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quarta-feira dia de eix aqui no T3 e é por isso que o nosso convidado aqui está Virgílio castelo já vamos fazer uma viagem ao passado Como já fizemos há bocadinho aliás aos Grandes projetos que Virgílio Castelo tem tem feito Mas agora vamos falar do que estás a fazer agora presente muita coisa Tás no teatro aberto com a Ana guilmar e h com Ana guilmar não é o princípio da incerteza é assim que se chama a peça ex eisenberg o princípio da incerteza uhum como é que está correr muito bem muito bem é uma peça que tem tem uma coisa muito muito particular e que as pessoas falam muito o público vai que é bastante eh eh que tem falado muito de uma coisa que é eh o facto da peça contar uma história porque hoje em dia o um um já agora não não é não mas é que nós temos um tipo de teatro em Portugal muito Há muitas peças em que independentemente do valor que que daquilo que se discute eh digamos a narrativa não é linear não é aristotélica Princípio Meio e Fim portanto e esta peça não esta peça tem princípio meio e fim e conta uma história que poderia acontecer a qualquer pessoa portanto rapidamente é a história do princípio da incerteza que tem a ver com um princípio da física que diz que quando observamos uma coisa com muita atenção não sabemos não conseguimos dizer para onde é que ela vai nem é que velocidade lá vai chegar e o autor aplica isto é uma relação amorosa uma relação amorosa de um homem com 75 anos com uma mulher de 38 Portanto o princípio da incerteza ainda é muito maior ainda maior claro que é an Guar exatamente como é que tem sido trabalhar com ela muito bem eu nunca tinha trabalhado com ela mas estás a fazer um homem muito mais velho frid não não eu tenho 71 eu tenho 71 não não eu só só estou gostava de chegar assim só qu anos mais novo do que ele mas de qualquer maneira em relação ao à peça e à história e ao espetáculo a questão é sempre a mesma porque independentemente de eu ter este aspeto fisicamente mais novo do que a minha idade a verdade é que tenho todas as mazelas de tipo quer diz e tenho todo o passado que este homem que este Alex tem que é um passado de eu não tenho um passado de solidão mas ele tem um passado complicado que o que que que o limita na expectativa de pensar se é possível ou não uma relação amorosa com uma mulher que lhe aparece out of the blue não é portanto e isso a peça é muito interessante Porque o autor a questão que põe é saber até que ponto daquilo que é previsível do ponto de vista racional que é pensamos Ok tudo bem Isto é um homem que tem dinheiro ela não tem dinheiro portanto ela pode ter digamos problemas de desafeto com o pai portanto vai encontrar e depois o que o autor propõe uma coisa muito diferente mas para isso tem que ir ver ah pois no fundo é para isso que serve a arte e o teatro não é tu já te deste Já deste por ti também na tua vida a pensar sobre estas questões esta peça fez-te redescobrir esse esta esta questão nunca se me pôs porque eu nunca cheguei eu não cheguei a esta idade com uma mulher com 40 anos que eu a p a PME estas questões mas Teoricamente Teoricamente eu eu Julgo que eu não teria a capacidade que o Alex que é a minha personagem e o Alexander tem de de de equacionar o que lhe acontece e o Virgílio provavelmente não iria pelo caminho que que que o que o Alex vai na peça interessante e se calhar todos nós enquanto público vamos estar com essas questõ essa fal Será que eu fazia faria assim ou falavas aí do trabalho com a Ana não é nunca tinhas trabalhado com ela nunca tinha trabalhado com ela trabalhi com ela na televisão já a tinha dirigido ela já tinha feito minha filha pá a numa coisa Qualquer que não aquelas coisas uma novela qualquer mas foi uma descoberta uma descoberta de uma atriz com uma generosidade enorme e com uma empatia com o público extraordinária e que é uma colega para além de ser muito generosa é muito divertida muito divertida muito divertida é muito trabalhar com