CAV fez isso portanto não é por aí o que é diferente na em Marcel Reel de Sousa e e isso é radicalmente diferente é o uso da palavra portanto diferente poderás também acrescentar e único não sei até que ponto é que é único porque não sei o que é que vem a seguir para já é único para já é único uma das coisas que era uma espécie de forma particular de os presidentes usarem os os seus poderes constitucionais erem era usarem de forma parcimoniosa digamos assim o poder da palavra portanto fazerem discurso em alturas determinadas que já se sabe que existem um conjunto de discursos importantes e fazerem intervenções eh cirúrgicas E cada vez que o faziam eh isso eh é digamos podia abalar houve um caso mesmo hou em que um discurso mexia não é mexia houve houve um caso mesmo em que há um discurso do presidente que provoca a queda de um governo sem indiscutivelmente estou a falar do discurso o 25 de Abril um discurso 25 de ramal Anes que a seguir Mário Soares demite-se Porque sendo enfim sendo que perdeu a convencia do presidente na altura a constituição também tinha outros dava aos pres presentes outros poderes era tal consam pré 82 pré 82 portanto temos uma situação em que esse uso da palavra é relativamente parcimonioso apesar de ter havido oscilações Mário suares talvez falasse mais do que Jorge Sampaio eh o mais conspecto é porventura Cavaco Silva que tinha que procur a falar o mínimo possível fazia mais gestão do Silêncio né gestão do Silêncio gestão do Silêncio Mas cada vez que falava cada vez que abria a boga cada vez que fazia um descurso cada vez que publicava um texto mesmo Enfim no caso dele mesmo sem sem ser presidente da república toda a gente olhava para ele mas se autor este esse estado de coisas eh intervém às vezes várias vezes por dia eh tem uma relação com os jornalistas completamente diferente até pela sua própria história pessoal e as fontes de Belém e na hora estava a comentar uma notícia dois que novamente é fonte de Blanco ele diz em Blan Só há uma fonte que sou eu mas depois aparecem Fontes nos Jardins penso que há mais mais Fontes não é no Jardins pelo menos há mais fontes e isto independentemente da discussão que passa a haver ou não haver sobre a sua relação com os dois primeiros ministros que até agora com quem até agora se teve relacionar Isto é António Costa e Luís Montenegro portanto independentemente desses aspectos e sabemos que por exemplo era impensável absolutamente impensável que eh qualquer outro Presidente tivesse tido a conversa que ele teve recentemente com os correspondentes estrangeiros e onde onde Fazendo os comentários que fez sobre os primeiros-ministros os políticos com quem se relaciona portanto esse esse esse dever de reserva Esse princípio de reserva e essa vantagem da reserva ele não não a tem porque eh Marcel R Sousa é super inteligente sobre isso não restam não restem qualquer dúvidas e é muito acelerado está sempre a pensar e em algo mais adiante o que é que vai acontecer e é alguém que cresceu a construir cenários portanto cenários políticos sobretudo cenários políticos vai ser assim E vai ser assado e e eu acho que às vezes indiscutivelmente ele atrela-se é mais forte do que ele é mais forte do que ele e contrário de todos os outros presidentes políticos Mário Soares Jorge Sampaio e e Cavaco Silva sendo alguém que vem de um partido e do centro direito ou PSD é alguém sobre o qual nós conhecemos pouco do que ele pensa sobre matérias substantivas Portanto ele tem algumas convicções Que nós conhecemos bem eh designadamente as que t a ver com a sua a sua su sua fé católica Uhum mas depois noutros domínios não quer dizer que ele tenha seguido essas convicções n algumas decisões que tomou mas sabe–se que é que essas coisas são mesmo lá do fundo mas depois até pel pelos muitos anos que eles tinhas de de de comentari digamos assim eh não sabe se ele é mais estatista ou mais liberal mais intervencionista ou menos intervencionista o que é que ele pensa de alguns temas sociais eh O que é que ele pensa de de algumas destas cois coisas que dividem Às vezes a sociedade diz umas coisas que são mais consensual mais consensual possível não quer dizer que sejam às vezes são questões com alguma rotura mas é menos preciso sobre isso relativamente a outros políticos que nós sabemos bem o que é que eles eram politicamente até porque tinham exercido cargos executivos ele não exerceu nenhum cargo executivo antes é um é uma questão importante quer dizer foi ministro brevemente no governo de SAC carneiro e depois com Francisco malsão mas num lugar que não é executivo é assuntos parlamentares portanto uma coisa um pouco diferente portanto olhando agora para os para o que temos à frente não é para os candidatos que temos à frente não encontramos ninguém que tenha um perfil próximo destes e cinco antecessores ninguém não é não há ali nenhum antigo primeiro-ministro não há ali nenhum antigo presidente da Câmara de Lisboa não há ali eh ninguém que tenha sido durante