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Esta é a história do dia da Rádio observador o que se passa com os bombeiros sapadores e esta zona entre entr entre a entrada do Parlamento e a escadaria que deste depois até à Rua vai sendo também atingida com alguns potes de fumos enquanto se vai cantando o Hino Nacional o repórter parlamentar da Rádio observador migu dias estava no Parlamento para mais um dia normal de atividade política quando foi surpreendido pela subida repentina da escadaria de S Bento por bombeiros sapadores o atual presidente da Assembleia da República mandou retirar as grades de proteção dessa zona H vários meses essa é uma zona interdita a manifestantes as escadarias são assim uma espécie de área de segurança uma zona tampão para prevenir que protestos mais exaltados possam invadir o Parlamento Afinal porque estão os sapadores bombeiros tão irritados e porque não respeitaram Essa zona da escadaria de São Bento São perguntas para o jornalista Celso Paiva que há muitos anos acompanha a área da administração interna e Proteção Civil eu sou o Ricardo Conceição e esta é a história do dia de quinta-feira 3 de [Música] outubro bem-vindo Ricardo cels quem são estes bombeiros que estão agora em protesto bom H Talvez seja melhor começar por aí banalizou se de alguma forma a designação bombeiros sapadores mas na verdade em causa estão outras categorias dentro da classe dos Bombeiros profissionais e já agora podemos identificá-los de forma muito sucinta estamos a falar ao todo de cerca de 3.000 pessoas eh que se distribuem por nove estruturas de sapadores que dependem das respectivas autarquias são dois lisb Porto um batalhão em Vila Nova de Gaia e seis companhias Braga Setúbal Faro Coimbra Leiria e Viana do Castelo depois há ainda cerca de duas dezenas de corpos de Bombeiros municipais também dependem das autarquias das das câmaras Onde estão mas ainda não têm a dimensão digamos para serem companhias de sapadores portanto as respectivas câmaras ainda não deram esse passo ainda não fizeram Esse investimento Depois ainda a força especial de Proteção Civil que depende da autoridade Nacional de emergência e Proteção Civil as pessoas talvez se recordem dela ainda como os canarinhos foi assim que há alguns anos foi criada ex e depois por último a força de sapadores Bombeiros florestais que eh funciona dentro do icnf o Instituto de conservação da natureza e florestas que depende do Ministério da Agricultura eh esta força foi criada salvo erra em 2019 portanto Este é o universo de envolvidos eh A grande maioria são Funcionários das câmaras municipais como é fácil de ver mas basicamente são bombeiros que vivem do seu ordenado porque quando falamos em bombeiros sapadores H na minha cabeça pareceram aqueles bombeiros sapadores de Lisboa do porto aqueles mais especializados em em numa atuação Urbana e até tinha a ideia que não são usados em fogos forestais por exemplo sim o termo de sapadores implica uma especialização enfim mas a resposta à tua pergunta eh não é não é muito claro é assim um mais ou menos se falarmos dos sapadores de Lisboa e do porto Eh claro que estamos a falar de de de de uma atuação essencialmente Urbana não é tem dezenas de missões dentro das cidades e tem aliás primasia Face a outros organismos de proteção e Socorro são eles de alguma forma se me é permitida a expressão que mandam nas respetivas cidades numa série de de de funções mas se pensarmos nos sapadores de leiri ou de Coimbra ou de Viana do Castelo até nestes eh eh bombeiros municipais de que te acabei de falar Eh aí já são chamados muitas vezes para combater incêndios rurais às vezes até para defender o perímetro das próprias cidades portanto neste aspeto mais ou menos mais ou menos e e afinal o o o que é que estão a exigir Celso olha estão a exigir uma uma revisão total do seu estatuto eu aqui eh atrevo-me a dizer que estão quase a exigir a criação de uma carreira do zero de uma de uma carreira efetivamente o estatuto em vigor é de 2002 tem 22 anos e está naturalmente ultrapassado ainda por cima numa numa área como esta da proteção e socorro que está sujeita a tantos desafios e cujos desafios mudam tão rapidamente eh enfim são tão extremos às vezes pant Já e já este ano tivemos dois grandes exemplos que foi o sismo que felizmente não provocou eh danos nem vítimas e os incêndios que tivemos agora exatamente Exatamente exatamente ou seja o o o planeta a natureza está nos a dizer que este tipo de profissionais precisam de ter as suas carreiras no mínimo organizadas bom eh O que é que eles querem querem e não é de agora diga-se a revisão do estatuto pessoal a revisão da tabela remuneratória a atribuição de um subsídio de risco a atualização do subsídio de disponibilidade permanente o reconhecimento da sua profissão como sendo de desgaste rápido e entre outras cois a revisão do regime de aposentações como se percebe questões estruturais de uma carreira de qualquer carreira que não são atualizadas há 22 anos tê negociado com todos os governos das últimas duas décadas mas sempre em vão e quem é que pode dar resposta a a a essas exigências a essas reivindicações ainda há pouco falavas nas