ela esta só para para finalizar aqui sobre a peça O Princípio da Incerteza está em cena até 27 de outubro no teatro aberto entretanto há aqui outro projeto um livro que se chama haja Deus se Deus quiser o que é isto temos aqui um Fernando Pessoa num exercício de de quê de imaginação do que podia exício imaginação não é dele o que acontece é que o fen pessoa e digamos que rapidamente a história como os americanos diziam uma história tem que se contar numa caixa de fósforos não é tem que dizer e o que acontece uma pessoa morre chega ao céu e o céu é um escritório é um escritório enorme onde Deus é o é o patrão e e que é porque é que é um escritório é um escritório porque tem que se organizar todos os processos individuais de cada um dos Mortais para Deus decidir o Juízo Final para onde é que vai para o purgatório para o inferno para Mas uma coisa não uma coisa muito burocrática não é muito ex examente eu mas eu fiz isso de propósito porque eu acho que há uma espécie de de invocação do Santo Nome de Deus em vão hoje em dia por toda a gente portanto eu acho que as pessoas falam de por tudo e por nada eu achei que tinha que ter um a fazer alguma crítica em relação a isso então diga Isto é um escritório tá organizado o f pessoa chega ao céu eh morre em 35 morre chega ao céu e e e e diz eu não acredito eu estou outra vez no escritório não é possível porque ele toda a vida trabalhou em escritórios e o que é que acontece no dia que ele chega ao céu e percebe que que está morto e que Deus é o patrão do escritório tem o o azar Supremo de Deus não ir trabalhar nesse dia porque está zangado com a humanidade e portanto é o Fernando Pessoa que chega ao céu e que tem que resolver caos aja Deus se Deus quiser É assim que chama o teu livro tu de facto não paras de tal maneira que eu tenho aqui informação que vai repor o homem da Amália mais uma peça um monólogo foi escrito por ti e é interpretado por ti uma teatro quando é que vamos poder ver outra vez vamos poder ver isso eu vou fazer emf eh no dia 9 de outubro 9 de novembro jogo eu e depois vamos para para o teatro da malaposta porque agora a ela Company ficou com com a exploração do teatro da mala posta em Odivelas e vamos fazer a partir de dia 13 às quartas-feiras portanto para já durante o mês de Novembro 13 20 e 27 e depois logo se fez sver público continuamos tu que és um homem com tantos anos de carreira e já fizeste tanta coisa é impressão minha ou de facto das pessoas talvez agora mais do que não vou dizer nunca porque há muitos anos era assim mas enfim das últimas décadas estão muito apaixonadas Outra Vez pelo teatro o público está a ir muito ao teatro a escutar as salas É uma sensação minha só eu eu não seria tão otimista eu acho que há mais público a ir ao teatro do que houve nos anos de crise eu pertenço à aquela geração que fazia espetáculos nos anos 80 e 90 para 10 pessoas portanto isso felizmente desapareceu mas não me parece não me parece que se tenha recuperado completamente aquilo que devia ser um fluxo normal de público de teatro eu digo isto eu digo isto com alguma pena mas tenho que fazer esta crítica eu acho que o nosso sistema de produção teatral está errado eu acho que se privilegiam ao contrário deste espetáculo que estamos a fazer no teatro aberto se privilegiam demasiados espetáculos alternativos e que Os espetáculos da Norma aqueles espetáculos são transversais que não é comercial espetáculos mais transversais e quer dizer podiam mais mais gente nós temos repara tenac Williams é um autor que não é um autor de Vanguarda em parte nenhuma do mundo a não ser em Portugal ou seja é um autor e Chamas chamari comercial mas eu não digo é transversal ou seja qualquer tipo de público pode entender aqueles textos eu acho que nós temos um sistema que privilegia do meu ponto de vista é demasia os textos alternativos e não os textos da Norma eisenberg o princípio da incerteza até dia 27 de outubro e um livro que acabou de sair aja Deus se Deus quiser l