um período relativamente longo líder de um grande partido o mais próximo que há quer dizer há Marcos Mendes enfim há um nome que foi primeiro-ministro mas que é que é Pedro passos coelho é o único que de todos os nomes eu diria que tem um percurso mais próximo do percurso que tiveram os seus antecessores Não estou não estou a fazer avaliação qualitativa estou a falar apenas do percurso Mas de todos estes nomes que têm surgido é aquele sobre o qual sabemos menos sobre as suas intenções porque nunca se pronunciou sobre isso nunca e nos últimos tempos tem mantido uma grande reserva relativamente às hipóteses de voltar ao espaço público e o pouco que sabemos é que voltando à vida política porventura não é o lugar de Presidente naquele que mais o o poderia atrair mas eu não sei nada sobre sobre o que lhe vai na cabeça uhum a maior parte dos peras não sabem nada sobre o que lhe vai na cabeça mas sabemos que a Marcos Mendes já disse que iia pronunciar sobre isso daqui por uns tempos sabemos que Augusto Santos Silva eh deu a entender que gostaria de ser apesar de estar lá no fim da das intenções de voto sabemos que o hirant com v Mel não pensa noutra coisa portanto e sabemos que e Mário se entend já está a preparar o caminho já está a já está a fazer jantares tudo isso nós sabemos sobre pass esc não sab temos nada portanto é é completamente diferente e portanto daquilo que daqueles que sabemos eu acho que que os que vale mais a pena deixa-me não posso deixar de fazer um um comentário aquilo vale mais a pena falar um bocadinho são e gov Melo e Mário Centeno porque ambos parece-me que tem o tipo de percurso político ou se quiseres o tipo de percurso público que a mim não me tranquiliza para o o lugar de Presidente portanto quem go Melo e Mário Centeno chegou aqui a Maria João bom dia bom dia a todos desculpem pronto são aqueles que têm um percurso público que isso não me tranquiliza por razões várias portanto caso gov Mel gov mel tem tem uma tornou-se uma figura pública por causa das vacinas toda a gente sabe isso portanto basicamente Vamos lá ver a operação das vacinas correu bem e a principal razão porque correu bem eu dou ou melhor há duas grandes razões para ter corrido bem a operação logística correu bem isso foi responsabilidade do vml e há outro aspecto muito importante os portugueses Não são contra as vacinas a maior dificuldade que houve nos processos de vacinação noutros países foi que noutros países chega a ha partidos antivacinas ou há partidos antivacinas ou por exemplo o caso de nós falamos já aqui muitas vezes isso no contracorrente no caso de países do leste aquela Picadinha era vista era associada quase a uma picadinha associada ao comunismo e e e ao autoritarismo do comunismo e em Portugal as picadinhas começaram no tempo da digamos do estado novo do final do estado novo década de 60 mas tiveram na direção Geral de saúde protagonistas e que fizeram a transição e que eram homens da transição e que não tinham nada a ver com o estado novo falo designadamente de António Sampaio pai de Jorge Sampaio médico muito importante médico muito importante e que tem um papel muito importante nesta transição portanto e e e os portugueses são uma vacinas naturalmente não têm medo não TM receio quer dizer ah sempre aí é umas há umas pessoas que continuam a dizer isso só Pequena Declaração de interesses Eu tenho um penso no braço direito e um penso no braço esquerdo porque ontem recebi um aviso da minha farmácia e foi a minha farmácia Já tomei as duas vacinas que é que tenho direito com mais por ter mais de 65 anos portanto uma de covid e out e tá tudo bem não tá tá tudo bem tá tudo bem estou aqui ótimo não cair para o lado não cí para o lado e e fui fazer exercício a seguir portanto não há nenhum nenhum nenhum problema portanto e e uma operação logística é uma digamos é uma das especialidades da carreira militar Pronto ele fez mais ele fez outras coisas bem não foi su operação logística ele esteve bem na na na na na comunicação ele fez algumas intervenções pontuais que me parece que foram eh feitas com acerto designadamente uma vez que foi sve erro a um penso que era em que a luz a um daqueles pavilhões onde estava a de correr e disse para ISO est Abrir às 9 É preciso que as pessoas cheguem há 1 quarto para as 9 não é para não é para chegar às 9 tomar o café que é uma coisa que todos sabemos que é um hábito português e ele foi dizer assim o hábito português está mal portanto muito bem agora o que é que ele pensa politicamente ninguém sabe a forma como ele atua e algumas das formas como tem atuado designadamente algumas das prioridades que teve como chefe de estado maior da armada na na operação eh digamos naquilo que a armada está fazer com o prr levantam as maiores reservas e muitas pessoas que eu conhecem de perto eh olha temem aquilo que que dão que Marcel R Sousa que seguramente o conhece melhor do que nós eh eh fez saber hoje os parece é o a manchet dois do Expresso que é receia um