autarquias afinal de contas aqui quem é o patrão é o governo é o ministério da administração interna ou são as câmaras municipais eu eu acho que é aí que reside o grande problema é aí que está o facto de não haver de não haver ainda uma solução digamos assim é o facto de haver demasiados interessados e de demasiados envolvidos eh nesta questão repara do lado do governo eh nos últimos anos e agora também enim com algumas variações de acordo com as orgânicas que cada primeiro-ministro impõe aos seus governos mas enfim grosso modo digamos assim do lado do governo tudo isto é negociado por três Ministérios eh Ministério da coesão territorial mais concretamente pela Secretaria de Estado da administração local que tem naturalmente a supervisão a fiscalização das câmaras municipais como sabemos também pelo Ministério da administração interna através do secretário de estado da Proteção Civil uhum aqui eu diria numa perspectiva mais de doutrina digamos assim de conceitos eh mas também tem porque tutela a a força especial de Proteção Civil da autoridade Nacional de emergência e Proteção Civil que depende da administração interna e ainda um terceiro elemento do governo que é o Ministério da Agricultura que com a orgânica deste governo ganhou um grande protagonismo eh nesta questão da prevenção e do combate a incêndios florestais e portanto há três digamos três partes do governo com palavras a dizer sobre este processo depois há aquilo que é o grande problema que é o governo até se pode entender Esta é a parte mais fácil quanto a mim o problema é que tudo que o governo decidir terá implicações sobretudo nas contas das autarquias aqui não é como noutras carreiras em que a despesa é do orçamento de estado e vimos isso recentemente com várias outras carreiras sim aqui as implicações vão todas para as câmaras e depois as câmaras irão pedir esse dinheiro a alguém quer dizer ou seja no fim do dia e quando se atualizar a tabela remuneratória à horas extras e e vários os outros eh e várias outras reivindicações que os bombeiros profissionais têm em cima da mesa a conta vai essencialmente para as autarquias e é aqui que está quanto a mim é a minha opinião o grande problema para que isto se arraste há 22 anos até porque nem todas as autarquias têm a mesma capacidade não é exatamente e como sabemos e como sabemos todas elas têm eh muito peso em todos os governos nas nos aparelhos dos próprios partidos que Gover em cada momento e portanto é preciso lembrar que para o ano há há autárquicas não é e portanto os ciclos políticos o peso que vimos isso recentemente nos incêndios de Setembro os altaras mobilizaram-se de uma forma muito clara e portanto os autarcas têm muito peso nestas negociações portanto não basta a governo atualizar esta carreira atualizar este estatuto é preciso que os autarcas no fim fiquem satisfeitos já regressamos à conversa com Celso Paiva jornalista especialista na área da Proteção Civil e da administração interna os bombeiros neste protesto atravessaram uma linha vermelha ao subir as escadarias do Parlamento Esta é a história de Vera Lagoa a mulher mais temida pelos poderosos de todos os regimes afrontou azar desafiou os militares de Abril e os que aos dos elaia numa dees faz críticas ao [Música] regime fazs a grande provocadora é uma srie para ouv episdios faz dos podcast do observad é narrada por mim José mata com banda sonora original de Molin os assinantes do Observador têm acesso antecipado a todos os episódios desta série os podcast Plus do Observador tem o apoio da Kia estamos de regresso à conversa com o jornalista Celso Paiva especialista em Proteção Civil e administração interna Celso as escadarias da Assembleia da República funcionam como uma zona tampão em manifestações não podem ser ocupadas o que é certo é que já vimos polícias a subir as cadari no num protesto e agora a bombeiros Estas pessoas fardadas não deviam ser Especialmente cuidadosas na forma de atuação pública sobretudo quando estamos a falar em manifestações deviam eh de facto vestem uma farda representam instituições e dependemos deles para muitas coisas Eh claro que com com com diferenças significativas entre polícias bombeiros e outras profissões que usam farda mas sim tens razão eu acho que não devia ter acontecido não pode acontecer mas aconteceu e e e eu diria até com Com Uma Estranha naturalidade ou porque a PSP não fez todo o trabalho de casa e não estava manifestamente preparada para evitar o que aconteceu ou porque Fez Falta aquele elemento dissuasor das grades antimotim que estiveram durante anos a limitar as escadarias do Parlamento exatamente e que ag guiar Branco mandou retirar quando tomou posse bom a verdade é que os manifestantes não tiveram muitos obstáculos não é para ocupar aquela primeira parte das escadarias os potes de fumo os petardos as tochas H as fardas bem alinhadas não é uma coreografia que nos habituamos a ver nas claques de futebol por exemplo P fizeram o resto não é portanto foi relativamente fácil H aquela manifestação chegar ter meia de grades sem nenhuma segurança por aí além e subirem as escadas devo dizer preciso dizer quero sublinhar isto não parece que tenha havido