eh alguma forma de autoritarismo populista pode ter a certeza não é rear e eu acho que isso tem há ali naquel naquele perfil muitas coisas que vão nesse sentido quando falamos de autoritarismo eu creio que não será muito diferente a figura de Mário Centeno Mário Centeno tem um percurso completamente distinto do percurso de de de com v Mel com v Mel mas é é portanto é alguém que é chamado para o governo numa altura como um técnico e que se transforma imediatamente num político muito agressivo eu não não me esqueço dasas primeiras intervenções no Parlamento e eu fiquei de boca aberta porque aquilo não era aquilo que se esperava de um alguém que vem do banco de Portugal pronto e a seguir e planeou várias vezes a sua carreira para atingir objetivos pessoais claramente ele quis alguns objetivos internacionais que não conseguiu ter e depois quis ir para Mas conseguiu um em todo caso conseguiu um em todo o caso que é banco de Portugal pronto não ele foi presidente do eurogrupo mas o presidente não mas foi mas nós para analisarmos seriamente temos que dizer que foi pode não ser o cargo mais importante do mundo mas foi sim Presidente mas é um é um cargo temporário não tem não tem a ver é um cargo que se exerce sendo Ministro das Finanças os outros lugares que era por exemplo Banco Central europeu bran Central europeu e e finalmente um cargo no FMI lugares desses e que se Falou várias vezes especulou não não os conseguiu acabou por ir para o banco de Portugal em algo que eu sempre critiquei a passagem direta do Ministro das Finanças para o banco de Portugal nunca devia ter acontecido porque é um regulador que tem que ser independente e ele ia e continuar a falar a regular algo que tinha a ver com o seu passado recente mais do que isso houve um comunicado uma vez um comunicado do banco de Portugal Desculpa só para po pode não testar a ocorrer neste momento o Eu só não tenho a data presente uma um não é um comunicado um relatório que era muito partidarizada não eu eu ia falar disso ele fez uma coisa que nunca ninguém tinha feito que é o banco de Portugal eh publica com regularidade boletins não sei se são boletim era a palavra boletins e num boletim desses ele escreveu um texto de opinião que é um texto de opinião do governador que em que no fundo falava da se do seu quer dizer do seu passado político do da sua herança e por contraponto outras coisas quer dizer e isto era algo que a reserva que se espera dos governadores do banco peral não devia ter acontecido portanto são são sinais e até alguma Independência e até alguma Independência são sinais alum com caros Costa podíamos só abrir aqui um parente se fos tivesse acontecido com Carlos cost caros Costa ele tivesse escrito um texto de opinião que aí o Car minha Trindade sim e na altura poucas pessoas criticaram isso eu critiquei aqui num vencedor é salvo o erro mas poucas pessoas criticaram isso e eu acho isso grave e um sinal de algo eh de algo que às vezes poucas pessoas falam e que é uma história sempre muito mal contada diz que Mário Centeno não foi nomeado diretor do gabinete de estudos de banco de Portugal por perseguição do anterior Governador o Carlos Costa a relação entre os dois sempre foi difícil na verdade aquilo que eu sei é que houve um júri que não o recomendou um júri que não recomendou e não recomendou não por faltassem competências técnicas Mário centena é competente Tecnicamente ponto final parágrafo não coloco nenhuma dúvida sobre isso mas uma coisa ser competente Tecnicamente outra coisa ser um bom Presidente da República ele é competente Tecnicamente mas a opinião desse júri é que ele tinha problemas relacionais problemas de caráter para ser um para exercer aquele lugar que é um lugar de equipa um lugar de de de estimular pessoas diferentes portanto e ele eh em vários momentos do seu percurso político deu sinais de que ou é minha vontade ou bate com a porta ou é assim ou o que eu até posso dizer que o balanço final foi positivo porque levou o país a ter conta a ter contas eh a melhorar os seus défices mas às vezes a forma como como como isso era imposto deixa-me algumas dúvidas de processo não tem a ver com e nós todos nos recordamos de um episódio que meteu até meteu o próprio Presidente e meteu depois uma reunião em São Bento em que depois no fim saiu ele e e o e António Costa cá fora Estavam todos muito bem tudo isto a propósito de dinheiro que ia para o novo banco só hve o erro e que tinh que era uma obrigação pública e de repente toda a gente começou a dizer ele tinha razão ele tinha razão ele tinha razão mas mas acabou por se tornar demasiado protagonista Nessa altura e por isso eu não teria confiança num Presidente mar centen como não teria confiança num presidente l e Mel Quando olho para os outros nomes não encontro nada encontro não encontro grande não sei o que é que pode acontecer
1 comentário
Prof. Dr. António de Sousa Lara vai ser o próximo Presidente da República.
( e depois não digam que eu não avisei)