em nenhum momento violência nunca me pareceu que houvesse uma verdadeira tentativa de invadir o que quer que fosse isso não me parece quer dizer foram ultrapassados limites É verdade mas ainda assim sem sem sem malos maiores mas também ouvimos os sindicatos ao longo de deste dia de de quarta-feira dizer que naquele momento a manifestação escapou ao controle do do dos sindicalistas vou aqui se calhar fazer um um um um novo paralelo com com com os polícias H há também nos bombeiros eh os chamados movimentos inorgânicos isto também é uma realidade entre os bombeiros portugueses eh eu já usei essa expressão movimentos inorgânicos para os polícias até já usei para outras classes profissionais que em determinados momentos ah H fizeram ações de protesto eh que colocaram em causa mobilidade e outras coisas neste caso concreto eu não iria por aí ou seja eu não sei se estamos a falar de se calhar mais do que movimentos inorgânicos estamos a falar de redes sociais Hum e portanto eh esta manifestação estava devidamente planeada H foi foi marcada foi organizada foi enquadrada por estruturas que representam os bombeiros profissionais e eh e teve uma boa adesão teve uma boa adesão teve uma boa ou seja houve uma boa adesão por parte de Bombeiros que vieram de todo o país portanto a mobilização funcionou o facto de estarem fardados de facto e toda aquela coreografia eh que envolveu a manifestação fez o resto mas não me parece que neste caso estejamos a falar de dos Tais movimentos inorgânicos que na calada da e no Segredo consigam Enfim fazer ações de sabotagem e outras não me parece que seja o caso de resto cels Paiva há manifestações de Bombeiros há muitos anos e e temos assistido a Várias Vários protestos nunca nada como aconteceu esta quarta-feira sim como já aqui vimos há mais de 20 anos que estes profissionais em atualização da lei que que os que os que os re digamos assim eh e ao longo desse tempo tem havido muitas iniciativas de protesto muitas mesmo eh greves os bombeiros profissionais têm direito à greve por exemplo Aliás está a decorrer uma greve no Regimento de sapadores bombeiros de Lisboa entre 1:31 de outubro e portanto é é uma classe profissional que Ao contrário dos polícias por exemplo T direito à greve e e e e foram várias as greves que marcou também muitas manifestações vigílias H as escadarias do Parlamento não não não não são a primeira vez que vem bombeiros profissionais é de facto a primeira vez que sobem essas escadarias e portanto é muito simbólico eh vai com certeza ficar na história eh desta luta desta classe porque eh provavelmente conseguiram hoje aquilo que não conseguiram com tantas outras manifestações ou mais silenciosas ou menos simbólicas tem essa diferença agora a verdade seja dita há muitos anos há muitos anos que estas estruturas têm organizado protestos e de alguma forma cels achas que este tipo de atuação um pouco mais extremada pode prejudicar a confiança que que a população tem neste caso nos nos sapadores ou seja os bombeiros sapadores e voluntários têm um crédito tão grande pelos serviços que nos prestam a todos hum que nada disto poderá balar a opinião que o país tem destes profissionais ou ou pode haver aqui não me parece não me parece até por causa daquilo que já disse o protesto foi mais extremado é verdade mas não foi violento não me parece que os bombeiros profissionais tenham perdido a razão pelo contrário acho que conseguiram talvez até ter uma visibilidade que os ajude junto das populações até foi tema hoje da história do dia hoje neste Episódio não é exatamente e e e se calhar como das outras vezes não tinham conseguido agora as populações percebem melhor quanto é que ganham bombeiro profissional e que aspirações é que tem da vida bom embora censurável a subida das escadarias foi foi muito mais simbólica que grave e já agora deixa-me também dizer que eh mesmo que pareça Eh que que foi apanhada de surpresa eh Ainda bem que a PSP teve a atitude operacional que teve H tudo acabou sem problemas de maior também por causa do comportamento das duas partes e eu aqui incluo a PSP que durante algum tempo não parecia saber o que fazer eh mas que depois acabou por fazer o que enfim o melhor é o que me parece ou seja sobe ler o momento e deixar que as coisas se acalmassem um pouco para regressar à normalidade é isso que Estás a dizer parece que sim mas mas a a polícia por regra eh responde com proporcionalidade e ao que tem do outro l e do outro lado tinha pessoas que se sentaram nas escadarias E que mal conseguiram lá chegar sentaram-se e al ficaram pacificamente e portanto a PSP eu acho que reagiu como como devia ter reagido evitou malos maiores evitou provocações mas também percebeu que não estava perante uma manifestação violenta eh que no limite iria invadir o Parlamento e portanto Ainda bem que tudo isso foi entendido e que as coisas acabaram como acabar obrigado cels de nada obrigado pelo convite cels Paiva é jornalista e há muitos anos acompanha a área da administração interna e da Proteção Civil esta foi a história do dia a sonoplastia é da Mariana Sousa Aguiar a música do genérico do João Ribeiro eu sou Ricardo Conceição até amanhã [Música]